
Nota do Sindicato não deixa dúvidas sobre as “pressões”
Andreza Matais
Metrópoles
Uma nota do Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central coloca mais um degrau na escalada das notícias sobre a suposta tentativa de pressão para livrar o Banco Master do processo de liquidação.
A nota foi divulgada no mesmo dia em que veio à tona que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, teria pressionado o presidente do BC, Gabriel Galípolo, para favorecer o banco de Daniel Vorcaro. Os dois negam.
BC CONFIRMA? – Na nota do BC, divulgada 24 horas depois e de forma concomitante à de Moraes, não passou desapercebido o fato de o texto dizer que “o BC confirma que manteve reunião com o ministro Alexandre de Moraes”.
Faltou dizer quem manteve, as datas e o local dos encontros. Ao deixar essas informações em aberto, a nota coloca todo o BC sob suspeita.
Moraes divulgou duas notas sobre o assunto. Sustenta que “em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei (Magnitsky), em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”.
PRESSÓES EXTERNAS – O sindicato do BC, contudo, é explícito no seu comunicado.
“O episódio evidencia a importância vital do Regime Jurídico Único e da estabilidade funcional que regem a carreira dos servidores do BC. Tais prerrogativas são a salvaguarda que permite ao corpo técnico resistir a ingerências e pressões externas, possibilitando que decisões sensíveis sejam tomadas com autonomia e fundamentação técnica.”
Segue o texto: “A defesa dessas garantias não é apenas uma pauta corporativa, mas um pilar essencial para a proteção do interesse público e para o fortalecimento das instituições de Estado”.
QUESTIONAMENTOS – O sindicato não cita diretamente a suposta tentativa de interferência do ministro Alexandre de Moraes no processo. Refere-se às “recentes manifestações do TCU e do STF relativas à liquidação do Banco Master”.
No Supremo, a investigação está focada nas supostas fraudes que levaram à prisão de Daniel Vorcaro. No TCU, o questionamento é sobre a decisão do BC de liquidar o banco descartando outras alternativas menos extremas.
Se funcionários do Banco Central usaram a estabilidade a que têm direito para não ceder a eventuais pressões, fizeram uso correto dessa prerrogativa. Precisam agora usar a mesma proteção garantida em lei para tornar pública que tipo de pressão sugerem que sofreram.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Neste sábado a Tribuna apresentará matéria referente à necessidade de o presidente do BC divulgar o teor das conversas telefônicas e presenciais que manteve com o ministro Moraes. O seu silêncio, na inexistência de provas concretas, poderá acarretar bilionária indenização em favor de Moraes, porque o Supremo reconhece como “legal” o contrato de cônjuge de ministro com qualquer tipo de réu. (C.N.)
“Dendos”, em:
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Os experimentos, as cevas e as arapucas, conforme:
https://www.facebook.com/share/v/1ApxcELzDX/
Pois até o momento , meio mundo estão satanizando o ministro/juiz Alexandre de Morais , por ter telefonado e se encontrado com o presidente do BC Gabriel Galípolo várias vezes, mesmo sem terem conhecimentos dos conteúdos e propósitos reais de suas conversas .
“A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudia os ataques online contra a jornalista Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews, desferidos desde que ela publicou uma reportagem sobre conversas entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Infelizmente, nos últimos anos, se tornaram comuns os ataques misóginos a mulheres jornalistas que fazem reportagens sobre pessoas que ocupam importantes espaços de poder. A Abraji é uma instituição criada para defender o trabalho dos jornalistas profissionais e essa missão deveria ser coletiva. Quando qualquer jornalista sofre intimidação por exercer o seu ofício, perde a sociedade como um todo.
A Abraji se solidariza com Malu Gaspar e fica à disposição, atenta a qualquer ataque contra jornalistas profissionais.”