É preciso acabar com a reeleição e separar a eleição de presidente e de parlamentares

O potencial dissipador da reeleição - Blog do Ari Cunha

Charge do Déo Correia (bocadura.com)

Roberto Nascimento

Concordo com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no que concerne à necessidade de pôr fim à reeleição para cargos executivos (presidente, governadores e prefeitos). Foi uma péssima ideia de Fernando Henrique Cardoso, o cacique do PSDB, levada adiante pelo seu xerife, Sérgio Mota, o ministro tucano das Comunicações, que funcionava como trem-pagador e soube comprar preciosos votos de parlamentares, para aprovar a emenda constitucional.

Em relação à simultaneidade das eleições, discordo visceralmente. Eleição geral de quatro em quatro anos, além de gerar confusão na cabeça do eleitor, impede o aperfeiçoamento da democracia.

LEMBRANDO HELIO – Neste aspecto, estou ombro a ombro com o saudoso jornalista Helio Fernandes, adepto de eleições anuais. Segundo ele, quanto mais eleição, maior a oportunidade de o cidadão saber distinguir quem o representa e quem é oportunista, só pensa no seu clã familiar e nos amigos do peito. Assim, é preferível ter mandato de cinco anos para presidente e de quatro anos para parlamentares.

Rodrigo Pacheco, no exercício da presidência do Senado e do Congresso, tem hora que vai bem, mas logo depois pode dar uma bela derrapada.

Mesmo assim, o senado mineiro é incomparavelmente melhor do que o “primeiro-ministro” Arthur Lira ((PP-AL), que se comporta como rei da Câmara dos Deputados e xerife do Centrão.

HELENO CANTOU… – Quanto ao Centrão propriamente dito, trata-se daquele grupo político fisiológico que o general Augusto Heleno, em plena campanha ao lado de Bolsonaro, definiu com precisão, ao cantar desafinadamente: “Se gritar pega ladrão, não fica um Centrão…”.

Depois, teve de dar uma recueta, porque Jair Bolsonaro ganhou a eleição em 2018. Heleno foi logo nomeado ministro do Gabinete de Segurança Institucional e passou a andar de braços dados com quem? Ora, com Lira e o Centrão, que depois emplacou Ciro Nogueira como chefe da Casa Civil.

São as voltas que o mundo dá. Mas tem gente que ainda acredita no terraplanismo.

24 thoughts on “É preciso acabar com a reeleição e separar a eleição de presidente e de parlamentares

  1. Não, caramba! Tem é que sair desse sistema presidencialista maluco que não deu certo em lugar nenhum do mundo, com exceção dos EUA por questões puramente locais.

    Esqueçam essa porcaria de presidencialismo, ou ideias de jerico como proibir o povo de reeleger alguém. É impressionante como para os intelectuais brasileiros as soluções sempre passam por tirar o poder das mãos do povo. Sempre tentando impedir o povo de votar, mas nunca pensando em mudar o sistema. Por que na cabeça de intelectual brasileiro e da mídia em geral o problema é a participação do povo e não o formato como o Estado brasileiro funciona.

    • Que sofisma mais porra-louca é esse ? Seja claro, inteligível, vc é antissistema podre ou é conservador do dito-cujo, seja presidencialismo, seja parlamentarismo ?

    • Senhor Walsh, é exatamente uma maior participação do povo, através da implantação de eleições anuais, que está proposta, indo ao encontro do desejo expresso de Helio Fernandes, sempre na página 7 do jornal Impresso Tribuna da Imprensa. O Editor Carlos Newton, nosso guia da Tribuna da Internet, também é favorável a quanto mais eleição, melhor para a Democracia.

      Afinal, todo Poder emana do Povo e por ele será exercido.

      • Nascimento, Vc faz parte da gastança e da comilança do sistema podre ? Mentira tem perna curta cidadão, basta de sofisma, Democracia de Verdade, tem que ser Direta, com Meritocracia, aberta à participação de todos e todas, em condições de igualdade, a custo zero para os contribuintes, independente de partidos e de intermediários bandidos, mentirosos, arvorados em representante do povo, salvo exceções, a custos impagáveis. Paremos com isso, isso já foi longe demais, a divida pública já ultrapassou a casa dos R$ 6 trilhões, deixa o coitado do Hélio Fernandes descansar em paz, basta o fato de ele não ter recebido em vida do sistema bandido, nem sequer a indenização a que tinha direito, sistema que paga aos aos donos, arvorados em “representantes” povo, no cash, fundões bilionários. Essa coisa tornou-se insustentável.

  2. A SAÍDA ALVISSAREIRA DO QUINTO DOS INFERNOS É A BANDA CONSCIENTE, humana, sensível, empática, sensata e solidária do conjunto da sociedade brasuca pegar pesado os psicopata$, sem sentimentos, loucos por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, operando na seara política a troca do poder do dinheiro pela força do mérito e dos argumentos da intelectualidade sadia, alicerçada na boa-fé, na verdade, na honestidade e na Justiça. RPL-PNBC-DD-ME JÁ, antes que seja tarde demais, inclusive para desarmar a “Bomba-Relógio” armada há 133 anos, pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$. Diz a matéria sob comentários que “CAMPOS NETO lembrou que o Ministério da Fazenda indicou que precisa de receitas adicionais bastante grandes para cumprir a meta de déficit zero em suas contas em 2024. Pelas contas da área econômica, seriam necessários R$ 168 bilhões em aumento de arrecadação”. É por aí que a gente vê, clara e definitivamente, que a república federativa do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, no tempo e no espaço, revelou-se absurdamente inviável sob todos os aspectos, exceto no aspecto da gastança e da comilança insaciáveis dos me$mo$, praticadas à moda PPP, no frigir dos ovos, um molho que revelou-se absurdamente mais caro do que o frango, que, à evidência, exige e continuará exigindo cada vez mais esforços tributários a serem retirados do lombo dos contribuintes, como soe acontecer há 133 anos, tendo apenas o céu como limite, a julgar pela irresponsabilidade da classe política que perfaz o sistema forjado, protagonizado e desfrutado, há 133 anos, pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, donos de partidos e afins, arvorados em representantes do povo, à moda simulacro de democracia mas que na prática afeiçoa-se a uma plutocracia putrefata com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia, conjunto da obra esse que, ao que parece, ama potencializar a tal “Bomba-Relógio”, como se vê, p. ex., na gastança eleitoral inútil, do nada versus coisa nenhuma em termos de mudanças de verdade, sérias, estruturais e profundas, do “ruim versus pior”, do “sujo versus não lavado”, com os seus golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais, e até com uma certa presidenta declarando que neste país “por eleições faz-se os diabos”, e com o diabo no controle do estado de coisa$ e coiso$, haja fiofó de contribuinte para pagar a conta das diabruras dos me$mo$. https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/bolsonaro-um-fracasso-eleitoral-de-300-bilhoes-de-reais

  3. 1) Acabar com a reeleição em todos os níveis executivos (presidentes da República, Governadores e Prefeitos), a meu ver, será melhor para o Brasil.

    2) Lembro de Juscelino, cujo lema foi “50 anos em 5 anos” e naquela funcionou… construiu Brasília, DF.

    3) Não confundir as cidades de Brasília e outras do DF com a Praça dos Três Poderes, a Ilha da Fantasia.

  4. Concordar com projetos de que pretende manter-se “locupleto” é comprometedor, mas isso beneficiará os “avalistas” desses sórdidos e mafiosos esquemas, em quê?

  5. Reeleição pressupõe continuidade e vícios na gestão do Executivo.
    Quanto ao Congresso, a reeleição para a Presidência da Câmara dos Deputados e para o Senado, deveria ter um fim. Um único mandato está de bom tamanho.

    Uma boa experiência de sucesso na América, que permite uma reeleição, deveria ser copiada no Brasil. Os EUA impedem que o presidente reeleito, concorra a nenhum cargo público, ao final do segundo mandato. Bush, Clinton, Obama, se tornaram conselheiros e ministram palestras nos EUA e no mundo. No Brasil, os candidatos se candidatam e eleitos, podem assumir o Poder indefinidamente,

    • Basta de sofisma, basta de acender uma vela pra Deus e duas para o diabo. Democracia é coisa séria, tem que ser direta, com meritocracia, o verdadeiro poder do povo para o povo, eleições gerais, mandatados de no máximo 5 anos, sem reeleição, aberta à participação de todas e todas, independentes de partidos, sem dinheiro dando as cartas e jogando de mão, sem mentiras, sem guerra tribal, sem polarização e sem compra de eleitores e apoiadores, a custo zero para o contribuinte.

  6. Excelente texto de Roberto Nascimento.
    Reeleição, como é feita no Brasil, com o presidente no cargo, é uma covardia, só perde uma reeleição para os cargos de presidente, governado e prefeito, se o candidato a reeleição for péssimo, como no caso de Bolsonaro.

    O que Lira ou Pacheco não falam é sobre o sistema eleitoral injusto que dá grande vantagem à reeleição dos parlamentares, que durante 4 anos recebem emendas parlamentares para fazerem obras em seus redutos.
    Os que se candidatam pela primeira vez encontra toda tipo de dificuldade para se eleger e renovar o Congresso.
    Quem passar num concurso para servidor do judiciário, para tomar posse tem que apresentar todas as certidões negativas, se tiver sendo investigado ou ser réu de algum crime, não toma posse. Isso deveria valer para quem fosse candidato a cargos eletivos do Congresso, Assembleias estaduais e Câmara de vereadores. por se tratar dos cargos mais importantes do país e ainda para ser candidato deveriam prestar concurso simples mas fundamental, relativo ao cargo que vai ocupar, inclusive teste psicotécnico.
    Deveriam ter três eleições em cada gestão legislativa e executiva.. Num ano eleições para prefeito e vereadores, outro ano eleições para governador e deputados estaduais, e noutro ano eleições para presidente, deputados federais e senadores. Todos os cargos com gestão de 5 anos.
    Em tempo: sem emendas parlamentares.

  7. Vira um cabide de emprego de políticos que recorrem a acertos inescrupulosos, uns verdadeiros bandidos do erário público que se perpetuam no poder!!.
    Exemplo disso são esses deputados do ” CENTRÃO”
    Tem que acabar com a reeleição em todos os níveis.
    Vão trabalhar!!!
    Vão se virar!!
    Chega dessa mamata!!!

  8. Lutar pelo fim da reeleição é batalha perdida, nenhum presidente da república, governador ou prefeito vai lutar por isto. O mesmo se dá com o “voto facultativo”, este menos ainda. O que pode fazer é adotar o modelo americano do mid term, se renova parte da Câmara e do Senado, é o que está acontecendo na Argentina agora, parte do Senado e da Câmara vai ser renovada junto com o presidente. Mas será que a nossa “casta política” seria tão ousada assim? Duvido muito, vamos ficar com o que já temos, pois mudar pode mudar as coisas.

    • Prezado Arthur. E difícil mesmo, contudo, não é impossível. FHC rompeu a tradição do mandato unico e impôs a reeleição, um presidente comprometido com o país, pode propor uma PEC, do fim da reeleição. Com este Congresso majoritariamente Conservador, e tendo que conseguir dois terços da Câmara e dois terços do Senado, tudo continuará como está.

      Vamos ter que esperar, uma mudança no quadro partidário.

      Uma coisa é certa, a Reeleição fez muito mal ao Brasil. Até FHC reconhece isso.

  9. Sem reeleição em todos os níveis e acabar com a suplência, tomam posse os mais votados, o mais votado morreu? Toma posse o segundo mais votado independente de qual partido e assim por diante.
    Solução para a bagaça tem, mas os ladrões não deixam.
    Tudo isso com urnas modernas com possibilidade de auditagem.

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