Lembrando o que Helio Fernandes escrevia sobre o “entreguista” FHC

fhc capa

Charge do Aroeira (Portal O Dia)

Carlos Newton

Atendendo a um pedido de Luiz Fernando Souza, vamos publicar um dos artigos de Helio Fernandes na Tribuna da Imprensa; O texto foi enviado por José Guilherme Schossland e não consta de nossos artigos, porque um dos ataques de hackers que sofremos praticamente destruir nosso arquivo, com importantes textos de Helio Fernandes, Carlos Chagas, Sebastião e Nery e tantos outros.

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FHC – DILAPIDADOR DO PATRIMÔNIO NACIONAL
Helio Fernandes
     5 de julho de 2003

De 1889 até 31 de dezembro de 2002, na relação de todos que ocuparam o Catete e agora o Planalto, FHC se situa como o mais predador, o mais destruidor, o mais espantosamente traidor, o grande doador do nosso patrimônio, o maior privatizador, o extraordinário favorecedor das multinacionais.

No acervo de inconseqüências, incoerências, incompetências, e mais grave de tudo, de imprudências, FHC entra em todos os capítulos. E nessa relação criminosa, (criminoso sem perda da liberdade e sem ser responsabilizado, pois conseguiu foro privilegiado, que nem os generais da ditadura tiveram depois que deixaram o Poder) não constava a CONCESSÃO de 25 milhões de acres da Amazônia, que o governo pretende concretizar.

POR 120 ANOS – Essa CONCESSÃO miserável que vale por 60 anos RENOVÁVEIS por outros 60, poderia ser considerada a mais espantosa. Junto com os juros, as “dívidas”, a corrupção, a REEELEIÇÃO comprada, as DOAÇÕES descabidas, a “entrega” da Vale, a maior mineradora do mundo, os preços “administrados” que elevam brutalmente as tarifas, enquanto o cidadão-contribuinte-eleitor amarga a mais completa miséria, cada vez ganhando menos, a brutal elevação da carga tributária, e mais e mais.

Tudo isso ganharia (ou deveria ganhar?) manchete dos jornalões pré-pagos e comentários favoráveis dos jornalistas amestrados, se não fosse um crime maior de todos: o seqüestro da Petrobras, a sua destruição como empresa nacional, a escravização a grupos multinacionais, a venda de ações, a doação de campos da Petrobras para multinacionais, e a A-U-T-O-R-I-Z-A-Ç-Ã-O inacreditável para que essas multinacionais exportem D-E-S-V-A-I-R-A-D-A-M-E-N-T-E o petróleo nacional.

PODEM EXPORTAR – Quer dizer: ainda não somos auto-suficientes em matéria de petróleo, mas as multinacionais que receberam áreas ANTECIPADAMENTE reconhecidas como produtivas, já podem exportar.

Então, vamos exportar logo tudo, como fizemos com o r-i-q-u-í-s-s-i-m-o manganês do Amapá. Todo ele dizimado e destruído pelos senhores Eliezer Batista (patrão do primeiro filho de FHC) e Azevedo Antunes, (sócio do mesmo Eliezer Batista) com a cumplicidade de muitos presidentes ou “presidentes”.

Entre os presidentes com aspas, muitos generais de plantão, que se diziam protetores e preservadores das nossas riquezas, se rotulavam como NACIONALISTAS, não fizeram outra coisa a não ser se desfazer das nossas maravilhosas riquezas para enriquecer seus maravilhosos patrões.

PETRÓLEO NÃO E NOSSO – Todos esses fatos que atingiram a nossa maior empresa, cabem naturalmente no que tenho definido há muito tempo na frase esclarecedora: O PETRÓLEO NÃO É NOSSO E A PETROBRAS MUITO MENOS.

Entre os presidentes da Petrobras que arruinaram a maior empresa brasileira, temos que começar por Shigeaki Ueki, protegido, nomeado e patrocinado por Sua Excelência o general-presidente Ernesto Geisel.

Depois dele, Joel Rennó, (acolitado e apadrinhado por Orlando Galvão da BR) o apatetado e teleguiado Henri Phillipe Reichstul, e depois dele, o multinacionalíssimo Francisco Gros. Todos nefastos, deviam ser proibidos até mesmo de entrarem no edifício da Petrobras. Ou passar pela calçada.

O NEFASTO FHC – Mas se todos esses são nefastos e até mesmo criminosos, ninguém foi mais nefasto e mais criminoso do que FHC. Este, lá do alto da Presidência da República, engendrou, patrocinou e executou a entrega, mascarada e escondida do patrimônio da maior empresa do Brasil.

FHC começou toda a traição ao colocar o primeiro genro na ANP (Agência Nacional do Petróleo), com o objetivo de destruir a independência da Petrobras. Junto com ele, diversos presidentes foram colocados no 24º andar da Avenida Chile, para ajudar o primeiro genro.

Com tudo isso, não conseguiram “privatizar”, “doar”, “entregar” a maior empresa do Brasil. Mas liquidaram com o monopólio, que resguardava, protegia e defendia a grande riqueza do mundo, que também era a nossa.

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PS –
Não podendo dilacerar a Petrobras, partiram para a sua destruição velada, que não vem de velório, mas na verdade era exatamente isso.

PS 2 – FHC PROMULGOU então a calamitosa Lei 9.478, que revogou a histórica 2.004 de 1953. (Ano da fundação da Petrobras, depois de um dos maiores movimentos cívicos da História brasileira.)

PS 3Essa 9.478 ficará (até ser revogada) como o grande golpe no nosso enriquecimento. E no currículo de FHC como a maior TRAIÇÃO do seu retrocesso de 80 anos em 8. O assunto é vastíssimo, claro, continuaremos. Mas é preciso deixar passar o “odor” da podridão. Afinal, a Petrobras fica a apenas 100 metros desta impávida Tribuna da Imprensa. (H.F.)

24 thoughts on “Lembrando o que Helio Fernandes escrevia sobre o “entreguista” FHC

  1. T.I. – Túnel do Tempo

    Sr. Newton, direto do túnel do tempo.

    Andando pelas Avenidas Escuras da Rede , veja que artigo interresante “em trombei”.

    Faustão se estivesse com sua carteirinha da 8a. Maravilha do Mundo, o famoso SUS do Maior Ladrão que o Mundo já viu, a essa hora já tinha partido para a Cidade do Pé Junto…

    Ma$$$$

    SAÚDE

    Auditoria inédita do TCU aponta que desorganização e falta de segurança facilitam fraudes na fila de espera por um órgão

    Lista de transplantes, na prática, não existe
    MALU DELGADO
    DA REPORTAGEM LOCAL

    Auditoria do Tribunal de Contas da União aponta que o sistema nacional de transplantes é extremamente sujeito a fraudes, podendo ser facilmente alterada a ordem de inscrição de pacientes na lista de espera de um órgão.
    Nas centrais estaduais, há desorganização e falta de segurança nos sistemas de informática. Não há explicação, por exemplo, por que doentes que constam nos primeiros lugares da lista não foram chamados para o transplante.
    Na prática, a auditoria inédita do TCU comprova o que até então era suspeita de muitos especialistas do setor de saúde e pacientes: a lista nacional de transplantes, prevista pelo decreto 2.268, de junho de 1997, na prática, não existe. Ou seja: as centrais de transplantes dos Estados não se comunicam e também não passam informações adequadamente a quem controla o sistema, o Ministério da Saúde.
    O trabalho, ao qual a Folha teve acesso, foi aprovado por unanimidade na última quarta e é relatado pelo ministro Marcos Vilaça.
    Esperam um transplante 62.785 doentes (dado de maio de 2005), mas o TCU concluiu que a eficácia do Programa Doação, Captação e Transplante de Órgãos e Tecidos está seriamente comprometida.
    O programa nacional de transplante consome mais de R$ 400 milhões dos cofres públicos por ano e o objetivo é exatamente minimizar o tempo de espera dos pacientes na fila com a integração entre as centrais. O SUS financia todos os tipos de transplante no Brasil, hoje o país que detém o maior sistema público de transplantes do mundo.
    “Cada vez que o telefone toca, penso que chegou a minha vez”, diz o aposentado Aguinailton Ribeiro de Souza, 45, há 11 anos na fila do transplante de rim em São Paulo. Ele utiliza ônibus, trem e metrô para se submeter a sessões de diálise, dia sim, dia não, em uma clínica a 33 km da sua casa.
    A auditoria mostrou que nas 22 centrais estaduais e nas 8 regionais, os sistemas de informação são incompatíveis, o que impede a existência da lista única. O alerta sobre o problema já tinha sido feito por gestores do programa em 2000. A coordenação do programa procurou, então, desenvolver um software moderno e único, que era usado em São Paulo. Após mais de cinco anos, o sistema ainda está em teste nos Estados.
    Por causa dessa incompatibilidade, caso haja um órgão que não tenha um receptor no Rio de Janeiro, por exemplo, outras centrais não ficarão sabendo.
    Em 2005, a família do garoto Antonio, que morreu aos 9 anos, não conseguiu doar o coração do menino em razão da confusão entre as centrais. A morte ocorreu no Rio. A central não tinha receptor para o órgão e também não houve comunicação para oferecê-lo a outros Estados.
    A equipe de auditoria solicitou à Central Nacional de Notificação, Captação e Doação de Órgãos dados sobre os receptores da lista nacional. Resposta: não estavam consolidados ou disponíveis. Os dados tiveram que ser colhidos. Apenas 15 centrais estaduais enviaram as respostas. Ainda assim, com atraso, erros, dados incompletos ou falta de endereços. Houve casos em que a atualização foi repassada por fac-símile.
    Além do problema da comunicação, há o da segurança. Em quase todas as centrais, aponta o TCU, não há registro sobre o número de funcionários que detêm as senhas que dão acesso às listas. As senhas não são renovadas e podem ser facilmente descobertas -possibilitando alterações sem deixar pistas. Também não são feitas cópias de segurança.
    Em Brasília, por exemplo, constatou-se que o sistema “permite a geração de listas sucessivas de seleção de receptores, ficando registrada no sistema só a última gerada”. Os equipamentos, em boa parte das centrais estaduais, não estão protegidos em salas reservadas. Há casos de computadores que nem sequer têm antivírus.
    “Os sistemas em uso não registram os motivos pelos quais um paciente que tenha constado nos primeiros lugares das listas geradas para alocação de órgãos não foi selecionado”, diz o relatório.
    A auditoria operacional, uma metodologia de fiscalização importada do Reino Unido pelo TCU, não só identifica fraudes, mas também analisa a eficácia de políticas públicas. No caso do programa nacional de transplantes, o órgão afirma que “os processos, em termos de recursos alocados e procedimentos realizados, ainda não têm sido suficientes para o atendimento das necessidades de toda a população”.

  2. Lamentável que um cidadão inexpressivo intelectualmente que nem você, seja capaz de atacar um intelectual verdadeiramente preparado do porte do FHC.

  3. Muito obrigado CN,Schossland,pela deferência.
    Mas,quem ganha é os leitores dessa trincheira,TRIBUNA DA INTERNET -SOB SIGNO DA LIBERDADE.

    Sempre é bom degustar, saborear palavra por palavra do mestre HÉLIO FERNANDES,continua atual,mesmo com personagens diferentes….

    Lembro do PELÉ,foi cooptado e fez o maior alarido,(pago p/FHC), Petrobrás entrar na bolsa de valores dos gringos.

  4. Puxa..Carlão…Que lembrança MARAVILHOSA…
    Do querido HF…(Tive o prazer de conhecê-lo)…Que texto …Que artigo…Que brado de alerta ao Futuro da nossa NAÇÃO…Tem um velha guarda( PC) que devia se espelhar no JORNALISTA sem aspas…HF ( RIP)…E reconhecer que está se desviando da VERDADE e voltar às ANTIGAS veredas…do autêntico jornalismo ..em prol da coletividade e verdade.
    Valeu Carlão ( daquela geração de ouro do jornalismo verdade …o Sr.Carlao…e o Sr. Alexandre Garcia..)
    Por essa GRATA lembrança da nossa querida TRIBUNA DA IMPRENSA …Na pessoa do Jornalista HF…( RIP…).
    Saúde e paz Carlao …para tua Alma e na de todos da sua casa…

    YAH NOSSO CRIADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…

  5. Muito das desgraças que nos abrange, são o resultado do governo desse arrogante. Foi o precursor do mensalão e do petrolão. Chamou os aposentados de vagabundos e se aposentou com menos de quarenta anos. E é um dos responsáveis pelo esfacelamento do serviço publico

  6. De outra banda..

    SUS, não sei,que seria dos cem milhões de Brasileiros sem o SUS.

    SUS,foi criado pela constituinte 88,pelo humanista BERNARDO CABRAL,e outros,preocupados com o bem estar da população de baixa renda.

    Pergunto !!!
    Quem tem condições de pegar plano de saúde Unimed,Amil ,etc…que cobram 700,00 por cabeça…

    PS: Pergunta por Emerson Fitipaldi,estava na sua fazenda,passou mal,foi SUS que o atendeu.

    Senhor Bolsonaro,foi atendido pelo SUS na MG.

    Os elitistas burgueses-entreguistas,não valoriza o quê é coisa nossa.

  7. FHC, foi um dos “Irmãos Siameses” facilitadores da maré e convenhamos, teve toda liberdade conjuntural para fazer o que fez, tendo deixado para seus sucessores todos os CORRUPTÍVEIS mapas das minas, necessárias para locupletar revesados e intermináveis mercenários infiltrados e preparadores dessa ACACHAPANTE maré vermelha!
    PS. Seguindo as digitais “CFR” e suas extensões mundiais, localizámos seus pupilos interesseiros e maus conselheiros, haja sabido e visto em:
    “O Futuro Está Chamando.”
    Parte 2: “Organizações Secretas e Agendas Ocultas.”
    G. Edward Griffin.”
    https://www.espada.eti.br/futuro-2.asp

    • Extraido do mesmo artigo:
      “A Chave Que Destrava a Porta Que Oculta os Segredos.”
      “Os símbolos fabianos da tartaruga e do lobo em pele de cordeiro adornam uma vidraça que ficava na sede da Sociedade Fabiana. Dizem que a vidraça foi removida por questões de segurança, mas existem muitas fotografias que mostram os símbolos em grande detalhe. A parte mais significativa aparece no topo. É aquela famosa linha de Omar Khayyam:

      Querido amor, poderíamos você e eu com o destino conspirar
      para compreendermos todo este triste esquema de coisas?
      Não o faríamos totalmente em pedaços
      E o remodelaríamos mais de acordo com o desejo dos corações?
      Permita-me repetir o verso. Ele é a chave para compreendermos a história moderna, e destrava a porta que oculta o segredo da guerra contra o terrorismo:

      Querido amor, poderíamos com o destino conspirar
      Para compreendermos todo este triste esquema de coisas?
      Não o faríamos totalmente em pedaços
      E o remodelaríamos mais de acordo com o desejo dos corações?
      Em outra parte na vidraça há um retrato de Sydney Webb e George Bernard Shaw batendo na Terra com martelos. A Terra está em uma bigorna e eles estão batendo nela com martelos — para despedaçá-la! Isto é o que eles estavam dizendo no Fundo Carnegie. Isto é o que eles estavam dizendo na Fundação Ford. “A guerra é o melhor modo para remodelar a sociedade. Guerra! Ela irá deixar a sociedade em pedaços, partindo-a. Em seguida, podemos remodelá-la mais de acordo com o desejo do coração.” E qual é o desejo do coração deles? Senhoras e senhores, é o coletivismo.”

  8. Sr. Newton

    Meus inimigos se me conhecessem melhor, iriam odiam ainda mais…..

    Devido as restrições no blog, não posso escrever o que queria realmente.

    Grande abraço

    e vamos em frente que atrás vem o Multi-Ladrão e seus ceguidores de sempre….

  9. FHC e José Serra entregaram a então Cia. Vale do Rio Doce por míseros $$3 bilhões de dólares, a perder de vistas e com porteiras fechadas .

  10. Vendeu-se à seara política como joia rara, intelectual de vanguarda, mas, na verdade, no frigir dos ovos, revelou-se apenas mais uma bijuteria, o suposto intelectual de vanguarda, filhote de general, revelou-se apenas mais um intelectualoide partidário bitolado pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, conservador do sistema apodrecido dos me$mo$, que, infelizmente, a exemplo de seus antecessores, fez o Brasil perder o Novo Trem da História, no caso, usando o “plano real” indevidamente como um fim eleitoral e reeleitoral em si mesmo e não como o meio necessário para criar o clima ideal para atingirmos a finalidade transformadora da política e do estado brasileiro, como proposto pela RPL,PNBC-DD-ME, missão essa à qual fora concebido, originalmente, e, como consequência do seu oportunismo inescrupuloso, tornou muitíssimo pior o que em si já era muito ruim, escancarando assim as portas do sistema apodrecido para a podridão total.

  11. Sr. Newton

    Apenas um tira-gosto, como se dizia antigamente

    QUESTÃO AGRÁRIA

    Propriedade é em MG

    Presidente tirou sua fazenda do vermelho

    BRUNO BLECHER
    Editor do Agrofolha

    O presidente Fernando Henrique tem bons motivos para endurecer o jogo com os ruralistas. Fazendeiro de primeira viagem, FHC conseguiu tirar do vermelho, há dois anos, a Córrego da Ponte, sem dever um tostão aos bancos.
    A fazenda dos Cardoso, em Buritis (noroeste de MG, a 160 km de Brasília), de 1.100 hectares, produz gado brangus (cruzamento entre o nelore e o abeerden-angus), planta soja (300 hectares), milho e milheto para silagem e agora se prepara para entrar também no café irrigado.
    “Vamos produzir este ano 200 touros brangus”, diz o pecuarista Jovelino Mineiro, que no ano passado comprou a parte das herdeiras de Sérgio Motta, ex-sócio de FHC na fazenda, morto em 98.
    Mineiro não revela números, mas considerando os preços médios da soja e dos tourinhos, a fazenda deve faturar, nesta temporada, cerca de R$ 500 mil.
    Genro de Roberto de Abreu Sodré, ex-governador de São Paulo, Mineiro é amigo de FHC desde os tempos da Sorbonne, em Paris. Foi ele quem convenceu, em 95, o presidente a selecionar brangus.
    Antes, a Córrego da Ponte dava prejuízo. Produzia soja e gado nelore chinfrim. Chegou até mesmo a ficar na mira dos sem-terra.
    “A fazenda é rentável e não tem dívidas, embora esteja em uma região árida”, diz Mineiro. Com Luciana Cardoso, filha de FHC e administradora da Córrego da Ponte, ele está preparando um lote de tourinhos para o leilão de Presidente Prudente (SP), em setembro.
    No ano passado, em Rancharia (SP), a Córrego da Ponte faturou R$ 73 mil com a venda de 33 tourinhos no leilão da fazenda Sant’Anna, em Rancharia (SP). Neste ano, vendeu 14 tourinhos por R$ 31,5 mil no leilão de Rancharia.
    O próximo passo é o café. Animados com o sucesso da cultura nos cerrados, FHC e Mineiro decidiram plantar dez hectares com irrigação por gotejamento.
    “O presidente é apaixonado pela conquista dos cerrados. Gosta da paisagem tosca do sertão mineiro, que o faz lembrar os personagens de Guimarães Rosa”, diz Mineiro. FHC gosta de caminhar pelas veredas, apreciando os buritis e as flores do cerrado.

    Mar de dívidas
    A Córrego da Ponte é exceção à regra em Buritis, cidade de 20 mil habitantes. No ano passado, a região enfrentou um longo período de seca, que queimou pastos, matou parte do gado e causou sérios prejuízos aos produtores.
    “Aqui muitos estão com a corda no pescoço”, diz Afrânio Nogueira, agrônomo da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural). Os pequenos produtores, que vivem da pecuária de leite e de corte, devem R$ 1,7 milhão ao Pronaf (linha de crédito destinada à agricultura familiar).
    A maioria, segundo ele, tomou emprestado R$ 10 mil para investimento e agora não está conseguindo quitar as prestações.
    Os médios agricultores, plantadores de soja, também estão atolados em dívidas com o Prodecer (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados).
    Os oito assentamentos (280 famílias) enfrentam dificuldades de infra-estrutura. “Muitos abandonaram os lotes”, diz Nogueira.
    “Tem seis meses que o Incra não aparece por aqui. O governo cortou a verba de combustível”, afirmou.
    Nogueira diz que o fato de o presidente ter uma fazenda na cidade não ajuda em nada. “Até atrapalha. Produtores vizinhos de FHC estavam quase conseguindo o asfaltamento de uma estrada. E o asfalto acabou não saindo porque o presidente achou que não ficava bem…”

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