81 deputados de partidos da Esplanada de Lula apoiam CPI do INSS

Charge do Cláudio de Oliveira (folha.uol.com.br)

Pedro do Coutto

O requerimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social foi assinado por 81 deputados de partidos que integram o governo do presidente Lula da Silva. Nenhum dos 68 deputados do PT  apoiou a criação do colegiado.

O autor do pedido, deputado Coronel Chrisóstomo, conseguiu 185 das 171 assinaturas necessárias e protocolou o requerimento na Câmara dos Deputados. Agora, cabe ao presidente da Casa Baixa, Hugo Motta, analisar o pedido. Ele não deve decidir de imediato.

APOIOS – O União Brasil deu 25 apoios à CPI, ficando atrás só do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso equivale a 41,67% da bancada, que tem 60 deputados federais. O partido tem os ministros do Turismo, Celso Sabino, e das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, no governo Lula. O PP contribuiu com 18 assinaturas. O partido tem o Ministério do Esporte, com André Fufuca. Apesar disso, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira, é aliado de Bolsonaro e foi ministro da Casa Civil no governo bolsonarista.

Na bancada do Republicanos, também 18 dos 44 deputados assinaram o requerimento. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, é do partido. No PSD, 9 dos 44 deputados assinaram. O partido tem os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de Agricultura, Carlos Fávaro, e Pesca, André de Paula. Na bancada do MDB, que tem três ministérios no governo Lula, menos deputados assinaram o pedido: 11 de 44. Os ministros do Planejamento, Simone Tebet, Cidades, Jader Barbalho Filho, e dos Transportes, Renan Filho, são da cota do partido.

No fundo da questão, a pressão levou os 81 deputados que compõem a base política do governo na Câmara Federal a assinarem a CPI que investigará a corrupção no INSS. O fator de motivação foi assegurar o funcionamento da CPI que precisava apenas de 171 apoios para que fosse constituída. Muitos dos parlamentares têm assento no governo.

OPINIÃO PÚBLICA – Porém, as suas rubricas na composição da CPI demonstra que era praticamente impossível negar o apoio a uma iniciativa que vai ao encontro da opinião pública, pois a sociedade brasileira está reagindo contra a corrupção e o governo reconhece isso. Tanto que o próprio Lula escolheu o novo presidente do Instituto, deixando de lado a atuação de Carlos Lupi, ministro da Previdência Social.

Lupi se omitiu e o escândalo explodiu. Vários bilhões foram roubados dos segurados durante anos. Lula entrou numa defensiva tão forte diante da cadeia dos fatos que não participou de nenhuma manifestação no dia 1º de maio. O presidente sentiu-se exposto à cobrança pública mais concreta. Ele fala em devolver o dinheiro aos aposentados e pensionistas, mas o problema é muito maior do que parece à primeira vista. O roubo não foi contra o INSS, mas através do Instituto.

O que está em jogo não é o Tesouro Nacional, mas o crime contra milhares de segurados da Previdência Social que tiveram as suas contas devassadas e delas sacado dinheiro de forma ilegal. Se o governo já optou pela devolução dos recursos, indica que os criminosos não o devolverão?  Não foi por falta de informação que Lupi deixou de agir. Ele sabia dos fatos.

7 thoughts on “81 deputados de partidos da Esplanada de Lula apoiam CPI do INSS

  1. Essa bagaça está parecendo como famoso caso de “Quem comeu, comeu, quem não comeu não come mais.”
    Curro de La Grana, o isento e probo, não participou da comilança, ele é um abstêmio. Ele quer distância de verbas públicas, ele é um poço de virtudes.
    Pelo explanado do articulista, isso se assemelha mais que uma traição.
    $talinacio foi traído!

  2. Fracionando os percentuais.
    Um ladrão comum equivale a cem por cento, mas se o ladrão for da esquerda e do PT, ele é só 50% ladrão, o outro percentual é do Bolsonaro.
    Jornalistas do Globo, Folha e Estadão estão tendo aulas de esgrima para noticiar sobre a crônica de um trambique anunciado.
    Esse Dom Curro da atualidade é o mesmo do Mensalão e do Petrolão.
    Reza a lógica que um erro repetido mil vezes nunca se torna um acerto, e isso é conflitante com com a mentalidade petralha. É o vício de origem.
    E deste lado da galáxia, destas plagas não existe um só jornalista, por mais aplaudido que seja que vai conseguir tergiversar sobre os fatos.

  3. A base de sustentação do Ladrão rachou e o cataclismo se aproxima e não tem mais volta. O desespero dos jornalistas da Secom mostra bem o tamanho do imbróglio.

  4. Senhores Pedro do Coutto , Jorge Beja e Carlos Newton , infelizmente os próprios parlamentares desfiguraram e desmoralizaram o instituto – ferramenta LEGAL da ” Comissão parlamentar de inquéritos – CPI ” , ao usa-la não para promover investigações sérias e isentas visando promover justiça e ressarcimento aos cofres públicos , mas sim a usam para promover como instrumento de chantagens , além de roubarem informações que os comprometam e as seus pares parlamentares ou não .

  5. INSS e o fantasma da corrupção

    Lupi foi apanhado pela corrupção no INSS. O caso todo começa com o aparelhamento do Estado, ocupado pelos companheiros mesmo nos cargos técnicos. Isto sempre leva a dois resultados negativos:

    – Primeiro, a ineficiência, demonstrada no caso. Ao contrário do que Lula prometeu na campanha, a fila para obter benefícios do INSS não zerou. Longe disso. (Aliás, a fila do SUS também não zerou.)

    – O segundo efeito é abrir as portas para a corrupção. Neste caso, com agravante. Não se roubou (só) o dinheiro do Estado, mas (também) o dinheiro de aposentados e pensionistas.

    Não foi uma ou outra fraude, chegam a milhões. Como mostram as investigações, a manobra só poderia ser feita com a anuência, se não o apoio, de gente da administração do INSS (e acima desta).

    Fonte: O Globo, Opinião, 03/05/2025 00h08 Por Carlos Alberto Sardenberg

  6. Três assuntos dominaram a semana:
    1- Os descontos fraudulentos nos proventos dos aposentados do INSS,
    2- A foto de Donald Trump fantasiado de Papa e distribuído pela Cada Branca,
    3- A nova camisa vermelha da seleção brasileira, que o PT e a CBF querem transformar no plano B em substituição a amarelinha.

    Em relação ao descontos, é inconcebível que os Sindicatos promovam a tinta, sem a autorização dos aposentados.
    Foram demitidos o presidente do INSS e o ministro da Previdência, Carlos Lupi. Demorou, mas, enfim, a decisão foi tomada. O governo sangrou durante uma semana sem necessidade. Somente após a pororoca atingir o nível do pescoço, queno governo começou a agir.
    A oposição aproveitou a deixa, e já conseguiu número suficiente para formar a CPI do INSS.
    Sóstenes Cavalcante, o deputado pastor da Assembléia de Deus de Madureira está com sangue vermelho nos olhos e esqueceu momentaneamente a luta pela Anistia do Bolsonaro.
    Sostenes protocolou pedido para impedir a posse do jogo ministro da Previdência, Wolney, o secretário Executivo de Lupi.
    O líder do PL está tão apopletico, que até esqueceu o comício liderado pelo pastor Malafaia, pela Anistia de Bolsonaro, na quarta feira dia 7 de maio em Brasília. A única exigência do pastor, é que todos compareçam de camisa amarela. Camisa vermelha nem pensar.

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