Reação saudita pró-Hamas surpreende Biden e a União Europeia fica dividida

NYT afirma que há “uma onda de apoio aos palestinos”

Nelson de Sá
Folha

No fim de semana, a agência Associated Press correu a noticiar que a “União Europeia está suspendendo todos os pagamentos aos palestinos”, de ajuda. Horas depois, “UE reverte anúncio anterior”, sem explicar por quê.

A Reuters relatou que “a UE recuou desordenadamente depois que países da UE reclamaram que a direção executiva do bloco tinha passado dos limites”.

E o New York Times diz que “em todo o Oriente Médio, uma onda de apoio aos palestinos no momento em que a guerra irrompe em Gaz”.

REAÇÃO SAUDITA – Mas a desunião europeia, nesta nova guerra, não é o que importa para os Estados Unidos — e sim a Arábia Saudita, como mostram extensas reportagens publicadas pelo New York Times desta terça (10). O que “pegou Joe Biden e vários de seus principais assessores de surpresa”, disparando alarme:

“O ministério do exterior da Arábia Saudita divulgou um comunicado que não condenava explicitamente o ataque e, em vez disso, atribuiu a culpa a Israel, dizendo que o governo saudita havia alertado repetidamente ‘sobre os perigos da explosão da situação como resultado da ocupação contínua, da privação do povo palestino de seus direitos legítimos e das provocações contra seus santuários’.”

Desde então, o secretário de Estado americano vem ligando ao seu colega saudita, como registrado pela agência saudita de notícias. Segundo o NYT, Washington “pressiona por relações entre Arábia Saudita e Israel mesmo no momento em que Israel se prepara para o início de uma guerra em grande escala”.

APOIO DO PRÍNCIPE – Por outro lado, em sua agência, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman falou sobre a guerra com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi. Ele “enfatizou que o reino apoia o povo palestino para alcançar seus direitos legítimos, realizar suas esperanças e aspirações e estabelecer uma paz justa”.

No destaque da segunda reportagem do NYT, “Escalada revelou limites dos acordos diplomáticos entre Israel e governos árabes enquanto conflito [com palestinos] persistir; eu falei, diz estudioso saudita”.

Com a Arábia Saudita convidado para o grupo Brics, ‘Banco central saudita busca laços mais estreitos com autoridades monetárias da China”, manchetou o South China Morning Post em “exclusiva”. E a agência saudita divulga que o “Exercício naval saudita-chinês Blue Sword começa a enfrentar pirataria marítima”.

6 thoughts on “Reação saudita pró-Hamas surpreende Biden e a União Europeia fica dividida

  1. Com a entrada do Hezbollah na guerra, deve arrastar outros países árabes para guerra, o que pode torna-la duradoura.
    A primeira divisão das terras da Palestina pela ONU o mapa mostra que deram a Israel pedaços contínuos do território distribuído em toda a Palestina, quase que cercando a Cisjordânia. Após a guerra do 6 dias Israel passou a dominar mais áreas da Palestina que deixou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, totalmente ilhadas.
    Parece-me que a primeira divisão do território tinha esse propósito.

    O problema maior foi a ONU não reconhecer ao mesmo tempo que reconheceu o Estado de Israel, reconhecer também o Estado da Palestina e fazerem uma divisão injusta: Israel com uma população menor, maior território e à Palestina com uma população maior, menor território. Claro que isso não ia dar certo.

    Para evitar que morra mais inocentes dos dois lados, os EUA poderia juntamente com um grupo de países procurar a paz e evitar que a guerra se alastre por muito tempo , mas os EUA está botando mais lenha na fogueira.
    Guerra é uma desgraça para os civis que são as maiores vítimas inocentes.

    • Sr. Nélio,

      E como é que fica a fabricação de armas?

      Acho que os estoques devem estar altos e precisam vender a mercadoria.

      Sem guerras, não tem negócio!

      É um absurdo, mas também há esse jogo sujo por trás.
      Ninguém fabrica nada para não vender .
      Tristes días, desde sempre…

      Quem incita uma guerra deveria ser obrigado a estar no front, mas esses aí estão confortablemente nos seu gabinetes super protegidos.

      A barbárie está de volta, Sr. Nélio, e os povos que são aniquilados, nada podem fazer.

      É de partir o coração.

      Deixo um fraterno abraço e vamos torcer pra que a Paz volte rapidamente em todos os lugares que estão em guerra neste momento.

      José Luis

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