Inquérito eterno no STF contra ‘atos antidemocráticos’ é declaração de guerra

CHARGE DESTA SEGUNDA-FEIRA, DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2023. - Cariri é Isso

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

J.R. Guzzo
Estadão

O Brasil não vai ter paz enquanto não for fechado o inquérito que o Supremo Tribunal Federal, através do ministro Alexandre de Moraes, abriu cinco anos atrás para investigar “atos antidemocráticos”. Desde então, vem servindo como uma licença oficial para se suprimir direitos civis, anular qualquer lei em vigor no Brasil e criar um Estado policial neste país.

O inquérito é uma declaração permanente de guerra. Foi aberto para apurar “notícias falsas” que poderiam atingir a honra e a segurança do STF. De lá para cá, como se diz hoje, “viralizou”. Foi gerando um inquérito criminal depois do outro (tantos, que não se sabe mais ao certo quantos são no momento) e passou a incluir todos os delitos que alguém possa praticar, inclusive os que não existem em lei nenhuma. É uma aberração jurídica que não existe, nem seria admitida em qualquer democracia séria do mundo.

GUERRA, SEMPRE – É possível, naturalmente, que a ideia de paz seja a última coisa que passe na cabeça do ministro, do STF e da parceria que mantêm com o governo Lula.

(Em cinco anos de inquérito não houve um único indiciado, nenhum, que possa ser descrito como de “esquerda” – o que faz do Brasil o único país do planeta em que só a direita é capaz de mentir.)

Os inquéritos, afinal, permitem que o Supremo e seus sócios façam o que bem entendem: prisões, censura, bloqueio de contas bancárias, apreensão de passaportes, quebra de sigilo, confisco de celulares e tudo o que possa servir como instrumento de repressão. É como nas leis de “segurança do Estado” que existem em todas as ditaduras para perseguir adversários políticos. O inquérito perpétuo do STF (“só termina quando terminar”, diz Moraes”) faz a mesma função, dizendo que defende a “segurança da democracia”.

APOSTAR NA FORÇA – Tudo bem – mas se não quiserem a paz, terão de apostar cada vez mais na força e desrespeitar a cada vez mais a lei. Não há, obviamente, nenhuma ameaça à democracia que justifique nada do que o ministro está fazendo.

Essa realidade, somada às ilegalidades em massa dos inquéritos, levam à uma “cristalina e pacífica conclusão”, como diz em editorial do Estadão: “É tempo de os inquéritos criminais do STF relativos a atos antidemocráticos serem encerrados, de acordo com a lei”.

Não é possível, com base na razão, contestar o que diz o editorial. Em vez de apresentar argumentos, o sistema de propaganda oficial veio com essa assombrosa entrevista na qual o ministro Moraes revelou, entre outros horrores, que iria ser enforcado em praça pública pelos golpistas. É menos jornalismo do que um exercício de taquigrafia em que só o ministro fala. Mas é mais um grito de guerra.

9 thoughts on “Inquérito eterno no STF contra ‘atos antidemocráticos’ é declaração de guerra

  1. Essa direita que esse infeliz diz estar sendo perseguida e que segundo ele não oferece nenhum risco à democracia tentou explodir um caminhão tanque num aeroporto lotado de gente no natal. Moraes está certo em não ceder.

  2. Reação de Lula ao caso das reuniões no Ministério da Justiça com a mulher de um chefão do tráfico mostra que a prioridade não é a segurança pública, e sim defender o companheiro Dino

    É estarrecedor. O Estadão revelou que pessoas muito próximas a uma facção criminosa fizeram reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública e, em vez de tomar as atitudes necessárias para traçar uma linha clara entre governo e crime organizado, o presidente Lula da Silva veio a público prestar solidariedade ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que estaria sendo “alvo de absurdos ataques artificialmente plantados”.

    Ao contrário do que disse Lula da Silva, a questão não é se o ministro da Justiça encontrou-se pessoalmente com Luciane Barbosa Farias, mulher de um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas e ela própria com contas a acertar na Justiça. Até agora, não há nada indicando que esse encontro ocorreu. O problema é outro, muito mais grave.

    O crime organizado atua à luz do dia para se aproximar da política e interferir nela, e o governo do PT parece considerar tudo isso normal. Sua preocupação não é investigar o caso, tampouco atuar para que a administração pública federal fique menos exposta às investidas políticas das facções criminosas. A prioridade petista é defender o companheiro Dino, que estaria sendo injustamente atacado.

    Com isso, Lula da Silva reitera o padrão de comportamento adotado até agora na área da segurança pública. Não entendeu a gravidade do problema. Não se preocupa com a população, que sente diariamente os efeitos e todas as sombras que a criminalidade gera sobre a vida em sociedade. Não tem nenhum plano concreto para prevenir os crimes e enfrentar os criminosos. Sua atenção está voltada exclusivamente para as eventuais consequências políticas do escândalo da participação da mulher do traficante “Tio Patinhas” em reuniões do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

    Trata-se da mesma irresponsabilidade que se viu na recente operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos para combater o tráfico de drogas e de armas. Diante de um problema gravíssimo, que exige estratégia, planejamento e coordenação, o governo federal optou por mais uma pirotecnia militar populista, de curto prazo e sabidamente ineficaz (ver editorial Uma GLO que é a cara deste governo, dia 3/11).

    Governar é muito mais do que agir guiado por cálculos político-eleitorais. Exige um mínimo de comprometimento com o interesse público. No entanto, diante da revelação de que as facções criminosas de algum modo têm acesso à alta cúpula da administração federal, Lula da Silva optou por cuidar do interesse do seu ministro que, coitado, não estava sabendo das tais reuniões.

    O governo do PT zela por si e apenas por si. E o faz de forma coordenada. Horas depois de Lula prestar solidariedade ao companheiro Dino, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, veio a público defendê-lo. Para Silvio Almeida, o problema não é a atuação cada vez mais audaciosa do crime organizado, mas os “ataques difamatórios” que “têm como alvo central o corajoso trabalho” do ministro da Justiça.

    Haja empáfia. Em vez de esclarecer o que houve, Silvio Almeida acusou “a tentativa generalizada, por parte de extremistas de direita, de a todo momento fabricar escândalos e minar a reconstrução da política de direitos humanos”. Eis o modus operandi petista. Acham-se superiores mesmo quando seus erros são expostos. Em vez de prestarem as informações ao público e admitirem o erro, atacam genericamente, sem nenhuma prova, politizando infantilmente a questão.

    Não há reconstrução possível do País onde imperam a irresponsabilidade e a desfaçatez. É mais que hora de Lula da Silva descer do palanque e governar com seriedade, o que envolve admitir os erros e, principalmente, cuidar dos interesses da população. É fácil – e gera engajamento nas redes sociais – culpar os “próceres da extrema direita brasileira”, como fez Silvio Almeida, pelo escândalo das reuniões. Difícil é enfrentar as causas do problema.

    O mínimo que o governo poderia fazer seria afastar ou ao menos advertir os secretários envolvidos no caso. Mas o sr. Dino já descartou essa possibilidade, dizendo que, se o fizesse, estaria se “desmoralizando”. Conclui-se que ele preferiu desmoralizar o País.

    Fonte: Estadão – https://www.estadao.com.br/opiniao/um-governo-que-desmoraliza-o-pais/

  3. O ministro careca, duble do Fester da família Adams está mais para Robespierre do que para outra coisa. O cara é imparável, mas também se sente confortável na companhia de gente como o Barroso e o Gilmar Mendes.

  4. VIVA A DEMOCRACIA, xô plutocracia putrefata capciosa, com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia, com a suas armações, esquemas, mentiras, propagandas enganosas, golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais, e os seus déspotas, demagogos, populistas, mitomaníacos e afin$. O FATO É QUE NA BOA-FÉ, NA MORAL E NO JOGO LIMPO, o conjunto da obra do sistema apodrecido, forjado, protagonizado, desfrutado e imposto ao conjunto da população via golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais, há 134 anos, pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, arvorados em sócios-proprietários da república dos me$mo$, à moda sanguessugas do erário, ou seja, do sangue, suor, vidas e lágrimas da população contribuinte, encontra-se superado pela Revolução Pacífica do Leão que trouxe à luz a CHUVA DE HONESTIDADE que o Brasil e o povo brasileiro tanto necessitam há muito tempo, há décadas e séculos, sendo certo, pois, que, doravante, mudanças de verdade, sérias, estruturais e profundas terão que ser promovidas e levadas a efeitos na Constituição da República, de modo a tornar o país melhor para todos e todas e não apenas para o famigerado centrão, donos de partidos e seus pupilos. E é isso que, há 34 anos, estou tentando fazer acontecer na política do Brasil com o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, no bojo da Revolução Pacífica do Leão, a nova via política extraordinária, o novo caminho para o Novo Brasil de Verdade, confederativo, com Democracia Direta e Meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, porque a libertação de uma nação não é utopia e, sobretudo, porque evoluir é preciso, uma Chuva de Honestidade, inclusive para provar que é possível a um país e a um povo viverem e conviverem em estado de honestidade, verdade, boa-fé, honestidade e Justiça, atendendo a milhares de súplicas de todos os segmentos sociais, em especial oriundas do cancioneiro nacional, em homenagem a todos que, apesar de tudo, não arredam pé da honestidade, da verdade, da boa-fé e da Justiça, atendendo em especial o apelo dramático do saudoso Águia de Haia brasuca, Rui Barbosa, em prol da restauração da honestidade no Brasil, expresso na frase seguinte: ” De tanto ver triunfar as nulidades. de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o Homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”, sendo certo que sem virtude, sem honra e sem honestidade não existe civilidade e nem futuro alvissareiro para a Humanidade. https://www.facebook.com/RevistaTotalpe/videos/928822507685245

    • Sr. Guzzo, com todo respeito. Como jornalista sempre defendi a liberdade de expressão, até ver o blogueiro banido Allan dos Santos, aí ser alertado que a desembargadora que inventou reconheceu que não era verdade que Marielle não era namorada de traficante, dizer: “Eu sei que é fake News, mas vou continuar dizendo mesmo assim”. Sinceramente, quem defende esses monstros tá gagá.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *