Que tal Lula indultar Bolsonaro e dizer que não teme enfrentá-lo?

Lula foi “indultado” pelo STF e pode “indultar” Bolsonaro

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

No último dia de agosto fez nove anos que o Senado impediu Dilma de continuar presidente, mas não a impediu por oito anos futuros de ocupar cargo público, como manda a Constituição. A maioria do Senado, num julgamento conduzido pelo presidente do Supremo (Ricardo Lewandowski) descumpriu a Constituição na cara de todo mundo e nada aconteceu.

Não houve escândalo, protesto, crítica. O país parece alienado, omisso, embrutecido ou, como tenho insistido, masoquista, porque parece gostar de sofrer.

“FIM DO MUNDO” – Aconteceu o mesmo há seis anos, quando Dias Toffoli criou o “inquérito do fim do mundo”, sem Ministério Público, contrariando a Constituição, e nomeando, sem sorteio, o relator Alexandre de Moraes.

Dentro do inquérito, o Supremo exerceu seu ativismo contra o bolsonarismo. Luis Roberto Barroso já explicou que o Supremo não é mais um departamento da Justiça, mas um tribunal político.

Ele próprio, mesmo sendo ministro da suprema corte, proclamou, em reunião da UNE, “nós vencemos o bolsonarismo”. Na véspera do julgamento de Bolsonaro, antecipou a sentença: “Em breve nós vamos empurrar o extremismo para a margem da história”. Tudo às claras e sem causar escândalo. Nação passiva, apagada.

JUIZ NATURAL – Até as pedras portuguesas que calçam a Praça dos Três Poderes sabem que o Supremo não é o juiz natural da gente presa ardilosamente depois do 8 de Janeiro; que não há o devido processo legal quando não há individualização do processo nem amplo direito de defesa; que no Supremo os réus ficam privados do direito ao recurso; que boa parte dos juízes detesta o réu principal; que tudo está mais para vingança do que por justiça; que o objetivo é eliminar Bolsonaro e os bolsonaristas.

Pelas entrevistas de alguns do Supremo, já se sabe o resultado há muito tempo: Bolsonaro será condenado. Segundo divulgado pelo Metrópoles, já está até escolhido o presídio da Papuda para a execução da pena.

NADA FOI FEITO – As pedras da praça foram ouvidas na Europa e nos Estados Unidos, mas não no Congresso. O verdadeiro tribunal político numa democracia é o Congresso dos representantes do povo. Mas nada foi feito para recuperar a Constituição e o devido processo legal. Nada que fosse efetivo.

Aí, entra Donald Trump, porque está em jogo a democracia no continente americano. Ameaça punir com a Lei Magnitsky os que seguirem o relator Moraes, já punido.

Dizem que o mais preocupado é o presidente Barroso, pelos laços afetivos e materiais que tem com os Estados Unidos.

PERDE-PERDE – Foi assim lançado um jogo de perde-perde que desafia o Supremo, o Executivo e a nação. A solução poderia ser encontrada em alguma ilha de grandeza num oceano de pequenez intelectual.

No Congresso, são poucas as mentes brilhantes, não oportunistas; não são exigidas qualidades de estadista aos que se elegem presidentes das casas.

Políticos do lado de Bolsonaro já o consideram condenado e estão de olho no legado.

INDULTAR BOLSONARO – Seria inteligente Lula anunciar um gesto de grandeza e indultar Bolsonaro, alegando que não o teme em eleição.

]Gesto do mesmo tamanho seria o de Bolsonaro anunciar que, para pacificar tudo, se compromete a não ser candidato – ele até já comentou isso.

Mas, num país alienado e masoquista, parece que é preferível ficar na arquibancada e esperar que Trump entre em campo para decidir um jogo que não é dele, embora, na realidade, ele seja o dono da bola.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

9 thoughts on “Que tal Lula indultar Bolsonaro e dizer que não teme enfrentá-lo?

  1. Esse senhor tem, de fato, uma respeitável trajetória no jornalismo. Mas talvez fosse mais digno pensar em dependurar as chuteiras antes que, em ato de teimosia, elas acabem chutando apenas o ridículo e, por consequência, aterrissando direto no lixo. Há uma tênue linha entre encerrar a carreira com elegância e arrastar o prestígio até transformá-lo em nota de rodapé constrangedora.

  2. O mundo é um tabuleiro onde só jogam servis prepostos para tanto alçados e LOCUPLETOS, objetivando sem pestanejar, cumprir a nefasta e apátrida agenda khazariana, tornando-os agentes estrangeiros, traidores de suas relegadas pátrias e de seus havidos desassemelhados!

  3. Um artigo perfeito. Alexandre Garcia, mestre do jornalismo, escreve de modo claro o que acontece no Brasil. Como sempre, mais uma colaboração importante enviada por Mário Assis Causanilhas e publicada na Tribuna da Internet pelo editor Carlos Newton.

    Aliás, gostei muito de um comentário aqui onde o editor revelou a interessante história “Carlos Newton e Newton Carlos”, curiosidades positivas e inspiradoras do jornalismo brasileiro.

    Voltando:
    Uma alegria para muitos eleitores, mas meu pai avisou:
    “Haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 13:42, 24:51) alertando para uma situação difícil, de extremo sofrimento, angústia, raiva e tormento.
    Na verdade: um futuro negro.

    Uma esperança que logo se mostrou um engodo. Uma figura caricata, uma decepção. Um ambicioso político, incompetente para enfrentar os desafios de um mundo global que cobra estratégias inteligentes e ousadas. E ainda cooptando boa parcela da mídia, que amestrada aceita fazer “trabalho sujo” abdicando de sua função que deveria estar comprometida com a verdade e a informação democrática ao cidadão.

    Curtinhas

    PS.: “FIM DO MUNDO” – Aconteceu o mesmo há seis anos, quando Dias Toffoli criou o “inquérito do fim do mundo”, sem Ministério Público, contrariando a Constituição, e nomeando, sem sorteio, o relator Alexandre de Moraes.
    Dentro do inquérito, o Supremo exerceu seu ativismo contra o bolsonarismo. Luis Roberto Barroso já explicou que o Supremo não é mais um departamento da Justiça, mas um tribunal político.
    (Alexandre Garcia)

    PS. 02: “NÓS VENCEMOS O BOLSONARISMO” – Ele próprio, mesmo sendo ministro da suprema corte, proclamou, em reunião da UNE, “nós vencemos o bolsonarismo”. Na véspera do julgamento de Bolsonaro, antecipou a sentença: “Em breve nós vamos empurrar o extremismo para a margem da história”. Tudo às claras e sem causar escândalo. Nação passiva, apagada.
    (Alexandre Garcia)

    PS. 03: JUIZ NATURAL – Até as pedras portuguesas que calçam a Praça dos Três Poderes sabem que o Supremo não é o juiz natural da gente presa ardilosamente depois do 8 de Janeiro; que não há o devido processo legal quando não há individualização do processo nem amplo direito de defesa; que no Supremo os réus ficam privados do direito ao recurso; que boa parte dos juízes detesta o réu principal; que tudo está mais para vingança do que por justiça; que o objetivo é eliminar Bolsonaro e os bolsonaristas.
    (Alexandre Garcia)

    PS. 03: EXCLUSIVO: Eduardo Tagliaferro abre o jogo: “estou sendo perseguido”. O ex-servidor do TSE fala pela primeira vez depois do vazamento de mensagens em que recebe ordens de um assessor de Moraes.
    (Revista Oeste)

    E a mídia amestrada caladinha…

    Votei com entusiasmo e fiz campanha para Lula em 2003. Depois, nunca mais me anganei. Seu andar de malandro e “não sei de nada” foi desmascarado em escândalos provados e comprovados.
    Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do país com 61,3% dos votos no segundo turno das eleições de 2002, contra o candidato José Serra (PSDB).

  4. Eu havia sido entrevistado para a “Playboy” e aí o Flavinho Cavalcante, na época da Bloch, disse que a “Ele & Ela” também queria uma entrevista. Só que maior, com fotos. Fui perguntar para o meu guru, o ministro Golbery, que respondeu: “Pode, sim. Vamos, em breve, tirar o Farhat. Vamos extinguir a Secretaria de Comunicação Social e queremos que você fique como secretário de Imprensa. Nada como dar uma entrevista para uma revista masculina para projetar mais o seu nome, para virar depois secretário de Imprensa”. Dei a entrevista, revisei, praticamente copidesquei.

    Então aquilo que está lá é meu mesmo. O Flavinho me trouxe o primeiro exemplar que entreguei para o Figueiredo ler. O Figueiredo leu a bordo de um Búfalo em uma viagem a Pindamonhangaba. Até aconteceu uma coisa engraçada…estourou um cano do sistema hidráulico do avião sujando as calças do presidente… Quando ele foi trocar as calças olhou para mim e disse: “É perigoso tirar as calças na sua frente”! (risos) Foi a única observação que ele me fez a respeito da entrevista.”

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