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Tarcísio volta a acenar com a possibilidade de ser alternativa
Pedro do Coutto
A declaração de Tarcísio de Freitas em apoio à candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência parece, à primeira vista, um gesto de solidariedade dentro do campo conservador. Mas basta escutar com atenção para perceber que ela carrega muito mais subtexto do que entusiasmo. Ao afirmar que Flávio é um nome possível, mas não o único, Tarcísio abriu espaço para si mesmo num jogo que, oficialmente, ele havia abandonado.
Depois de repetir que não disputaria o Planalto, o governador paulista volta agora a acenar — ainda que de forma oblíqua — com a possibilidade de ser alternativa. É um movimento calculado, típico de quem sabe que política se faz tanto com silêncios quanto com frases soltas ao vento.
DILEMA – A hesitação de Tarcísio tem lógica. O PL enfrenta um dilema estratégico: lançar um nome competitivo o bastante para chegar ao segundo turno ou arriscar-se a repetir o isolamento que marcou parte da direita após a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo. Flávio até tenta vestir o figurino de “Bolsonaro viável”, mas seu lançamento precoce, seguido de gestos contraditórios — como a admissão de que poderia desistir mediante “um preço” e, depois, a afirmação de que sua candidatura é “irreversível” — não empolgou o bolsonarismo raiz, nem seduziu o centrão.
É justamente nesse vácuo que Tarcísio se coloca como o plano B natural: alguém capaz de dialogar com o mercado, manter interlocução institucional e oferecer uma imagem mais moderada ao eleitor urbano. Mas ele sabe que entrar na disputa só faz sentido se houver consenso mínimo dentro da direita — algo que hoje simplesmente não existe. O PL está dividido entre lealdade e pragmatismo, o Republicanos prefere preservar o capital político de Tarcísio para 2030, e os partidos do entorno conservador não querem repetir a dispersão que já ampliou o espaço de Lula em disputas anteriores.
DESALINHADOS – A consequência desse impasse é direta: cada hesitação, cada gesto contraditório, cada sinal desalinhado no campo conservador torna o caminho mais simples para Lula. O presidente, que já conta com a força da máquina e um eleitorado consolidado, observa a fragmentação adversária com a tranquilidade de quem sabe que o segundo turno só existe quando há adversário à altura. Se a direita não definir logo seu projeto — e sobretudo seu candidato — continuará ajudando, involuntariamente, a consolidar o cenário que pretende evitar.
A suposta unidade em torno de Flávio Bolsonaro, sustentada por declarações protocolares como a de Tarcísio, pode não resistir ao tempo. No fim das contas, o que se desenha para 2026 é menos uma estratégia e mais um experimento de risco: colocar o nome de um herdeiro impopular à frente de um projeto que depende de alianças frágeis, apoios voláteis e um eleitorado que já demonstra clara fadiga com instabilidades. Se o “plano B” hesitar — ou se o centrão recuar — a direita pode, antes mesmo da campanha começar, entregar ao adversário a vantagem que prometia combater.
Decida-se, esquerda imunda: ou um ou outro. Ou a tática é sempre bater no destaque ?
Ao ‘lançar’ a candidatura de Rachadinha, o ex-mito “chutou” Tarcínico para fora do campo de jogo de 2026.
Fantoche do ex-mito, Tarcínico não tem votação própria suficiente e depende sobretudo do apoio do ex-capitão para tentar se eleger presidente.
Agora, caso decida candidatar-se à presidência, o fantoche terá que ‘comprar’ a vaga de candidato do Rachadinha, que colocou à ‘venda’ e fixou “preço” ($$$).
É apenas um jogo que só termina em 05 de agosto de 2026.
O problema é se Rachadinha gostar e resolver não largar o osso.
A família Bolsonaro só pensa em seus membros e interesses mútuos, os outros são meros figurantes.
O réu Bolsonaro, condenado e preso na cela da PF, por ter sido o líder da organização criminosa, ficou enrolando Tarcísio até que decidiu pelo filho, senador Flávio para liderar o espólio político, enquanto ele permanecer trancafiado numa cela confortável em Brasília.
O Centrão sinalizou que não quer o sobrenome Bolsonaro numa chapa apoiada pelo grupo que só pensa em dinheiro e Poder.
Esse quadrilha de deputado e senador escolheu Tarcísio de Freitas, porque esse candidato prometeu liberar as emendas parlamentares, sem maiores delongas. Os empresários da Faria Lima, em São Paulo, a nata do PIB nacional, escolheram Tarcísio devido ao seu perfil Privatista e conservador na economia e nos costumes.
Faltou combinar com os russos, quero dizer, o povo eleitor e principalmente Jair Bolsonaro, que deseja um nome da família para encabeçar a chapa presidencial no ano que vem. Bolsonaro vetou inclusive a esposa, Michelle Bolsonaro, muito melhor nas pesquisas do que o enteado Flávio.
Michelle sentiu o golpe desferido pelo marido e pediu licença da presidência PL Mulher. Michele sabe, que brigar com Jair é um péssimo negócio. Ela sabe do drama vivido por Rogéria Bolsonaro, então vereadora do Rio, a primeira esposa, mãe dos filhos, Flávio, Carlos e Eduardo, que brigou com Bolsonaro. Seu Jair, então lançou o jovem filho Carlos, com 17 anos para disputar com a mãe, o que custou a reeleição de Rogéria. Carlos Bolsonaro foi eleito vereador.
Se Michele se insurgir, corre o risco até de perder a vaga para disputar o Senado por Brasília. São duas vagas e a chapa do PL para concorrer terá Ibanéis Rocha o atual governador, enrolado até o pescoço no escândalo do Banco Master, sob sigilo na gaveta do ministro Dias Toffoli e Michele Bolsonaro.
Esses movimentos são um ensaio, um treino antes do jogo definitivo no segundo semestre do ano que vem. Até lá, muita água vai passar por baixo dessa ponte.