Imprensa amestrada tenta desconhecer a importância do voto de Fux

Moraes: pedido por avaliação médica de Bolsonaro não é pertinente

O próprio Bolsonaro não entende o esquema de Luiz Fux

Carlos Newton

O julgamento dos recursos de Jair Bolsonaro e dos demais acusados de envolvimento no golpe de Estado, concluído nesta sexta-feira, é considerado  uma mera formalidade, porque os embargos de declaração não têm poder modificativo, servem apenas para esclarecer alguma dúvida, geralmente são usados apenas para ganhar tempo, ao atrasar a publicação do acordão final para cumprimento da pena.

No seu caso, após a publicação da nova decisão, Bolsonaro e outros réus têm mais 15 dias para apresentar um recurso que realmente pode modificar a condenação – os embargos infringentes, que são apresentados quando não há unanimidade na decisão, como ocorreu com o ex-ministro José Dirceu no caso do Mensalão.

VERSÃO DE GILMAR – Por encomenda, a imprensa está divulgando apenas uma versão de bastidores, anunciando que seriam necessários dois votos conflitantes para possibilitar embargos infringentes. Alguns ministros, liderados por Gilmar Mendes,  estão informando a imprensa (mas sempre em off) que assim os recursos infringentes de Bolsonaro serão recusados de cara, devido ao entendimento de 2018, num julgamento de Paulo Maluf.

Na época,  o plenário considerou que esse tipo de embargo somente deve ser aceito se houver dois votos pela absolvição no julgamento da Turma, o que não foi o caso de Bolsonaro, que só teve um voto, de Luiz Fux.

Bem, em 2018 este foi o entendimento do plenário ao analisar o recurso infringente de Maluf, condenado por lavagem de dinheiro, corrupção e remessas ilegais ao exterior, quando prefeito de São Paulo. Mas na vida tudo muda…

ORÁCULO DE DELFOS – Os jornalistas engolem a versão de Gilmar Mendes,  como se ele fosse o Oráculo de Delfos, mas a realidade é um pouco diferente.

Se Gilmar Mendes, como presidente da Segunda Turma, recusar o embargo infringente de Bolsonaro, os três ministros dissidentes (Fux, Nunes e Mendonça) têm direito de recorrer e derrubar a decisão monocrática de Gilmar, que vai se desembeiçar em cena aberta.

Portanto, apesar do precedente de Maluf, o recurso terá de ser aceito pela Segunda Turma, por estar sendo apoiado pela maioria. Portanto, será analisado, irá à votação e deve inocentar Bolsonaro e outros integrantes do núcleo central do golpe, em placar de 3 a 2 (Fux, Marques e Mendonça, absolvendo, com Gilmar e Toffoli condenando).

EM JULGAMENTO –  Na presidência dos trabalhos, Gilmar vai enlouquecer de raiva, junto com Toffolli e os outros ministros petistas. É claro que ele vai citar à exaustão a decisão sobre Maluf e recorrer ao plenário, para que o processo seja julgado novamente, algo que jamais aconteceu na História do Supremo, e imaginem a confusão que isso vai dar, com pedidos de vista e outras chicanas. Isso porque, do julgamento em uma das Turmas, o recurso é sempre para a outra Turma e não para o plenário.

Nessa guerra de extermínio, é claro que Bolsonaro poderá acabar perdendo novamente, mas tudo isso vai demorar um tempo enorme, e  ele pode ser solto e beneficiado pela decisão da Segunda Turma, ficar viajando de lá para cá, fazendo campanha eleitoral para os candidatos de sua preferência.

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P.S.Enquanto estiver beneficiado pelo julgamento da Segunda Turma, Bolsonaro estará se defendendo também em outro importante recurso, contra a decisão do TSE que o tornou inelegível. Sabem quem é o relator? Chama-se Luiz Fux, que está consultando os astros para encontrar uma maneira de inocentar Bolsonaro. Comprem muita pipoca. (C.N.)


P.S. 2 –
Aproveitamos a oportunidade para agradecer ao grande advogado carioca João Amaury Belém, que nos enviou na íntegra o embargo de declaração já apresentado ao STF pela defesa de Bolsonaro. (C.N.).

13 thoughts on “Imprensa amestrada tenta desconhecer a importância do voto de Fux

  1. Trama golpista: após derrota no STF, defesa de Bolsonaro deve recorrer novamente

    Supremo rejeitou embargos por unanimidade na sexta-feira, advogados vão apelar ao último recurso para prolongar tramitação

    O julgamento começou ontem e continua até o dia 14.

    (…)

    Próximos passos

    Aliados do ex-mito avaliam que o próximo passo da defesa do ex-presidente será apresentar outro tipo de recurso, o chamado embargo infringente, cujo objetivo seria rediscutir parte do mérito da decisão do STF.

    O entendimento atual do Supremo, no entanto, é que esse tipo de recurso só pode ser apresentado quando houver dois votos divergentes nas análises pelas turmas.

    No caso do ex-mito e da maioria dos réus, só houve um voto pela absolvição, de Luiz Fux.

    Por isso, uma tentativa nesse sentido não deve prosperar.

    Após a publicação da rejeição dos embargos, os advogados têm o prazo de 10 dias para apresentar novos recursos.

    Mesmo com chances mínimas, os embargos infringentes podem prolongar a tramitação do processo e adiar a execução da pena.

    Paralelamente, a equipe jurídica do ex-mito avalia outras medidas, como recursos em cortes internacionais e pedidos para cumprimento da pena em regime domiciliar, alegando questões de saúde e segurança.

    (…)

    Fonte: O Globo, Política, 08/11/2025 03h30 Por Daniel Gullino, Mariana Muniz e Sarah Teófilo – Brasília

  2. Sóstenes: ‘Aplicaram morfina para evitar reação à prisão do ex-mito’

    O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que NÃO devem ocorrer grandes mobilizações populares após a prisão do ex-mito, responsabilizando o STF pela APATIA.

    “Aplicaram morfina aos poucos para não haver reação popular”, declarou.

    A expectativa entre juristas é que a prisão do ex-mito ocorra entre dezembro e o início de janeiro.

    Fonte: CNN Brasil, Política, 07/11/25 15:48 Por Pedro Venceslau

    Na verdade, ‘não consegue enganar as pessoas o tempo todo.’ (Abraham Lincoln).

  3. A liberdade e a libertinagem caracterizam-se pela lucidez interpretativas dos fatos e as meramentes ideológicas insanas, sabotadoras e insistentes “pinóquias” narrativas, sem vergonhas, parecendo couro de p. que nem vai, nem fica!

    • Sr. Observando,
      Venho dizendo exatamente isto pro nosso Editor.

      Pra mim, também já era!

      Mas o Sr. Carlos Newton discorda veementemente, obviamente, está no legítimo direito de contestar o 4×1.

      Realmente, é um caso complexo, mas com o passar dia dias, vamos tendo melhor visibilidade.

      Acompanho esse caso com muito interesse, porque estou aprendendo um pouquinho.

      No final das contas, a minha percepção, do que tenho lido e ouvido, acho que o bolsonaro, chegou ao fim da linha.

      Como diz o Sr. Carlos Newton: Comprem pipocas!

      Eu vou comprar cerveja e botar pra gelar… rsrs

      Um abraço,
      José Luis

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