Lula e os governadores não sabem como enfrentar a violência que assusta o país

Sorriso Pensante-Ivan Cabral - charges e cartuns: Charge do dia: Insegurança

Charge do Ivan Cabral (Sorriso Pensante)

Ricardo Rangel
Veja

Em Brasília, a Polícia Federal descobriu que o Primeiro Comando da Capital enviou para lá um grupo de criminosos com a tarefa de realizar uma operação que teria como alvos o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, recebeu uma ameaça de morte cujo autor diz ser outra facção criminosa, o Comando Vermelho. Há poucos meses, a PF abortou uma operação do PCC para sequestrar Sergio Moro. 

JUSTICEIROS – No Rio de Janeiro, casos recentes de assaltos e agressões no bairro de Copacabana levaram “justiceiros” (isto é, criminosos) a se organizar para fazer justiça com as quatro mãos. É o tipo de resposta que, há cerca de 20 anos, levou originalmente à criação das milícias que hoje aterrorizam a população.

Mesmo assim, um deputado estadual bolsonarista apresentou projeto para a criação de milícias de moradores, pagas pelo Estado (!), para agir na contenção da violência onde moram. Há pouco mais de um mês, no ataque terrorista mais assustador de que se tem notícia no estado, foram queimados 35 ônibus e 1 trem para protestar contra a morte de um miliciano em uma operação policial.

Quando o assunto é violência, no entanto, Brasília e Rio estão longe de ser casos isolados, nem sequer estão entre os maiores problemas do Brasil. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2022, o Rio está em 20º lugar na lista de homicídios nas capitais. O Distrito Federal inteiro apresenta a taxa mais baixa dos últimos 46 anos, e estaria em penúltimo se estivesse na lista. Os campeões da violência são Macapá, Salvador e Manaus.

DOIS EXEMPLOS – Nem por isso Brasília e Rio deixam de ser emblemáticos. A capital é o centro do poder no país: o fato de organizações criminosas ameaçarem figuras importantes da República demonstra seu grau de ambição e atrevimento.

O Rio não só é uma espécie de vitrine do Brasil, como muitas das iniciativas ali criadas acabam sendo exportadas para o resto do país (é o caso das facções do tráfico, que datam dos anos 1970, com a criação do Comando Vermelho).

Não há a menor dúvida de que nossa política de segurança está redondamente equivocada. A Guerra às Drogas, em prática há 40 anos, só tem aumentado a violência. E as abordagens da direita — aumentar a violência contra traficantes nas favelas (sobrando para os inocentes que estiverem perto) — e da esquerda — omissão pura e simples — são ineficazes.

FUGINDO DO ASSUNTO – O governo federal foge do assunto há pelo menos 20 anos, insistindo que o problema é dos governos estaduais. Os governadores, quando não têm administrações infiltradas por criminosos, estão perdidos.

O governo Lula aparentou chamar a si alguma responsabilidade… mas sem apresentar qualquer plano ou projeto. No momento, o Brasil sequer tem ministro da Justiça e da Segurança: a principal atribuição do (quase) ex-ministro Flavio Dino, atualmente, é fazer campanha para o STF no Senado. Não se sabe quem será o novo ministro ou mesmo se o ministério permanecerá como está ou se será cindido entre Justiça e Segurança.

Enquanto isso, continuamos a insistir na mesma política que não dá certo há décadas. Lula e os governadores precisam sair da pasmaceira de sempre e apresentar propostas mais eficazes. Se não por espírito público, por interesse eleitoral.

17 thoughts on “Lula e os governadores não sabem como enfrentar a violência que assusta o país

  1. Flávio Dino está fazendo há algumas semanas campanha para o STF, o que é normal em todos que foram indicados ao STF.
    Quem acompanha a gestão de Dino como Ministro da Justiça vai ver a quantidade de armas ilegais. apreendidas e o montante de dinheiro tirado das facções criminosas.
    O problema da violência vem de longe, desde o tempo da ditadura que abandonou a educação pública em benefício da privada.
    Erradamente os governos estaduais achavam que ir para o enfretamento nas comunidade com as facções ia resolver, mas aconteceu o contrário as facções se fortaleceram para o enfretamento.
    A falta de dinheiro da União e dos Estados é o motivo do desemprego, da falta de escolas em tempo integral e uma polícia decente.
    A situação da violência no Brasil, só com dinheiro, mas tem de depender desse legislativo elitista.
    Sem dinheiro não se pode melhorar a vida das pessoas nesses bolsões de pobreza, fazer saneamentos, criar escolas e investir em obras para gerar empregos.
    O assunto é complexo, envolve até a reforma do Código Pena, do Código do Processo Penal e do sistema carcerário.

  2. A longo prazo: A única e eficaz medida é a EDUCAÇÃO!

    A médio prazo: No caso do Lixo de Janeiro, é a REMOÇÃO DAS FAVELAS!

    A curto prazo: O Exército se instalar na entrada e saídas de todas as favelas e fazer revistas aleatórias. De todos os que sobem e devem. De mochilas de crianças, carros, motos, caminhão de legumes, caminhão de mudanças, Vans e etc…
    Impedir que a droga chegue no morro.
    Quem for apanhado, 30 anos de jaula.

    Se não for assim, esqueçam o Lixo de Janeiro.

    José Luis

  3. CN, sugiro um editorial sob a mais urgente das reformas: a do judiciário.

    Esqueçam administrativa, tributária e afins, enquanto a engrenagem da justiça não funcionar o país continuará em passo lento.

  4. Não podemos esquecer que o ladrão Sérgio Cabral está morando em Copacabana, onde também a criminalidade é muito alta.

    Será que o Serginho CabraLALAU não está, também, orientando tais crimes, pois recebe várias visitas.

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