Moraes finge que não quer defesa nos EUA, mas a coisa é séria

A imagem mostra três homens vestidos com ternos, caminhando em um espaço interno iluminado. Eles estão em um corredor ou área com grandes janelas, e ao fundo há cortinas brancas. A iluminação é suave, e é possível ver um ambiente moderno e elegante.

Encontro no Palácio da Alvorada foi festival de vaidades

Catia Seabra e Cézar Feitoza
Folha

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), informou ao governo Lula (PT) que descarta, por ora, uma ação em sua defesa nos EUA. O magistrado afirmou, segundo relatos, que, neste momento, não pretende levar adiante um processo em solo americano.

Por determinação de Lula e por sugestão de ministros do STF, a AGU (Advocacia-Geral da União) representaria Moraes diante da Justiça dos Estados Unidos para questionar a sanção financeira imposta pelo presidente Donald Trump.

POR ENQUANTO – O uso da estrutura da AGU em favor de Moraes tinha sido sacramentado após encontro fora da agenda de Lula com ministros do Supremo na noite de quarta-feira (30).

Moraes disse, no entanto, que dispensaria, por enquanto, a oferta. Durante jantar na noite desta quinta-feira (31), no Palácio da Alvorada, ele afirmou que não pretende estabelecer relação com os EUA. Não está descartada, no entanto, uma atuação da AGU em seu favor em âmbito internacional.

Mostrando-se tranquilo, segundo relato dos participantes do jantar, Moraes também minimizou a possibilidade de sofrer as sanções impostas pelo governo americano em território brasileiro. O magistrado disse ainda que não deixará de exercer seu trabalho diante da ameaça.

SINTONIA COM STF – Presente ao jantar, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que respeitará a decisão de Moraes. A proposta do governo foi interpretada como mais um sinal da sintonia com o STF diante da interferência de Trump nos assuntos internos —especialmente em relação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os pedidos por anistia para livrá-lo da possível condenação.

Como a ideia de um processo não foi descartada, o governo ainda espera o curso das decisões nos EUA. São duas hipóteses estudadas no governo para entrar com uma ação nos EUA contra a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes.

Em uma delas, o Executivo pode contratar um escritório de advocacia nos EUA para representar diretamente o ministro. Outra possibilidade é levar a Suprema Corte dos EUA a debater uma tese sobre a soberania das instituições brasileiras, incluindo o Judiciário, no contexto das sanções americanas contra o Brasil.

OUTROS CONVIDADOS – Participaram do jantar desta quinta, além de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, Jorge Messias, e o procurador-geral, Paulo Gonet.

A reação do governo brasileiro à sanção financeira anunciada por Trump contra Moraes tem sido calculada em detalhes. É resultado de articulações entre Lula, ministros do Supremo, representantes de bancos brasileiros e políticos.

Lula se posicionou com firmeza contra a interferência dos Estados Unidos, segundo um dos participantes do encontro. O petista disse que o momento é crucial para definir o tamanho do Brasil na geopolítica.

SOBERANIA NACIONAL – Além de deixar claro que o Brasil não aceitaria negociar temas que podem afetar a soberania nacional, Lula disse aos ministros do Supremo que o governo fará uma defesa incondicional do STF e de Moraes.

A ordem foi repassada aos ministros do núcleo duro de Lula. Gleisi Hoffmann (PT), ministra das Relações Institucionais, tem sido uma das responsáveis por vocalizar o apoio ao ministro do Supremo.

“O STF atua rigorosamente no devido processo legal: os réus tiveram garantia do contraditório e direito de defesa, que entra agora na fase de alegações finais antes do julgamento. É assim que funciona a Justiça, algo que nem Trump nem Bolsonaro querem aceitar”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A vaidade é o mal dessa gente, especialmentente em tempo de bravatas nacionalistas. No entanto, quando o processo contra Moraes começar a andar, Lula e sua patota vão entender o tamanho da trolha, como se dizia antigamente. Nada acontecerá a Moraes, apenas a perda da dignidade e a humilhação internacional. Quanto a Lula, está destruindo o que ainda restava de positivo em sua imagem pública, e o Brasil vai de roldão, como um país importante, mas de baixa confiança e credibilidade zero. Os erros judiciais e excessos autoritários cometidos por Moraes e seus aliados são inacreditáveis e para sempre serão lembrados. (C.N.)

13 thoughts on “Moraes finge que não quer defesa nos EUA, mas a coisa é séria

  1. “Perdeu, Mané”: “Nada acontecerá a Moraes,…”.

    À base de prepotência, arrogância e estupidez inerentes, o ex-mito e o Bananinha não estão fazendo, do Supremo, o próprio Waterloo?

  2. Sem tomar lado, eu me pergunto por que o Trump não se preocupa com a situação da Venezuela (povo passando fome, coroneis e generais fazendo trafico de drogas, e apoio estratrégico aos russos). Repito: por que o Brasil?
    Ele está acusando Obama de traição sem nenhuma razão; tenta desmoralizar todo opositor como se fosse normal e justo.
    A verdade nua e crua é que o Trump está enrolado com o caso Epstein, recentemente com a imposição de tarifas que constitucionalmente cabe ao congresso, e o aumento de preços nas mercadorias devido ás tarifas.
    Mas amanhã é sábado, dia de jogar dominó nas praças, enfrentar uma loira gelada e mandar todo o resto ás favas!

  3. Algumas máximas sobre lulopetistas e bolsonaristas:

    “Um querendo se lavar na sujeira do outro” e “Bolsonaristas e petistas fazem tanta coisa errada, que quando se acusam e se criticam, acabam nos fazendo concordar com eles.”

    Fonte: O Antagonista, Opinião, 31.07.2025 Por Ricardo Kertzman

  4. Moraes pertence ao Supremo Tribunal de Justiça do Brasil! Imaginem o contrário: o Brasil querendo processar um juiz da Suprema Corte Americana.
    Não tem sentido! Nem lá nem cá.
    Nós nos tornamos pobres pela nossa incompetência, vá lá, mas ainda não nos tornamos escravos de nenhum país estrangeiro. Cada macaco no seu galho para vivermos cordialmente nesse nosso mundo complexo.

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