Secretário de Estado confirma que EUA punirão quem exerce a censura

Moraes determina que PF identifique integrantes de grupo crítico ao STF

Moraes será considerado persona non grata nos EUA

Luis Felipe Azevedo
O Globo

Ouvido no inquérito das fake news pelo ministro Alexandre de Moraes em uma viagem ao Brasil para encontro com a família Bolsonaro, o empresário Jason Miller, ex-braço direito de Donald Trump, citou nas redes sociais o magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira. A declaração ocorreu após os Estados Unidos anunciarem que o país vai restringir os vistos para “funcionários estrangeiros e pessoas cúmplices na censura de americanos”.

Miller marcou a conta do magistrado na rede social X ao compartilhar a publicação do governo norte-americano anunciando a restrição.

SANÇÃO A MORAES – O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, citou a América Latina ao tratar sobre a medida. Na semana passada, Rubio disse no Congresso americano que “há uma grande chance” de o governo dos EUA sancionar Moraes, que já entrou em conflito com Elon Musk sobre a atividade do X no Brasil.

“Compartilhe isto (postagem do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre as restrições) com alguém que imediatamente venha à sua mente quando você ler isto. Ok, eu começo…Olá @Alexandre!”, escreveu Miller.

A declaração de Rubio foi uma resposta a Cory Mills, deputado considerado fiel a Donald Trump e próximo da família Bolsonaro, sobre a sanção a Moraes, que se baseia na Lei Global Magnitsky, que permite punir estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos ou em casos de corrupção.

LIGADO A TRUMP – Miller foi um dos principais assessores do presidente dos EUA durante o primeiro mandato e integrou a equipe de transição após Trump vencer as eleições no ano passado.

Quando deixava o Brasil, em 2021, o consultor norte-americano foi conduzido por policiais à sala da Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele estava no país para visitar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O aliado de Trump também é criador da rede social GETTR. A plataforma, que visa abrigar os principais representantes da direita global, se diz livre de qualquer forma de moderação por conteúdo falso ou de incitação de violência.

RESTRIÇÃO DE VISTOS – Em uma publicação no X, Rubio disse que “americanos foram multados, assediados e acusados ​​por autoridades estrangeiras por exercerem seus direitos de liberdade de expressão” e, portanto, essas pessoas “não deveriam ter o privilégio de viajar para o nosso país”.

O secretário afirmou que está combatendo a “censura flagrante” no exterior contra empresas de tecnologia americanas. No entanto, até o momento, Rubio não informou quem são os alvos da medida, não deu mais detalhes sobre quais seriam as restrições nem quando elas entrariam em vigor.

“Por muito tempo, os americanos foram multados, assediados e até mesmo acusados ​​por autoridades estrangeiras por exercerem seus direitos de liberdade de expressão. Hoje, anuncio uma nova política de restrição de vistos que se aplicará a autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos. A liberdade de expressão é essencial ao estilo de vida americano – um direito inato sobre o qual governos estrangeiros não têm autoridade”, escreveu Rubio no X.

DISSE MAIS – “É inaceitável que autoridades estrangeiras emitam ou ameacem mandados de prisão contra cidadãos ou residentes dos EUA por publicações em mídias sociais em plataformas dos EUA enquanto estiverem fisicamente em solo americano”, acrescentou Rubio.

É igualmente inaceitável que autoridades estrangeiras exijam que as plataformas de tecnologia dos EUA adotem políticas globais de moderação de conteúdo ou se envolvam em atividades de censura que excedam sua autoridade e se estendam aos Estados Unidos”.

Nesta quarta, após a declaração de Rubio, Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais para comemorar. “Parabéns. No Brasil estamos cheios disso. EUA estão trazendo esperança por quem luta pela liberdade”, escreveu o filho do ex-presidente.

 

13 thoughts on “Secretário de Estado confirma que EUA punirão quem exerce a censura

    • Como uma família inteira de delinquentes, quer bater de frente com o STF?

      O Gilmar já deve ter avisado que vai espalhar a M. toda que está em
      debaixo do tapete.

      Tá tudo arquivado, mas pra desarquivar, é mole.

      Se bobear o meliante vai perder o mandato e vai preso antes do crápula do pai.

      Eu “se” divirto.
      Kkkkk

      José Luis

  1. Podem fazer o que quiserem, lá no país do babaca do laranjão 🍊.

    Mas, que esses lixos vão presos, isso é garantido!

    Segura peão!
    Que o bananinha vai chorar no colo do Xandão.

    Eu “se” divirto!
    🤣🤣🤣🤣🤣🤣

    José Luis

  2. Como podem ver pelo menos algum elemento do grupo “adevogados” … assemelhados está excitadíssimo com a hipótese de prisão de seus desafetos (nada fala da criminosa cumplicidade entre stf e presidência porque a baba lhe sufoca). Quase ateou fogo às vestes (coisa de viado) quando a Brasão foi imputada a morte de Marielle (bateu pezinho e gritou: “não era este final que eu queria” ! O “juiz” desequilibrado fez o mesmo).

    Os “progressistas” querem sangue !!! Bem, também gostariam de menstruar, mas a biologia é implacável.

      • Ué, a expressão aplicável não é “estado de insegurança menstrual” ou “pobreza menstrual” ?

        Bem, “Bolsa Modess” ou “Bolsa Paquete” (!!!) fica mais simplificado. Tudo bem.

  3. Os Estados Unidos, sob o governo Trump, não vão “punir quem exerce a censura”. Como já demonstraram fartamente com o desprezo da atual administração pela primeira emenda da Constituição Americana, perseguindo e atacando juízes, advogados e universidades, vão punir quem externar opiniões contrárias à posição ideológica do governo. Vão aproveitar a ficção de que respeitam a Primeira Emenda para perseguir quem lhes interesse e pavimentar o caminho que o país está seguindo velozmente rumo a uma ditadura.

  4. Senhor Carlos Newton , diga-nos como fica o princípio consagrado pela ” Diplomacia Internacional ” a mais de 60 anos de que um país não tem o direito de se intrometer em assuntos internos de outro país , e de mais a mais pelo que eu saiba ninguém delegou o poder de polícia internacional aos EUA , ou seja , cabe ao governo Brasileiro lembrar essa máxima da diplomacia internacional aos EUA e não se curvar ás tais ameaças e intimidações aos agentes públicos Brasileiros no exercício pleno de suas atribuições legais , sendo que com todos os ” erros e acertos ” isso é problema interno Brasileiro e não cabe a quaisquer chefe de Estado x Governo estrangeiros se intrometerem em assuntos internos que não lhes dizem respeito do Brasil .

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