Bolsonaro define três alvos para elevar tom contra a descriminalização da maconha

Ilustração do Gomez (Correio Braziliense)

Denise Rothenburg
Correio Braziliense

O tema da conversa do ex-presidente Jair Bolsonaro com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador do estado, Tarcísio de Freitas, foi escolhido a dedo para marcar a diferença do trio com os adversários que defendem a descriminalização das drogas — o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP), o PT e ministros do Supremo Tribunal Federal que já votaram a favor da maconha.

Aliás, a ida de Bolsonaro a São Paulo visa justamente colocá-lo novamente em sintonia com parte do eleitorado que não tolera a descriminalização e, paralelamente, mostrar que, mesmo inelegível, o ex-presidente tem um ativo eleitoral forte.

ATRÁS DO PREJUÍZO – Todo esse trabalho, seja a ida a uma galeteria de Brasília, onde foi aplaudido, e o almoço em São Paulo, pretende colocar na vitrine do ex-presidente temas que possam compensar o desgaste sofrido com o caso da deputada Carla Zambelli, envolvida com o hacker Delgatti Neto, e com a suposta tentativa de venda do relógio Rolex feita pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.

Com os candidatos que planejam suceder Bolsonaro na disputa da Presidência em 2026 tropeçando no discurso, como é o caso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o ex-presidente acredita que não perderá influência no eleitorado de direita.

DEIXE QUE DIGAM… – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, faz cara de paisagem em relação às críticas que vem recebendo de senadores e vai bater o pé em defesa dos pareceres do Ibama, seja no tema exploração de petróleo na Amazônia, seja no quesito BR-319 — rodovia que, na avaliação dos ambientalistas, precisa de mais estudos.

Marina, aliás, avisam seus aliados, está do mesmo jeito que sempre esteve. Se sentir falta de respaldo no governo para pareceres técnicos, não terá o menor constrangimento em pedir o boné e ir cuidar da vida no exterior, onde é requisitada para quase todas as conferências.

E o governo brasileiro praticamente se transferiu para Belém nesta semana da Cúpula da Amazônia. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que desembarcou por lá nesta segunda-feira, leva na bagagem a expectativa de o presidente Lula liderar o Sul Global na transição energética. E, enquanto a Cúpula da Amazônia estiver na ordem do dia, a reforma ministerial continuará em banho-maria.

10 thoughts on “Bolsonaro define três alvos para elevar tom contra a descriminalização da maconha

  1. bOs bolsonaristasestão com a cabeça na Idade Média,os lulistas no começo do Século passado.

    Estamos n mato sem cachorro.esramos condenados a permanecermos eternamente no Quinto Mundo.

    • A política de repressão tem todo apoio do narco tráfico. Ao que parece é totalmente ineficaz, pois continuam distribuindo suas toneladas de drogas, criando um estado parelelo,- em algum lugar um puxadinho do Estado oficial -, com direito até a ter sua própria justiça.

      O domquixotismo do bolsonarismo chega, por ser tão extemporâneo, a ser ridículo.. .

  2. Fiquei admirado de Bolsonaro não ter tentado descriminalizar as milícias no Rio de Janeiro… Ou será que as milícias do jeito que estão são mais interessantes?

  3. Mesmo com o mito inelegível, ele continua sendo o nome forte da direita brasileira. Certamente vai emplacar um de seus filhotes para ver em primeira mão serem derrotados pelo Lula ou por seu indicado em 2026.

  4. Mais uma profetiza do templo que é uma investigadora de tropeçadores de discursos.

    Com os candidatos que planejam suceder Bolsonaro na disputa da Presidência em 2026 tropeçando no discurso, como é o caso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o ex-presidente acredita que não perderá influência no eleitorado de direita.

    Com isso temos uma nova categoria de políticos, os do PT et caterva, São intropeçáveis.
    Com os aloprados cantando, ” Nóis trupica mas num cai.”
    A nave do petralhismo vai navegando por mares mais navegados que os do Capitão Jack Sparrow.

  5. Bolsonaro, com todos inquéritos e processos de crimes de alta relevância que pesam contra ele, até que haja decisão judicial que, por acaso o inocente. deveria ter vergonha de saracotear por aí, como se nada houvesse contra ele.

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