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Zanin vai decidir se dará mais prazo para a PF investigar
Rafael Moraes Moura e Malu Gaspar
O Globo
A Polícia Federal pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, para prorrogar por mais 60 dias as investigações de corrupção nos bastidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para a PF, o esquema de venda de sentenças judiciais tem se revelado “consideravelmente mais sofisticado e complexo” do que imaginavam os próprios investigadores.
Antes, a PF via o caso como “atos isolados de compartilhamento de minutas de decisões” envolvendo advogados, lobistas, operadores financeiros, empresários do agronegócio e agentes do Poder Judiciário.
ALTA GRAVIDADE – “Os trabalhos investigativos de análise financeira, ainda em andamento, revelaram indícios de fatos com potencial de alterar a profundidade das hipóteses criminais e, por consequência, com probabilidade de chancelar a competência do Supremo Tribunal Federal para a supervisão do Inquérito Policial”, informou a PF ao STF, ao pedir a prorrogação da apuração por mais 60 dias.
As investigações miram uma rede de lobistas, desembargadores do Mato Grosso e ex-servidores de quatro gabinetes do STJ. O caso tramita sob sigilo no Supremo, sob a relatoria de Zanin, porque há menções a pelo menos um ministro da Corte superior: Paulo Moura Ribeiro.
Os outros gabinetes sob investigação são os dos ministros Isabel Gallotti, Og Fernandes e Nancy Andrighi, o que já provocou constrangimentos e pânico entre integrantes do STJ.
PRORROGAÇÃO – Em março deste ano, Zanin já havia atendido a um pedido da PF para esticar a investigação por mais 45 dias. À época, a corporação pediu o esticamento do prazo de investigação para concluir o trabalho de análise do material recolhido nas operações de busca e apreensão, além dos relatórios de inteligência financeira que apontaram movimentações bancárias suspeitas de uma série de alvos da investigação.
Conforme informou o blog, os investigadores já descobriram que o motorista João Batista Silva recebeu entre 2019 e 2023 um total de R$ 2,625 milhões de uma empresa de propriedade do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, pivô do escândalo que abalou o STJ.
As cifras na conta do motorista chamam a atenção não só pelos valores depositados ao longo de cinco anos, mas também pelo fato de Batista ter sido beneficiário do auxílio emergencial federal criado na época da pandemia do coronavírus para ajudar pessoas de baixa renda.
CASAL PRESO – Andreson e a mulher dele, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues, estão no centro da investigação. Ele está preso na penitenciária federal de Brasília; ela, em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
Uma das hipóteses cogitadas pela Polícia Federal é a de que Andreson promovia lavagem de dinheiro por meio de transferências para “contas de passagem” de pessoas físicas e jurídicas interpostas, além de saques e entrega de dinheiro em espécie.
Agora, o delegado de polícia federal Marco Bontempo sustenta que, “diante da gravidade dos fatos criminosos já postos e os que estão com potencial de serem postos”, a Polícia Federal também solicita a prorrogação das medidas cautelares impostas por Zanin contra os investigados.
PLENÁRIO VIRTUAL – No caso de Andreson, o plenário virtual do Supremo derruba nesta segunda-feira o recurso da defesa do lobista para que ele deixe a penitenciária federal e vá para a prisão domiciliar. Até a publicação deste texto, três dos cinco ministros da Primeira Turma do STF já haviam votado contra o recurso.
“Há nos autos consideráveis elementos apontando no sentido de que Andreson de Oliveira Gonçalves tinha função decisiva de comando e ingerência no contexto de suposto esquema de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, que envolveria, em tese, intermediadores, advogados e servidores públicos”, escreveu Zanin em seu voto. “Sua atuação é demonstrada de forma veemente nos autos, revelando-se bastante indiciária sua função central no suposto comércio de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É a lama, é a lama, diria Tom Jobim, torcendo para que essas investigações cheguem até o final protegendo, para limpar a Justiça com a quantidade necessária de alvejantes, que deve alcançar algumas toneladas. (C.N.)
Não foi sem razão que a desconfiança em relação aos juízes, aliados dos privilegiados, que a Revolução Francesa tentou colocar esses homens nos seus devidos lugares: “Boca da Lei”.
Juiz que decide contra-legem, como se torna cada vez mais frequente na insegurança jurídica reinante no Brasil atual, é um fortíssimo candidato à corrupção.
E pior ainda: o STJ deveria ser a côrte da Jurisprudência.
Tornou-se a côrte da casuística e do desrespeito flagrante à própria jurisprudência vinculante.
O Brasil só avançará quando forem cassados todos os privilégios incompatíveis com os princípios de uma verdadeira república.
A vitaliciedade e a blindagem completa de servidores que se consideram agentes políticos, acima da Lei, e sem voto é o atraso maior do século XXI.
Não conheço um juiz no Brasil hoje ganhando menos do que 90 mil reais por mês de “miserê”.
Há os multimilionários.
E há os que querem integrar a lista dos mais ricos do mundo, vendendo decisões e traficando influências.
O poder não deveria emanar do povo?
Juízes vitalícios, sem nenhum voto popular, sempre arbitrários, intocáveis, que atropelam as leis vigentes e a jurisprudência vinculante, são um conceito retrógrado e nada republicano e provocam nojo.
O DIABO AJUDA A FAZER MAS NÃO AJUDA ESCONDER,,, “Há nos autos consideráveis elementos apontando no sentido de que Andreson de Oliveira Gonçalves tinha função decisiva de comando e ingerência no contexto de suposto esquema de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, que envolveria, em tese, intermediadores, advogados e servidores públicos”, escreveu Zanin em seu voto. “Sua atuação é demonstrada de forma veemente nos autos, revelando-se bastante indiciária sua função central no suposto comércio de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça.” http://www.tribunadainternet.com.br/2025/05/12/venda-de-sentencas-no-stj-tem-esquema-muito-sofisticado-revela-a-pf-ao-supremo/#comments
1- Nada de novo no front.
2- Já provocou mais pânico do que constrangimentos entre integrantes do STJ.
“Esquema de venda de sentenças tem esquema muito sofisticado no Superior Tribunal de Justiça, revela a Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal”
“É a lama”, realmente.
“Onde é que nós vamos parar com esse tipo de governo desonesto e corrupto?”
É a “pergunta que não quer calar”, diante de questão tão crucial.
“Onde é que nós vamos parar com esse tipo de governo desonesto e corrupto?”
Onde é que nós vamos parar não, nós já paramos no fundo do poço, aliás, já passamos do fundo pelo alçapão……
aquele abraço
Vão pegar “Missão dada, missão cumprida” ?