
Charge do Izânio (Site Oito e Meia)
Daniel Pereira
Veja
Não é apenas o presidente Lula que faz pressão por mais gastos públicos em 2024. Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o deputado Danilo Fortes (União Brasil – CE) tachou de “hipocrisia” a proposta do governo de destinar 939 milhões de reais para o fundo eleitoral no ano que vem, quando serão disputadas eleições municipais.
Dando voz ao pensamento da maioria dos deputados, do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro, o relator Fortes adiantou que defenderá em seu relatório um fundo eleitoral de 4,9 bilhões de reais, cinco vezes mais do que o proposto pela equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que luta praticamente sozinho na Praça dos Três Poderes para impedir a sangria dos cofres públicos.
HADDAD REDUZIU – Na eleição municipal de 2020, o fundo eleitoral foi de 2 bilhões de reais. Na eleição geral de 2022, de 4,9 bilhões de reais. “Como que agora numa eleição que tem muito mais candidato a vereador, prefeito, você vai gastar muito menos?”, disse Fortes. A resposta é simples: basta baratear as campanhas, algo que os políticos se negam sistematicamente a fazer.
De início, parlamentares cogitaram votar um fundo eleitoral de 6 bilhões de reais para o próximo ano. Recuaram — não para os 939 milhões de reais sugeridos pelo governo, nem para os 2 bilhões de reais do pleito municipal anterior.
Eles batem o pé por quase cinco bilhões de reais, como se estivessem fazendo uma grande concessão aos cofres públicos.
JÁ GANHARAM – A vitória dos congressistas nesse tema parece encaminhada. Na quarta-feira, 8, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou uma instrução normativa que autoriza os parlamentares a tirar cerca de 4 bilhões de reais das emendas de bancada para engordar o fundo eleitoral.
Na prática, se a ideia prosperar, recursos que geralmente são destinados à saúde, à educação e a obras de infraestrutura serão remanejados para bancar campanhas.
Até agora, poucas vozes se levantaram contra a iniciativa. Conforme revelado pela coluna Radar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é favorável a um valor próximo aos 2 bilhões de reais liberados nas eleições municipais de 2020.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É pena que Rodrigo Pacheco esteja falando sozinho. Os parlamentares não querem nem saber e vão elevar o Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5 bilhões. Fazem tudo o que podem para “argentalizar” o Brasil. É lamentável. (C.N.)