Domínio da Otan por Trump exibe como a Europa está em decadência

Donald Trump e Ursula von der Leyen durante cúpula do G7, no Canadá

Donald Trump e Ursula von der Leyen nesta cúpula do G7

Janio de Freitas
Poder360

Uma das características menos ou nada abordadas da tal pós-modernidade é o emburrecimento europeu. Claro, a palavra é grosseira, mas os seus equivalentes educados não refletem o retorno de brutalidade, de rusticidade mesmo, que também há nessa queda.

O fenômeno europeu pesa mais para os riscos da instabilidade mundial do que o choque entre a ascensão da China e a reação norte-americana. A criatividade política chegou ao seu ápice com a União Europeia, resultado de uma estrutura de soluções sutis que transformou em familiaridades o que eram ressentimentos seculares e competições mal resolvidas.

O TERCEIRO PODER – Com seu uníssono e com o tempo, a União Europeia viria a ser um terceiro poder, mais político e menos belicoso que os dois maiores. Fator de distensão e menos desequilíbrio.

[O período que a alemã Angela Merkel pode personificar, com a lucidez e a altivez das posições que inspirou, foi a entrada da União Europeia naquela fase avançada. Trump fazia o seu primeiro mandato. Quis ser Trump por inteiro com os Estados Unidos a reboque. A União Europeia o conteve.

A decisão dos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), de elevar seus gastos militares a 5% do PIB de cada um deles, é definitiva como falência dos governantes europeus.

ESPANHA REAGE – O único a questionar o dano do aumento para os gastos sociais e investimentos foi o premiê espanhol Pedro Sanchez: “Com 2,1% do PIB, a Espanha cumpre o programado pela Otan e assim seguirá, até porque a decisão correta seriam metas, e não totais financeiros”.

A Espanha foi acompanhada pela Bélgica e por um protesto tcheco. Nenhum dos demais negou o dano dos 5% em suas economias. Os 5% foram exigência pessoal de Trump na reunião da Otan em Haia, na terça-feira passada, dia 24.

Aos desobedientes, responderia com aumento de tarifas alfandegárias, como disse em referência à Espanha. Mas nem todos os 32 países-membros da Otan estão condenados a gastos absurdos.

SÓ IMPORTANDO – De fato, para quase todos não há como aplicar em curto prazo os montantes aumentados em até 150%, a não ser por um modo: gastando com grandes importações. E só a indústria bélica do país de Trump tem material e produção para tamanha demanda.

Trump não tratou de gastos militares, tratou de negócio. Sua especialidade. Tal como fez, há pouco, na venda colossal de armas à Arábia Saudita.

Onde jornalistas norte- americanos constataram que a família Trump multiplicou por três os seus negócios nos países arábicos, entre a posse do chefão, em janeiro, e maio. Algum desses repórteres pode ter a fácil ideia de investigar relações acionárias da família com a indústria bélica.

SONHO DE BIDEN –  A capitulação dos governos da União Europeia iniciou-se por cobranças de Biden, que sonhou com a destruição da Rússia “até não ter mais poder militar”, como disse o seu secretário de Defesa.

 Mas que a pusilanimidade chegasse à indiferença ante o que vários presidentes e premiês europeus reconhecem como genocídio em Gaza, é recuar a Europa ao portal da bestialidade de sua década de 1930.

A degenerescência não é só europeia, o mundo vai mal. Mesmo assim, a capitulação da União Europeia traz ameaças tão grandes quanto as piores já feitas.

4 thoughts on “Domínio da Otan por Trump exibe como a Europa está em decadência

  1. Malafaia: “(…) Temos uma direita (…) vagabunda, que se vende”

    “Se isso aqui fosse um país sério, [Alexandre de Moraes] tomava um impeachment e iria para cadeia.

    Sabe por que um cara desse não toma? Porque temos uma direita prostituta, vagabunda, que se vende”.

    (Silas Malafaia), pastor, em mais uma manifestação bolsonarista em São Paulo)

    Fonte: Metrópoles, Frase do Dia, 30/06/2025 07:00 Por Guga Noblat

  2. Ex-mito, cada vez menor: ‘Nem preciso ser presidente’

    Número de apoiadores na Paulista é o menor dos três atos convocados desde fevereiro de 2024

    Segundo o Cebrap da USP, havia 12,4 mil pessoas no comício do ex-mito no pico do ato.

    O fato é que só se faz uma manifestação como essa para expor apoio popular, e a mensagem passada pela diminuição de gente na rua é o oposto do esperado.

    “Nem eu preciso ser presidente”, discursou o ex-mito no domingo, em outra demonstração de fraqueza, mas calculada como discurso para concentrar os esforços nos votos para o parlamento.

    O homem que vem dizendo há anos que voltaria a governar o Brasil afirma agora, aparentemente resignado, que bastará seguir como presidente de honra do PL para comandar (???) o país via Congresso Nacional.

    Sem perspectiva de poder, o ex-mito está evidente menor, ajudado pela debilidade dos adversários de esquerda.

    Há muito caminho a percorrer até a eleição de 2026, e o ex-mito deve sofrer uma nova condenação até lá, desta vez criminal, o que o tiraria não apenas da eleição, mas das ruas.

    A diminuição de apoiadores dispostos a protestar (???) ao seu lado não dá um bom horizonte para o ex-presidente, e seu repetitivo discurso no palanque parece desgastado. Suas perspectivas não parecem nada boas.

    Fonte: O Antagonista, Opinião, 30.06.2025 08:43 Por Rodolfo Borges

  3. Senhor Panorama , mas o pastor Silas Malafaia também se vendeu ao ” vil metal ” do tráfico de drogas e das milicias do RJ , recebendo tais recursos de procedências criminosas através de suas ” Igrejas Evangélicas Vitória em Cristo ” , sendo que até hoje Silas Malafaia não questionou e nem contestou a veracidade e autenticidade das provas encontradas pelos investigadores envolvidos .

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