Lula quer superar novas crises com velhas ideias na tragédia gaúcha e na Petrobras

À beira do abismo. Análise da conjuntura mundial e nacional (parte 1) – GOI  – Palavra Operária

Charge do Bruno (Arquivo Google)

William Waack
Estadão

Lula não quer saber de experimentar. Suas decisões são baseadas sempre nas velhas convicções – ou cacoetes, como se preferir – e isso vale tanto para uma Petrobras como para o enfrentamento da catástrofe que destruiu boa parte do Rio Grande do Sul.

A resposta ao que é uma inédita crise múltipla dentro de uma grande crise exigiria um notável esforço político para criar algum tipo de instância central de coordenação e controle. A maior dificuldade está no pacto federativo e a autoridade por ele conferida ao governador do Estado, que não manda em todas as instâncias (federais, por exemplo) das quais precisa.

SALVADOR DA PÁTRIA – O que Lula “criou” para lidar com o desastre no Sul foi um ministro extraordinário sem poderes plenipotenciários, que é declarado rival das forças políticas no comando do Estado e candidato a substituí-las nas próximas eleições para governador.

Mas é uma oportunidade relevante para que Lula assuma seu lugar favorito, o de Salvador da Pátria.

“Precisamos funcionar como uma orquestra”, disse Lula em relação aos Poderes e sua atuação na crise. Como se sabe, não há orquestra que funcione sem um maestro. No caso da resposta à tragédia, quem vai empunhar a batuta? E, também tão importante, de quem é a partitura?

RANÇO SINDICALISTA – No caso da Petrobras, compõe o pano de fundo para a troca do presidente da estatal o velho ranço sindicalista tão essencial na formação de Lula. Sua principal característica é a aliança nacional desenvolvimentista com empresários interessados em pouca competição e muitos incentivos estatais, que perdura há décadas.

Além dos grupos políticos que transformam pedaços da máquina pública em ferramentas na defesa de seus interesses.

Passa longe do radar de Lula a ideia de que a natureza de desafios enfrentados pela Petrobras e pelo Rio Grande do Sul estão ligados também a amplos fatores externos entre os quais a transição energética (leia-se também fenômenos climáticos extremos) ocupa o centro das estratégias das grandes economias. Não é tentando fabricar navios que o País ficará mais forte.

GRANDE FRACASSO – Os resultados do que se tentou com o nacional desenvolvimentismo indicam um grande fracasso. Assim como uma série de especialistas não se cansa de dizer que boa parte do sofrimento trazido pela tragédia climática tem a ver com a proverbial falta de capacidade de planejamento e políticas públicas, nos vários níveis.

Lula declarou que vai trilhar mais uma vez o único caminho que conhece. Contará com as forças de sempre, em notável descompasso com as transformações domésticas e internacionais.

Mas a voz interior, a única que Lula realmente ouve, garante que agora vai dar certo.

7 thoughts on “Lula quer superar novas crises com velhas ideias na tragédia gaúcha e na Petrobras

  1. O caso da Petrobrás é mais um absurdo. Fazer as mesmas coisas erradas de sempre com uma vã esperança de que desta vez vai dar certo. Tomara que dê, mas as chances de darem errado estão numa base de 9 pra 10.
    Já quanto a tragédia do RS o que me espanta é a falta de pelo menos um esboço de plano e de projetos. Se fala na construção de um ou mais canais entre a lagoa dos patos e o oceano. DEUS DO CÉU! , se a coisa não for bem feita o risco de aguas do oceano atingirem as aguas doce da lagoa seria enorme e mais uma tragédia ambiental aconteceria.
    Por que não se pensar numa estrutura de bombeamento do excesso de aguas da lagoa diretamente para o oceano nos trechos mais estreitos entre a lagoa e o oceano? Estou longe de ser especialista no assunto, mas existe um país que com certeza tem muita expertise no assunto, que é a Holanda ou mais propriamente chamada de Paises Baixos porque está praticamente todo abaixo do nivel do mar.
    POR QUE NÃO PEDIR AJUDA PRÁ ELES? Com certeza seriam capazes de elaborar excelentes projetos para a nova realidade do RS.

  2. No caso da Petrobras, ela tem que atuar conforme foi o motivo da sua criação. Pelo desenvolvimento do Brasil, não pelo desenvolvimento dos acionistas tão somente, como querem alguns.

    Por enquanto, Lula acertou na escolha de uma Secretaria com interlocução direta com o governo central e com poderes para auxiliar o governo do RS.

    Quanto à inundação ocorrida, especialmente em Porto Alegre, há que se investigar as causas e o porquê o sistema existente não conseguir impedir o avanço das águas, para eventuais correções. Segundo os idealizadores do sistema de proteção, os quais foram ajudados por técnicos estrangeiros, a capacidade existente deveria atender uma cheia de até 6m.

    Uma coisa é certa: para a reconstrução do estado, as forças governantes deverão trabalhar em conjunto.

  3. Deus no céu e o Estado na Terra são insubstituíveis, a nosso ver, Deus enquanto dono da mundo e o Estado que somos todos nós, juntos e misturados, juridicamente organizados, de modo que negá-los é negar o mundo e a Humanidade. O que temos que questionar é se a forma estatal como estamos organizados é a melhor, a mais eficaz, no sentido de atingirmos a sua finalidade precípua que é a consecução do bem comum do conjunto da população, contexto esse no qual há que se questionar tb se os gestores do Estado, em que pese escolhidos via votos, e a própria maquina pública subordinada aos mesmos, estão exercendo correta e eficazmente os deveres de representantes e servidores do conjunto da população, ou se foram todos engolidos pelo famigerado mercado, turbinado pelo capital velhaco, e, por conseguinte, passaram a operar à margem da finalidade precípua do Estado para servir, prioritariamente, o apetite financeiro insaciável do establishment dominante, que, p. ex., perfaz a maioria dominante no congresso nacional, manipulado pelo famigerado centrão, peixe pobre esse vendido ao distinto público pelo famigerado establishment, através dos seus veículos de enganação, como democracia inquestionável, ainda que visivelmente praticada como plutocracia putrefata com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia. Daí, a nossa Luta de cerca de 40 anos de estudos e 34 anos de elaboração e formação da Alternativa Única a tudo isso que aí está, no Brasil, há 134 anos, que, para que não haja dúvida nenhuma, principalmente em relação à possível responsabilização por ousar apresentar aquilo que considero a mega solução, via evolução, para os próximo 500 anos, para o nosso país, a política e, sobretudo, para o bem-estar satisfatório da nossa gente, todos juntos e misturados. Mega solução essa, via evolução, inserida num megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, completo, com começo, meio e fim, que expressa a nova via política extraordinária e que mostra com todas as letras o novo caminho para o possível novo Brasil de verdade, confederativo, com Democracia Direta e Meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, que projeta o Brasil na vanguarda democrática do possível novo mundo civilizado, porque, a nosso ver, é isso que está faltando ao Brasil e ao mundo, Democracia de Verdade, grau de consciência adequado e civilização evoluída. Portanto, a nosso ver, impedir a discussão sobre a nossa mega solução, via evolução, é laborar contra a evolução e o avanço da Humanidade. Quanto ao establishment bandido, embusteiro, estamos cagando, mijando e andando pra você$. http://www.tribunadainternet.com.br/2024/05/17/recriar-a-confianca-e-mais-importante-que-autoritarismo-contra-as-fake-news/?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR1FO6jSds4nFmW8XKnLiwe31ALcSQt2wTbXQCjTjk99ZErZe7SOSf9UbVA_aem_AaSqmHwhivFSi7pJN59TiX6Ruayzc3ghBSEsrrIBwP2VmylYFHGwWmp9liwL3wx9QpzQ6RQGZviGe9-yMnP53iVk#comment-40416

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