
Ilustração do J. Bosco (Arquivo do Google)
Ruy Castro
Folha
Ninguém hoje mais deliciosamente na frigideira do que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Seu indigesto carreirismo está entupindo o exaustor. Os bolsonaristas passaram a detestá-lo ao perceber que, por trás dos discursos pela descondenação de Bolsonaro, ele torce com fervor para que seu benfeitor siga inelegível —sem contar sua ardilosa compaixão ao descrever Bolsonaro como um inválido, donde sem forças para a disputa presidencial.
Como pode fazer isso com o homem que o moldou do barro e lhe soprou uma carreira política pelas narinas? Os neutros, por sua vez, também não veem por que confiar em Tarcísio. Sabem que seu em-cima-do-murismo pode se definir contra quem quer que seja, como ele está fazendo com Bolsonaro —e isso vale para os faria-limers que o achavam quase tolerável.
VIOLÊNCIA – E, por enquanto, ainda estão em 35 por cento os paulistas que atribuem a disparada do crime em São Paulo —homicídios, feminicídios, violência sexual, letalidade policial, latrocínio, roubo de celulares— ao congelamento das verbas para programas de enfrentamento a esses crimes.
Para muitos, Tarcísio é ruim porque é carioca. Mas dessa virtude ele não pode ser acusado. Tarcísio só nasceu no Rio. Mudou-se aos três anos com sua família para uma cidade-satélite de Brasília, de que saiu quando ingressou no Exército, em Campinas, aos 19. Pelos 17 anos seguintes, alternou quartéis em Resende, Recife e Natal e, ao deixar o Exército, aos 36, foi ser burocrata em Brasília.
NEM SÍNDICO – Em dias de sua vida, nunca foi visto caindo n’água em Ipanema, comendo uma empada no Caranguejo ou tomando um chope no Pavão Azul. Nunca foi vereador, prefeito, deputado ou senador pelo Rio. Na verdade, nunca foi sequer síndico de condomínio na Barra.
Nunca tínhamos ouvido falar dele aqui na rua do Ouvidor até que Bolsonaro o plantou na garupa de sua moto em São Paulo, ungiu-o candidato e o elegeu. Daí que, ao ver sua batata assar nacionalmente, a Tarcísio só resta a reeleição em São Paulo. Mas agora sem Bolsonaro.
Tarcínico continua sendo o boneco de fantoche da eleição de 2022. Sem contar, no momento, porém, com a indispensável manipulação do ventríloquo (ex-mito).
E, sem a ação do ex-mito, ele é mais uma Joice, uma Janaína, um Mandetta sem votos na praça.
Simples assim.
“Maduro, Nanda recado à Lula!”
https://youtu.be/YbiMb6PLhcw?si=FGGe4cKPY2hmoMZ7
Essa excrescência é o atual flerte do CN.
Devo admitir que para quem apoiou: Aécio, Cunha,Temer e Bozo…..há,de certa forma, uma evolução.
Votei nele e voto novamente. Os esquerdistas têm medo de disputar eleição com ele.