Janio de Freitas
Poder360
Por mais que a roda seja louvada como maior feito da criatividade, não se compara à concepção da ideia de justiça. Essa ideia a natureza não teve, nem a reconhece. A natureza reina na arbitrariedade, distribui dádivas e infortúnios cegamente.
A ideia de justiça, com seu decorrente sentimento de justiça-injustiça, é criação genuína do ser humano. É a mais bela e determinante concepção nos milênios de humanidade.
FORÇA DA IDEIA – A tragédia do processo civilizatório é o que o ser humano faz a ideia ser muito mais grandiosa do que seu criador. A pequenez humana diante do que a ideia oferece, se não for a causa originária do eterno desarranjo planetário, acompanha de dentro todas as causas. Aos nossos olhos, que preferem não ver. Mesmo o mais visível.
Quem dá a arma para um assassinato é coautor, cúmplice de crime sujeito a dura pena, às vezes até à de morte. Quem proporciona as armas para 34 mil assassinatos é objeto de consideração moral e legal que lhe permite ser governante de dezenas e centenas de milhões. Não é exceção, é regra no mundo civilizado como no atrasado.
Os ministros do Exterior da Alemanha e da Grã-Bretanha foram a Netanyahu “pedir” a desistência de atacar Rafah, onde se alojam um milhão de refugiados e outro tanto de habitantes da cidade. Seu argumento, também de Joe Biden: “Seria uma catástrofe humanitária”.
NADA NOS DETERÁ – Só então, na mentalidade dessa classe de governantes, haveria em Gaza uma “catástrofe humanitária”, onde 15 mil crianças já morreram sob bombas, além dos milhares estimados sob os escombros.
Netanyahu repete quase a cada dia a resposta humilhante dada aos delicados pedintes: “Nada nos deterá, vamos invadir Rafah”. Claro, sabem alemães, ingleses e todo o mundo que a guerra não é uma questão de justiça com a população civil, desarmada e inocente.
A carnificina é para aplacar o ódio com a apropriação do território.
DIREITO DE DEFESA – É o mesmo motivo que leva Putin, adversário de Netanyahu, a arruinar cidades e populações civis, desarmadas e inocentes na Ucrânia.
Dois casos de igual falsificação do “direito de se defender”, dos ameaçadores Hamas e Otan. Dois governantes e seus coautores identificáveis como criminosos de guerra, pelo direito internacional e, em particular, pelas Convenções de Genebra.
Todos, por muito mais atos contra a vida do que os praticados por nossos marcolas enjaulados. Que justiça a esses governantes suas vítimas sem culpa podem esperar, isso é matéria de sonho. É o que está feito, como também a trágica desigualdade social, da mais bela e grandiosa ideia da humanidade.
Discordo que a roda seja a maior invenção da humanidade. Para mim dou mais crédito aos primeiros humanos que deixaram de ser nomades e criaram a agricultura, que facilitou a vida. Na natureza não reina arbitrariedades, em qualquer lugar estaremos sujeitos ao capricho dos fenômenos naturais. O universo nos mostra o quanto não somos nada. Uma explosão de uma estrela mesmo que distante, pode acabar com a vida na Terra. O que está ocorrendo na Ucrânia e em Gaza, é tudo sa estupidez de algumas pessoas, querem impor e dominar outras pessoas. Isso só terminará daqui a 4,5 bilhões de anos quando o Sol dissipar a Terra.
Que não falte muito urânio enriquecido à Israel, quando for preciso.
EM UMA BRIGA OU DISCUSSÃO NÃO HÁ VENCEDORES, SOMENTE PERDEDORES.