Os sinais de ruptura global estão à nossa frente, e cada vez mais intensos

Trump e Zelensky batem boca em encontro tenso na Casa Branca sobre a guerra  na Ucrânia | Jovem Pan

Com Trump faz a política global ficar menos diplomática

 

Allan dos Santos
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Desde a eleição de Donald Trump, o cenário geopolítico mundial entrou em uma nova fase — mais explícita, menos diplomática e muito mais tensa. Ao contrário do que muitos esperavam, a elite política da União Europeia não trabalhou pela paz na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas contribuiu decisivamente para o prolongamento do conflito.

O apoio financeiro e militar maciço a Kiev não foi acompanhado de esforços sérios de mediação. O resultado é um impasse armado que já custou milhares de vidas e ameaça arrastar o continente para uma nova era de instabilidade.

AVANÇOS DIPLOMÁTICOS – Trump, por sua vez, adotou uma abordagem diferente. Em termos concretos, nenhum outro presidente americano nos últimos 15 anos conseguiu tantos avanços diplomáticos: os Acordos de Abraão no Oriente Médio, a aproximação com a Coreia do Norte, a retirada parcial de tropas do Afeganistão e a redução da presença militar americana em conflitos externos.

Isso não nasce de pacifismo, mas de uma leitura estratégica: os Estados Unidos não estão preparados, no momento, para enfrentar simultaneamente duas potências nucleares e econômicas como Rússia e China — e uma guerra desse porte não interessa nem à economia global, nem à estabilidade interna americana.

É justamente neste ponto que entra a guerra comercial com a China. Ao pressionar Pequim economicamente, Trump tenta impedir que o regime chinês siga financiando — direta ou indiretamente — a máquina de guerra russa. Mas os custos disso são altos: os Estados Unidos, há anos, se tornaram estruturalmente dependentes da produção chinesa.

TARIFAÇO INEFICAZ – As tarifas e restrições de importação adotadas já têm efeitos visíveis: aumento de preços, desabastecimento pontual e impactos sobre a cadeia de suprimentos de setores inteiros. A guerra, hoje, ainda é comercial — mas seus efeitos já são sociais e industriais.

 Diante desse quadro, é legítimo especular que, até janeiro de 2026, possa haver algum tipo de escalada mais grave: um conflito localizado, uma operação militar maior, ou até mesmo um embate indireto que ultrapasse o campo econômico. Trata-se de uma previsão, não de uma certeza, mas os sinais se acumulam.

 O recente apagão que atingiu parte da Europa levanta sérias dúvidas. Há duas hipóteses principais: ou foi uma provocação interna para aumentar a pressão sobre a opinião pública, ou foi um ataque cibernético vindo da Rússia, no contexto da guerra híbrida em curso. Nenhuma das duas possibilidades é reconfortante. Ambas indicam que há pelo menos um lado disposto a radicalizar o conflito, e nenhuma delas favorece a paz.

DISSE TRUMP – Em um de seus discursos, Trump afirmou que “apenas China e Estados Unidos possuem armas que ele não gostaria de usar”. A natureza dessa arma permanece incerta — pode ser tecnológica, cibernética, biológica ou nuclear. Mas a mensagem implícita é clara: os riscos de uma confrontação direta entre superpotências estão sobre a mesa. E uma escalada errada pode levar a consequências irreversíveis.

Paralelamente a isso, há um aspecto econômico ainda mais grave, embora pouco discutido: o colapso iminente do sistema financeiro global. Isso não é teoria conspiratória, é aritmética pura. Se todos os governos, empresas e cidadãos decidissem pagar suas dívidas simultaneamente, não haveria dinheiro suficiente no planeta para saldar os valores.

APENAS CONFIANÇA – O sistema é mantido por confiança, não por lastro. A bolha é estrutural — e inevitável.  É nesse ponto que entra o chamado Great Reset. Contrariando versões simplistas, essa iniciativa não foi criada em resposta à pandemia. O conceito de “resetar” o sistema já circulava entre elites financeiras e tecnocratas do Fórum Econômico Mundial desde a crise de 2008, com propostas públicas já em 2014. A pandemia apenas acelerou o discurso e deu uma justificativa prática para sua implementação.

A elite financeira global — enraizada majoritariamente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental — sabe que o sistema atual não se sustenta.

Para alguns de seus representantes, uma grande guerra ou uma ruptura sistêmica seriam meios eficazes para reorganizar os mercados, apagar dívidas impagáveis e estabelecer novas regras monetárias e políticas.

NUMA ENCRUZILHADA – Essa visão não está em documentos oficiais, mas transparece nos discursos, nas alianças e nas decisões de longo prazo que vêm sendo tomadas.

 O mundo está à beira de uma encruzilhada histórica. A tensão entre EUA, China e Rússia é real. A guerra entre Ucrânia e Rússia tornou-se apenas o sintoma visível de um rearranjo muito maior — que envolve poder, finanças, tecnologia e civilização.

O que hoje ainda se apresenta como conflito comercial, guerra informacional ou tensão diplomática, pode, sim, se transformar em algo mais grave. Não se trata de pânico, mas de vigilância. Não é teoria, é leitura estratégica.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Muito interessante a análise de Allan dos Santos, o blogueiro bolsonarista que está exilado nos Estados. Nunca tinha lido nada dele, jamais poderia esperar que Allan dos Santos tivesse capacidade de redigir artigos como este, enviado por Mário Assis Causanilhas. Agora entendo por que os Estados Unidos se recusaram a extraditá-lo, por considerá-lo perseguido político, numa avaliação que leva o ministro Moraes à loucura. (C.N.)

5 thoughts on “Os sinais de ruptura global estão à nossa frente, e cada vez mais intensos

  1. “A União Europeia não trabalhou pela paz na guerra entre Rússia e Ucrânia.

    O apoio financeiro e militar da UE à Ucrânia, não foi acompanhado de esforços sérios de mediação.”

    Com um temor histórico da Rússia, a EU tenta fazer da Ucrânia uma espécie de “cordão sanitário” entre seus membros e o maior país do planeta (a Rússia).

    É isso, ao que parece.

    • Enfim paulatinamente faz-se realidade as anteriormente desacreditadas e tidas “Teorias conspiratórias”!
      Deram os tapas e agora não conseguem mais esconder as mãos!

  2. Quem mais injetava grana na OTAN era os Estados Unidos. A Europa não sabia o preço do almoço grátis. Agora sabe.
    Se Putin fechar a torneira dos combustíveis lá em cima, a Europa abre o bico.
    Trump está dando uma boa sacolejada, um freio de arrumação.
    Abrasileirando a crítica, está botando ordem no galinheiro, as raposas estão furibundas e as esquerda mundiais , desbundadas.
    Hehehhe

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