Bolsonaro confronta, Moraes radicaliza e as armas de Trump miram o Brasil

Bolsonaro diz em depoimento à PF que compartilhou 'sem querer'

Charge de I Convergente, de 2023, era premonitória

Eliane Cantanhêde
Estadão

Quanto mais Jair Bolsonaro estica a corda e confronta, mais o ministro Alexandre de Moraes reage endurecendo as medidas cautelares. É assim que os dois vão acostumando a sociedade com a possibilidade de prisão do ex-presidente após a condenação final pelo Supremo, prevista para setembro, por tentativa de golpe. Quando, e se, ocorrer, a prisão definitiva já terá sido “naturalizada” até pelos bolsonaristas.

Há, porém, um obstáculo no meio do caminho: a chantagem de Donald Trump, exigindo o fim imediato dos processos contra Bolsonaro, em troca do recuo da tarifa de 50% para grande parte de produtos exportados pelo Brasil para os EUA. Moraes não tem alternativa. Ceder a Trump está fora de cogitação.

TÁTICA DA PROVOCAÇÃO – Ao confrontar Moraes, o Supremo e as instituições, mais e mais, Bolsonaro só agrava a sua própria situação jurídica e a do filho 03, Eduardo Bolsonaro, também adepto da tática de provocação.

De outro lado, ao reagir com tornozeleira e agora com prisão domiciliar, Moraes pode agravar a retaliação de Trump contra ele, sua família, os colegas ministros, o Supremo, as indústrias, os empregos e o PIB do Brasil. E não tem saída.

Depois da tornozeleira e da restrição de circulação e comunicação, Bolsonaro sabia o que estava fazendo, ao entrar no domingo, ao vivo, pelo celular do senador Flávio Bolsonaro, num ato ostensivo contra o STF e a soberania brasileira.


TUDO COMBINADO
– São movimentos combinados com Eduardo Bolsonaro, que ataca governadores, presidente da Câmara, aliados e até o porta-voz do grupo, deputado Nikolas Ferreira.

Nikolas engoliu em seco e foi ao ato da Avenida Paulista, mas Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Romeu Zema e Ronaldo Caiado não deram as caras.

Cada um tem lá o seu pretexto, mas vamos combinar? Como um governador poderia ir a ato contra o STF e de adoração a Trump, algoz do Brasil?

No dia seguinte, horas antes da decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro, o peculiar senador Marcos Do Valpousou no aeroporto de Brasília, foi recebido pela PF e também ganhou tornozeleira, por desdenhar da proibição de sair do País e usar um passaporte diplomático escondido em casa. Coincidência de datas? Ou parte da provocação?

SUSPENSE TOTAL – Moraes devolve aprofundando as cautelares, inclusive uma nova busca e apreensão contra Bolsonaro, mas as armas e as sanções de Trump continuam viradas para o Brasil: as investigações com base na Seção 301, até do Pix e da Rua 25 de Março, e o veto a negócios com a Rússia.
Todos os lados estão radicalizando e a pergunta imediata é: como fica o início do tarifaço nesta semanaa? Que surpresa Trump nos reserva?

6 thoughts on “Bolsonaro confronta, Moraes radicaliza e as armas de Trump miram o Brasil

  1. A Índia deu de ombros pro trumpete e continua comprando petróleo russo?

    Estão mostrando que existe vida fora do comércio com os EUA.

    E assim, desse jeitinho, o poder americano está virando pó.

    O mundo balança na contra mão dos EUA e outros horizontes, vão se abrindo.

    A médio prazo, o trumpete que quer tiranizar o planeta, está perdendo o fôlego.
    A derrocada dos Estados Unidos (que ainda tenta cantar de galo) é um fato.

    Donald Trump não terminará o mandato, isso tudo cheira a Atlantic City, é o laranjão, será afastado da presidência, assim como foi afastado do seu império.
    Trump será implodido, como seu hotel, o Trump Plaza Hotel.

    Quem viver, verá…

    José Luís

  2. Data Vênia Máxima Doutora Eliane Cantanhede, porventura a senhora comeu bosta quando era criança? Não seria o governo democrático brasileiro que confronta o governo fascista americano?
    Quantos Bolsonaros existem no resto do mundo para provocar as taxas ‘abusivas’ do Donald Trump?
    Quem é o Bolsonaro chines, russo, inglês, francês, indiano, escandinavo, africano e asiático?
    Meu medo é que o senhor José Luís mande implodir o Trump Plaza Hotel e empale o presidente em praça pública provocando a Terceira Guerra Mundial.

  3. Se depender de disposição de luta, determinação, coragem… esqueçam o respeito que nos seria devido como país. Ora, um garoto que mal saiu das fraldas, sem cacife e sem brain, se associa a outros medíocres de língua estrangeira e tenta nos atemorizar – e consegue! E daí que o Trump vai nos taxar, vai nos ameaçar. A nossa declaração da independência data de 7 de setembro de 1822!
    Give me a break, dona Eliane!

Deixe um comentário para James Pimenta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *