Conflito em Gaza exige mais equilíbrio de Lula, que se posiciona contra Israel

Lula diz que Israel quer ocupar Faixa de Gaza e expulsar palestinos: “Isso  não é correto“ | CNN Brasil

Lula é pouco diplomático num assunto muito complicado

Deu em O Globo

Felizmente o governo federal, graças à ação conjunta do Itamaraty e da FAB, obteve sucesso na repatriação de 22 brasileiros e dez palestinos com vínculos com o Brasil, que esperavam para sair de Gaza desde os ataques do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro.

A operação, cercada de tensão e de uma negociação sensível com os governos israelense e egípcio, coroa com êxito a iniciativa que já trouxera de volta de Israel cerca de 1.400 brasileiros em oito voos durante uma semana.

PARALELO DESCABIDO – Infelizmente, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a chegada do voo para proferir um discurso político em que, ao criticar os ataques de Israel que atingem civis, fez um paralelo descabido.

“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo pelo que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo”, afirmou.

Num momento em que o antissemitismo cresce no mundo e, na contramão da nossa tradição, também floresce no Brasil, discursos inflamatórios que comparem um Estado democrático a um grupo terrorista em nada contribuem para um clima construtivo que reduza os danos da guerra.

POSTURA ESQUIVA – Desde o início, a postura de Lula tem mostrado desequilíbrio. Embora tenha condenado o ataque terrorista do Hamas, não recebeu para prestar solidariedade nenhuma entidade judaica, nenhum representante das vítimas — entre as quais três brasileiros —, nem mesmo aqueles que escaparam da barbárie.

Em vez disso, duas semanas depois dos ataques confraternizou com o roqueiro Roger Waters, acusado de antissemitismo por sua militância em favor do boicote mundial a Israel. Em seu discurso ao receber os repatriados de Gaza, Lula nem mesmo citou os israelenses ainda mantidos reféns.

Críticas a Israel são necessárias diante da escalada das mortes em Gaza. A multiplicação de vítimas civis exige cobrança em termos enfáticos. É o que líderes das democracias ocidentais têm feito — do americano Joe Biden ao francês Emmanuel Macron.

REVELA PRECONCEITO – Mas daí a acusar Israel de “terrorismo” — ou, como depois fez numa rede social, amenizando, afirmar que sua reação “se assemelha ao terrorismo” — vai enorme distância.

É mais que um abuso de linguagem, como tantos outros que Lula costuma cometer. Na melhor hipótese, revela desconhecimento da situação em Gaza. Na pior, preconceito e adesão a um dos lados no conflito.

Quando critica — corretamente — a falta de cuidado com as vítimas civis dos bombardeios israelenses, Lula omite que é parte da estratégia do Hamas esconder terroristas e instalações militares em construções como hospitais ou escolas, ampliando o risco para civis. Líderes do grupo terrorista reconhecem isso. “

DIZ O HAMAS – Os russos sacrificaram 30 milhões na Segunda Guerra. Os vietnamitas sacrificaram 3,5 milhões até derrotar os americanos. O povo palestino é como qualquer outra nação. Nenhuma nação é libertada sem sacrifícios”, afirmou Khalid Meshal, porta-voz do Hamas, ao ser questionado sobre o porquê do ataque se a reação feroz de Israel era previsível.

O principal líder do grupo, Ismail Haniyeh, foi mais transparente: “O sangue das mulheres, das crianças, dos idosos, (…) nós precisamos desse sangue, para que ele desperte o espírito revolucionário”.

Lula tem o direito de ir receber brasileiros e palestinos que nada têm a ver com a guerra. Mas, de um líder, exige-se mais comedimento nas palavras — e, sobretudo, mais equilíbrio num conflito que mobiliza tanta dor e paixão.

4 thoughts on “Conflito em Gaza exige mais equilíbrio de Lula, que se posiciona contra Israel

  1. Bah!!

    Demorou um pouco mas a turma da revolucão geral e permanente, contra tudes e todes, tomou conta dos comentarios da TRibuna também.

    Lembram daquele documentario/programa de investigacões?

    De onde surgem?

    Como se reproduzem?

    Que os financia?

    Como sobrevivem com ideias tao maravilhosas?

    Como so aparecem quando estao no poder?

    Nao percam os proximos capitulos.

    Mas tenha calma e paciencia, eles sao muitos e incansaveis

  2. A CNN até pode se desculpar, é uma empresa americana, tem de fazer o papel dela, mas a Globo não deveria ter necessidade de defender a monstruosidade que Netanyahu está cometendo na Palestina.
    Joe Biden é coautor dessa barbartidade.
    Ninguém em sã consciência é contra o povo de Israel que é um povo como outro qualquer e não tem culpa das atrocidades de Netanyahu. Alias, a maioria povo de Israel vem pedindo para o bárbaro da extrema direita renunciar, querem ver ele fora do poder.

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