Momentos de desespero e ternura que sempre nos surgem no Natal

Turma Formadores Certform 66: Pré-crónica de Natal (ou o Natal do meu  descontentamento)

Charge reproduzida do Arquivo Google

Vicente Limongi Netto

Caminho pelos sentimentos da vida. Anjos pedem socorro para a combalida humanidade. A razão perdeu o sentido da vida. O ar pesado e cruel não resiste. Padecemos diante da intolerância. Vozes desunidas e trêmulas cruzam ódio e terror. Perdeu-se o encantamento do amor. Laços de ternura foram rompidos pelo cinismo da hipocrisia. Gestos saudáveis tornaram-se recordações amareladas no cotidiano. 

Mas a mulher amada e eterna está em todos os lugares. Caminha invisível com arranjos floridos. Tranças dos cabelos conversam com o sol. Molha o rosto nas águas do rio profundo. Adormece amores.

Meu amor está nos varais do céu. Alegrando o vento. Nas folhas das árvores altas que semeiam o encantamento. A amada deixa luz pelo caminho. Sorri esbelta e faceira. Beijando anjos com aromas de orquídeas. Despede-se da euforia da noite. Passeando entre nuvens emocionadas. Abraçadas com gotas de amor.

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ALMAS LIVRES

O último suspiro do morto
esquecido e amaldiçoado
exposto pela agonia
do desconforto e da desolação
deixou rastros de ossos
descendo por rios humilhados
por sombras dos falsos disfarces
aniquilados pela lama
correndo nas margens
dos córregos da escuridão
humana entre sinistros corações

2 thoughts on “Momentos de desespero e ternura que sempre nos surgem no Natal

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