General Penteado, ex-número 2 do GSI, culpa general G. Dias pela invasão do Planalto

Na CPI da Câmara Legislativa do DF< General Carlos Penteado culpou Gonçalves Dias por erros no dia 8 de janeiro, após ex-ministro citá-lo em CPI no Congresso

General Penteado fez gravíssimas acusações a G. Dias

Ricardo Corrêa e Marcelo Godoy
Estadão

O general Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), culpou o ex-ministro e também general Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, pela desarticulação que levou à invasão do prédio do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em uma tentativa de derrubar o governo. As declarações de Penteado foram dadas em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta segunda-feira, 4.

CONTRADIÇÕES – Na semana passada, em depoimento na CPMI do 8 de janeiro no Congresso, Gonçalves Dias havia afirmado que cobrou do general Carlos Penteado o motivo de o cordão de isolamento da PM em frente ao Planalto não ter sido montado. Ele chegou a dizer que usou um palavrão e que Penteado não o respondeu, mas prosseguiu para determinar a execução do “plano escudo”, para proteger o prédio.

Ele também disse ter recebido informações divergentes dos subordinados. Segundo G. Dias, Penteado lhe teria dito que ele não precisava comparecer ao Palácio naquela data.

O número do 2 do GSI, porém, contou aos deputados distritais uma versão divergente. Alegou que Gonçalves Dias não lhe deu ordens nem usou palavrões e que o ex-chefe teria retido alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o que teria contribuído para que o Plano Escudo não tivesse sido acionado.

CULPA DE G. DIAS – “Todas as ações conduzidas pelo GSI no dia 8 de janeiro de 2023 estão diretamente relacionadas à retenção pelo ministro Gonçalves Dias dos alertas produzidos pela Abin, que não foram disponibilizados oportunamente para que fossem acionados todos os meios do ‘plano escudo’. Nesse ponto é necessário destacar que, se a coordenação de análise de risco, responsável pela elaboração da matriz de criticidade, tivesse tido acesso ao teor dos alertas encaminhados ao ministro Gonçalves Dias pelo diretor da Abin, Saulo Moura, as ações previstas pelo ‘plano escudo’ teriam impedido a invasão do Palácio do Planalto”, afirmou o general Carlos Penteado.

O militar disse ainda que foi designado para a o cargo no GSI pelo Comando do Exército em 30 de julho de 2021, ainda quando o chefe da Pasta era o general Augusto Heleno, no governo de Jair Bolsonaro.

FOI CONVIDADO – Ele afirmou que, na transição, foi convidado por Gonçalves Dias a permanecer no cargo para organizar a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando 10 mil militares e policiais foram mobilizados.

Na época, havia a disposição dos integrantes do GSI de entregarem os cargos antes do petista assumir.

Penteado disse aos deputados distritais quer não recebeu nenhuma mensagem sobre possíveis atos de violência no dia 8 antes da invasão da sede dos Três Poderes.

Ele contou ainda que foi ao Palácio naquele dia 8 e afirmou ter pedido reforços ao Comando Militar do Planalto em conversa com o general Gustavo Henrique Dutra, então comandante do CMP.

ORDEM ATRASADA – Também confirmou que Gonçalves Dias foi ao prédio do Palácio no meio da tarde e que o ministro só deu a ordem para prender os vândalos depois da chegada do reforço da tropa de choque da Polícia Militar.

Até então, os militares do GSI estavam expulsando os vândalos do lugar. O Palácio foi retomado às 17h30.

“Minhas opiniões e pensamentos não são norteadoras da minha atuação funcional”, afirmou o general Penteado, que era um dos oficiais da ativa mais atuantes na defesa de Jair Bolsonaro até 2019, em sua conta do Twitter, até que o então comandante do Exército, Edson Pujol, publicou resolução disciplinando o uso de redes sociais pelos militares da Força Terrestre.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O general G. Dias não tem como se defender. Como dizia o pensador Confúcio, há 2.500 anos, uma imagem vale mais do que mil palavras. E não faltaram imagens depreciativas de G. Dias passeando no Palácio do Planalto durante a invasão. E com quem ele tanto falava ao celular? Como seu telefone oficial foi apreendido, certamente ele estava falando num celular reserva. Naquele dia convulsionado, todos os caminhos levam a G. Dias, muy amigo de Lula, diria Jô Soares. (C.N.)

10 thoughts on “General Penteado, ex-número 2 do GSI, culpa general G. Dias pela invasão do Planalto

  1. General diz que G.Dias segurou alertas para Dia 8
    Penteado prestou depoimento na CPI da Câmara Legislativa do DF
    04/09/2023 15:58 | Atualizado 05/09/2023 0:50
    Penteado fez questão de relembrar como foi perfeito o esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios durante a posse do presidente Lula. Foto: Eurico Eduardo/CLDF
    Francine Marquez
    O general Carlos José Russo Assumpção Penteado prestou depoimento nesta segunda-feira (4), na CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
    Durante a oitiva, o Penteado ressaltou diversas vezes que houve um represamento da comunicação por parte do então ministro G. Dias.
    “Se a coordenação de análise de risco tivesse tido acesso ao teor dos alertas encaminhados ao ministro G. Dias pelo diretor da ABIN, Saulo Moura, teríamos impedido a invasão do Palácio do Planalto”.
    O general era secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) no fatídico 8 de janeiro.
    Penteado afirmou aos distritais que não recebeu nenhum alerta de segurança emitido pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e ressaltou que essa “falha de comunicação” teria sido responsável pela invasão e depredação do Palácio do Planalto.
    “Todas as ações do GSI no dia 08 estão diretamente relacionadas à retenção, pelo ministro Gonçalves Dias, dos alertas produzidos pela ABIN, que não foram disponibilizados oportunamente”.
    Em relação ao fracasso do plano escudo, o militar afirmou que o problema foi a falha das informações a respeito da quantidade de manifestantes, tendo em vista que a defesa do Palácio Presidencial é uma ação preventiva.
    “A partir do momento que eles rompem [as barreiras da polícia], não se fala mais em plano escudo, não há mais prevenção, tivemos que começar uma retomada do prédio”.
    Penteado fez questão de relembrar como foi perfeito o esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios durante a posse do presidente Lula.
    Quando foi questionado sobre a fala de G.Dias, ao colegiado, afirmando que não o nomearia novamente a fazer parte da equipe do GSI, Penteado se negou a comentar.

    Do Claudio Humberto.

  2. Governo ‘filtra’ acesso ao desfile do Dia 7 em Brasília
    Esforço é para reduzir chances de vaias a Lula no desfile em carro aberto
    05/09/2023 0:37 | Atualizado 05/09/2023 0:41
    O governo Lula triplicou as despesas com instalações para o desfile de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, mas, à parte o jeito petista de fazer o erário pagar sempre mais que o serviço vale, o gasto adicional pode ser explicado pela profusão de grades, cercas e placas destinadas a condicionar o acesso das pessoas a “funis” de verificação.
    Mais que cuidados com a segurança, o governo se esforça para reduzir chances de vaias à passagem do casal presidencial, em carro aberto. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
    O controle maior será entre o Planalto e a área do palanque onde Lula ficará. Quem usar camisas da Seleção pode ser barrado nesse trecho.
    O governo plantou a palavra “ressignificação”, reproduzida por ativistas, como se o desfile militar pudesse fugir ao que se vê todos os anos.
    Como “novidade” na festa militar haverá exposição de viaturas, blindados e três helicópteros militares, já levados ao canteiro central da Esplanada.

  3. Zucco: Barroso foi ‘induzido a erro’ ao suspender depoimentos
    Presidente da CPI aponta eventual financiamento público para invasões
    04/09/2023 13:57 | Atualizado 04/09/2023 15:36
    Presidente da CPI do MST. Foto: Agência Câmara
    Deborah Sena
    O presidente da CPI do MST, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), reagiu a suspensão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, acerca dos depoimentos de Jaime Messias Silva e José Rodrigo Marques, presidente e diretor administrativo do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), agendados para esta segunda-feira (4).
    Enquanto Barroso acatou a solicitação assinada pela Assembleia Legislativa de Alagoas, na condição de representante dos convocados, alegando que a CPI extrapolou competências ao investigar um poder estadual, Zucco afirma que as investigações não versam sobre a gestão do Estado, “mas eventual uso de recursos públicos para financiar delitos praticados por movimentos sociais, tais como a invasão de terras e crimes conexos”.
    “Se a CPMI do 8 de janeiro recebesse a informação que um ente estadual financiou a vinda dos ‘patriotas’ à Brasília, não iria ouvir os responsáveis pelo financiamento?”, questiona ofício assinado por Zucco.
    “Acreditamos que o Exmo. Ministro tenha sido induzido a erro, crendo que a convocação por esta CPI estaria relacionada a investigar atos de gestão no Estado membro da Federação, quando, na verdade, a convocação tem o precípuo objetivo de investigar o uso do dinheiro público no patrocínio de atos ilícitos”, completa o documento.
    Confira nota divulgada pela presidência da CPI sobre o caso:
    A mesa diretora da CPI do MST recebeu o comunicado do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os depoimentos previstos para esta segunda-feira (4) foram cancelados por força de uma medida cautelar. Diante desta decisão judicial, não cabe outra deliberação a não ser o cancelamento da sessão. Por outro lado, é preciso manifestar a contrariedade deste colegiado com tal encaminhamento, uma vez que a justificativa para o não comparecimento dos depoentes esbarra na própria realidade dos fatos. Ou seja, a CPI do MST ouviu servidores estaduais no curso de suas investigações, sem que os mesmos fossem impedidos de comparecer pelas razões ora expostas pelo ministro relator do caso, Roberto Barroso.
    É importante destacar que os depoimentos previstos para hoje se debruçariam sobre denúncias gravíssimas de uso de recursos públicos para o financiamento de ações do MST em Alagoas. Lamentavelmente, perde toda a sociedade brasileira que é impedida de saber onde está sendo aplicado o dinheiro de seus impostos.
    No caso em tela, verba pública sendo empregada no aluguel de ônibus, compra de lona e cestas básicas para fomentar a invasão de propriedades públicas e privadas. Estamos ingressando no STF com um pedido formal de reconsideração, para que as oitivas sejam mantidas e a sociedade tenha o direito de conhecer a verdade dos fatos.

    Deputado Federal Luciano Zucco (Republicanos-RS)
    Presidente da CPI do MST

  4. A culpa de GDias, foi estar no Palácio verificando se as portas estavam fechadas e comandando os alucinados para o segundo andar para serem presos e falando ao telefone.
    O pastor Feliciano chegou dizer que se GDias com autoridade desse um grito: “vocês estão presos” todo sairiam correndo. Isso só na cabeça de quem não tem noção do que é uma multidão enfurecida.

    GDias foi nomeado ministro do GSI na semana da invasão. O GSI tinha 1200 funcionários todos provavelmente bolsonaristas, sob o comando do gal. Heleno, que nada fizeram nos dias 12 e 24 de dezembro para conter e prender os terroristas.

    Quem assistiu o gal. Penteado na CPI, viu ele dizendo que não sabia nada sobre o golpe e ficou na primeira semana de janeiro sem ter informações.

    A verdade, é que a tentativa de golpe era um fato que veio sendo planejada muito antes do dia 8 de janeiro.

    GDias com oito dias de nomeado contra todos os órgãos de segurança e inteligência nas mãos dos bolsonaristas, facilmente seria enrolado e desinfomado.
    GDias é o pretexto absurdo para culpa-lo pela invasão nos prédios do Três Poderes e a tentativa de golpe ter êxito

  5. Que golpe mais esculachado é esse?
    Golpe mesmo foi os bolcheviques executarem o Tzar Nicolau e toda a família imperial russa, foi do Fidel e seu Paredon, foi o de Pol Pot eliminando um terço da população.
    Um golpe meia boca que não saiu nem um tiro de feijão e nem uma facada na barriga.
    Que zoeira, o golpista esculachado, saiu mais sujo que unha de tatu e mais fedido que poleiro de pato; já não se fazem mais golpista como antigamente.
    Golpe de quebrar relógio velho bebendo água mineral fornecida pelo sentinela da democracia é arremedo de ópera bufa, simulacro de baixa amplitude.
    Essa pantomina serviu para exacerbar o ânimo dos ferozes defensores democracia, mas esse democratismo desenfreado me deixa até desacorçoado de assistir novos episódios.
    Conforme poderia ter dito o Mão Santa: Atentai bem, vocês podem ter uma overdose de democratismo.

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