Lula quer um Estado grande e gastador, no estilo Dilma. mas esquece o fracasso dela

Tribuna da Internet | Terceiro governo Lula é como os de Dilma: quanto mais  intervenção, melhor

Charge do J.Caesar (Veja)

Fabiano Lana
Estadão

Trazer de volta um Estado grande e gastador, a filosofia que norteava os tempos de Dilma Rousseff, é o que está por trás da mudança no comando da Petrobras. O problema é o dia seguinte de inflação e recessão. E não há dúvidas de que Lula sonha com a volta do milagre do crescimento econômico de 2010, quando o PIB brasileiro avançou 7,5% numa onda de otimismo que contagiou a população.

 Era um período de um Brasil revigorado, quando havia a ilusão de que as grandes obras, incluindo estradas, refinarias, plataformas, estariam em todo lugar trazendo prosperidade e vida eterna ao petismo.

GASTO É VIDA – Essa aspiração do “gasto é vida”, em frase atribuída à então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é o que está por trás da mudança de comando da Petrobras ou mesmo na pressão pela queda dos juros determinados pelo Banco Central. O que não se conta é a página seguinte dessa miragem: a recessão de 2015 e 2016 com uma queda acumulada de 7,8% do PIB. Crise da qual ainda não nos recuperamos.

O Brasil grande lulodilmista previa uma série de obras que seguem inacabadas ou nunca saíram do papel: as ferrovias Transnordestina e Fiol, a Refinaria Abreu e Lima (que hoje funciona parcialmente), as refinarias premium no Maranhão e no Ceará, o trem-bala entre Rio e São Paulo, e uma série de obras que viraram ruínas ou belos projetos engavetados.

As que ficaram prontas ainda falta muito para o benefício que se pretendia: a transposição do Rio São Francisco, por exemplo.

CORRUPÇÃO GERAL – O período gastador resultou também em toda a corrupção que foi desnudada na operação Lava Jato, mas que a propaganda política atual tenta dizer que não ocorreu. Verdade que os abusos, ambições e vaidades dos integrantes da operação ajudaram para que qualquer ação de combate a crimes envolvendo o Estado hoje seja acusada de “fascismo”.

O petismo, em seu DNA, não acredita na ação privada a partir de marcos jurídicos claros e bons ambientes de investimento. Prefere uma economia conduzida por um Estado forte a contratar obras de grandes empreiteiras.

Um tipo de sociedade preconizada por economistas como John Maynard Keynes, com sua fé em obras públicas e juros baixos a reerguer uma nação. Curioso é que no Brasil, mesmo os empresários também se viciaram em proteções e benesses do Estado a ponto de nossos produtos manufaturados, atualmente, com as exceções conhecidas, tenham dificuldades de competir com o que chega de fora.

FALSIFICANDO KEYNES – De fato, é preciso dar o crédito, as ideias de Keynes foram fundamentais para o planeta se recuperar da grande depressão de 1929, no pós-segunda guerra, e mesmo na crise de 2008.

A questão é que Keynes prescreveu um remédio que funcionou razoavelmente em situações específicas, de crise e depressão, mas que se mal aplicado pode provocar uma crise inflacionária que prejudica sobretudo os mais pobres. A América Latina, em especial, padece desse mal.

Nesse sentido de keynesianismo mal interpretado, é resquício da era Dilma a pressão sobre o Banco Central. Até hoje paira a suspeita de que a instituição, naquele período, se curvou aos desejos da presidente e baixou os juros mais do que deveria.

DILMA FRACASSOU – O objetivo seria a aceleração dos investimentos. Ocorreu que após cerca de duas décadas de relativa estabilidade (fora o pico da transição entre FHC e Lula), a alta de preço superou os dois dígitos, assim como o desemprego. A era Dilma fracassou, isso é um consenso.

Mas, na fábula petista, o dilmismo falhou não pelos seus equívocos econômicos. Mas pela falta de habilidade política de uma presidente sempre boicotada por raposas como Eduardo Cunha ou Aécio Neves.

Enquanto isso, os promotores e o juiz da Lava Jato, Sergio Moro, cuidavam de paralisar o país. É uma história ótima para se contar para os convertidos. Para que não precisem lidar com o fracasso. O risco é acreditar nela e repetir o desastre.

HADDAD ACUADO – Nessa nova vitória do desenvolvimentismo estatal, com a queda do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a peça que não se encaixa é a do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Se Lula o escolheu para de fato equilibrar as contas, é porque por algum motivo não apostou todas as fichas no dilmismo revivido.

Mas, de fato, a cada dia o ministro perde um pouco mais de seus instrumentos para entregar o que se comprometeu.

10 thoughts on “Lula quer um Estado grande e gastador, no estilo Dilma. mas esquece o fracasso dela

    • Sujaram a reputação de outro cidadão exemplar da PF. Quem vai pagar o prejuízo de TAMANHA maldade e irresponsabilidade?

      Sem provas, mais um processo contra Anderson Torres é arquivado, que agora vahttps://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/58436/sem-provas-mais-um-processo-contra-anderson-torres-e-arquivado-que-agora-vai-acionar-os-acusadoresi acionar os acusadores

  1. A tragédia do Rio Grande “desnudou” o Estado Grande e Forte….

    Virou um Estadinho fraquinho, fraquinho…franquinho…, como todos estão á ver…

    Se não é o povão para salvar o povão, colocando o pé na lama o Estadinho do Ladrão neca de pitibiriba, como se dizia antigamente…(Sr. Newton, essa tirei do fundo do baú).

    grande abraço

  2. Adoro a ignorância do jornazismo brasileiro, acusam o imbrochável de ser fascista quando o cara não passa de mais um milico nacionalista. Stalinácio sim é um fascista disfarçado de esquerdista, porque quem quer tudo dentro do Estado e nada fora dele é o fascismo, só os ignorantes é que não sabem disto, mas quem se importa como diria o C.N.

  3. Ao usar esse termo pejorativo e depreciativo ” Estado Gastador ” , pressupõe -se de que não se deve ” retribuir em investimentos um único centavo do que se arrecada em impostos , em prol do país e seu povo , mas sim entrega-los a fundo perdido ao sistema financeiro ” nacional & estrangeiro ” , degradando ainda mais a qualidade dos serviços , deixando povo a mercê da própria sorte , mas o missivista Fabiano Lana (Estadão) omite o fato sem a presença do Estado Nacional , a empresa jornalística onde ele trabalha , não estaria em pé hoje , gerando emprego e renda , sendo que não denuncia os verdadeiros algozes , lesa-pátria e inimigos internos do país , que tomaram de assalto a administração pública .

  4. A mídia polarizada.
    Escreve para os convertidos desqualificando os adversários.
    O esculacho vale para os dois lados.

    “FALSIFICANDO KEYNES – De fato, é preciso dar o crédito, as ideias de Keynes foram fundamentais para o planeta se recuperar da grande depressão de 1929, no pós-segunda guerra, e mesmo na crise de 2008.”

    Falsificando Karl Marx.
    Seu Capital foi parido em plena revolução industrial onde a mão de obra barata era quase escravidão explorada pelo capitalismo selvagem.
    E cada qual escolhe seu Judas para malhar.

    Mâs, não vou esquentar a cabeça, já que estaremos todos mortos.
    “A longo prazo estaremos todos mortos” é provavelmente a frase mais conhecida do famoso economista J. M. Keynes.

    Será que Loola sabe disso, que vamos todos morrer?

    No curto prazo vai detonar a Petrobras, no médio prazo as outras estatais e no longo prazo havemos de pensar na Janja.

    Hehehe

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