Ministério Público pede cassação de Moro por abuso de poder econômico em 2022

Moro depõe no TRE do Paraná e se nega a responder perguntas do PT e do PL |  O TEMPO

Moro diz que está tranquilo e não será cassadi

Catarina Scortecci
Folha

O Ministério Público Federal defendeu nesta quinta-feira (14) que seja acolhida parcialmente a ação eleitoral contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) com a cassação do mandato do ex-juiz da Operação Lava Jato por abuso de poder econômico durante a pré-campanha em 2022.

O parecer é assinado pelos procuradores da República Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado, da Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná. Embora entendam que houve abuso de poder econômico, eles não observam utilização indevida dos meios de comunicação social.

JULGAMENTO – O relator do processo, juiz eleitoral Luciano Carrasco Falavinha Souza, deve divulgar seu voto no próximo mês. O caso pode ser levado para julgamento no plenário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) já no final de janeiro.

Já a defesa de Moro alega não haver impacto dos gastos da pré-campanha no resultado eleitoral, e diz ver natureza política no processo.

A ação eleitoral foi proposta no final do ano passado pelo PL, de Jair Bolsonaro, e pela federação formada por PT, PV e PC do B, de Lula. As legendas acusam Moro de abuso de poder econômico e utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social durante o período de pré-campanha e querem a declaração de sua inelegibilidade e a realização de nova eleição para a vaga no Senado.

MAIS ACUSAÇÕES – Também foram apontados indícios de corrupção a partir da contratação do escritório do advogado Luís Felipe Cunha (União Brasil-PR), hoje primeiro suplente de Moro e também alvo de inelegibilidade na manifestação do Ministério Público.

“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parâmetros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoável”, diz trecho da manifestação da Procuradoria.

Moro se filiou ao Podemos em 2021 de olho na disputa presidencial. Mas, perto do prazo final para trocas partidárias, em 2022, abandonou o Podemos, anunciando filiação à União Brasil e sua candidatura ao Senado.

GASTOS DEMASIADOS – Por isso, os partidos opositores apontam que os gastos de pré-campanha, voltados inicialmente para a disputa ao Palácio do Planalto, tornaram-se “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

“Ser conhecido não é carta branca para realizar gastos excessivos em pré-campanha ou para abusar da exposição pessoal em rede nacional”, afirma o PL, no processo representado pelos advogados Bruno Cristaldi e Guilherme Ruiz Neto.

A defesa de Moro argumenta que a eleição de Moro se deu diante de todo o capital político obtido pelo ex-juiz desde a Lava Jato, concluindo não haver impacto relevante dos gastos na pré-campanha no resultado eleitoral. Diz ainda que a ação de investigação tem natureza política.

DIZ A DEFESA – “A eleição não se deu pelos gastos em celular, coffee break ou seguranças, mas sim diante de todo o capital amealhado em decorrência do combate à corrupção alcançado pela Operação Lava Jato, sediada no Paraná e de conhecimento amplo dos paranaenses”, afirma o advogado Gustavo Guedes, responsável pela defesa do senador no TRE.

Outro fator de complexidade para o desenrolar do processo é a série de divergências sobre o valor gasto na pré-campanha de Moro —acusação e defesa possuem cálculos diferentes, já que as despesas do então pré-candidato foram bancadas tanto pelo Podemos quanto pela União Brasil.

Enquanto a defesa de Moro fala em gastos módicos e calcula R$ 141.034,70 na pré-campanha, PT e PL apontam que as somas das despesas são superiores até mesmo ao teto de gasto permitido no período eleitoral para a campanha ao Senado pelo Paraná no ano passado, R$ 4.447.201,54.

TOTAIS ALEATÓRIOS – Para o PL, Podemos e União Brasil gastaram ao menos R$ 7,6 milhões com a pré-campanha de Moro. O PT aponta ao menos R$ 4,8 milhões.

A diferença nos valores acontece porque cada um seguiu um critério diferente sobre o que pode ou não ser considerado gasto com pré-campanha e o que era efetivamente despesa ligada ao ex-juiz ou ao conjunto de pré-candidatos.

Para o advogado de Moro, Gustavo Guedes, os autores da ação de investigação acabaram por “maximizar, inflar e até mesmo criar gastos estranhos ao processo, porque inexistentes, ou mesmo sem nenhuma conotação de pré-campanha/campanha”. Segundo Guedes, somente podem ser considerados os gastos realizados na circunscrição da disputa (no Paraná) e que tenham atraído algum benefício eleitoral (para a candidatura ao Senado).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
  – Cassar o senador Moro não significa fazer justiça. Trata-se apenas de satisfazer o sentimento de vingança que o presidente Lula da Silva alimenta contra ele. Moro é um político bem melhor do que a maioria dos parlamentares, sem a menor dúvida. Mas virou a bola da vez dos fanáticos adoradores do Deus Lula. (C.N.)

9 thoughts on “Ministério Público pede cassação de Moro por abuso de poder econômico em 2022

  1. Moro até hoje não entendeu nada, acredita piamente que os amigos do judiciário vão fazer seu papel e protegê-lo.

    Estou doido pra ver o Dino assinando a ordem de prisão do Moro, claro que tudo feito de forma educada, prudente e sofisticada.

    • Leia…
      O Ministério Público Federal defendeu nesta quinta-feira (14) que seja acolhida parcialmente a ação eleitoral…

      Leia bem devagar…
      A ação eleitoral foi proposta no final do ano passado pelo PL, de Jair Bolsonaro, e pela federação formada por PT, PV e PC do B, de Lula.

      O MPF do Paraná não está pedindo nada!

      • Cara Lelia Cardoso,
        li, bem devagar. Quem acionou o MPE foram os partidos citados. Já quem está pedindo a cassação de Moro é o MPE.

        “4. CONCLUSÃO
        Diante de todo o expendido neste parecer, somente baseado no que consta dos autos, a Procuradoria Regional Eleitoral no Paraná manifesta-se pelo julgamento de procedência parcial dos pedidos formulados nas Ações de Investigação Judicial Eleitoral nº 0604176-51.2022.6.16.0000 e 0604298-64.2022.6.16.0000, a fim de que se reconheça a prática de abuso do poder econômico, com a consequente cassação da chapa eleita para o cargo majoritário de Senador da República e decretação da inelegibilidade dos Srs. Sergio Fernando Moro e Luís Felipe Cunha.
        Curitiba, datado e assinado digitalmente.
        MARCELO GODOY
        Procurador Regional Eleitoral
        Procurador da República
        ELOISA HELENA MACHADO
        Procuradora Regional Eleitoral Substituta
        Procuradora da República”

  2. “I will only feel good when I fuck Senator Moro”, said the thief

    Mas o cúmplice que tira o líquido dos brutos .e seus companheiros de quadrilha somente vêem
    ódio na direita.

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