Em seis meses, Trump abalou a democracia e agora desfaz o ‘mito’ americano

CRÉDITO: STEVE SACK_CAGLE CARTOONS

Charge do Steve Sack (Revista piauí)

Jamil Chade
do UOL

Poucas semanas depois de Donald Trump iniciar os ataques contra as instituições americanas, chantagear o mundo e tentar, na força, inaugurar uma nova ordem mundial, um dos maiores especialistas em democracia no mundo, Staffan Lindberg, chefe do V-Dem – um programa da Universidade de Gotemburgo – avisou:

“Se isso continuar assim, os EUA não serão mais considerados como uma democracia em 2026”, disse, numa referência ao informe e mapeamento que sua instituição realiza e que serve de parâmetro no mundo.

MITO EM CRISE – Não era um exagero. O ‘mito’ americano de ser uma experiência democrática que serve de suposto modelo ao mundo está em risco. Em seis meses, o governo Trump proliferou ordens executivas para desmontar o estado de direito, promoveu um ataque deliberado contra a Constituição, prendeu e pediu o impeachment de juízes e deu ordens explícitas para que seus funcionários descumprissem ordens legais.

Dentro da Casa Branca, foram borradas as linhas que separam interesses particulares e públicos, com empresários, parentes e o conglomerado Trump usando os símbolos nacionais para vender telefone, criptomoeda, perfume, bíblias e mais de 150 outros produtos.

O presidente ainda agiu para apagar as fronteiras entre fé e religião, um dos pilares da república. Trouxe para dentro do Salão Oval “tele-evangelistas”, ordenou investigação sobre a suposta perseguição contra cristãos e falou abertamente sobre princípios religiosos como base para políticas públicas.

RACISMO E XENOFOBIA -Em sua ofensiva contra imigrantes, transformou o processo de deportação em um reality show de racismo e xenofobia.

Trump desmontou o Departamento de Educação e institucionalizou a censura, retirou programas sociais dos mais pobres, atacou universidades e enfraqueceu ou inviabilizou os órgãos de controle.

A corrosão da democracia veio ainda na forma de um ataque minuciosamente organizado contra a imprensa, seja pedindo publicamente a demissão de jornalistas como abrindo processos milionários contra meios de comunicação. O objetivo é intimidar e causar um clima de auto-censura entre todos os demais.

RÁDIO E TLEVISÃO -Ao cortar recursos para a NPR e PBS, o sistema público de rádio e televisão, Trump deve ainda levar ao fechamento de 1,5 mil estações pelo país e que dependiam dos programas produzidos pela agência.

O impacto é também no exterior. Os cortes de Trump na ajuda externa e o desmantelamento da US Agency for Global Media significaram o fim do apoio à mídia independente no exterior, provocando a alegria dos regimes autoritários que estão aproveitando a oportunidade para preencher o vazio deixado para trás. Basta ver como a mídia estatal russa elogiou o fechamento da Voice Of America como uma “decisão fantástica”.

Para a entidade Repórteres Sem Fronteira, Trump está ao mesmo tempo “imitando e inspirando regimes autoritários e quase autoritários em todo o mundo”.

ANTIJORNALISMO – “Donald Trump tornou-se uma figura importante em um movimento político global antijornalismo que contribuiu para o recente declínio da liberdade de imprensa em todo o mundo e que atualmente está em plena exibição nos Estados Unidos, apenas seis meses após o início de seu segundo governo”, alertou a organização.

“Desde que assumiu o cargo, há seis meses, Trump tem correspondido a anos de ataques verbais a jornalistas com ações novas e concretas para limitar a liberdade de imprensa. Muitas dessas táticas não são novas – é a mesma cartilha que vimos os predadores da liberdade de imprensa empregarem em todo o mundo. Mas está claro que Trump ampliou esse fenômeno, encorajando e inspirando outros líderes a reprimir sua própria mídia doméstica. O resultado é um desastre para a liberdade de imprensa em nível global”, alertou Clayton Weimers, diretor-executivo da RSF.

Entre acadêmicos e analistas americanos, o mito de que suas instituições eram sólidas o suficiente para conter ofensivas autoritárias se desmanchou nos últimos seis meses. Trump cavalga com a certeza de que não tem limites para suas ações e não descarta nada. Nem mesmo mais um mandato, hoje ilegal.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Trump é exagerado em tudo o que faz. Sempre foi assim e não vai mudar. Acredito que em breve as coisas vão se acomodar, porque ele perceberá que muitas teses suas são inviáveis. É preciso ter muita serenidade para negociar com Trump, todos os países estão discutindo as tarifas e o mundo não parou se girar. É só uma freada de acomodação, como dizem os motoristas de ônibus. (C.N.)

A melhor forma de governar é dar força à família, mas ninguém pensa sobre isso

Grande família feliz almoçando juntos na ilustração dos desenhos animados  de sala de estar | Vetor Premium

Ilustração reproduzida do Arquico Google

Vicente Limongi Netto

A família é o significado da vida harmoniosa. Nutrida e alimentada por tristezas, alegrias, pressões, sonhos, conquistas, diálogos e emoções. A família repudia excessos. Não convive em harmonia com desvarios de agressões e ofensas. A família sublima a união. Não se deixa vencer pelo desânimo.

A intolerância é inimiga visceral do amor. Família agrega. Quem desagrega são os pobres de espírito. Marcados pela covardia, pelo ódio e pela maldade. Sórdidos forjados na criminalidade.

Família não esmorece diante da dor. É grandiosa e cultiva os dadivosos. Família é a pedra preciosa que precisa ser lapidada com fervor, perseverança e firmeza. Bestas humanas são indignas da convivência familiar. Destroem lares e sentimentos. Quem mata a mãe, o filho ou a ex-esposa, é expoente da infinita crueldade e covardia. Esterco repelido pelas sementes do bem.

BANCA DA NILDA – Brasília é dividida em quadras, e cada uma tem seu pequeno comércio e suas bancas de alimentação. Sabores, preços camaradas e aromas da Banca da 103-Sul fazem a alegria dos moradores. Agradável e tranquilo ponto de encontro. Visitante que passa para conhecer,  gosta e volta sempre.

Terça-feira, a acolhedora banca da Nilda e do filho, João, recebeu grupo de ruidosas vovós. Vinte e duas joviais rainhas. Com idade entre 60 e 80 anos.  Colegas que viraram amigas, graças a saudável convivência no SESC da 504-Sul. Entidade do Sistema S comemorando 54 anos de existência. Lá elas desfrutam de pilates,  hidroginástica, musculação, biblioteca, dentista, natação e médico.

TERNURA E ALEGRIA – Gostam de viver.  Escolheram a banca da Nilda para lanchar e preencher a tarde com ternura e alegria.  Juntaram as mesas e as amizades.  Prontas para o banquete. Guardaram os celulares. Para aproveitar as delícias do lugar. Provaram um pouco de tudo. Quitutes variados. Feitos com esmero. Para todos os gostos.

Pastel, pão de queijo, salada de frutas, caldo de cana, bolo,  café, quibes. Chegaram às 16 horas e foram embora às 19 horas. Felizes e altivas. Saudando a luz do céu.  Diversão majestosa que alimenta o coração e o cérebro. Estimula viver. Prometeram retornar. Para repetir a algazarra e o tempero da felicidade.

“Vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas da Esperança”

A mão que afaga é a mesma que... Augusto dos Anjos - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, professor e poeta paraibano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914), mostra neste soneto que “A Esperança” serve de panaceia para todos os sentimentos e momentos da vida.

A ESPERANÇA
Augusto dos Anjos

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro – avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!

União Brasil abandona governo Lula e expulsará ministro que quiser ficar

Presidente do União Brasil, Antonio Rueda, é advogado contratado por  magnata da mineração

Rueda constata que não há condições para apoiar o Lula

Andreza Matais
Metrópoles

A cúpula do União Brasil bateu o martelo e vai entregar dois dos ministérios que ocupa no governo Lula. O desembarque deve ocorrer já em setembro. Dos três ministros indicados pelo União, apenas Celso Sabino (Turismo) é filiado à sigla. Nesse caso, a coluna apurou que ele será expulso da legenda se permanecer no governo como cota pessoal de Lula.

Outro que terá que entregar o cargo é Frederico Siqueira (Comunicações). Ele não tem filiação partidária, mas só está no ministério por imposição do União.

COTA DO DAVI – A determinação partidária, contudo, não deve alcançar Waldez Góes (Integração Nacional). Embora filiado ao PDT, o ministro só está no posto porque o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), quer. E ninguém no União Brasil mexe com os cargos de Alcolumbre — nem mesmo o poderoso presidente da sigla, Antonio Rueda.

Sem base de apoio no Congresso, a saída do União Brasil do governo significa ainda mais dificuldades para o governo Lula aprovar medidas que possam ajudar Lula na reeleição. A sigla elegeu 59 deputados, terceira maior bancada da Câmara, atrás do PL (99) e do PT (67).

A coluna apurou que o partido não quer mais estender sua permanência no governo, diante da decisão de que não irá apoiar a reeleição de Lula em 2026. Isso, contudo, já era um fato desde abril, quando o União formou uma federação com o PP — um dos maiores opositores do governo Lula. A federação obriga os dois partidos a apoiarem o mesmo candidato ao Planalto em 2026.

CRÍTICAS DE RUEDA – O que precipitou a saída do União foi uma reportagem da coluna que mostrou críticas do presidente da sigla, Antonio Rueda, ao governo Lula, durante evento da XP, em São Paulo, que reuniu os maiores empreendedores do país, investidores e CEOs de grandes empresas.

Ao lado do presidente do PT, Edinho Silva, Rueda disse que falta “coragem” e “seriedade” ao governo Lula e defendeu a substituição do petista em 2026.

“Acredito que o governo Lula, o terceiro governo, não está conseguindo entregar à sociedade o que ela realmente precisa. Precisamos de um enfrentamento com coragem. Eu não consigo enxergar essa mudança. Não vejo uma sociedade equilibrada onde não se consegue fazer cortes de gastos e investir com seriedade em saúde e educação.”

DESEMPREGO – “Estamos às portas de um impacto forte provocado pela inteligência artificial. Imagine a quantidade de empregos que vão desaparecer nos próximos três, quatro, cinco anos. E não estamos nem debatendo isso ainda. O Brasil precisa se modernizar, e para isso precisamos de uma candidatura que leve o país a um rumo certo, de prosperidade. E não consigo enxergar metas no governo atual. Está tudo muito solto“, disse.

No evento da XP, Rueda também responsabilizou Lula pelo tarifaço de Trump, enquanto o petista coloca a culpa em Jair Bolsonaro:

“A primeira pessoa que tem que dialogar é o presidente da República. Ele tem que pegar o telefone, ligar para o Trump e dizer: “Eu quero dialogar.” Ao invés de hoje estar correndo atrás e vivendo em função da eleição. Eu acho que essa postura é muito danosa para o país. A gente conhece o Trump porque ele já foi presidente. E a gente tem que ter racionalidade e entender o que aconteceu. O presidente [Lula] sim, ele provocou, instigou essa situação. Não tem como dizer que isso não aconteceu”, acentuou Rueda.

CASO DA UCRÂNIA – “Quando o mundo ocidental defendia a Ucrânia, o presidente foi lá e defendeu a Rússia. Foi lá bater palma, fazer aceno e outras coisas. Isso vai ter um custo. A gente não pode achar que isso vai passar batido. Agora, no BRICS, ele defendeu o diálogo para extinguir o dólar da comercialização. Não tem como o Trump ficar calado”, disse, acrescentando:

O presidente do União Brasil e da federação União-PP escancarou ainda que não irá apoiar a reeleição de Lula. “O que a gente imagina é que esse campo, da centro-direita, vai se unificar em torno de uma candidatura. Hoje você já ouve falar muito do Tarcísio, do Ratinho, do Zema e do próprio Caiado, que é o nosso pré-candidato. E eu enxergo que esse movimento vai ser mais eficaz”.

O presidente Lula não gostou do que leu e, cinco dias depois, convocou os três ministros para cobrar explicações sobre as críticas de Rueda, como mostrou o colunista Igor Gadelha. Em reunião fora da agenda, o presidente condicionou a permanência no governo ao apoio do partido no Congresso.

Trump, Lula e o tarifaço: um telefonema entre a farsa e a diplomacia

Trump: ‘Lula pode falar comigo quando quiser’

Pedro do Coutto

A diplomacia é feita tanto de gestos quanto de silêncios. E, no momento, o silêncio do presidente Lula da Silva diante do convite informal de Donald Trump para um telefonema tem mais força do que palavras. Em entrevista recente nos jardins da Casa Branca, Trump afirmou que está pronto para conversar e que Lula pode ligar “quando quiser”.

Mas esse gesto aparentemente amigável soa, no mínimo, contraditório. Afinal, o mesmo presidente impôs, sem qualquer aviso prévio, tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros como aço, alumínio, carne, café e etanol. Como confiar em um interlocutor que age unilateralmente, punindo um parceiro comercial de forma tão agressiva, e depois diz estar “aberto ao diálogo”?

GESTO POLÍTICO – Esse é o cerne da hesitação de Lula. O presidente brasileiro sabe que não se trata apenas de uma ligação telefônica. Trata-se de um gesto político com implicações amplas. Um telefonema, nesse contexto, poderia ser interpretado como submissão, como uma tentativa desesperada de reverter uma punição que nunca deveria ter existido.

Trump tem se caracterizado por um estilo errático e performático, onde decisões extremas são tomadas de forma impulsiva e revertidas com igual velocidade, dependendo do cálculo político do momento. Um dia impõe tarifas draconianas, no outro, insinua que pode recuar — sem explicar quanto, quando ou como.

A dúvida central é: até onde Trump estaria disposto a recuar? O tarifaço foi amplo e agressivo. Um recuo parcial não resolveria o problema. Mas Trump não é conhecido por oferecer concessões completas. Lula, por sua vez, mede com cuidado os prós e contras de aceitar o contato.

SOBERANIA – Não se trata apenas de economia — é também uma questão de soberania e dignidade nacional. Falar por falar pode alimentar a narrativa de que o Brasil aceitou calado uma punição e agora se submete a um jogo de cena.

Nos bastidores, cresce também a suspeita de que figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como seu filho Eduardo Bolsonaro, estejam articulando pressões junto ao governo Trump para dificultar a vida do atual governo brasileiro. Seria uma espécie de sabotagem diplomática, feita em silêncio, mas com repercussões concretas.

RUÍDOS – Não é coincidência que, ao mesmo tempo em que as tarifas são impostas, surgem ruídos na relação entre os dois países e se multiplicam ataques velados à condução da política externa brasileira.

A situação coloca Lula diante de uma escolha delicada: manter-se firme e esperar que os Estados Unidos ofereçam um gesto concreto de recuo — o que reforçaria sua posição interna e internacional — ou aceitar o diálogo em condições desfavoráveis, correndo o risco de ser usado como figurante em mais um episódio do espetáculo trumpista. Não é uma decisão simples. A balança entre a diplomacia estratégica e a defesa da soberania nacional é sempre sensível.

Por ora, o telefone permanece no gancho. E talvez esse silêncio diga mais do que qualquer conversa apressada. Se Trump quer, de fato, negociar, precisa demonstrar isso com medidas reais, não com frases de efeito. O Brasil não pode ser tratado como um parceiro de segunda categoria, sujeito a humores e cálculos eleitorais. A confiança, nesse caso, é uma via de mão dupla — e quem quebrou esse vínculo primeiro não foi Lula.

Onda de soberania não reduziu a elevada avaliação negativa de Lula

 — Foto: Criação O GLOBOFernanda Alves
O Globo

Mesmo após Lula sair em defesa da soberania nacional após críticas do presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao sistema financeiro brasileiro e impor sobretaxas de importação que chegam a 50%, a popularidade do presidente permanece no patamar dos últimos meses. Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostrou que 40% dos entrevistados consideram a gestão do petista ruim ou péssima, enquanto 29% avaliam como ótima ou boa.

Ainda no levantamento, 29% avaliam o governo como regular e 1% não souberam responder. Os dados mostram poucas alterações para a rodada de perguntas anterior, aplicada em junho, quando o governo de Lula tinha 28% de ótimo e bom e os mesmos 40% de ruim e péssimo. O regular passou de 31% para 29%, e 1% não deu opinião.

50% DE REPROVAÇÃO – A pesquisa foi realizada entre os dias 29 e 30 de julho e ouviu 2.004 brasileiros com mais de 16 anos, em 130 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

O levantamento mediu também diretamente a aprovação da gestão de Lula, com 50% dos entrevistados respondendo que reprovam o governo. O patamar é o mesmo da pesquisa de junho. Outros 46% disseram aprovar a administração do petista e outros 3% não souberam responder.

Havia uma expectativa que o discurso de soberania pudesse contribuir para uma melhora na popularidade do presidente. Um aliado com assento no Planalto, inclusive, relativiza a importância da pauta à melhora da avaliação do governo na pesquisa da Quaest de julho. O levantamento mostrou que a taxa de desaprovação do governo recuou de 57% para 53%, enquanto a aprovação passou de 40% para 43%.

ONDA PASSAGEIRA – A pesquisa de julho também mostrou que, para 44%, o governo federal fez o que é “mais certo” no embate com o governo americano ao responder o tarifaço com a Lei da Reciprocidade, enquanto 29% avaliam o mesmo sobre Jair Bolsonaro e aliados, que incentivaram as sanções.

Apesar de reconhecerem que o discurso da soberania foi importante para dar um norte para o governo, auxiliares de Lula não acreditam que o tema possa se manter em evidência até a eleição do ano que vem e assim sustentar a popularidade do petista.

O presidente americano Donald Trump não ligou para a reação de soberania e na quarta-feira assinou uma ordem executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%. Somente após a assinatura é que começaram a haver negociações de fato.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Depois de duas semanas de euforia nacionalista, com Lula e o PT em estado de êxtase, já comemorando a vitória na eleição presidencial de 2026, mesmo com o mito petista ostentando validade vencida e mais quebrado do que arroz de terceira, de repente cai-se na real. A reprovação do governo Lula manteve-se a mesma. Em compensação, a rejeição de Bolsonaro também é muito alta, animando os defensores da chamada terceira viva. Comprem mais pipocas. (C.N.)

Infarto mata aos 82 anos J.R. Guzzo,  grande mestre do jornalismo político

Jornalista José Roberto Guzzo morre aos 82 anos

J.R. Guzzo era um dos maiores jornalistas brasileiros

Adriano Ribeiro
Terra

Morreu na madrugada deste sábado (2), aos 82 anos, o jornalista José Roberto Dias Guzzo, conhecido como J.R. Guzzo. Ele sofreu um infarto e não resistiu. Segundo a família, Guzzo enfrentava problemas crônicos no coração, nos pulmões e nos rins.

Com mais de seis décadas de carreira, Guzzo começou no jornalismo em 1961, como repórter e subsecretário da edição paulista do jornal Última Hora, em São Paulo. Foi diretor de redação da revista Veja entre 1976 e 1991 e integrou o conselho editorial do Grupo Abril.

Teve passagens como correspondente internacional em Paris e Nova Iorque. Nos últimos anos, escreveu colunas para veículos como Veja, O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo, Revista Oeste — da qual foi fundador — e também para o jornal Zero Hora.

Leia a última crônica de Guzzo, enviada à revista Oeste:

###
SOVA DOS EUA FOI A MELHOR COISA QUE PODERIA TER ACONTECIDO PARA LULA NA SUA TERRA DO NUNCA

Se a decisão fosse disponível neste momento para ele, Lula estaria vivendo com toda certeza na Terra do Nunca que a mídia brasileira criou. Nada do que acontece ali, ou muito pouco, tem alguma coisa a ver com a vida como ela é na realidade dos fatos. Em compensação, o presidente teria um mundo ideal por lá.

Tudo o que ele faz dá certo. Nas matérias do tipo “quem ganhou e quem perdeu”, está sempre nos “quem ganhou”. Só tem vitórias. Nunca perde nada: eleição municipal, pesquisa de opinião, arcabouço fiscal. Não é o chefe de um governo senil, desmoralizado e corrupto, com zero de resultados em dois anos e meio. É Peter Pan.

VITÓRIA CONTRA TRUMP – A miragem do momento é o que os comunicadores descrevem como a sua vitória no contencioso contra os Estados Unidos e Donald Trump. Levou 50% de imposto nas exportações do Brasil para lá, e não conseguiu punir os americanos em nada – mesmo porque não tem a menor condição para fazer isso.

Não conseguiu dar sequer um telefonema para Trump. A ficção de que Lula é um grande “negociador”, criada por ele próprio e aceita como verdade científica pela imprensa, não rendeu dois minutos de conversa com ninguém. Comprou uma briga com a maior potência do planeta sem ganhar nada em troca; não tinha, aliás, nada a propor.

Lula, dizem em peso os analistas, tornou-se o grande favorito nas eleições do ano que vem – que estavam indo para o saco. Enfim, a sova que o Brasil acaba de levar foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para Lula na sua Terra do Nunca

ANÕES DIPLOMÁTICOS – Seu único contato no exterior foi com Colômbia, Chile e outros anões que lhe deram apoio verbal, desejaram boa sorte e foram cuidar da vida.

Seus imensos aliados no Brics, a China e a Rússia, continuaram imaginários; não lhes passou pela cabeça criar nenhum problema novo com os americanos para ajudar o Brasil na briga.

Muito pelo contrário: a China, mais uma vez sem dar vantagem alguma ao Brasil, está desfrutando de uma inédita licença para entupir o mercado brasileiro com a importação de carros elétricos, que a propaganda lulista apresenta como fabricados “em Camaçari”. Festejaram a vitória da “soberania”, da “honra” e da “firmeza” do Brasil, mas ganhar alguma coisa de útil que é bom, nada.

ÊXITO HISTÓRICO – Na mídia, porém, esse balanço miserável foi transformado num êxito histórico para Lula. Trump, por essa visão, deu “um tiro no pé”; não se explica o que ele perdeu, mas e daí? A popularidade de Lula, que vinha derretendo nas pesquisas, ressuscitou de um dia para outro.

A “população”, supostamente indignada com os Estados Unidos, se juntou em apoio decidido ao presidente. O fracasso do seu governo se desfez sem que ele tenha tido de entregar um único mata-burro a ninguém. As sanções não terão efeito na economia; algum probleminha aqui ou ali, mas nada de sério.

Lula, dizem em peso os analistas, tornou-se o grande favorito nas eleições do ano que vem – que estavam indo para o saco. Enfim, a sova que o Brasil acaba de levar foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para Lula na sua Terra do Nunca.

MORAES ACLAMADO – Patriotismo fajuto do PT é pura hipocrisia e oportunismo grosseiro. Como em jogo de futebol ruim, comemora-se até lateral. O ministro Alexandre de Moraes, com quem o governo Lula mantém um pacto de morte, foi acusado pelos Estados Unidos de violar a Lei Magnitsky, que até outro dia ninguém sabia o que é, mas hoje é mais conhecida que a Lei do Inquilinato.

É uma humilhação mundial inédita e arrasadora, que coloca um ministro do órgão máximo da Justiça brasileira na companhia de assassinos em massa, torturadores, terroristas, genocidas e outros criminosos hediondos. É o Brasil que se vê lançado ao rol das nações-bandidas, como violador dos direitos humanos. É o “Processo do Golpe” exposto ao mundo como a farsa que sempre foi.om ele. Está mais forte do que estava. Em suma: nada como ser exposto perante o mundo como um criminoso de país subdesenvolvido. É nisso que estão querendo que você acredite.

Brasil e Estados Unidos perdem juntos no choque entre os dois países

Presidente dos Estados Unidos assinou nesta quarta-feira a medida que determina uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros

Na briga Trump X Lula não há vencidos nem vencedores

William Waack
Estadão

A marcha da insensatez não é um acontecimento inevitável. Mas, quando ocorre, como é o caso agora entre Brasil e Estados Unidos, é incontornável e produz consequências de longo prazo. Destruidoras para os participantes.

O que levou os dois “gigantes” do hemisfério das Américas à rota de colisão foi a profunda degradação dos respectivos sistemas políticos. Nos dois países estão no timão dirigentes políticos de horizontes extraordinariamente estreitos, e dispostos a tomar decisões estratégicas idem.

IMBECILIDADE – Trump simboliza o triunfo da imbecilidade em geopolítica típica de um eleitorado ressentido abandonado por elites às quais escapa a noção do que é a América “real”. Aplaude-se um projeto político que promete tornar os Estados Unidos um perdedor na monumental disputa por hegemonia com a China.

No Brasil o sistema político, dominado pelo patrimonialismo, mantém um círculo vicioso no qual a política deixou de enfrentar qualquer dos grandes desafios do País (defesa, demografia, produtividade). Carece de lideranças genuinamente nacionais e, por parte das elites dirigentes, de qualquer senso estratégico ou de projeto de nação.

A marcha da insensatez é uma obra conjunta de um presidente americano que acha que vai triunfar contra adversários chutando quem foi seu amigo. De um presidente brasileiro cujo foco exclusivo sempre foi a permanência de seu grupo político no poder (seja como for, como demonstra nossa história). E cuja visão de mundo, em termos de política internacional, é completamente anacrônica.

GRUPOS DIREITISTAS – Papel especial possui a visão de mundo dos grupos ideológicos “direitistas” lá e aqui. Steve Bannon, o ideólogo chefe das posturas recentes de Trump, considera que a essência do MAGA é mesmo aplicar pontapés. No Brasil, o bolsonarismo raiz, dirigido por um clã que só pensa em si mesmo, acredita na profunda estupidez de que uma potência estrangeira possa interferir decisivamente na política brasileira – e livrar seu chefão da cadeia.

Como se podia prever facilmente, uma agressão dessas ao Estado brasileiro vai fortalecer, e não enfraquecer, a própria instituição do STF (não importa o quanto seja deplorável seu papel político e a postura de alguns de seus integrantes).

Favorece um governo, como o de Lula, sem projeto, impopular e agora presenteado com uma bandeira. E joga na confusão as forças de oposição.

INSENSATEZ -É imprevisível até onde vai a marcha da insensatez entre Brasil e Estados Unidos, que não começou apenas ontem. Trump passa, mas o “excepcionalismo” americano acabou.

No Brasil a crise tem o potencial de produzir o tipo de situação política na qual Lula e Bolsonaro, cansativos cada um à sua maneira, acabem sendo vistos como incapazes de levar o País a um futuro melhor.

Mas, tal como a marcha da insensatez, não é inevitável.

Prisão de Bolsonaro divide brasileiros, e 51% ainda duvidam que vá ocorrer

Datafolha: 55% aprovam tornozeleira em Bolsonaro e acham que ex-presidente  pretendia sair do Brasil | Política | G1

Maioria acha que Bolsonaro continuará em liberdade

Igor Gielow
Folha

Nova pesquisa do Datafolha mostra que 48% dos brasileiros querem ver Jair Bolsonaro (PL) preso no julgamento da trama golpista de 2022, empatados com os 46% que o desejam livre. Mas 51% acreditam que o ex-presidente vai escapar da cadeia.

O levantamento foi feito à luz da crise entre Estados Unidos e Brasil, com Donald Trump tendo encampado a tese de que Bolsonaro é vítima de perseguição e usado isso como justificativa para impor tarifas de importação mais altas a produtos brasileiros.

APOIO DE EDUARDO – A movimentação do presidente americano é apoiada e municiada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro que se mudou para os EUA para tocar a campanha em favor da anistia do pai.

Dos 2.044 ouvidos na terça (29) e na quarta-feira (30), 6% disseram não saber opinar sobre a prisão do ex-mandatário. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Em comparação com um levantamento de abril em que as mesmas perguntas foram feitas, houve uma oscilação no limite dessa margem, indicando uma inversão ao menos momentânea de

COMPARAÇÃO – Na rodada anterior, 52% achavam que o ex-presidente merecia ir à prisão, ante 42% que diziam o contrário. Já a avaliação do que deve ocorrer no julgamento previsto para setembro no Supremo Tribunal Federal segue estável: 52% achavam que ele ia escapar, ante 41% que previam o contrário —são 40% agora.

Nos recortes setoriais, nenhuma surpresa. Aderem mais à tese de que Bolsonaro não é culpado eleitores de classe média mais baixa, evangélicos, sulistas, bolsonaristas. Na via inversa, os que mais querem vê-lo preso são aqueles que ganham até 2 salários mínimos, nordestinos e petistas.

Bolsonaro será julgado sob a acusação de ter fomentado um movimento para se manter no poder após a derrota para Lula (PT) no segundo turno de 2022. A trama envolvendo políticos e militares não funcionou, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, e desandou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Trump está vencendo? Sim, mas haverá inflação e também perda de credibilidade

Os Impactos Globais das Tarifas de Trump: Consequências para o Mundo e os  EUA" Charge do: @AMARILDOCHARGES #TarifasTrump #ImpactoGlobal  #EconomiaMundial #Inflação #ComércioInternacional #PolíticaEconômica  #CriseFinanceira #EUA #ImpactoNosConsumidores ...

Charge do Amarildo (Arquivo Google)

Hélio Schwartsman
Folha

Donald Trump está vencendo? Por algumas contas, sim. Ele está conseguindo impor sobretaxas a seus parceiros comerciais sem encontrar resistência organizada. Nessa brincadeira, o Tesouro americano já arrecadou US$ 150 bilhões com tarifas, valor que deve pelo menos dobrar até o final deste ano.

A fórmula para lidar com valentões como Trump é não apenas conhecida como está inscrita em nossos DNAs de primatas gregários. É a reciprocidade, direta ou indireta. Na literatura de teoria dos jogos, as estratégias vencedoras ganham nomes como “tit-for-tat” e “win-stay, lose-shift”.

PRAGMATISMO – É claro que só funciona se os agentes tiverem poder de fogo comparável ou se atores mais fracos se unirem para dar uma resposta coordenada. E é aí que está o problema. Mesmo atores que teriam cacife para peitar o Agente Laranja, como a União Europeia, optaram por aceitar perdas para evitar uma escalada que poderia trazer prejuízos ainda maiores mais adiante. Prudência ou covardia?

A tática de Trump de alternar entre tratamentos relativamente benignos para quem se submete e ameaçar com o apocalipse para os que ensaiam resistência torna o pragmatismo tentador.

Devemos então reconhecer o presidente americano como gênio da estratégia e mestre das negociações? Não tão rápido. Como eu disse no início, Trump está se dando bem por algumas contas. E são contas que consideram só o curto prazo.

O JOGO MUDA – Se introduzirmos também o médio e longo prazos, o jogo muda. É muito difícil, para não dizer impossível, que as sobretaxas não gerem inflação, que costuma provocar danos eleitorais. No ano que vem Trump enfrenta as eleições de meio de mandato, que poderão custar aos republicanos o domínio de uma ou das duas Casas do Legislativo.

De forma mais dramática, Trump desfaz décadas de política de alianças, baseada em laços de confiança, soft power e ajuda externa, pela qual outros presidentes americanos tanto se empenharam.

Mesmo no pós-Trump, outros países não voltarão tão cedo a confiar nos EUA, cuja liderança sairá muito machucada.

Lindbergh propõe lei para enquadrar Eduardo Bolsonaro por traição à pátria

O novo alvo de Eduardo Bolsonaro direto dos Estados Unidos | VEJA

Enquanto não houver lei, Eduardo fica bem à vontade

Ester Cauany
da CNN

O líder do PT (Partido dos Trabalhadores) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta sexta-feira (1°) um projeto de lei que cria o crime de “alta traição à pátria”, com pena de prisão de 20 a 40 anos de prisão.

A proposta surge em meio a tensão entre Brasil e Estados Unidos, em decorrência da tarifa de 50% sobre importações brasileiras, anunciada pelo presidente Donald Trump. E as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estabelecido nos EUA com o objetivo de “sancionar [o ministro do Supremo Tribunal Federal] Alexandre de Moraes”.

TRAIÇÃO FAMILIAR– No X, Lindbergh Faria declarou: “Claro que nós estamos apresentando esse projeto pela traição construída por Eduardo Bolsonaro e por Jair Bolsonaro.”

Além da prisão, condenados pelo crime poderão perder patentes, cargos públicos, mandatos eletivos e até a nacionalidade, de acordo com o texto, que pode ser inserido no Código Penal, se aprovado.

“A gravidade da pena reflete a natureza existencial do bem jurídico tutelado: a soberania do Brasil como entidade política autônoma e a fidelidade mínima exigida de qualquer cidadão brasileiro, especialmente os que exercem funções públicas”, diz o projeto.

LISTA DE TRAIÇÕES – O que poderá ser considerado como traição: negociar, propor ou estimular sanções econômicas, retaliações diplomáticas e restrições comerciais; compartilhar, fornecer ou transmitir dados sigilosos do governo brasileiro.

E também cooperar, instigar ou participar de planos para submeter o Brasil à tutela de um país estrangeiro.

O texto ainda considera como “hostis” governo e país que “por ato unilateral ou em aliança, imponha ou ameace impor medidas coercitivas com o objetivo de subordinar, ou limitar a autonomia política, econômica ou institucional do Estado brasileiro”.

EDUARDO ESCAPA – No entanto, segundo o Código Penal, se aprovada e sancionada pelo presidente da República, o PL não terá efeito retroativo e a lei não poderá ser aplicada às recentes falas de Eduardo Bolsonaro.

O advogado e doutor em Direito penal pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Rodrigo Pardal explica que a lei só poderá ser aplicada a fatos que ocorram depois da entrada em vigor.

“Se após ela entrar em vigor ele [Eduardo Bolsonaro] praticar uma nova conduta, ainda que parecida com as anteriores e ela se encaixar na norma, ele pode ser processado por esse crime.”

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esse tipo de lei é que falta no golpe. Como se sabe, não é crime planejar conspiração, desde que não haja tentativa. No caso, Moraes alega que o 8 de Janeiro foi tentativa de golpe. É um piadista sem caráter. (C.N.)

Moraes ainda não autorizou entrevista de Filipe Martins a repórter americano

Michael Shellenberger – Wikipédia, a enciclopédia livre

Shellenberger espera “sentado” a autorização de Moraes

Stêvão Limana
da CNN

O jornalista americano Michael Shellenberger protocolou nesta quarta-feira (31) um pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para entrevistar o réu Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, durante o governo Bolsonaro. A solicitação foi endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A defesa de Shellenberger afirma que Martins manifestou interesse em conceder a entrevista, que seria feita de forma remota, com registro de áudio e vídeo. No pedido, o advogado do jornalista, André Marsiglia, argumenta que proibir a entrevista configuraria censura e violaria o direito à liberdade de imprensa.

LULA É EXEMPLO – A petição compara o caso ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve o direito de ser entrevistado quando esteve preso em 2018. “Privá-lo de toda e qualquer manifestação representa a imposição de censura prévia que, tantas vezes, este Supremo Tribunal Federal repudiou ao longo da história”, cita a peça assinada por Marsiglia.

Martins foi preso no início de 2024, apontado como autor de uma minuta golpista que foi apresentada ao então presidente Jair Bolsonaro. Ele ficou preso durante seis meses. Atualmente, está em liberdade provisória, cumprindo uma série de medidas cautelares.

Entre as restrições impostas pelo STF estão o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair da comarca onde reside, entrega dos passaportes, suspensão de registros de armas e impedimento de uso de redes sociais — com multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.

INTERESSE PÚBLICO – No documento enviado ao STF, a defesa reforça que a entrevista tem “significativo interesse público” e não representa risco ao andamento da investigação.

O jornalista ganhou projeção em 2024 após ter divulgado documentos recebidos da empresa X (antigo Twitter), que sugeriam que autoridades brasileiras teriam solicitado a retirada de conteúdos e perfis da plataforma. Shellenberger é conhecido por atuar como jornalista investigativo em pautas sobre liberdade de expressão e redes sociais.

O ministro Alexandre de Moraes ainda deverá se manifestar sobre o pedido.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Dificilmente Moraes aceitaria que essa entrevista fosse concedida. O ministro-relator-vítima-julgador está fugindo de jornalistas. Só faz declarações para jornalistas amestrados, escolhidos pela assessoria de imprensa do STF. Todos sabem que Filipe Martins jamais poderia se preso e processado. Não existe prova contra ele. Em qualquer país democrático, ele receberia indenização por estar sendo submetido a implacável perseguição judicial. (C.N.)

Apenas dois ministros manifestaram apoio a Moraes; os outros silenciaram

STF PERDEU A CONFIANÇA DO POVO BRASILEIRO E NECESSITA FAZER UMA AUTOCRÍTICA - Cariri é Isso

Charge do Duke (O Tempo)

Carolina Brígido
Estadão

Mais do que uma sessão de desagravo a Alexandre de Moraes e à própria Corte, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou claro nesta sexta-feira, 1º, que as punições serão rígidas não apenas aos acusados de tramarem um golpe de Estado, mas também a quem tenta coagir o tribunal a enterrar as investigações. Apenas dois dos outros dez ministros discursaram na sessão em apoio ao colega.

Em mensagens duras, Moraes e Gilmar Mendes fizeram referência à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do blogueiro Paulo Figueiredo, que articulam com o governo dos EUA sanções aos ministros do Supremo e barreiras tarifárias ao Brasil. Os dois ministros avisaram que “pseudo-patriotas” terão resposta à altura do Judiciário.

NO MESMO PACOTE – Nos discursos, os ministros colocaram no mesmo pacote a trama golpista e a tentativa de coação ao Supremo no curso no processo. “O modus operandi golpista é o mesmo”, declarou Moraes.

O ministro também verbalizou o que já havia demonstrado na condução das ações penais sobre a tentativa de golpe: a tentativas de intimidação pelos EUA não mudarão o rumo investigações. Segundo ele, todos os acusados serão julgados neste semestre.

Primeiro a discursar, Luís Roberto Barroso fez a defesa institucional do tribunal e enfatizou que os réus serão julgados com base em provas concretas, ”sem qualquer tipo de interferência, venha de onde vier”. Mendes e Barroso elogiaram a atuação de Moraes à frente das investigações.

GONET E MESSIAS – Depois das manifestações dos ministros, entoaram o coro pró-Moraes o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. A sessão durou mais de uma hora. Não houve tempo para o plenário julgar os processos previamente pautados.

Apesar do apoio efusivo de Gilmar e Barroso, também ecoou o silêncio da maioria no plenário. O microfone estava aberto a todos os ministros que quisessem se manifestar, mas os outros oito integrantes da Corte não fizeram isso.

Nos dias anteriores à sessão, alguns dos ministros que optaram pelo silêncio chegaram a comentar, em caráter reservado, que gostariam de prestar apoio público a Moraes. Na hora da sessão, desistiram.

JANTAR NA VÉSPERA – Na noite anterior, todos os ministros do STF foram convidados para um jantar no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um sinal de desagravo a Moraes.

Seis compareceram — entre eles, Barroso e Mendes, que se pronunciaram na sessão de hoje, e Flávio Dino, que prestou homenagem ao colega em uma rede social.

Nos bastidores, nem todos os ministros do Supremo estão de acordo com a forma como Moraes conduz as investigações. Ainda assim, apesar de não terem levantado a voz para defender o colega, não o criticam publicamente, em nome da unidade institucional da Corte.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Boa matéria de Carolina Brígido. Muitas vezes, o silêncio é muito mais revelador do que esses discursos de fancaria, como se dizia antigamente. (C.N.)

Ariano Suassuna numa desesperada canção de amor – “A Mulher e o Reino”

O otimista é um tolo. O pessimista, um... Ariano Suassuna ...Paulo Peres
Poemas & Canções

O escritor e poeta paraibano Ariano Suassuna, no poema “A Mulher e o Reino”, exalta a amada, revolta-se contra a razão e imortaliza o amor.

A MULHER E O REINO
Ariano Suassuna

Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel, cor do amanhã

Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher

Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela. O sangue há de morrer.
Mas quando a luz me diz que esse ouro puro
se acaba pôr finar e corromper
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão           

Lula agora tem condições de criar uma frente ampla pró-soberania

O Brasil negociará como país soberano, diz Lula no New York Times | Agência  Brasil

Brasil negocia como país soberano, disse Lula ao NYT

Josias de Souza
do UOL

Na política, a diferença entre a genialidade e a estupidez é que a genialidade tem limites. Segundo o Datafolha, quase nove em cada dez brasileiros (89%) avaliam que o tarifaço de Trump trará algum prejuízo para a economia brasileira. Para 77% o impacto negativo afetará as finanças pessoais.

Quer dizer: a pesquisa indica que, se a estupidez matasse, os políticos que defendem as sanções de Trump contra as exportações do Brasil teriam que colocar pontes de safena no cérebro. Mais da metade dos eleitores (57%) considera que o presidente americano erra ao pedir que a Justiça interrompa o julgamento de Bolsonaro.

DIZ A PESQUISA – A um ano e três meses da eleição presidencial, usar os dados da pesquisa para decifrar as urnas seria um exercício de quiromancia.

Mas fechar os olhos para os sinais de fumaça emitidos pelo Datafolha seria um desserviço à audiência.

Em 2018, o antipetismo soprou os ventos que formaram a onda que elegeu Bolsonaro. Decorridos quatro anos, a precariedade de Bolsonaro fez surgir o fator democrático que impulsionou em 2022 a vitória de Lula por pequena margem.

FRENTE-AMPLA – O tarifaço de Trump fornece pano para que Lula restaure a frente ampla que ele negligencia desde que tomou posse. Sai o risco à democracia.

Entra a ameaça à soberania. Se for bem-sucedido na troca, pode seduzir novamente o eleitor minoritário de centro que definiu a sucessão passada.

Para impedir o movimento, a direita precisaria se endireitar. Acorrentar-se a Bolsonaro não parece boa ideia. A essa altura, quem mata o tempo comete suicídio.

O tarifaço de Trump e a reação brasileira: Entre improviso e o desafio da soberania

Charge do J.Bosco (O Liberal)

Pedro do Coutto

A imposição de tarifas comerciais elevadas contra produtos brasileiros pelo presidente norte-americano Donald Trump acendeu uma luz vermelha no governo brasileiro. Com forte impacto sobre setores estratégicos da economia — como o agronegócio, a siderurgia e a indústria de base —, o tarifaço não é apenas um gesto isolado de política econômica dos Estados Unidos. Ele representa uma inflexão no relacionamento comercial entre os dois países e evidencia, sobretudo, o grau de vulnerabilidade da política externa e comercial do Brasil frente a ações unilaterais vindas de Washington.

O governo Lula, ao que tudo indica, está ciente da gravidade da situação. No entanto, a resposta brasileira tem sido marcada por improvisações, com foco em medidas emergenciais, em vez de uma estratégia de longo prazo. Entre as alternativas em discussão, está o uso de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para sustentar o capital de giro de empresas exportadoras que serão diretamente afetadas pela perda de competitividade. Em outras palavras, a ideia é compensar, com dinheiro público, a queda das receitas causadas pelas tarifas americanas.

LONGO PRAZO – A proposta, embora bem-intencionada no curto prazo, levanta sérias questões. Primeiro, porque substitui receitas privadas — fruto de exportações — por gastos públicos. Segundo, porque se trata de uma medida episódica, insustentável ao longo do tempo.

O tarifaço é permanente. O aporte do BNDES, por sua vez, é um movimento único, pontual. Não se pode esperar que o banco estatal injete capital nas empresas brasileiras a cada novo gesto de protecionismo internacional. Isso comprometeria os fundamentos fiscais do país, além de gerar uma distorção perigosa: o Brasil assumiria os prejuízos impostos por decisões políticas de outra nação.

Por trás dessa reação apressada, está uma contradição estrutural: o Brasil ainda é demasiadamente dependente de poucos parceiros comerciais, e os Estados Unidos ocupam lugar central nesse cenário. A falta de uma estratégia eficaz de diversificação de mercados deixa o país exposto a riscos externos que poderiam ser mitigados.

FRAGILIDADE – Com mais alternativas de exportação, os impactos de medidas protecionistas vindas de Washington seriam diluídos. Mas o que se vê, infelizmente, é uma insistente fragilidade no comércio exterior brasileiro, que segue refém de velhas rotas e de relações assimétricas.

O comportamento errático de Donald Trump, por sua vez, já é conhecido no cenário global. Desde seu primeiro mandato, o magnata republicano vem utilizando o protecionismo como instrumento político, não apenas econômico. Tarifas, barreiras, boicotes e sanções são aplicados com o objetivo de fortalecer sua imagem de líder nacionalista e intransigente.

No caso brasileiro, não é diferente. Ao anunciar tarifas contra produtos brasileiros, Trump não busca apenas equilibrar a balança comercial — ele busca palco. Quer provocar reações, gerar controvérsia e aparecer nos noticiários como o presidente que “não abaixa a cabeça para ninguém”.

AUMENTO DE PREÇOS  – Mas enquanto Trump faz política para sua base eleitoral, o Brasil colhe prejuízos. A elevação de tarifas significa aumento de preços para os consumidores americanos, sim, mas principalmente significa redução do volume exportado pelos produtores brasileiros. Com isso, perdem as empresas, perdem os trabalhadores, perde o Estado — que vê sua arrecadação encolher. E perde o país, que se vê acuado diante de uma medida que poderia ser enfrentada com mais vigor diplomático e mais preparo técnico.

O episódio evidencia um ponto sensível: o Brasil carece de uma política comercial robusta, ativa, propositiva e menos dependente de improvisos. É urgente que o país invista na ampliação de seus acordos bilaterais e multilaterais, estreite relações com mercados da Ásia, África e América Latina e diversifique sua pauta exportadora. Além disso, é preciso modernizar as estruturas de defesa comercial, capacitar empresas para atuar em mercados internacionais mais sofisticados e aumentar a presença do país em fóruns globais de negociação, como a OMC.

POSTURA SOBERANA – Do ponto de vista diplomático, o governo brasileiro precisa atuar com mais firmeza e clareza. A política externa não pode ser apenas reativa. É necessário recuperar uma postura soberana, assertiva e estratégica. O Itamaraty, que por décadas foi referência em atuação técnica e respeitada no mundo, precisa reassumir protagonismo no debate internacional, em vez de correr atrás dos danos causados por gestos impulsivos de outras lideranças.

O tarifaço imposto por Trump não é apenas um entrave econômico — é um alerta geopolítico. Mostra que o mundo está cada vez mais volátil e que a dependência excessiva de um único parceiro pode custar caro. A resposta brasileira precisa ir além do paliativo. É hora de planejar o futuro com menos dependência, mais estratégia e mais coragem. Porque soberania não se sustenta com empréstimos emergenciais. Sustenta-se com visão, preparo e liderança.

Trump acordou o Brasil da fantasia do isolamento e caímos num pesadelo

Um homem com cabelo loiro e terno escuro está falando em um microfone, apontando com a mão direita. Ao fundo, há uma bandeira dos Estados Unidos e uma pintura. Um outro homem está visível atrás dele, observando.

Trump desfez o sonho de não-alinhamento do Brasil

Vinicius Torres Freire
Folha

A agressão do governo de Donald Trump contra o Brasil parece nos ter acordado de um sonho tranquilo. Isto é, da fantasia de que o país fazia tempo não corria grandes riscos de sofrer ataques diretos no jogo bruto da política mundial (como em 1964).

Sujeitos às idas e vindas da economia mundial e a ações e derivas dos países dominantes, sempre estivemos levados pelas correntes de geoconomia e geopolítica, de um modo inadvertido, para ser gentil.

VOLTAREMOS A SONHAR – A dúvida agora é saber se vamos voltar a dormir, se é que Trump e outros fatores de conflito mundial não vão nos deixar insones. Vamos ter de pensar naquele clichê, na nossa “inserção mundial”.

Temos de pensá-lo agora em marcha forçada, em situação mais perigosa, em um mundo em rápida degradação no que diz às relações políticas, de força bruta, talvez guerra, e de racionalidade econômica alguma.

Uma medida da nossa posição na economia mundial pode ser a do total das exportações brasileiras nas exportações mundiais. É medida precária, limitada, mas serve para estas curtas e modestas colunas de jornal.

SUBINDO, DEVAGAR – Considere-se a participação brasileira nas exportações do mundo de 1982, desde quando há dados melhores, a 2001, quando a China entrava na Organização Mundial de Comércio e crescia como nunca se viu na história. Foi em média de 1,06% do total.

Nas duas décadas seguintes, ficou em torno de 1,2%. De 2022 a 2024, pós-pandemia, a participação brasileira foi para os picos da série, para 1,44%.

As exportações brasileiras aumentaram por causa da ascensão da China. O aumento da oferta de produtos foi possível por causa de vantagens típicas do país, desenvolvidas por meio de pesquisa científica e tecnológica —trata-se do tão sabido e excelente caso da Embrapa; depois, da Petrobras.

DEPENDÊNCIA MÚTUA – De início, entre 1990 e 2000, a participação brasileira fica estagnada também porque o comércio internacional crescia em ritmo muito maior do que o do PIB mundial: 2,3 vezes. Perdemos esse bonde. Na década seguinte, essa relação cai para perto de 1,5, mas ainda é forte. De 2011 a 2023, o comércio cresce menos do que o PIB mundial: 0,9.

Tamanho não é o único documento do comércio. Nesse período de liberalização e expansão comercial, houve deslocamento de produção para a Ásia e desenvolvimento maior das tais “cadeias globais de valor”. Isto é, fazer um produto depende da importação de insumos, partes, peças e serviços de vários lugares do mundo.

No Brasil, um exemplo raro disso é o da Embraer, de início também desenvolvida por investimento em formação e ciência.

PERDEMOS O BONDE – E daí? Perdemos o bonde do aumento do comércio em um período regido por regras multilaterais. Perdemos o bonde da integração nas tais “cadeias de valor” por sermos uma economia fechada; não investimos o bastante em pesquisa (gastamos em subsídios).

Hipóteses de industrialização ou fomento de atividades de produtividade mais alta não foram aproveitadas, um dos fatores da “reprimarização” da pauta de exportações e da baixa da indústria no PIB. Vamos para um mundo sob risco de guerra, de nacionalismo econômico, de política econômica internacional orientada por motivos de segurança. Perdemos oportunidades, mas isso é custo afundado.

O que fazer, além das fantasias, como participar da coalizão para desbancar o dólar ou de abrir sem mais a economia, ou de ideias lunáticas como largar nossa produção de commodities? O que vamos ser agora que precisamos crescer?

Imprensa brasileira pensou (?) que Trump já estava derrotado por Lula e Moraes

Análise: Como um comandante derrotado, Trump declara vitória na luta contra o vírus e volta para casa - Jornal O Globo

Datafolha mostra que maioria apoia sanções a Moraes

Felipe Frazão
Estadão

O governo Donald Trump voltou a criticar nesta quinta-feira, 31, a conduta do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O Departamento de Estado afirmou que Moraes é um “juiz ativista”, como classificou um porta-voz da diplomacia americana, ao defender a sanção aplicada ao ministro.

“Moraes é um juiz ativista, que abusou de sua autoridade ao se engajar em um esforço direcionado e politicamente motivado para silenciar críticos políticos através da emissão de ordens secretas obrigando plataformas online, incluindo empresas de mídia social dos EUA, a banir contas de indivíduos por postarem discursos protegidos”, disse o porta-voz Tommy Pigott, durante coletiva de imprensa do Departamento de Estado, a chancelaria americana.

PRISÕES INJUSTAS – “Moraes ainda abusou de sua posição para autorizar prisões injustas antes do julgamento e minar a liberdade de expressão. As ações tomadas por Moraes impactam cidadãos e empresas dos EUA. Os Estados Unidos não toleram atores estrangeiros malignos que abusam de suas posições de autoridade para minar a liberdade de expressão de cidadãos americanos”, justificou o diplomata.

Ele havia sido questionado sobre a razão principal para o ministro ter sido penalizado com base na Lei Magnitsky, com uma espécie de banimento financeiro. O porta-voz negou comentar futuras medidas do governo, sejam sanções com impacto econômico ou restrição de viagens, relacionados aos vistos, que já haviam sido revogados para ministros do Supremo e seus familiares.

Segundo Pigott, no entanto, as decisões contra Moraes mostram como o assunto é “levado a sério” na diplomacia dos EUA. O diplomata, no entanto, repetiu a mensagem do secretário de Estado, Marco Rubio, e disse que “nossas ações são um alerta àqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus cidadãos e togas não podem protegê-los“.

MAIS SANÇÕES – Em paralelo, um partidário trumpista no Câmara dos Representantes, o congressista Rick McCornick, da Geórgia, afirmou que “os aliados dele são os próximos”, em referência a novas sanções a ministros do STF, com base na Lei Magnitsky. Ele foi um dos que fez campanha ativa junto ao governo Trump por punição a Moraes.

“Após meses insistindo em ações, o governo Trump sancionou Alexandre de Moraes com base na Lei Globlal Magnitsky. Um grave violador de direitos humanos e corrupto, a justiça finalmente está sendo feita. Seus aliados são os próximos. O OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros) aplicará a lei com todo o rigor”, disse o congressista republicano, no X.

Os ministros Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, e Gilmar Mendes, se pronunciaram em solidariedade a Moraes após a sanção. Barroso articulou uma nota pública em nome da Corte. E Gilmar usou suas próprias redes sociais para se manifestar.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, o governo Trump está confiante nas acusações que faz a Moraes e agora avisa que os “aliados” do ministro sofrerão novas sanções. Onde se lê “aliados”, por favor leia-se “os outros sete ministros” que já perderam o visto e não podem mais visitar o Pateta na Disneylândia. Mas a imprensa brasileira segue outra narrativa e diz que Moraes e Lula já conseguiram derrotar Trump, o que seria a Piada do Milênio, conforme a pesquisa Datafolha acaba de comprovar. (C.N.)

55% concordam com tornozeleira em Bolsonaro, diz o Datafolha

Datafolha: maioria dos brasileiros apoia uso de tornozeleira eletrônica por  Bolsonaro | Política | cbn

Jair Bolsonaro fica sabendo que a tornozeleira tem apoio

Lucas Schroeder,
da CNN

A maioria dos brasileiros concorda com as restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no mês passado, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (1º).

Levantamento divulgado nesta sexta-feira (1º) ouviu 2.004 pessoas em todo o país; margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos

TORNOZELEIRA – No último dia 18, Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal), autorizada pela Suprema Corte, que apura os crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. Na ocasião, Moraes ordenou que o ex-mandatário passasse a utilizar uma tornozeleira eletrônica, além de cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e finais de semana, entre outras medidas cautelares (confira os detalhes aqui).

55% APOIAM – O levantamento de hoje destaca que 55% dos brasileiros apoiam às restrições a Bolsonaro (44% dizem concordar totalmente, e 11% em parte).

Ao mesmo tempo, 41% dizem discordar das determinações (32% totalmente, e 9% em parte). Outro 1% não concorda, nem discorda; e 3% não souberam responder.

Ainda conforme o Datafolha, 55% dos entrevistados acham que Bolsonaro tinha a intenção de deixar o Brasil. Para 36%, o ex-presidente não pretendia sair do país. Já 10% não souberam responder.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O Datafolha traz duas informações importantíssimas. A primeira indica que a maioria dos brasileiros é a favor das sanções impostas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. E a segunda é que a maioria apoia a tornozeleira em Jair Bolsonaro. Cruzando-se as duas indicações, surge uma terceira, mais importante ainda – a maioria dos brasileiros não apoia Lula nem Bolsonaro. Isso significa que está aberto o caminho para uma terceira via que nos livre dessa maldita polarização. Que assim seja. (C.N.)

Datafolha! Maioria dos brasileiros (47%) apoia sanções a Moraes e ao STF

Caroline Batista de Britto Gallo - Consultora Jurídica/Gestão Comercial |  LinkedIn

Charge do Latuff (Brasil 247)

Deu na CNN

A revogação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é aprovada por 47% dos brasileiros, enquanto é reprovada por 42%. Outros 10% não sabem como avaliar a medida.

Os números são de pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (1º). O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

SOMA DE ITENS – O índice de aprovação à medida do governo americano, sob a presidência de Donald Trump, é calculado somando o número de brasileiros que “concordam totalmente” (33%) e “em parte” (14%) com a revogação.

Já o índice de reprovação é alcançado pela soma do número de pessoas aptas a votar (com 16 anos ou mais) que “discordam totalmente” (29%) ou “em parte” (13%) sobre a medida.

O apoio à revogação do visto americano de Moraes é maior entre pessoas declaradamente apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com um índice de 68%. Já entre os petistas, o número cai para 32%.

O levantamento do Datafolha foi realizado entre 29 e 30 de julho e ouviu 2.004 pessoas em 130 municípios.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É surpreendente esse resultado da pesquisa Datafolha. Com o governo Lula e a grande mídia (imprensa, rádio e televisão) atacando incessantemente Trump e as sanções a Moraes, jamais se esperaria esse resultado tão expressivo contra Lula, Alexandre de Moraes e o Supremo, pois somente 29% dos pesquisados discordam totalmente das sanções aos oito ministros. E há outros indicativos muito fortes na pesquisa, que analisaremos em seguida, enquanto vocês compram pipocas. (C.N.)