Por causa de Cid, inquérito do golpe de Bolsonaro pode resultar em nulidades

Charge do Jorge Braga (Arquivo Google)

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

Até o chamado “Mensalão”, que resultou de uma denúncia do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que haveria na Casa Civil da Presidência um esquema de compra de votos de votos na Câmara para apoiar o governo Lula, quase não se tinha precedentes de deputados federais e senadores condenados pelo Supremo.

Seus processos eram mantidos em sigilo de justiça; a maioria dos réus acabava absolvida por falta de provas, erros processuais ou se livrava de condenação por decurso de prazo.

A partir do “Mensalão”, pipocaram dezenas de escândalos envolvendo políticos, devido a desvio de recursos públicos, superfaturamento de obras e serviços e uso generalizado de “caixa dois eleitoral”. Desde priscas eras, esse era o modelo de financiamento da política brasileira, mas havia se esgotado com a Constituição de 1988, embora resista até hoje.

LAVA JATO – O coroamento desse processo foi a Operação Lava-Jato, que embalou o tsunami eleitoral de 2018 e levou ao poder o ex-presidente Jair Bolsonaro, principal beneficiário dos movimentos que ergueram a bandeira da ética da política, à revelia de muitos dos seus porta-estandartes.

o contrário da Lava Jato, marcada por arbitrariedades e barbeiragens jurídicas, o processo do “Mensalão” teve começo, meio e fim de acordo com os ritos do devido processo legal.

Assim como o caso do presidente Lula da Silva – enxertado no escândalo da Petrobras pelo então juiz federal Sérgio Moro, que não era o “juiz natural”, o que resultou na anulação da condenação –, o inquérito que apura a tentativa de golpe de 8 de janeiro, a cargo do ministro Alexandre de Moraes, tem singularidades que precisam ser bem fundamentadas para não afrontar o devido processo legal, sob risco de gerar nulidades futuras.

ÁUDIO DE CID – O sinal de alerta é o vazamento do áudio de conversas telefônicas do tenente-coronel Mauro CID, ex- ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, que fez delação premiada.

Nelas, o militar relata ter sofrido pressão da Polícia Federal e classifica como “narrativa pronta” o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.

As acusações de Cid nos áudios fizeram com que ele fosse chamado a prestar depoimento, na sexta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o termo da audiência, divulgado pelo ministro Moraes, na oitiva, o militar disse que a sua delação foi feita “de forma espontânea e voluntária.”

NÃO SE LEMBRA… – Cid relatou não se recordar para quem “falou as frases de desabafo, num momento ruim”. Disse que “ninguém o teria forçado” e confirmou “integralmente” o depoimento que deu à PF no último dia 11.

Se o acordo for anulado, Cid perde todos os benefícios, como redução de pena, responder em liberdade e retirada de medidas cautelares. As declarações feitas por também podem ser desconsideradas. Continuariam válidas, porém, as provas apresentadas pelo militar, como troca de mensagens com outros investigados, documentos como a minuta golpista encontrada no seu computador e interceptação de ligações telefônicas.

Ninguém sabe quem vazou os áudios, mas os principais beneficiados são o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais denunciados pelo ex-ajudante de ordens e outros integrantes da conspiração golpista.

10 thoughts on “Por causa de Cid, inquérito do golpe de Bolsonaro pode resultar em nulidades

  1. T.I. – Memória…

    “… Durante um dos períodos mais sombrios da história humana, em 27 de março de 1940, foi ordenado que se construísse o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Embora não tenha sido o único campo de extermínio construído, nem o primeiro, foi o que se tornou o maior símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. A ordem para sua construção partiu do nazista Heinrich Himmler, braço direito de Hitler e chefe da temida SS. Auschwitz acabou sendo um mais infames instrumentos de extermínio da história, e recebia seus prisioneiros com o lema “Arbeit macht frei” (“O trabalho liberta”) inscrito no portal de entrada. Entre seus prisioneiros mais notáveis, está a menina Anne Frank, que teria passado dois meses em Auschwitz no fim de 1944, antes de ser transferida para Bergen-Belsen, onde morreu de tifo em 1945….”

  2. “NÃO SE LEMBRA… – Cid relatou não se recordar para quem “falou as frases de desabafo, num momento ruim”.

    Como não se lembra?

    Ele pode dizer o que quiser, mas a justiça jamais vai aceitar essa desculpa totalmente desvairada.

    É evidente que tudo isso que ele faz tem a instrução claríssima do advogado.

    O intuito é mais cristalino que água de Iceberg.

    Pergunto aos tributarios e até pro Sr. Carlos Newton, porque não entendo patavinas do assunto:

    Diante das sucessivas tentativas de obstrução de justiça, o advogado pode ser preso?

    Se o advogado não estiver de acordo com esses movimentos do Cid, deveria largar o osso, mesmo cheio de carne ainda, pois a Cid Family Trust, ainda tá com muita grana pra dilapidar e o advogado vai deixar eles mais pelados que rato recém-nascido.

    Portanto, se o advogado não larga esse boca rica, é porque ele corrobora e instrui seu cliente a tumultuar o processo.

    Pergunto novamente: Num caso assim, o advogado pode ser preso também?

    Deixo um abraço aos tribunários e também pro Sr. Carlos Newton.

    José Luis

    • Amigo José Luís Espectro,

      Desculpe ter sido obrigado a afastar o robô Batista Filho, com quem você se relacionava bem, assim como outros participantes, que nem desconfiavam que ele fosse um humanoide.

      Quanto aos advogados, no exercício da profissão só podem ser presos em flagrante de crimes inafiançáveis, que são poucos.

      Abs;e vamos em frente,

      CN

      • Obrigado Sr. Carlos Newton.

        Tinha me afeiçoado ao robô. rsrs…
        Acho que tô ficando meio doido… kkk
        Mas, o Sr. tem todo o direito de afastar quem o Sr quiser, afinal o blog é seu e o Sr. conduz do seu jeito.

        Não me canso de repetir que este é o melhor blog do Brasil.

        Um grande abraço,
        José Luis

  3. POR QUE A MENTE ESQUIZOFRÊNICA DOS EVANGÉLICOS BOLSONARISTAS OSCILA TANTO ENTRE JEOVÁ E JESUS CRISTO? O cérebro humano é muito novinho, muito bebezinho, muito incipiente, muito confuso, muito pouco evoluído, por isso os deuses e as religiões são vitais nos países do Terceiro Mundo. No calendário cósmico e planetário existimos há frações de segundos do tempo profundo. Nossa mente não está estabilizada para viver em família, muito menos em sociedade, até mesmo todo o planeta Terra é pequeno demais para nosso ego territorial animalesco. Por outro lado, não podemos mais viver em guerra familiar, com nossos vizinhos, o preço a pagar é muito grande tanto em desgaste psicológico, perdas de entes queridos, em clãs aliados, etc. Além disso, os deuses antigos sempre exigiam cada vez mais sacrifícios de nós, e não davam nada de mão beijada em troca, nada era garantido ou seguro por muito tempo. Quanto mais terras, riquezas e escravos conquistávamos, mais necessidades e problemas surgiam para manter tudo funcionando. Quanto mais corrupto é o Brasil, por exemplo, mais corrupto, criminoso, contumaz, impenitente precisa continuar sendo, já que nosso Poder Judiciário não tem poder, capacidade, estrutura, etc., para resolver nossa crise apocalíptica que se espraia há 40 anos! Jeová não era diferente dos demais deuses da antiguidade distante, pois prendia e arrebentava, deixava seus filhos de castigo por séculos a fio, sem aparecer, quando aparecia era pior ainda, vinha a insegurança dos desertos, das guerras de conquista, das promessas e ameaças políticas. Por outro lado, os filhos de Jeová não podiam viver para sempre na terras alheias, ou na própria terra sendo escorraçados por todos os invasores de plantão. Roma invade, Jeová desaparece novamente, desta vez nem mesmo diz que é castigo! Por isso mesmo, um grupo de judeus precisava fabricar um novo Deus, que conquistasse pelo amor, que convencesse, sem vencer pela espada, mesmo porque Roma era forte, imbatível, cruel, terrível, avassaladora. O Deus de Roma era Deus! Por via das dúvidas, os cristãos e imperadores romanos escritores constituintes da Bíblia agregaram o ‘’Não vim trazer a paz e sim a espada’’, bem como agregaram em seu Livro Sagrado, o velho bom, combativo, funcional Jeová. Todavia, Jesus Cristo não serviria somente para apaziguar os conquistados das novas terras, dos novos povos, pela força da palavra e do amor. Nossa mente viciada de 500 mil anos de brutalidade, sobrevivência do mais forte, uma ‘’criatura’’ muito mais para chimpanzés do que para bonobos precisava também ser domada. Nosso reflexo condicionado guerreiro, conquistador, egoísta, psicopata, sociopata, egocêntrico, muito bem explicitado na criança que se apropria dos brinquedos dos coleguinhas, indicava Jesus Cristo como melhor opção para solucionar as questões entre nosso diabinho de um ombro e nosso anjinho pousado no outro. Na política, os comunistas afirmam que o Diabo está no ombro direito, os nazistas afirmam que o Diabo está ombro direito da humanidade. Os cristãos ficam correndo de um lado para o outro na maior esquizofrenia, como antigamente, isto é, fugiam do Império Romano (paz), depois correram para se integrar ao Império Romano (espada). Antes, divinizaram a pobreza e a humildade, criticavam o Vaticano por seus negócios imobiliários no Reino dos Céus, agora vivem o admirável mundo novo da Teologia da Prosperidade. Os cristão católicos ao contrário optaram pela teologia da Libertação comunista, mesmo após tantas alianças e simpatias com o nazismo, inimigo dos comunistas ateus. Por outro lado, nos conflitos psicológicos pessoais frente ao ‘’pecado’’ o cientista ateu (não comunista) Sigmund Freud explicou muito bem o sucesso do cristianismo no tratamento psicossomático do homem da Idade das Trevas que vive entre nós no século XXI, principalmente os fanáticos cristão! Mas isso é outra história, que podemos abordar no próximo comentário. LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *