Nos EUA, a imprensa é até premiada quando investiga a Suprema Corte

A culpa é do STF - Espaço Vital

Charge do Duke (O Tempo)

Mario Sabino
Metrópoles

O ProPublica, veículo de informação dos EUA dedicado ao jornalismo investigativo, ganhou o Pulitzer de meritório serviço público, uma das categorias mais prestigiadas do prêmio mais importante do jornalismo americano. O meritório serviço público prestado pelo ProPublica em 2023 foi a série de reportagens intitulada “Amigos da Corte”, sobre os escândalos éticos protagonizados por juízes da Suprema Corte.

Por escândalos éticos, entenda-se principalmente o recebimento de presentes de gente poderosa com interesses no tribunal.

RELAÇÃO ESTREITA – O exemplo mais retumbante é o juiz Clarence Thomas, expoente da ala conservadora da Suprema Corte. O ProPublica revelou que, há anos, ele mantinha uma relação estreita demais com o bilionário Harlan Crow, grande doador do Partido Republicano.

Depois da reportagem sobre essa promiscuidade, Clarence Thomas admitiu que o bilionário lhe proporcionou viagens de luxo, voos em jato particular e estadias principescas.

A série do ProPublica levou a que a Suprema Corte instituísse o primeiro código de ética para os seus integrantes nos seus 234 anos de história. É isto: se as pessoas deixam de tomar banho, é preciso que sejam lembradas por escrito de entrar no chuveiro todos os dias.

PRÊMIO MERECIDO – Os jurados que concederam o Pulitzer de meritório serviço público ao ProPublica justificaram a escolha porque as reportagens “pioneiras e ambiciosas romperam o espesso muro de segredos que cerca a Suprema Corte para revelar como um pequeno grupo de bilionários influentes cortejaram juízes com presentes e viagens luxuosos, pressionando a Corte a adotar o seu primeiro código de conduta”.

No fundo, tudo gira em torno da liberdade de expressão, e o instituto Paraná pesquisas divulgou recentemente uma sondagem sobre a percepção dos brasileiros sobre democrático tema.

SOB CENSURA – O resultado revela que, afinal de contas, a população presta atenção ao que acontece: 61% dos entrevistados acreditam que, no Brasil, um cidadão “pode ser punido por falar ou escrever o que pensa”, enquanto apenas 32,4% creem que a liberdade de expressão sobrevive intacta. Ou seja, que se pode falar ou escrever o que pensa.

O resultado me lembra a recomendação que vigora na corte papal, a Cúria Romana:

“Não pense. Se pensar, não fale. Se falar, não escreva. Se escrever, não publique. Se publicar, não se arrependa.”

4 thoughts on “Nos EUA, a imprensa é até premiada quando investiga a Suprema Corte

  1. Não sei se muito do que temos aqui podemos chamar de imprensa, bem pouca dentro desse espectro pode ser chamado de IMPRENSA. A grande maioria são sugadores das teras do governo

  2. Sr, Newton

    Numa democracia o governo é quem tem que ter medo da Imprensa.

    Mas,,

    Aqui no Páis do Maior Ladrão que o Mundo ja viu e do Super Vilão Lord Voldemort, a imprensa se “prostituiu” feito uma prostituta desvariada.

    Ao invés do jornalismo passou para vassalagem ao desgoverno corrupto,

    Vendeu sua imparcialidade, honra, honestidade, moral, principios por apenas 30 moedas.

    Jornalismo não existe mais há tempos…..

    Fora, Ladrão..!!!

    Bora, trabalhar, Lirão, bota essa quadrilha prá correr…

    grande abraço

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