
Lula quer fazer intriga entre Tarcísio e a família Bolsonaro
Vera Rosa
Estadão
Qualquer estrangeiro que desembarcasse em Brasília nesta terça-feira, 2 – mesmo sem carregar a sirene do apocalipse de Donald Trump – teria certeza de que estamos em um ano eleitoral. Não estaria de todo errado: embora no calendário gregoriano ainda faltem 13 meses para a disputa que vai definir o novo inquilino do Palácio do Planalto, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) antecipou essa corrida.
No Congresso, o PP e o União Brasil – dois partidos do Centrão – articulam a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à sucessão do presidente Lula e, no embalo do julgamento, anunciaram que seus ministros devem entregar os cargos em 30 dias.
PROJETO DA ANISTIA – Tarcísio, por sinal, desembarcou em Brasília para tentar convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta, a tirar da gaveta o projeto de anistia que beneficia Bolsonaro.
O Centrão promete trabalhar pela aprovação da anistia no Congresso, mas com uma condição: nessa barganha, quer que Bolsonaro apoie a campanha de Tarcísio à Presidência.
Enquanto isso, no Planalto, a estratégia traçada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, é mostrar que o governo tem “mais o que fazer” do que assistir ao julgamento de Bolsonaro e seus aliados.
Trata-se de uma tática na linha “Deixa o homem trabalhar”, slogan que marcou a campanha de Lula ao segundo mandato, em 2006.
POLARIZAÇÃO – Nos bastidores, porém, o governo aposta nas redes sociais do PT para alimentar a guerra da polarização.
Além disso, ministros e parlamentares do partido foram orientados a destacar o plano Punhal Verde e Amarelo, descoberto pela Polícia Federal no curso das investigações, sempre que questionados sobre a tentativa de golpe em 8 de Janeiro de 2023.
Pesquisas encomendadas pelo Planalto mostram que muitos eleitores ainda veem a ameaça de ruptura da democracia como algo abstrato, apesar do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes. Caem na real, no entanto, quando são confrontados com o plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
CONTRA TARCÍSIO – Com 2026 no horizonte e a condenação de Bolsonaro dada como “favas contadas” pelo mundo político e econômico, a outra estratégia do Planalto é colar Tarcísio ao ex-presidente para desgastar sua imagem.
Expoentes do Centrão, por sua vez, tentam sair dessa armadilha, sob o argumento de que o governador atrai o eleitor de centro, aquele que não quer nem Lula nem Bolsonaro.
Não foi à toa que Lula disse, na reunião ministerial do último dia 26, que Tarcísio será seu adversário em 2026.
NA ARENA – Ao tirar o governador da “zona de conforto”, o presidente joga o rival na arena contra os filhos de Bolsonaro – principalmente Eduardo, que pretende herdar o espólio do pai para concorrer ao Planalto – e aumenta os decibéis da briga nas fileiras do bolsonarismo.
E as sanções de Trump? O governo não tem dúvidas de que a pressão sobre o Brasil aumentará após o veredicto contra Bolsonaro, mas avalia que também pode tirar dividendos eleitorais da queda de braço com os EUA.
A primavera política promete.
Governo Lula perde o fôlego (literalmente)
Fonte: O Antagonista, Opinião, 04.09.2025 10:51 Por Rodolfo Borges
“…que também pode tirar dividendos eleitorais da queda de braço com os EUA.”
CUMA???!!!, perguntaria Didi Mocó, atônito!
“…dividendos eleitorais…”.
CUMA???!!!, perguntaria Didi Mocó, atônito 😲
O privatista é perfeito para ser o derrotado em 2026.
Ninguém ganha do Presidente Luís Inácio, ficando fora da governança de SP, melhor ainda.
Alckmin ou Haddad são bem melhores.
1) Esse lema, “O Brasil é dos brasileiros” a meu ver tem pouco alcance:
2) Aqui também vivem muitos estrangeiros que já constituíram famílias, casaram, tem filhos etc…
3) Ainda não vi, nas ruas, pessoas usando o tal boné azul, só em fotos com políticos…