Candidato morto no Equador denunciou casos de corrupção da Petrochina e da Odebrecht

Quem é Fernando Villavicencio, candidato à Presidência assassinado no  Equador

Villavicencio, um jornalista que tentou entrar na política

Júlia Barbon
Folha

Fernando Villavicencio, 59 anos, o candidato à Presidência do Equador assassinado nesta quarta-feira (9), ficou conhecido por denunciar casos de corrupção enquanto era jornalista investigativo e deputado, especialmente da Petrochina e da Odebrecht. O político foi um dos grandes opositores do ex-presidente Rafael Correa, hoje autoexilado na Bélgica.

Um dos oito postulantes ao cargo, ele teve longa trajetória na vida pública e curta carreira política. Foi membro da Assembleia Nacional até três meses atrás, quando o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, dissolvendo o Legislativo e convocando as eleições marcadas para o dia 20.

INVESTIGAÇÕES – Villavicencio atuava como parlamentar desde 2021, período no qual foi muito ativo como presidente da comissão de fiscalização e controle político. Ele impulsionou investigações, principalmente em questões relacionadas ao petróleo, nos governos de Correa (2007-2017), Lenín Moreno (2017-2021) e de Lasso.

Apesar disso, recentemente o legislador foi acusado por opositores correístas de obstruir o processo de impeachment contra o atual presidente — que levou o líder a tomar a drástica medida meses atrás. O deputado negava as insinuações de proximidade com o governo, afirmando que a oposição agia sem evidências.

Sua maior investigação como deputado foi no caso Petrochina, em que denunciou um suposto esquema de corrupção na venda de petróleo à China por valores abaixo dos de mercado no governo de Correa.

COMO JORNALISTA – Villavicencio também ficou conhecido por sua longa carreira como jornalista, durante a qual ele fundou o portal Periodismo de Investigación. Até hoje o político se identificava como jornalista investigativo nas redes sociais e divulgava o link do seu site, por meio do qual fez diversas outras denúncias.

Ele tinha conhecimento amplo do setor petrolerio porque começou sua carreira política na década de 1990 como comunicador social e então líder sindical da estatal Petroecuador, época em que também participou da fundação do movimento político indígena Pachakutik, existente até hoje. Durante o governo de Correa, foi assessor de Cléver Jiménez, então deputado do Pachakutik. Juntos, apresentaram diversas denúncias contra Correa, principalmente relacionadas ao setor petrolífero.

Após uma das denúncias, em 2014, foram processados por Correa e condenados a 18 meses de prisão, porque a acusação foi considerada maliciosa e temerária, segundo o jornal local Primicias. Eles, porém, refugiaram-se num povo indígena na Amazônia até a pena prescrever e voltaram à vida pública.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Uma facção criminosa (Los Lobos) assumiu a morte do político, dizendo que ele não cumpriu acordo com a quadrilha, mas há controvérsias. Não se sabe se ele morreu por ser esquerdista ou por lutar contra a corrupção. (C.N.)

9 thoughts on “Candidato morto no Equador denunciou casos de corrupção da Petrochina e da Odebrecht

  1. Pelo que se sabe, por mídias equatorianas, é que ele foi assassinado por facções do crime organizado, o qual ele disse ia combater.

    Nada a ver ser esquerdista ou lutar contra a corrupção (aliás, o título da matéria está fora do contexto).

    “La actual campaña electoral suma con el asesinato de Villavicencio la tercera víctima consecuencia de la violencia que se registra en el país.

    Villavicencio denunció de forma reiterada que había recibido amenazas a su integridad y a su vida por parte de grupos de la delincuencia organizada.”

    https://www.lahora.com.ec/pais/asesinato-villavicencio-enluta-quito-suspende-actividades-feriado/

  2. Aqui, em 2018, os narcotraficantes lulistas tentaram assassinar o Bolsonaro e impedir a sua vitória esmagadora nas urnas. Agora, assassinaram o opositor do Foro de São Paulo no Equador.

    Lula é o chefe da filial do narcotráfico bolivariano no Brasil. Por isso negou a renovação do porte de arma da família Bolsonaro.

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