Pesquisa mostra que os brasileiros estão fartos de bonitões e valentões na política

Charge do JCaesar | VEJA

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Dora Kramer

O presidente da República aparece cercado de adversários por todos os lados na última pesquisa Quaest/Genial que projeta cenários para 2026. Empata com a maioria, fica pouco à frente de uns dois menos votados e, no juízo de 66% dos consultados, não deveria se candidatar à reeleição.

Situação difícil, definitiva até não fosse o imponderável um personagem presente e atuante na política. O Luiz Inácio da Silva (PT) apontado na pesquisa é diferente daquele que olha para si e vê um “bonitão” escolhido pelo divino para ser a redenção do Nordeste e a salvação da pátria.

JÁ ERA… – O Lula visto da perspectiva do eleitorado parece ser um político que já deu o que tinha de dar, repetitivo e desatento às demandas da atualidade. Seu antagonista principal, Jair Bolsonaro (PL), tampouco faria a alegria das massas se elegível estivesse; 65% preferem que ele desocupe logo a vaga e ceda o lugar para que o jogo possa prosseguir.

À primeira vista esses dados de rejeição sobre o presidente e seu antecessor levam à conclusão de que a polarização cansou. Pode ser.

Estudo ainda em andamento do professor e analista Pablo Ortellado, da USP, mostra que os radicais são muito poucos, mas suficientes para mobilizar uns 20% de cada lado. Fazem barulho e por isso se sobrepõem à maioria silenciosa.

CHEGA DE POLARIZAÇÃO – A conclusão preliminar da equipe orientada por Ortellado é a de que o país não está partido em dois. Há esta impressão porque os oponentes radicalizados tomam conta da cena e interditam o caminho do debate mais racional e moderado.

A tese combina com os números da pesquisa, mas ainda é necessário confrontá-los com a realidade. Por ora, há adversários do centro à direita que avançam sobre um Lula atingido pela fadiga de material.

Quando, e se, a esquerda e/ou seus primos de centro-esquerda apresentarem outras armas de combate que não só o presidente, saberemos se os brasileiros estão mesmo cansados do embate político cruento ou se estão fartos da cantilena antiga, desejosos de ver gente nova no ringue.

3 thoughts on “Pesquisa mostra que os brasileiros estão fartos de bonitões e valentões na política

  1. Dona Dora, assim é se assim lhe parece.
    Ainda não vi esse nojo que a população tem quando Bolsonaro sai as ruas.
    Já Dom Curro não sai as rua impunemente.

    Do Claudio Humberto
    Cláudio Humberto

    A visita de Lula (PT) à França, até esta segunda (9), marcada pela troca de gentilezas com o presidente francês Emmanuel Macron, tem sido alvo de ironias nos meios políticos locais por uma coincidência constrangedora: ambos enfrentam devastadora reprovação dos respectivos eleitorados. Em autêntico “abraço de afogados”, Lula tem a rejeição de 57% dos brasileiros, de acordo com a mais recente pesquisa Quaest, e a repulsa dos franceses a Macron chega a recordes 73%.

    Eles não saem às ruas

    Tanto quanto Lula, Macron tem dificuldades de sair às ruas, exceto em “eventos controlados”, sem risco de encarar hostilidade dos insatisfeitos.

    Macron 26%, Lula 29%

    Pela Quaest, Lula só tem 29% de aprovação, enquanto pesquisa Odoxa aponta 26% para Macron, aquele que virou “sparring” da primeira-dama.

    Um mau presidente

    A esmagadora maioria de eleitores de todas as tendências considera Macron “um mau presidente”, observa Gaël Sliman, da Odoxa.

    Eleitor conta os dias

    No Brasil, 66% não querem Lula candidato em 2026 e, lá, 84% querem “virar a página de Macron até 2027”, fim do seu segundo mandato.

  2. Quem polarizou as eleições foi o PT com o apoio do STF. Tanto que soltaram o Lula para polarizar a eleição de 2022. Só não viu e entendeu quem tem deficiência cognitiva.

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