Lula ainda se prende a soluções do passado, numa tentativa inútil de destravar o futuro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Novo PAC na última sexta-feira, 11, no Rio de Janeiro, resgatando marca das gestões anteriores.

Lula repete grandiosamente os programas que fracassaram

William Waack
Estadão

Lula continua dedicado a buscar no passado perdido uma visão de futuro. A postura vale especialmente para a economia (mas também para política externa), e seu exemplo mais recente foi o relançamento do PAC. Há consenso sobre o fato do PAC original não ter sido uma história de sucesso.

Ao final do período petista a economia contraiu, o desemprego aumentou e fracassaram alguns dos principais projetos de industrialização. Qual a razão de se insistir agora mais uma vez em indústria naval, diante do fracasso das anteriores? Ou de se utilizar estatais e bancos públicos nos mesmos tipos de empreitadas que trouxeram maus resultados?

DÉCADA PERDIDA – A mesma indagação vale para a expansão da política fiscal, bancada agora por uma enorme campanha de aumento de receita, já que é mínimo o esforço de contenção de despesas públicas. Se gasto é vida e o PAC acelera o crescimento, como assim estamos vivendo mais de uma década perdida?

Uma parte da resposta está na inexistência no Brasil de um acompanhamento de políticas públicas que indique se vale a pena prosseguir nelas. Para permanecer no inglês, o tal do “spending review” não passa de “wishful thinking”.

Mas a outra parte da resposta está no fato de que a análise que Lula 3 faz de suas iniciativas no passado é essencialmente política. Ele considera que as políticas (fiscal ou a econômica via PAC) não estavam erradas em si, mas foram vítimas de sabotagem, interrupções e de um golpe aplicados por adversários políticos insatisfeitos com um “governo popular”.

Em outras palavras, na visão do atual governo, o que deu de errado foi causado por golpes, e não pela natureza equivocada das políticas. E teria menos culpa ainda o conjunto de ideias que dão tanta relevância ao papel do Estado. Não é outro o símbolo de Lula exibindo Dilma Rousseff (a impichada “mãe” do PAC) no relançamento do programa.

PRESO AO PASSADO – Lá fora, curiosamente, são colegas presidentes de esquerda que estão dizendo a Lula como é perigoso ficar preso ao passado. O do Chile, ao lembrá-lo que valores democráticos são universais e é o que está em jogo na guerra da Ucrânia. O da Colômbia, ao reiterar que combustíveis fósseis não podem mais ser uma proposta de futuro, e é o que está em jogo na transição energética.

Aqui dentro quem indica o perigo para o presidente é o Centrão. É profundamente irônico que seja um personagem com as características de Arthur Lira, mais afeito às truculências da política quotidiana do que a ideias literárias, que ofereça a Lula um “momento Proust”: a busca do tempo perdido é uma tarefa inútil.

10 thoughts on “Lula ainda se prende a soluções do passado, numa tentativa inútil de destravar o futuro

  1. Tem razão, moderno mesmo é fazer como o Mito/Paulo Guedes, destruir a economia, mandar povo pra fila do osso, pagar 10 reais no litro da mijolina, desemprego e precarização do trabalho, propagar fascismo e golpismo, ter rejeição recorde e roubar joias. Patético, o maior cabo eleitoral do Lula são esses liberais tupiniquins.

  2. LULA E BOLSONARO REPRESENTAM AS DUAS FACES DA MESMA MOEDA, ou seja, do mesmo sistema apodrecido. Lulismo e bolsonarismo, e seus puxadinhos, argumentam com apenas meias verdades, quando muito, porque a verdade por inteiro os condenam à prisão perpétua, ou banimento da política, enquanto carro-chefe do conjunto da sociedade que tem que ser impoluto. O lulismo olhando-se no espelho enxerga a imagem do bolsonarismo e vice-versa, um sindicalista e o outro militarista. Realmente, o bolsonarismo tem resiliência tanto quanto o lulismo, enquanto irmãos siameses, almas gêmeas e representantes da ora da maldita polarização política nesta imposta pelo militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, seus puxadinhos, e seus tentáculos velhaco$, enquanto sócios-proprietários majoritários da república dos me$mo$, forjada, protagonizada e desfrutada pelos me$mo$ que, há 133 anos, arvoraram-se em donos da disputa de poder, do poder, da democracia e tb do Brasil, dão as cartas, jogam de mão e mantém o Brasil e o povo brasileiro capturados pelas suas vaidades, ambições e interesses pessoais, sobrevivendo no tempo e no espaço em constante estado de guerra, tribal, primitiva, permanente e insana, por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, face aos quais o povo, que deveria ser o dono e protagonista da Democracia joga apenas de massa de manobras e bucha de canhão dos me$mo$, tipo vítimas, reféns, súditos e escravos dos me$mo$, com as suas armações, esquemas, fake news, mentiras, enganações, golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais, que, há cerca de 30 anos, passou a ter como contraponto apenas a Revolução Pacífica do Leão, a nova via extraordinária, o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, o novo caminho para o novo Brasil de verdade, confederativo, com democracia direta e meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, do Brasil para o Mundo, porque a libertação de uma nação e da Humanidade, com a Internet na Causa, não é mais apenas utopia, porque evoluir é preciso e, sobretudo, porque, em sã consciência ninguém aguenta mais o continuísmo da mesmice das loucuras dos me$mo$ pelo poder. https://www.brasil247.com/entrevistas/breno-altman-o-bolsonarismo-tem-resiliencia-e-pode-resistir-a-uma-eventual-prisao-do-seu-lider

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