Militares veem Justiça esticando a corda e gerando insegurança nas Forças Armadas

Para militares, Procuradoria Geral da República estaria "tripudiando" e haveria um limite a partir do qual seria difícil acalmar núcleos militares

Para militares, a Procuradoria Geral da República estaria “tripudiando”

Monica Gugliano
Estadão

É uma corda bastante fina essa que a Justiça está esticando com as prisões de militares, como as que a Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou nesta sexta-feira, 18, e que atingiram os integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, entre eles o atual comandante Klepter Rosa Gonçalves.

A opinião generalizada entre militares graduados do Exército é de que essas prisões estão criando instabilidade e insegurança nas Forças Armadas. Alguns oficiais chegam a dizer que a PGR estaria “tripudiando” e que essas ações têm um limite, a partir do qual não seria fácil acalmar nem o oficialato e nem tampouco os militares abaixo da linha de comando.”

EXAGERO E DESCONTROLE – Entre os militares, existe a percepção de que há exagero e descontrole nessas prisões de pessoas que não estariam dando sinais de que tentarem atrapalhar investigações ou de que teriam realmente participado ou feito corpo mole diante da tentativa de um golpe no dia 8 de janeiro.

Essas prisões seguiriam um estilo lavajatista que forçaria delações e confissões, muitas das quais não se sustentaram com o passar do tempo.

Para o Exército, está muito claro que a Força não embarcou em nenhuma tentativa de golpe ou suposto golpe. Pelo contrário, o Alto Comando tem reafirmado que assumiu uma forte posição em defesa da democracia e da posse do presidente eleito Lula da Silva (PT). Portanto, não existiriam razões para a Força continuar sendo envolvida em supostos ilícitos praticados por alguns de seus integrantes.

CLAMOR POPULAR – Mas existe um clamor popular para que aconteçam punições, especialmente no caso do ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, Mauro César Cid, e agora do seu pai, o general de Exército na reserva, Mauro César Lourena Cid. O Exército é uma instituição e, como tal, esses oficiais têm dito que a instituição não pode agir movida pelo clamor das ruas. Mas precisa seguir a legalidade.

Isto é, quando Cid for julgado, se condenado, certamente será expulso da Força. O caso do pai dele é mais complicado por se tratar de um general da reserva, e cuja participação do caso das joias ainda está sendo digerida.

Mesmo seus mais próximos amigos estão desconcertados com as revelações do possível envolvimento dele. Alguns que têm procurado falar com ele, pararam de tentar. Lourena Cid, dizem essas pessoas, está terrivelmente abalado, chora e não consegue conversar.

ACALMAR AS BASES – Até que as investigações desvendem tudo que aconteceu e como aconteceu, e a Justiça dê uma sentença, os oficiais têm procurado acalmar as bases e mostrar que o Exército é muito maior do que as denúncias contra alguns de seus integrantes. É um trabalho pesado esse de resgate da imagem de uma instituição que, até poucos anos, liderava as pesquisas de confiabilidade.

Mas é um trabalho que vem sendo feito junto aos mais jovens porque não é a tropa, mas a cúpula do Exército que se vê envolvida e cobrada pelos mal feitos praticados por alguns. Não foi a tropa que embarcou com malas e bagagens na candidatura do ex-capitão Jair Bolsonaro e nem tampouco foi ela a beneficiária de salários e todas as outras benesses concedidas pelo então presidente.

A reputação do Exército brasileiro, entendem, está na ponta da linha. Está no soldado que mora na fronteira, onde não existe mais nenhuma instituição de Estado. Está no soldado que ajuda os demais cidadãos em enchentes ou distribuindo água em períodos de seca. E esse soldado, ponderam os oficiais, não está sendo atingido pelas denúncias.

16 thoughts on “Militares veem Justiça esticando a corda e gerando insegurança nas Forças Armadas

    • Trata-se de um projeto totalitário do “bem”.

      Essa trupe pode fazer o que bem quiser.

      Imaginem se fosse outra força política que fizesse tal projeto totalitário, extemporâneo, ridículo e todos os adjetivos que qualifiquem esse projeto de um golpe ditatorial de dentro do próprio Estado despossuído de qualquer controle!

      Essa turma é barra pesada.

      Mas essa bagaça não vai dar certo.

  1. Senhor Carlos Newton estou confuso e não entendendo , pelo que se sabe o PGR Augusto Aros e sua gangue , se colocaram de ” corpo e alma ” , a serviço do ex-presidente jair messias bolsonaro , e fizeram vistas – grossas , aos sucessivos crimes ao longo de todo seu mandato , com a conivência e participação de membros e maus elementos dos três poderes da república , maus elementos religiosos , empresários e da sociedade civil , culminando no dia 08/01/023 e esses malditos militares envolvidos nessa trama / conspiração contra o Brasil e seu povo nada fizeram , com o agravante de não terem impedido o acordo de jair bolsonaro para a soltura e reabilitação política de Lula , em troca da suspenção de todas as investigações e processos judiciais envolvendo-o , seus filhos , ex-mulheres e a atual mulher , além de seus comparsas e amigos , com os juízes do STF .

  2. De as Forças Armadas representam a defesa da Pátria, convenhamps: Estão desatentas ao avanço criminoso e subverssivo que vem avermelhando todas as instâncias desguardadad da necessária e pertinente vigilância!
    Abrólhos!

  3. Parece que tem gente brincando de Democracia ao terem no PT e seus conluiados a expressão ideal dela.

    Vejam bem o projeto da milícia do “bem” que querem implantar.

    https://www.sociedademilitar.com.br/2023/08/nova-forca-de-seguranca-petista-lula-quer-recriar-guarda-nacional-e-generais-do-exercito-estao-preocupados-2022j.html

    Não há dúvida de que a resistência democrática vem das Forças Armadas e dos “nem um, nem outro”.

    Essa bagça não vai dar certo.

  4. Esticando a corda = fazendo justiça e punindo golpistas lesa pátrias.
    Então que essa corda seja esticada até a ruptura. A notinha de repúdio desses milicos tem o mesmo peso que zero.

  5. Queria que anistiasse os traidores da pátria?
    Ulisses Guimarães disse: Quem atenta contra a Constituição, é traidor da pátria.

    Os processos não são contra as Forças Armadas, são contra os maus militares que se deixaram levar pelas ideias extremistas do ex-presidente.
    Cometeu crime tem de ser punido. A lei é igual par todos.

  6. “CLAMOR POPULAR – Mas existe um clamor popular para que aconteçam punições, especialmente no caso do ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, Mauro César Cid, e agora do seu pai, o general de Exército na reserva, Mauro César Lourena Cid.”
    Clamor popular, onde e quando?
    O jornalixo não tem recuperação.

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