
Nome de Wassef aparece em recibo de recompra de Rolex
Valdo Cruz
g1 Brasília
O nome do advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, aparece no recibo da recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. O item teria sido um presente recebido em viagem oficial no governo Bolsonaro, e vendido ilegalmente no exterior. A Polícia Federal acredita que o recibo é uma “prova contundente” contra o advogado do ex-presidente.
Após a divulgação de novas informações sobre a investigação da venda de joias recebidas em viagens oficiais, Wassef divulgou nota dizendo que está sendo julgado injustamente e garante que não participou de nenhuma operação do tipo, pois tudo seria uma “total armação”.
WASSEF MENTIU – O advogado da família Bolsonaro mentiu ao dar essa declaração, pois não há armação alguma. No caso, ele está sendo investigado pela recompra, e não pela venda do Rolex de Bolsonaro. E as provas contra ele são abundantes.
A PF vai chamar Wassef para depor e vai investigar quem deu o dinheiro para que ele recomprasse o presente dado ao ex-presidente. Além disso, quer saber como ele recebeu os valores, se foi em espécie ou transferência bancária.
Nesta investigação, a PF vai ter a colaboração das autoridades dos Estados Unidos, o que vai facilitar levantar de quanto foi a venda e a recompra, em valor maior, além da forma de pagamento.
IDA AOS EUA – Na verdade, o advogado da família Bolsonaro foi escalado para ir aos Estados Unidos recomprar o Rolex, depois que o Tribunal de Contas da União determinou que o presente fosse devolvido para a União, porque ele não era um bem de natureza personalíssima.
Oficialmente, a equipe de Bolsonaro afirmava que o relógio estava no Brasil e seria devolvido para a União.
Só que os assessores de Bolsonaro ganhavam tempo até que o relógio fosse encontrado e recomprado. No dia em que a operação foi realizada, a equipe do ex-presidente da República comemorou como missão cumprida.
DIZEM WASSEF E BOLSONARO – Confira o que a defesa de Bolsonaro disse após a operação da PF, nesta sexta-feira (11):
“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.
O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.”
Agora, a manifestação de Frederick Wassef sobre o caso, no domingo (13): “Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, mais uma vez, estou sofrendo uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isso é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Assim, com seu nome no recibo, Frederick Wassef perde completamente a presunção de inocência e vai ser indiciado, processado e julgado. Mas só pegará cadeia se o processo correr no Supremo. Aqui na filial Brazil, depois da soltura de Lula, a impunidade passou a ser regra para os criminosos da elite, uma vergonha mundial para os brasileiros. Deveríamos adotar o sistema da matriz U.S.A., que pode prender o meliante na hora e sem direito a pagar fiança. (C.N.)