Por vaidade, Lula está jogando fora essa segunda chance que a vida lhe ofereceu

Lula e Jan Paul Prates, presidente da Petrobras, no anúncio da retomada das obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco

Lula e Jean Paul Prates, junto na refinaria Abreu e Lima

Carlos Newton

Conforme já mencionamos aqui na Tribuna da Internet, o presidente Lula da Silva teve uma surpreendente segunda chance em sua vida, quando em 2019 o Supremo decidiu encontrar uma forma nada jurídica de libertá-lo. Depois, em 2021, a pretexto de evitar a reeleição de Jair Bolsonaro e um golpe de Estado, o mesmo Supremo devolveu ao político petista os direitos políticos, para que o ex-presidiário pudesse recompor sua trajetória de forma positiva.

O problema é que Lula é desprovido de humildade. Ao invés de tocar a vida em frente, ele hoje se dedica a tentar limpar seu passado tenebroso. Para tanto, não se esquiva de contar lorotas, alterar fatos que já estão na História, para chegar ao cúmulo de se comparar a Vargas, um político de passado impecável, que não enriqueceu um centavo na vida pública.

LEVÁ-LO AO SUICÍDIO  – Com seus exageros e mentiras, misturando as coisas e até incluindo o Departamento de Justiça dos EUA num plano mirabolante contra a Petrobras, Lula diz que os adversários queriam levá-lo ao suicídio, como aconteceu com Vargas.

Seu delirante discurso na refinaria Abreu e Lima, semana passada, desmorona toda a campanha desenvolvida nos últimos anos contra a Lava Jato e seus condutores. Com essa sucessão de “fake news”, Lula vai acabar recuperando a imagem da Lava Jato, do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol.

A situação é tão grave que constrange jornalistas simpáticos ao PT e que atuaram claramente a favor dele na campanha eleitoral. Nos jornais, revistas, portais, sites e blogs, percebe-se claramente as restrições que esses analistas passaram a fazer ao presidente, porque na vida tudo tem limites.

LEVADO PELA VAIDADEJá mencionamos aqui na Tribuna da Internet que o maior defeito de Lula é a vaidade, embora ele demonstre que também opera com a mesma naturalidade em outros pecados capitais.

O fato concreto é que a vida lhe deu uma segunda chance. Porém, por falta de humildade, o ex-presidiário está mentindo desbragadamente e deixando escapar essa oportunidade de ouro, que lhe possibilitaria fechar de forma positiva sua biografia de operário iletrado que chegou a presidir um país importante como o Brasil, algo inédito no mundo, conforme é preciso destacar.

Desse jeito, Lula acabará sendo lembrado como o personagem “Barba”, o informante do regime militar que se tornou uma espécie de Cabo Ancelmo que deu certo e acabou chegando à Presidência da República.

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P.S.
O mais curioso de tudo isso é que Lula está certíssimo em apoiar a expansão da Abreu e Lima, uma refinaria moderníssima, preparada para operar óleos pesados, que pode reduzir e até zerar a importação de petróleo leve e derivados, especialmente o diesel, consolidando o Brasil como grande exportador de petróleo.

Portanto, se não colocarem uma mordaça em Lula, ele conseguirá chegar totalmente desmoralizado em 2026, abrindo a vaga para algum preposto de Bolsonaro ou para a terceira via, o que seria ótimo para o país, aliás. (C.N.)

Haddad tem de convencer o Congresso sobre o fracasso total da desoneração

junho | 2014 | Plataforma Política Social

Charge reproduzida da Plataforma Política Social

Carlos Newton

Entre as múltiplas idiotices do governo Dilma Rousseff, famosa estocadora de vento e maquiadora de contas públicas, uma das piores foi a desoneração de 17 importantes setores empresariais, a pretexto de abrir empregos. O resultado foi desastroso, porque não foram criados novos empregos, a Previdência Social quase foi a pique e teve de ser reformada no governo Bolsonaro, com altos prejuízos aos trabalhadores civis, mas blindagem dos supostos direitos dos militares.

Agora, 13 anos depois, não é mais possível manter esse execrável privilégio da desoneração, quando está sendo procedida a tão ansiada reforma tributária. Manter esses benefícios seria uma afronta à tese jurídica de que todos são iguais perante a lei.

LOBBY MASSACRANTE – Quando o assunto passou a ser discutido no Congresso, os líderes empresariais dos 17 poderosos setores da economia armaram um lobby massacrante, que conseguiu convencer a maioria dos parlamentares sobre a necessidade de manter a desoneração, conforme veio a acontecer

O culpado pela derrota foi o próprio governo, que não se deu ao trabalho de esclarecer as bancadas sobre o fracasso dessa tal desoneração, que em 2011 a então presidente Dilma Rousseff propôs em forma de Medida Provisória, mas o Congresso devolveu a MP e exigiu a apresentação de um projeto de lei.

Foi uma jogada de mestre dos empresários, que conseguiram maximizar os lucros através da redução de impostos, ao invés de tentar o aumento da produtividade.

APOIO DE PACHECO – O presidente Lula não moveu uma palha para eliminar a desoneração. Pelo contrário, está pouco ligando. Se a Fazenda, o Tesouro e o Banco Central liberarem recursos à vontade, para ele está tudo no melhor dos mundos.

Quem está se movimentando sozinho é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Tem falado como  presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e conseguiu convencê-lo a não devolver a MP de Lula. Agora, é preciso negociar com os líderes das bancadas para lhes mostrar que a desoneração vem dando um tremendo prejuízo aos cofres públicos, sem propiciar a sonhada abertura de empregos.

Para levar esse trabalho adiante, Haddad não conta com apoio de Lula, que não está nem aí, como diz a axé music. E o ministro está consciente de que, se a desoneração não for derrubada, a reforma tributária já começa capenga.

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P.S.
A opinião pública precisa se unir e dar apoio irrestrito a Haddad, que se tornou uma esperança para os brasileiros. Se ele fracassar na busca do déficit zero, a irresponsabilidade de Lula pode transformar o Brasil numa enorme Argentina, porque a inflação não foi vencida e está hoje como a sétima mais alta dos países do G-20. Todo cuidado é pouco. Já assistimos a esse filme no governo Sarney e não temos mais Itamar Franco para dar um jeito. (C.N.)    

Supremo precisa de reforma e limpeza para recuperar a credibilidade perdida

Charge do Zé Dassilva: STF - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

Certas situações são incompreensíveis e inaceitáveis na chamada democracia à brasileira, que o jurista Sobral Pinto dizia não existir, porque democracia é uma só, não tem variedades, e o que exatamente existe é o peru à brasileira, principal atração das ceias de final de ano aqui na filial Brazil e do Dia de Ação de Graças, na matriz USA.

Infelizmente, existem muitas diferenças entre matriz e filial, que são sempre desonrosas para nós, pois não sabemos nem imitar direito as instituições democráticas. Veja-se o Supremo, por exemplo. O gigantesco Ruy Barbosa empenhou-se entusiasticamente para criar na filial um tribunal aos moldes da Suprema Corte da matriz. Depois de sua morte, porém, as coisas foram mudando, e hoje o Supremo à brasileira (outro prato típico, com frango no lugar do peru) é uma Piada do Ano em relação ao norte-americano.

E TUDO MUDOU… – Exatos 100 anos após a morte de Ruy Barbosa, aquele intelectual brasileiro que se asilou em Londres e botou uma placa na porta de casa dizendo “Ensina-se Inglês”, seu trabalho está irreconhecível e desqualificado.

Aqui na filial Brazil, o Supremo está totalmente descaracterizado, os ministros se metem em política acintosamente, não há mais suspeição, funcionam como procuradores e juízes individuais, reina a esculhambação.

A pretexto de preservar a democracia à brasileira, descumpriram leis sobre suspeição de magistrados, usaram provas ilícitas, inventaram a incompetência territorial absoluta em direito penal e levaram o Brasil à vexaminosa situação de ser o único país da ONU (são 193) que não prende criminosos após condenação em segunda instância, tornando-se o paraíso da impunidade. E ainda querem ser elogiados por isso, exibem o maior orgulho por essas presepadas.

COMEÇAR DE NOVO – Quando se chega a tal situação de paroxismo, é preciso dar um freio de arrumação, para depois começar de novo, como ensinam os geniais Ivan Lins e Vitor Martins.

Se os ministros tivessem um mínimo de humildade, eles próprios pegariam o Regulamento do Supremo e fariam as necessárias correções, para desafogar a pauta, cada vez mais sobrecarregada. De 2019 para cá, por causa da decisão que tirou Lula da Silva da prisão, o Supremo passou a ser obrigado a julgar todas as ações penais, porque a prisão agora somente ocorre somente após a quarta instância, que é o próprio STF.

O fato concreto é que, do jeito que está, não pode continuar. Se o Supremo não quiser se aperfeiçoar,  o Congresso deveria então votar uma legislação que o faça, porque este país precisa desesperadamente de justiça.

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P.S. 1
Se o Supremo e o Congresso não se interessarem por esse indispensável aperfeiçoamento, o editor da Tribuna então terá de fazer como Ruy Barbosa e colocar uma placa na porta de casa, dizendo: “Reformam-se tribunais”.

P.S. 2 – Realmente, tenho algumas ideias que acredito farão sucesso. Entre elas, a proibição de juiz soltar monocraticamente criminoso de alta periculosidade, como acaba de acontecer com o chefe de facção Elvis Cantor, preso na Bolívia e imediatamente solto aqui na filial Brasil. (C.N.)

É muita ingenuidade achar que Gleisi ataca Haddad sem autorização de Lula

Gleisi Hoffmann diz que Lula entrará na campanha de Boulos em São Paulo | Exame

O jogo é simples assim: Lula manda e Gleisi obedece…

Carlos Newton

Quem frequenta a Tribuna da Internet sabe que, em matéria de política e politicagem, as aparências sempre enganam. O principal motivo é a atuação da chamada imprensa amestrada, que trabalha de maneira serviçal e colabora para difundir as falsas narrativas difundidas pelo grupo político que integram. Fazem esse serviço sujo sem questionamentos, simplesmente aceitam a versão que lhes empurram goela abaixo, e passam adiante a notícia.

Nos últimos dias, por exemplo, foi impressionante o número de reportagens e artigos “plantados” para divulgar a versão de que o presidente Lula da Silva nada tem a ver com a briga entre a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o ministro Fernando Haddad, chefe da equipe econômica.

QUEM ACREDITA? – Os jornalistas amestrados espalham a informação de que Gleisi e Haddad estão brigando pela candidatura à sucessão de Lula na eleição de 2030. Caramba! Uma disputa tão intensa e desavergonhada, com sete anos de antecedência? Quem pode acreditar numa bobagem dessas? Gleisi e Haddad não têm mais o que fazer?

O pior é alegar que Lula não sabe de nada, não interfere nem participa dessa briga. É justamente por isso que a política requer tradução simultânea. Como todos sabem, Lula é dono do PT. É ele quem manda no partido. Ponto Final. Gleisi Hoffmann jamais ousaria provocar e atacar o principal ministro do governo se não estivesse autorizada pelo presidente.

Lula está determinando que Gleisi Hoffmann assuma a briga contra Haddad, porque não seria cabível que um presidente da República investisse contra seu principal ministro, sem demiti-lo. É por isso que Gleisi usa dois pontas de lança para fustigar Haddad – o próprio companheiro Lindbergh Farias, com quem está vivendo há alguns anos, e José Guimarães, aquele deputado dos dólares na cueca.

Eles também só criticam Haddad porque estão servindo ao presidente da República, sempre prontos a atendê-lo e agradá-lo.

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P.S.
Outra balela difundida pela imprensa amestrada é a justificativa de que Gleisi e Haddad estão brigando por causa da candidatura petista em 2030, quando Lula promete abandonar a política, após ser reeleito em 2026. Mais uma tremenda conversa fiada, porque a sucessão de Lula é para ontem, pois ele está com 78 anos. Segundo o IBGE, a expectativa de vida do homem brasileira, na última medição (2022) é de 72 anos. Isso significa que Lula já está fazendo seis anos de hora extra. É por isso que Gleisi aceita atacar Haddad, pois todos sabem que o tempo não para, como diziam Cazuza e seu parceiro Arnaldo Brandão.  (C.N.)

Ausências famosas exibiram insatisfação com uso político do 8 de Janeiro por Lula

Bancada evangélica anuncia apoio a Arthur Lira para presidência da Câmara

Na última hora, Lira decidiu jogar a toalha

Carlos Newton

Cada um deu uma desculpa, que o Planalto terá de engolir. Mas o fato concreto é que o presidente Lula da Silva tentou fazer uso político da invasão dos Três Poderes no 8 de Janeiro, mas o tiro saiu pela culatra, porque o sonífero evento acabar por levantar as múltiplas contradições e injustiças que têm sido cometidas em nome da democracia.

Como destaque na ala dos insatisfeitos, 14 governadores não compareceram ao evento em referência ao 8 de Janeiro e muitos dos que marcaram presença agora está arrependidos e sentem que foram usados por Lula.

FALTARAM À FESTA – Entre os que faltaram estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); de Goiás, Ronaldo Caiado (União), entre outros.

Todos eles lamentaram uso político do ato, inclusive o governador mineiro Romeu Zema, que tinha confirmado sua participação, já que se encontrava em Brasília, mas depois achou melhor não comparecer.

Zema disse pelas redes sociais que não participou do evento porque estava negociando, com o governo federal, a dívida de Minas Gerais. Além disso, ele criticou o uso político do evento.

Zema sobre dívida bilionária de MG: 'Se fosse fácil teria resolvido'

Zema criticou o uso político do ato

DISSE ZEMA – “Estou em Brasília para vários compromissos, o mais importante dele é tratar a dívida gigante de Minas Gerais que foi construída nas últimas décadas e que precisa ser solucionada. Estava prevista a minha ida a um evento constitucional no Congresso, mas infelizmente recebi informações que ele se transformou em um evento político e não irei mais”, disse Zema nas redes sociais, na manhã desta segunda-feira.

A falta mais sentida e significativa foi a do deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que estava escalado para fazer discurso, mas desistiu de ir. O parlamentar alegou que não participaria do evento por motivos pessoais, dizendo que teve de cuidar da saúde de alguns familiares.

LIRA PEDE PUNIÇÃO – Em nota publicada nas redes sociais, o presidente da Câmara pediu que os responsáveis sejam punidos.

“Há um ano as sedes dos 3 Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal. A liberdade de manifestação e o direito fundamental de protestar jamais podem se converter em violência e destruição. Devemos sempre celebrar a democracia e cuidar do futuro de nosso país”. 

Como Renan Calheiros planeja substituir o Centrão de Lira no governo Lula | VEJA

Renan alegou ter feito uma cirurgia

Outro ausente foi a do senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de primeira hora do presidente Lula. Renan alegou que fez uma cirurgia e, “por expressa restrição médica”, não pôde comparecer.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, não dá para comemorar a punição de pés de chinelo, cujo crime foi seguir líderes irresponsáveis e sem caráter, enquanto continuam impunes os organizadores do golpe frustrado e os militares que traíram a pátria. Como disse Arthur Lira, “todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”. Neste processo, porém, o que menos se vê é punição dos verdadeiros responsáveis, e os processos não têm seguido a lei, vamos ser francos”. (C.N.)

Governo Lula imita a ditadura militar e comemora a derrota do golpismo

A linguagem combativa das charges no Brasil - Portal Jornalismo ESPM

Charge do Zé Dassilva (Portal NSC)

Carlos Newton

O governo federal, responsável pela iniciativa, denominou a solenidade desta segunda-feira de “Democracia Inabalada”. Com todo respeito, acho que houve um equívoco. Certamente, o nome mais adequado seria “Democracia Inacabada”, porque ainda falta muito para que o Brasíl possa se tornar um país verdadeiramente democrático.

Sobre essas dúvidas, é sempre bom consultar o grande pensador inglês Kenneth Clark, que dizia: “Civilização? Nunca encontrei nenhuma… Mas tenho certeza de que, se algum dia encontrar, saberei reconhecê-la”. O mesmo raciocínio do Lord Clark vale para democracia, é claro.

RECORDAR É VIVER – Aqui na filial Brasil, ainda estamos longe de poder comemorar a democracia, uma situação que somente se consolida quando há divisão dos Três Poderes e respeito mútuo, algo que decididamente não acontece no Brasil, onde reina a promiscuidade institucional. Portanto, estaríamos apenas fantasiados de democracia, à espera do carnaval.

Por isso, é de estranhar esta solenidade relativa à Intentona Golpista. Fica parecendo aquelas cerimônias que a ditadura militar realizava todos os anos, em 23 de novembro, para marcar o aniversário da Intentona Comunista de 1935, quando o país nem vivia sob regime democrático.

Nunca entendi o motivo daquelas festividades militares, sempre realizadas em ato público na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio de Janeiro, em homenagem aos mortos da Intentona Comunista, que foram mais de 100, entre civis e militares.

APENAS UM MORTO – Agora, a cerimônia é para lembrar a Intentona Golpista de 2022, em que só morreu o réu Cleriston da Cunha, justamente por falta de democracia. Se estivéssemos num regime verdadeiramente democrático, ele estaria sendo julgado na primeira instância e nem estaria preso, por não ter sido apanhado em flagrante, não ter antecedentes e sofrer de doença incurável.

Na verdadeira democracia, também não haveria um inquérito comandado por um ministro do Supremo que ia ser enforcado em praça pública, como Tiradentes, e que funciona no processo como, vítima, assistente do promotor e juiz.

Esse ministro tríplice coroado classificou democraticamente como “terroristas” os 1.404 réus pés-de-chinelo que invadiram os Três Poderes, porém o relator nada faz para apurar a culpa dos organizadores do golpe e dos militares que os apoiavam.

SESSÃO LEXOTAN – Assim, nesta segunda-feira. a democracia é louvada pela cúpula do país numa Sessão Lexotan, na qual todos terão de lutar contra o sono. O programa começa com o Hino Nacional, cantado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, aquela que tem débitos com a Lei Rouanet e nunca irá saudá-los, democraticamente.

Em seguida, será exibido um vídeo institucional sobre os prejuízos à democracia. Na sequência, começa a Sessão Lexotan propriamente dita, com seis discursos seguidos – a governadora petista Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, os presidentes de Câmara, Senado e Supremo, o relator-vítima-juiz do processo e o presidente da República, para dizer que nunca antes, na História deste país, houve uma democracia como essa.

E assim fica mais do que comprovado que é fácil defender a democracia, como diria Kenneth Clark, mas é muito difícil exercê-la.

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P.S. –
Quanto à família do réu Cleriston Cunha, que morreu devido à incúria da democracia, tem todo direito de recorrer à Justiça e pedir uma indenização, porque ainda há juízes em Berlim e o tal regime  democrático brasileiro pode ter evoluído até a data do julgamento. (C.N.)

Tribuna da Internet despreza a polarização e prefere seguir o “caminho do meio”

Charge, tirinha e notícia – Cadernos Virtuais

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

Quem está por aqui há mais tempo sabe que não adianta pressionar a Tribuna da Internet, porque não nos desviaremos do curso que seguimos. Buscamos a possibilidade de viver sob o signo da liberdade, pairando acima de ideologias, partidarismos, crenças políticas ou religiosas. Com esse utópico modo de vida, ferimos os interesses de todos aqueles que seguem algum partido ou corrente do pensamento, como se pode constatar na variedade dos comentários recebidos diariamente.

Paga-se um preço alto pela liberdade, é claro. Não foi por mera coincidência que a Tribuna da Internet se tornou um dos espaços mais hackeados da web. Um dos objetivos desses ataques é desformatar nossos arquivos. Com isso, muitas denúncias exclusivas ficaram sepultadas. Hipoteticamente, temos contrato de garantia com o servidor UOL para preservação do chamado “back up” dos arquivos, mas na prática isso não funciona.

VAMOS EM FRENTE– Lamentamos a danificação dos importantes arquivos, que pulverizaram  trabalhos de Helio Fernandes, Carlos Chagas, Sebastião Nery, Pedro do Coutto e outros jornalistas verdadeiramente imortais, mas isso não nos desanima e vamos em frente, ligados no presente e no futuro.

Por ser livre, nossa linha editorial sofre muitos ataques, sobretudo em tempos de polarização, porque não apoiamos incondicionalmente nenhuma das vertentes predominantes, mantendo a liberdade aplaudir o que elas têm de certo e criticar seus erros.

Vamos continuar sempre assim, buscando o “caminho do meio”, popularizado inicialmente por Sidarta Gautama, um dos 24 Budas do Oriente, nascido no Nepal 583 anos antes de Cristo, e depois seguido pelos sábios gregos Sócrates, Platão e Aristóteles, todos também precursores de Cristo, que acompanharia a mesma vertente de dar a César o que é de César, mas apoiar o que é certo e questionar o que é errado.

EQUILÍBRIO DO HOMEM – Para Sócrates, cujos ensinamentos foram seguidos por todas as grandes religiões do mundo, inclusive o Espiritismo, o meio-termo era o equilíbrio do homem, que não deveria nem ser covarde, nem audacioso, mas corajoso; nem mesquinho, nem perdulário, mas generoso.  Para ele “a virtude deve ter a qualidade de visar ao meio-termo”.

Seus discípulos Platão e Aristóteles lembravam que só por meio do equilíbrio e da moderação é que podemos ser felizes.

Conforme a ética aristotélica, o meio-termo deve ser buscado por todas as pessoas como principal caminho para uma vida virtuosa, tanto nas ações como nas paixões humanas, a fim de se equilibrarem os vícios, tanto os decorrentes do excesso como aqueles que resultam da escassez.

BALANÇO DE DEZEMBRO – Assim, não adianta reclamar e pressionar a Tribuna da Internet para mudar de rumo, porque seguiremos essa utopia, tentando apoiar o que é certo e desfazer o que é errado, não importa quem esteja no poder. Aqui, o pensamento é livre, porém não permitimos ofensas nem escárnios, como aconteceu recentemente com Nélio Jacob, um comentarista de altíssimo nível, que deve ser respeitado por todos os participantes.

Só estamos aqui e conseguimos abrir esse espaço livre, porque há quem nos entenda e nos apoie, contribuindo para a manutenção da Tribuna, que não tem patrocinadores fixos.

De início, agradecesmos as contribuições na Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO           VALOR
05    050912       DP DIN LOT…………60,00
13    131306       DP DIN LOT……….100,00
22    000001       CRED TED……………30,00
27    271442       DP DIN LOT…………60,00

Agora, os depósitos na conta do Itaú/Unibanco:

01   PIX TRANSF PAULO R…………….100,00
04   PIX TRANSF JOSE FR…………….100,00
05  TED 001.5977.JOSE APJ…………300,05
05   PIX TRANSF JOAO AN……………..50,00
15  TED 001.4416.MARIO ACR…….300,00
26  TBI 7028.28905-1 DUBER………150,00
28  TED 033.3591.ROBER SN……….200,00
28  PIX TRANSF ISABEL ……………….100,00

Por fim, na conta do banco Bradesco:

20  DEP TRANSF JF DANTAS………….60,00

Agradecendo muito aos amigos e amigas que nos acompanham nessa utopia, vamos em frente, sempre juntos. (C.N.)

Gilmar pode recriar o marco temporal e resolver crise entre os Três Poderes

Em nova decisão, Gilmar Mendes reafirma inocência de Lula – CartaExpressa – CartaCapital

Gilmar sabe que o STF fez uma lambança e precisa consertar

Carlos Newton

Em pleno recesso, a crise institucional se complica cada vez mais com a decisão do PT, que está movendo ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a validade da lei que estabelece o marco temporal para demarcação de terras indígenas. O pedido foi protocolado pelo PT junto com PCdoB e PV, porque as três legendas integram uma única federação partidária.

A ação é repetitiva e desnecessária, porque o PSOL, a Rede e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) já haviam questionado a lei no Supremo. Ou seja, a nova petição encabeçada por PT, PCdoB e PV serve apenas como uma provocação ao Congresso.

Para aumentar a crise, os três partidos de oposição ao governo (PP, PL e Republicanos) também recorreram ao Supremo, pedindo que seja reconsiderada a constitucionalidade do marco temporal, sob o argumento de que a última palavra deve ser do Legislativo.

ESCULHAMBAÇÃO – Durante 35 anos, o marco temporal esteve em vigor, sem contestação, mas a lei que o regulamentou só foi aprovada pelo Congresso em setembro, no mesmo dia em que o Supremo rejeitou a tese de que apenas as terras ocupadas por povos indígenas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, podiam ser demarcadas.

O presidente Lula da Silva vetou esse trecho, mas o Congresso derrubou o veto no mês passado e a norma foi promulgada no final de dezembro.

Agora, reina a esculhambação, porque não se sabe o que está em vigor nem se os indígenas podem reivindicar outras terras que já ocupavam antes de 1988, quando a Constituição foi aprovada.

DISPUTA DO RELATOR – As três ações têm como relator o ministro Gilmar Mendes, embora os partidos aliados do governo argumentassem que as petições deveriam ser distribuídas “por prevenção” ao ministro Edson Fachin, por ter sido relator da declaração de inconstitucionalidade do marco temporal.

Tanto Fachin como Gilmar votaram contra a tese do marco temporal, mas a grande diferença é que, enquanto Fachin atendeu integralmente aos indígenas e não quis discutir a indenização dos proprietários em caso de remoção, Gilmar fez ressalvas à amplitude das terras demarcadas e disse que “não falta terra”, mas “falta apoio”.

“É preciso que tenhamos essa dose de realidade no nosso raciocínio, sob pena de estarmos a oferecer soluções ilusórias. Pode ser revogado o marco temporal, e a dificuldade vai continuar”, ressalvou o ministro quando votou, em setembro.

APOIO A CONTRAGOSTO – A verdade é que Gilmar Mendes sabe que acabar com o marco temporal é uma irresponsabilidade, porque os índios poderão requerer a posse de cidades inteiras, caso não haja uma ressalva impeditiva.

Ele sabe que o marco temporal deve valer nos casos das terras que não estivessem sendo reivindicadas pelas tribos antes de 1988. Sabe também que, nas situações mais polêmicas, será preciso indenizar os produtores rurais.

Gilmar está corretíssimo ao dizer que há muita terra, porque nada impede que as tribos possam ganhar  áreas em outros locais, no caso de disputas que causem convulsão social.

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P.S. 1
Gilmar Mendes é uma figura paradoxal. O ministro domina o Supremo e cresce nos momentos de crise. Não será surpresa se ele encontrar uma saída conciliadora, que atenda a todos os envolvidos (indígenas, produtores rurais, governo e Congresso), como deveria ter acontecido lá atrás, ao invés de o Supremo fazer essa lambança de revogar um marco temporal sem substituí-lo por nenhuma outra regra. O Brasil já está cheio de crises, de vez em quando é bom encontrar soluções. (C.N.)

Haddad sabe por que está sendo fritado por Lula e começa a responder à altura

O ministro Fernando Haddad faz um balanço de seu primeiro ano na Fazenda

Haddad deu uma entrevista elegante, sem citar nomes

Carlos Newton

A crise no governo é gravíssima, porque já está em jogo a sucessão presidencial de 2026, com uma antecipação provocada pela ansiedade do presidente Lula da Silva, que está preocupadíssimo com o prestígio que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem conseguindo junto ao mercado financeiro, aos empresários e à classe média.

Ao invés de aproveitar esse apoio consensual que pouquíssimos governantes conseguem, Lula está jogando tudo por terra, ao mandar o PT atacar diretamente o chefe da equipe econômica, lançando críticas ao arcabouço fiscal, ao déficit zero e à tentativa de Haddad evitar que o governo faça gastos demasiados, que possam reavivar a inflação.

HADDAD REAGE – Depois de vários ataques do presidente Lula e de seus porta-vozes políticos (Gleisi Hoffmann, presidente do partido, seu companheiro Lindbergh Farias e o líder do governo José Guimarães, aquele deputado dos dólares na cueca), Haddad enfim decidiu reagir e deu uma entrevista ao repórter Alvaro Gribel, de O Globo.

O jornalista foi direto ao ponto, ao dizer que aprovação de reformas, boa relação com lideranças do Congresso e números da economia acima do esperado são requisitos que colocam Fernando Haddad como possível sucessor do presidente Lula na visão de economistas, parlamentares e cientistas políticos.

Indagado sobre o tema, Haddad disse que o nome de Lula é consenso no PT para 2026, mas alertou que o partido precisa começar a se preparar para essa transição, porque o problema “vai se colocar” na eleição seguinte.

RESOLUÇÃO DO PT – O fato é que a corrente majoritária do PT, liderada por Lula e Gleisi, aprovou recentemente um documento de críticas a Haddad. que fala de ‘austericídio’ (suicídio econômico por políticas de cortes de gastos). Indagado a respeito pelo repórter de O Globo, disse o ministro:

“Olha, é curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: “A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!” E o Haddad é um austericida. Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver. Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala “está tudo errado, tem que mudar tudo”. Alguma coisa precisa ser pensada a respeito, mas não tenho problema com isso”.

Em tradução simultânea, Haddad está pedindo, educadamente, que parem a campanha contra ele, caso contrário irá reagir.

ARGUMENTOS POLÍTICOS – Até agora, o mnistro apresentou apenas argumentos econômicos. Já explicou que nas gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2%, a economia cresceu, em média, 4%. Também já mostrou que “não é verdadeira a justificativa da resolução do PT (leia-se: resolução de Lula) de que déficit faz crescer.

“De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia”, disse o ministro, ao responder aos ataques de Gleisi Hoffmann na reunião do Diretório Nacional do PT, em 8 de dezembro.

De lá para cá, ficou calado, mas as críticas petistas prosseguiram. Por isso aceitou dar entrevista ao repórter Alvaro Gribel, mas falou com muita cautela, em nenhum momento ultrapassou os limites nem fez críticas diretas a Lula, Gleisi, Lindbergh e Guimarães.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O mais incrível é que, nessa briga de cachorro grande, a economia é o que menos importa. Tudo gira em torno da reeleição de Lula, que já revelou o desejo de que todos votem nele para sempre. Bem. como já tivemos um presidente que se dizia “imbroxável”, é natural que agora apareça um “imorrível”, vejam a que ponto chega a desfaçatez desse tipo de político. Haddad está de férias, mas volta a Brasília dia 8, para participar da festa do 8 de Janeiro, na “Sessão Lexotan”, em que um discursa e todos os outros dormem.  Seis discursos seguidos, sem entrar no palco um palhaço, uma bailarina, um acrobata, uma equilibrista, realmente não há quem aguente esse circo dos horrores. Para amenizar eles vão exibir um filme sobre os estragos. Mesmo assim, vai ser uma disputa para ver quem vai roncar primeiro. (C.N.)

Lula manda o PT atacar Haddad, que tenta evitar que o Brasil se torne uma Argentina

Haddad promete cortar R$ 150 bilhões em benefícios fiscais a empresas |  Brasil e Política | Valor Investe

Haddad agora está sendo atacado pelos Três Patetas do PT

Carlos Newton

Como diria Ataulfo Alves, a incompetência dessa gente é uma arte. Quando o mercado financeiro e o empresariado passaram a apoiar o governo incondicionalmente, em função dos avanços dos índices, que quase fizeram o Brasil ser laureado como “o país do ano”, troféu ganho pela Grécia, o próprio presidente Lula da Silva decide mergulhar o país numa grave crise, que pode levar à demissão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o grande fiador do governo junto à iniciativa privada.

Ao invés de aproveitar o momento propício e iniciar o segundo ano de mandato em grande estilo, Lula está jogando tudo por terra, ao mandar o PT atacar a política econômica, através de seus serviçais – Gleisi Hoffmann, presidente do partido, seu companheiro Lindbergh Farias e o líder do governo José Guimarães, aquele deputado dos dólares na cueca.

BATENDO PESADO – Desde o início do governo, Lula vem se manifestando contra o teto de gastos e o déficit zero. Cansou de criticar, porque ninguém levava a sério suas “teorias”; a equipe econômica, liderada por Haddad e Bernard Appy, secretário de Reforma Tributária, nem lhe dava atenção e simplesmente seguia adiante.

Lula, é claro, sentiu-se desprestigiado, Como explicar a Janja da Silva que seus principais auxiliares não obedecem às suas ordens? E assim o presidente passou à ofensiva, escondido atrás de seus três mosqueteiros (ou três patetas), que estão atacando Haddad impiedosamente desde a reunião do Diretório Nacional do PT em Brasília, dia 8 de dezembro.

A pauta do encontro, com mais de mil participantes, era a estratégia das eleições municipais. Sentado à mesa diretora ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda foi surpreendido quando a deputada passou a ler uma Resolução da Executiva do PT contra o arcabouço fiscal, o teto de gastos e o déficit zero.

JOGADO ÀS FERAS – Haddad, que se preparara para falar sobre estratégia eleitoral, teve de mudar a pauta e ensinar economia a quem nada entende do assunto. Explicou que nas gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2%, a economia cresceu, em média, 4%.

“Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia”, tentou esclarecer o ministro, enquanto  Gleisi Hoffmann fazia caras e bocas, tentando ridicularizá-lo.

Haddad não recuou e neste final de ano deu uma longa entrevista ao Globo defendendo a política econômica. Lula então ficou furioso e mandou Gleisi, Lindbergh e Guimarães reforçarem os ataques, para enfraquecer o ministro, que é o grande destaque do governo. E a ofensiva começou nesta terça-feira, no Estadão.

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P.S. 1 –
É claro que isso não pode acabar bem. Desestabilizar Haddad significa perder o apoio do mercado financeiro, dos investidores e dos empresários. A dívida pública vai aumentar e o Banco Central terá de aumentar os juros, para financiá-la. Portanto, sob influência de Janja da Silva, que se julga uma sumidade intelectual, este governo não vai longe.

P.S. 2 – Dá saudades de dona Marisa Letícia e de Rosemary Noronha, que exerceram a função de primeiras-damas sem se intrometerem no governo. Dona Marisa morreu, mas Rosemary continua por aí, como um pote até aqui de mágoa, mas as finanças vão bem, pois o ex-companheiro não deixa que nada falte a ela. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)

Lula afronta o Congresso e a sua MP da “Reoneração” será facilmente rejeitada

Mensagem de fim de ano de Lula - YouTubeCarlos Newton

Neste final de ano, a medida provisória de Lula da Silva e Fernando Haddad estava causando mais expectativa do que a Megasena da Virada, porque o governo tem um defeito enorme, que emana da figura do presidente da República e contamina os escalões inferiores. É um fato desabonador, porque Lula se perde pela vaidade, ao se considerar o melhor político e estadista da História, por ter sido um operário que chegou ao poder num país da importância do Brasil.

A capacidade de exagerar em suas declarações chega a ser constrangedora. Há alguns anos, proclamou ser a alma mais honesta deste país, para depois ir passar 580 dias na cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, até que os ministros do Supremo inventaram uma maneira de libertá-lo por “incompetência territorial absoluta”, um tipo jurídico que não existe no Direito Penal, somente aplicável no Direito Imobiliário.

MAIS MENTIRAS – Agora Lula volta a espantar a concorrência, ao dizer que não existe quem acredite em Deus mais do que ele, O fato é que o petista está acostumado a mentir desde os tempos em que trabalhava como informante da ditadura militar, dedurando os próprios amigos de sindicato, conforme relata o livro “Assassinato de Reputações”, escrito pelo delegado federal Romeu Tuma Júnior, cujas denúncias Lula jamais teve como contestar.

Quem é capaz de mentir assim, com tamanha abrangência, certamente acha Abraham Lincoln ridículo e pensa que pode enganar a todos, o tempo inteiro. Tanto assim que uma das mentiras mais interessantes de Lula refere-se justamente a Lincoln. Há alguns anos o petista declarou que enfim tinha lido um livro – a biografia do presidente americano.Para comprovar ter lido, disse que a parte que mais o impressionou foi quando Lincoln esteve na estação ferroviária para esperar um telex.

Este relato provou que Lula não lera o livro, apenas assistira ao filme de Steven Spielger, porque a cena mencionada não existe na biografia, foi inventada pelo roteirista Tony Kushner. E o pior é que nem existia telex na época, Lincoln tinha ido ao telégrafo.

CONTINUA MENTINDO – O tempo passa e Lula continua exagerando em tudo o que diz ou faz. Vive falando em composição com o Congresso, em união de esforços com o Supremo, mas é tudo conversa fiada. Na verdade, não sabe atuar em conjunto e não tem respeito pelos outros Poderes. Agora, sem negociar, mandou ao Legislativo uma medida provisória alterando a desoneração tributária.

Mais uma afronta aos parlamentares, exatamente quando o Congresso se tornou um pote até aqui de mágoa com o Planalto e o Supremo. Assim, a medida provisória tem chance zero de ser aprovada e foi um erro, porque aumentou ainda mais o clima de desânimo na base aliada.

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P.S. –
A deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), relatora da lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamentos, disse à CNN que o governo “contrariou a vontade do Congresso, que representa a totalidade dos brasileiros”, e “causou uma enorme insegurança jurídica”.  (C.N.)

Em 2023, a TV Globo ganhou os melhores presentes do governo Lula e do Supremo

A entrevista de Ciro ao JN e o ódio da Globo à soberania popular - O Cafezinho

Charge do Kayser

Carlos Newton

Este primeiro ano do novo governo Lula da Silva foi particularmente proveitoso para a Organização Globo, que nos quatro anos da gestão de Jair Bolsonaro teve contestado seu poder político e econômico, com redução dos repasses das  generosas verbas publicitárias do governo federal e de suas estatais.

Durante o governo Bolsonaro, a Record esteve na frente: entre 2019 e 2022, recebeu 272,2 milhões de reais em propaganda do Planalto contra 263,6 milhões de reais da Globo e 232,2 milhões de reais do SBT.

GLOBO PRIVILEGIADA – Com a volta de Lula ao poder, a situação se inverteu e a Globo voltou ao primeiro lugar de forma hegemônica, com seus repasses aumentando 20% no período de janeiro a outubro, superando amplamente a soma do faturamento de todos os demais 21 grupos de mídia listados na Secretaria de Comunicação do Planalto.

Ou seja, o Planalto agora destina verbas à Globo como se ela concentrasse permanentemente 60% da audiência, uma premissa que absolutamente não é verdadeira, muito pelo contrário, mais parece a Piada do Ano.

Assim, Bolsonaro errou ao privilegiar Record e STB, e agora Lula erra ao superdimensionar injustificadamente a audiência da Globo, Aliás, em 2023 a generosidade do Planalto com os irmãos Marinho foi ainda maior, levando-se em conta outros repasses para mídia impressa, internet e rádio, assim como a publicidade paga pelas estatais do governo federal.

SUPREMO APOIA – Além de apoiada pelo governo federal, a Organização Globo também recebeu em 2023 o providencial amparo do Supremo Tribunal Federal, justamente quando se avolumavam centenas de processos trabalhistas milionários, movidos por atores, diretores, jornalistas, técnicos etc., que tinham contratos pejotizados.

Este ardiloso sistema, que cria falsas pessoas juridicas, aliviava a Globo do pagamento de 20% da folha salarial ao INSS e reduzia o lucro operacional para pagar menos Imposto de Renda, além de evitar pagamento de FGTS, décimo terceiro salário, adicional de férias e outros compromissos.

A Segunda Turma do Supremo, ao julgar o caso de um médico pejotizado, considerou válida a situação. Depois, a primeira Turma fez o mesmo, unificando a jurisprudência e legalizando a fraude fiscal que tanto prejuízo trouxe e traz aos cofres públicos.

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P.S. 1
É por isso que o apresentador do Jornal Nacional, William Homer, esforça-se tanto para apoiar incondicionalmente o Planalto e o Supremo. Ele diz que seu telejornal é destinado a espectadores como Homer Simpson, mas deveria se envergonhar disso, porque é apenas uma falsa justificativa para conseguir lavar as mãos em meio à imundície, como faria Poncio Pilatos.

P.S. 2 – Nos dois artigos que escrevi sobre os milagres contábeis da Organização Globo, deixei de mencionar o impressionante desempenho de uma das empresas dos filhos de Roberto Marinho, a GME Marketing Esportivo Ltda. Em apenas quatro meses, o patrimônio líquido desta desconhecida ex-microempresa valorizou-se em mais de R$ 300 milhões, conforme consta nas páginas 2 e 3 do parecer da consultoria Planenge. E outro dia li que a Promotoria Distrital de Nova York ainda não deu por concluída a investigação denominada “Fifagate”, sobre corrupção no futebol, que envolvia diretamente a Globo. O intermediador dos irmãos Marinho, conhecido como J. Hawilla, já morreu, mas deixou um passado de glórias. Vamos aguardar, portanto. (C.N.)

Receita se omite e mídia tenta esconder “maquiagens contábeis” da Rede Globo

Globo consegue tomar no Judiciário casa com pix errado de R$ 318 mil

Reprodução do Arquivo Google

Carlos Newton

Conforme informamos neste sábado, com as grotescas maquiagens contábeis da Organização Globo, realizadas entre dezembro de 2005 e setembro de 2006, com utilização de empresas de fachada, tidas como “investidoras”, o grupo criado por Roberto Marinho aumentou artificialmente seu capital real em cerca de R$ 4 bilhões.

Para concretizar a manobra, foi utilizada a intermediação de uma empresa de ocasião, a GME Marketing Esportivo Ltda, registrada em fevereiro de 2002 na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, com capital de apenas R$ 10 mil. Seus sócios iniciais, José Manuel Aleixo e Marcelo Campos Pinto, eram empregados do Grupo Globo, e apenas cumpriam ordens.

DEPOIS DA FESTA –Na condição de sócia da GME desde dezembro de 2003, a TV Globo Ltda, sucedida pela Globopar S/A, em abril de 2006 alterou o capital da microempresa esportiva para a estratosférica quantia de R$ 5,526 bilhões. Foi um passe de mágica, executado pelos irmãos ilusionistas Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho.

Após concretizada a maquiagem contábil, Aleixo e Pinto foram excluídos da empresa, extinta em 1º de setembro de 2006, e receberam de volta os R$ 10 mil de que se valeram para a abertura da GME Marketing Esportivo Ltda, à semelhança daquela personagem Viúva Porcina, que foi sem nunca ter sido.

A Organização Globo, no caso, seguindo roteiro “fora da curva”, transferiu para si mesma “o bilionário patrimônio líquido da GME” que já era só dela, e que lhe foi “devolvido” com um aumento de capital bastante expressivo, de RS 4 bilhões, cuja origem os documentos examinados não explicam, e a Tribuna da Internet, em nome da liberdade de imprensa, abre espaço a quem tiver algum esclarecimento a prestar.

CONCESSÃO DAS TVS – Não se pode esquecer que na mesma época, em 2007, a Globopar S/A (sucessora da TV Globo Litda) requereu à Presidência da República a renovação das concessões dos canais de televisão da Rede, situados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Brasília.

Nos documentos para as concessões, estrategicamente deixou de informar que a totalidade do capital da antiga TV Globo Ltda, que fora transferido à Globopar e à empresa de fachada Cardeiros Participações S/A. já tinha sido transferida para as holdings dos irmãos Marinho (RIM 1947 Participações S/A, JRM 1953 Participações S/A e ZRM 1955 Participações S/A), no início de 2006, em desrespeito à lei, sem a prévia aprovação do Ministério das Comunicações.

Diante dessa confusa suruba empresarial e contábil, fica demonstrado que a Organização Globo e os irmãos Marinho ainda dominam esta República e estão acima da lei e da ordem. As concessões foram renovadas por Lula sem ressalvas, e mais recentemente por Bolsonaro, ganhando vigor até 2037.

E A RECEITA FEDERAL – De vez em quando, saíam na imprensa pequenas notícias de que as maquiagens contábeis da Globo seriam punidas pela Receita.  Mas o tempo passou, existe a prescrição de crimes fiscais etc. E quem se interessa?

Sabe-se que contrato social empresarial não pode ser equiparado a documento público, mas convenhamos que, para todos os efeitos, em se tratando de empresa concessionária de serviço público, a transparência não pode ser mitigada.

Pagando as taxas legais, qualquer cidadão bem intencionado tem acesso às informações protocoladas e registradas nas Juntas Comerciais de cada Estado da Federação. E a verdade sempre acaba por aparecer, como no caso da usurpação para TV Paulista por Roberto Marinho no regime militar, já bastante conhecido.

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P.S. 1 
Como ninguém está acima da lei, apesar das prescrições a amparar malfeitos, esse é um assunto que deveria interessar aos Três Poderes, porém o Barão de Montesquieu se esqueceu de que a TV Globo é o Quarto Poder. Advogados, que nos assessoram aqui no Rio prometem aprofundar o exame desses malabarismos societários, seguindo o caminho dessas estranhas e ardilosas transferências bilionárias. É claro que elas não se deram através de bancos nacionais ou internacionais, pois se tratou de meros registros contábeis, que são do exclusivo interesse apenas dos acionistas. E da Receita Federal e da Comissão de Assuntos mobiliários, é claro.

P.S. 2 – Amanhã, não perca o artigo sobre os maravilhosos presentes que o governo Lula e o Supremo deram à Globo em 2023, levantando o moral da Organização da família Marinho. (C.N.)

“Maquiagens” contábeis da Rede Globo exibem criatividade dos irmãos Marinho

Tribuna da Internet | Lula vem pagando caro demais o apoio que a TV Globo lhe oferece graciosamente

Charge do Nico (Arquivo Globo)

Carlos Newton

A Tribuna da Internet não poderia fechar o ano sem esclarecer a opinião pública brasileira sobre a ardilosa contabilidade financeira promovida pela GME Marketing Esportivo Ltda, entre fevereiro de 2002 e setembro de 2006, que propiciou a “transferência de seu patrimônio líquido” aos controladores da Organização Globo, os irmãos Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho, por meio de suas holdings pessoais.

Detalhe: o “patrimônio líquido” da desconhecida GME, à época, era de modestos US$ 2,7 bilhões, que equivalem hoje a R$ 13,5 bilhões, quantia nada desprezível no Brasil e no mundo.

POR BAIXO DO PANO – Em verdade, a desprezada e descapitalizada GME, inativa desde 1ª de setembro de 2006, serviu de trampolim para os irmãos Marinho justificarem a transferência da totalidade de seu bilionário capital para algumas empresas fantasmas que criaram e alcunharam de “investidoras”.

Se ninguém, especialmente a Receita Federal, jamais tinha ouvido falar da GME, que nada tem a ver com a General Motors, quem poderia imaginar que o bilionário patrimônio da Organização Globo fosse transitar pela RIM 1947 Participações S/A, JRM 1953 Participações S/A e ZRM 1955 Participações S/A, marcadas e carimbadas pelos anos de nascimento e pelas iniciais dos irmãos Marinho.

Para apagar rastros e dificultar a fiscalização, essas empresas de fachada, cada uma com capital pífio de R$ 1 mil, depois se transformariam nas riquíssimas Eudaimonia Participações Ltda, Imagina Participações Ltda e Abaré Participações Ltda. Eram sociedades anônimas e se transformaram em empresas limitadas, às escondidas e ao arrepio da lei, sem constar no decreto assinado pelo então presidente Lula da Silva, em 23 de agosto de 2005, que renovou irregularmente as concessões da Rede Globo.

NA JUNTA COMERCIAL – Os documentos registrados na Junta Comercial trazem luz à simulação societária engendrada com base na Lei 6.404/76, que regula as S/As.

Em tradução simultânea, a GME Marketing Esportivo Ltda, com capital ridículo de R$ 10 mil, era a própria TV Globo Ltda, depois sucedida pela Globo Comunicação e Participações S/A (Globopar S/A), de propriedade dos surpreendentes filhos do falecido jornalista e empresário Roberto Marinho.

Na condição de sócia da GME desde dezembro de 2003, a TV Globo Ltda, sucedida pela Globopar S/A, em abril de 2006 alterou o capital da microempresa esportiva para a estratosférica quantia de R$ 5,526 bilhões. Caraca! Jamais se viu nada igual em matéria de negócios familiares ou corporativos. Repita-se: a GME, que tinha capital de R$ 10 mil, foi ejetada para o espaço sideral dos R$ 5,526 bilhões, algo que precisa constar no Livro Guinness de Recordes.

É FÁCIL COMPLICAR – Esses ilusionismos contábeis já vinham de longe, desde agosto de 2005, quando a Globopar S/A, sucessora da TV Globo Ltda, passou a ser controlada por outra empresa de fachada, com patéticos R$ 1 mil de capital social, a Cardeiros Participações S/A.

Torna-se difícil entender as armações, porque a complicação empresarial e contábil é feita de propósito. E foi nesse quadro de engenhosa arquitetura societária que surgiram as novas empresas acionistas, com as iniciais dos três irmãos (RIM, JRM e ZRM), que, para tanto, se apossaram do capital da Cardeiros Participações S/A, que antes se chamava 296 Participações S/A. E tudo isso acontecia sem conhecimento do governo, infringindo a Lei 4.117/62 e o Decreto 52.795/63 (Legislação de Radiodifusão).

Do exame criterioso desses atos societários, constata-se que a GME Marketing Esportivo Ltda, não passava de mais um galho improdutivo da gigantesca e frondosa árvore TV Globo>Globopar>Cardeiros (ex-296 Participações S/A).

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P.S.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: Por que tudo isso, qual o objetivo dessa confusão empresarial e contábil? Ora, o rival Silvio Santos diria que foi tudo por dinheiro. Já o arqui-inimigo Leonel Brizola confirmaria que os irmãos Marinho costearam o alambrado para passar uma boiada com a mala cheia de dinheiro. Mais precisamente, com algo em torno de R$ 4 bilhões, que foram ardilosamente acrescentados ao patrimônio dos três herdeiros do lendário Roberto Marinho, com quem trabalhei. Se ainda estivesse por aqui, Roberto Marinho estaria estupefato com a criatividade de seus filhos, conforme mostraremos na reportagem de amanhã, para comemorar a véspera do Ano Novo. Sempre com absoluta exclusividade. (C.N) 

Alguém tem de dizer a Lula e ao STF que a democracia deve ser respeitada

dedemontalvao: A democracia é um valor absoluto e intransitivo, que não  permite relativização

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

No próximo dia 8 de Janeiro, o presidente Lula da Silva vai comandar em Brasília um ato de repúdio à invasão dos Três Poderes, que nos traz motivos para reflexões. Como o pretexto é marcar e comemorar a preservação da democracia no Brasil, seria importante que essas autoridades fizessem uma autocrítica a respeito dos erros que vêm sendo cometidos pelos ministros do Supremo e pelo próprio presidente da República, a pretexto de estarem defendendo o próprio regime democrático.

Uma das grandes diferenças entre os sistemas políticos é o exercício da Justiça. Somente há amplo direito de defesa em regimes democráticos, porque nas ditaduras isso “non ecziste”, diria Padre Quevedo, que nos deixou há apenas quatro anos e faz uma falta danada.

GRANDE PARADOXO – Se ainda estivesse por aqui, Quevedo estaria horrorizado com os maus hábitos assumidos pela Justiça brasileira. Como diria Leonel Brizola, há anos os ministros do Supremo vinham costeando o alambrado, até conseguir rompê-lo e deixar a boiada invadir pastagens alheias.

Na verdade. passamos a conviver com uma semiditadura do Supremo desde 2019, quando o presidiário Lula da Silva ganhou a liberdade devido a um vergonhoso retrocesso judiciário, com o Brasil se tornando o único dos 193 países da ONU que não prende criminoso após condenação em segunda instância.

No próximo dia 8, essa estranha realidade deveria ser discutida pelas autoridades eleitas ou nomeadas que dividem e exercem o Poder, porém isso não vai acontecer.

INVASÃO DE COMPETÊNCIA – Não é aceitável, em nenhuma democracia, que o Judiciário legisle, como tem acontecido. O caso do marco temporal é gravíssimo e abriu uma crise institucional delicada, que vai se agravar assim que acabar o recesso do início de ano.

Também não cabe ao Judiciário decidir sobre legalização do aborto, conforme ficou claro na decisão da Suprema Corte da matriz USA, um exemplo que deveria estar sendo seguido aqui na filial Brazil, mas…

Da mesma forma, as “interpretações” da lei precisam ser contidas. Para possibilitar a candidatura de Lula da Silva, em 2021 foi muito feio criar a “incompetência territorial absoluta”, que não existe em nenhum outro país. Pior ainda foi depois inventar a “presunção de culpa”, para cassar o deputado Deltan Dallagnol.

RÉUS DO 8 DE JANEIRO – Tudo isso deve ser lembrado, porém a ilegalidade maior é o cerceamento da defesa dos réus do 8 de janeiro. Como se sabe, o inquérito foi falho, não foram identificados os verdadeiros terroristas que se infiltraram e lideraram o quebra-quebra.

E o rigor das penas é um acinte à Ciência do Direito. Quem estava lá, mesmo sem provas de ter quebrado um grampeador, pega 17 anos. Se tiver feito selfie, leva mais 4 anos, algo que não existe nem nenhum Código, pois invadir prédio público tem pena de detenção de apenas um a três meses.

Os réus são punidos como se tivessem praticado um golpe de estado, que nem aconteceu. É um julgamento que envergonha qualquer pessoa sensata e que depõe contra o notório saber dos ministros, sem que a sociedade esboce a menor reação.

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P.S.Na patética “solenidade” do 8 de Janeiro, o mais ridículo serão os discursos esculhambando esses “maus brasileiros que tentaram dar um golpe de estado”. Os oradores não entendem que “querer” destruir a democracia não é crime nem dá cadeia. Crime muito pior é descumprir os trâmites democráticos e aplicar penas descabidas, a pretexto de que sirvam de exemplo aos demais membros da coletividade. As autoridades não percebem que sempre foi exatamente esta a justificativa dos linchamentos que a democracia até hoje tenta inutilmente evitar. Mas quem se interessa? (C.N.)

O tempo passa, a ciência avança e os homens continuam se matando em nome de Deus…

Palestinos fazem novo dia de protestos após a matança em Gaza | Internacional | EL PAÍS Brasil

Nada de novo na Palestina, num sofrimento que não tem fim

Carlos Newton

A vida é feita de tragédias. Como diz a oração católica “Salve Rainha”, o mundo é um vale de lágrimas, em perdas que se sucedem e precisamos superá-las. Quando há um genocídio como esse organizado pelo Hamas e revidado por Israel, o mundo inteiro sofre, ao mesmo tempo. Torna-se o assunto obrigatório e deveria levar as pessoas a raciocinar sobre o ocorrido, ao invés de seguirem trocando ódios em favor de israelenses ou palestinos.

É preciso lembrar que muitas guerras ocorrem por motivos terrenos, disputas disso ou daquilo, mas essa desgraça permanente no Oriente Médio ocorre sempre em nome de Deus, o que a torna ainda mais grave e desnecessária.

MELHOR SER ATEU? – Sem a menor dúvida, seria melhor se todos fossemos ateus, como John Lennon imaginou, antes de sofrer aqueles tiros no meio da rua. Mas certamente os homens iriam encontrar outros motivos para fazer guerra e matar inimigos.

Sempre tive muitos amigos e colegas ateus. Eu mesmo era ateu, desde criança, me recusei a fazer a primeira comunhão, meus pais nem insistiram. Mas fui me modificando com o tempo e a convivência com a espiritualidade, sou cada vez menos ateu e tenho respeito por todas as religiões.

Aliás, seguir uma religião, não importa qual, pode ser positivo, embora se saiba que o ateísmo não significa que a pessoa se torne menos caridosa, solidária e prestativa, muito pelo contrário.

JUDEUS E ISLAMITAS – No caso da guerra eterna entre judeus e islamitas, o premier Netanyahu aproveitou a tragédia e formou um governo israelense destinado a administrar um matadouro de palestinos, sejamos francos, até porque Netanyahu não consegue fazer outra coisa.

É hora de um cessar-fogo definitivo, de devolução do resto dos reféns e de uma trégua negociada. Mas Netanyahu não tem a grandeza de líderes anteriores que procuravam a paz.  Aparentemente, seria impossível, mas Yasser Arafat e Ytizak Rabin não pensavam assim e quase chegaram lá.

A vingança não leva a nada, a não ser a uma violenta reação contrária. A ONU precisa enviar os boinas azuis para a ocupar a Faixa de Gaza e cessar as hostilidades. Mas quem se interessa?

P.S. 1 Tenho muitos amigos e amigas que são ateus e eu respeito a opinião deles. É difícil acreditar no improvável e no intangível, concordo. Mas na vida é mais fácil seguir em frente quando se tem algum ponto de referência, porque nos momentos de muita dor, quando o coração está oprimido, uma oração sempre ajuda, até para que possamos perdoar um ao outro, e sermos também perdoados.

P.S. 2 –  Acredito que o maior problema do mundo talvez seja a religião. São excludentes e repelem casamentos com pessoas de outras seitas. Aliás, as religiões mais radicais neste ponto são justamente a judaica e a islamita, que têm mesma origem. Judeus e muçulmanos insistem em evitar casamentos com outras religiões. Ainda não percebem que o mundo somente terá paz quando todos forem iguais e estiverem miscigenados. O Brasil é o único país do mundo onde a maioria já é de miscigenados. É um fato realmente auspicioso, a se comemorar neste Natal. Pense nisso. (C.N.)  

Haddad ganhou o primeiro round, mas a luta contra Lula será longa e inglória

Eu sou Haddad. Eu sou Lula. Por Pataxó

Charge do Pataxó (Portal DCM)

Carlos Newton

Neste final de ano, Fernando Haddad ganhou uma força extraordinária, ao conseguir aprovar o esboço da reforma tributária, que veio se somar à façanha anterior de instituir o arcabouço fiscal. Nesse ponto, é interessante notar que o ministro da Fazenda vem atuando na contramão do presidente Lula da Silva desde o início do governo, quando se dedicou à preparação do projeto do arcabouço, em parceria com a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Na época, Lula pretendia apenas que o Congresso aprovasse o arrombamento do teto de gastos proposto e aprovado na gestão de Michel Temer. Ou melhor, na gestão de Henrique Meirelles, então ministro da Fazenda, que tirou o Brasil de sua mais longa recessão após a tragédia de Dilma Rousseff, agora escolhida como Economista do Ano pelos petistas luláticos do Conselho Nacional de Economia, numa das maiores piadas institucionais da História Republicana.

LULA NÃO GOSTOU – É claro que Lula não gostou da desobediência de Haddad e Tebet, sua resposta foi colocar os dois no freezer e seguir em frente rumo à reeleição, que passou a ser sua maior meta, ainda no primeiro ano de governo.

A primeira vingança de Lula foi nomear o ultrapetista Marcio Pochmann para manipular as estatísticas do IBGE, passando por cima de Simone Tebet, que foi obrigada a ficar na dela, sem reação. A primeira façanha de Pochmann foi acabar com o desemprego no Brasil, de uma hora para outra, num passe de contorcionismo estatístico, e ele é mestre nisso.

O caso de Haddad é mais difícil. Lula tentou desestabilizá-lo, criticando abertamente a política defensiva da Fazenda, que tem como mentor o experiente Bernardo Appy, que comandou a Secretaria de Política Econômica no primeiro governo Lula e é especialista em reforma tributária.

NA MUDA – Haddad e Appy imitaram Simone Tebet e não reagiram. Ficaram na muda, negociando direto com o Congresso, enquanto Lula e petistas como Gleisi Hoffmann, o namorado Lindbergh Farias e o líder José Guimarães, conhecido com o deputado dos dólares na cueca, vociferavam contra a atual  política econômica.

Em meio a esses embates, o Congresso aprovou o esboço da reforma tributária e a dupla Haddad/Appy ganhou um belíssimo presente de Natal, concretizado pelo apoio irrestrito do mercado interno e externo, com a Bolsa batendo recorde, enquanto o dólar e o risco Brasil caíam.

Neste final de ano, o ministro da Fazenda ganhou uma força enorme, ficou indemissível e Lula se viu obrigado a homenageá-lo na última reunião ministerial, nesta quarta-feira, vejam a que ponto chegam a desfaçatez e o cinismo na política.

SEGUNDO TURNO – Agora, vem a trégua de Natal e no Brasil tudo se interrompe, para voltar após o carnaval, quando começa o segundo turno da reforma tributária, é a hora da verdade para Haddad e Appy, a fase mais importante.

Neste ano, o Congresso já se vendeu por 30 dinheiros e prorrogou as desonerações que quebraram a Previdência. Depois do Carnaval, vai votar o que é mais importante do que a reforma – as alíquotas dos impostos.

Haddad e Appy terão de se virar para impedir a volúpia arrecadatória de Lula, que precisa de receita adicional para pavimentar seu percurso rumo à reeleição, embora ainda sinta dores nos quadris, conforme revelou esta semana, e esse desconforto pode até se tornar permanente.

P.S. – Bem, este é o quadro atual, que irá sendo alterado à medida que se aproxime a data da sucessão, em 2026.  No momento, Lula já conseguiu neutralizar dois importantes concorrentes – Flávio Dino, que ficará encarcerado no Supremo, e Simone Tebet, que está aprisionada no Ministério do Planejamento. Falta se livrar de Haddad, que está saindo melhor do que a encomenda, conforme se dizia antigamente. Lula vai tentar destruí-lo de todas as formas. Será uma briga de cachorro grande, e já comprei pipocas para assistir. (C.N.)

Amizade de Moro e Dino traz esperanças de uma política mais limpa e racional

O abraço de Moro e Dino

Flávio Dino recebeu Moro com abraços e afagos na sabatina

Carlos Newton

É preciso sem respeitar a opinião alheia, quando é fruto de boa fé. Como ou sem polarização, não existe alternativa política – o único rumo a tomar é a defesa intransigente da democracia. Mas esse posicionamento não nos obriga a aceitar os exageros do Supremo, que deveria ser exemplar, sempre cumprindo a lei de forma rigorosa. Infelizmente, porém, não é isso que vem ocorrendo desde 2019, quando o STF soltou Lula, num placar apertado, de 6 a 5.

Como diria Leonel Brizola, o Supremo (leia-se: STF e TSE) vem costeando o alambrado da democracia, em busca de brechas inexistentes. Foi assim na decisão que descondenou Lula, assim como no julgamento da suposta parcialidade do então juiz Sérgio Moro e também na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ter realizado uma reunião exatamente igual à que fora realizada pelo então presidente do TSE, Edson Fachin, que em 2020 convocara o corpo diplomático para se queixar do presidente.

EM NOME DA LEI – Ao examinar essas decisões do Supremo e do TSE, qualquer estudante de Direito percebe que as leis estão sendo interpretadas e adaptadas à necessidade dos ministros. Foi assim com a “incompetência territorial absoluta” que permitiu a candidatura de Lula, pois trata-se de norma jurídica somente aplicada em questões imobiliárias, nada a ver com os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que levaram Lula a passar férias numa colônia penal, igual ao Charles Anjo 45 criado por Jorge Benjor.

Esses julgamentos parciais são feitos em nome da lei e da defesa da democracia, embora sejam vexaminosos, como a cassação do deputado Deltan Dallagnol por “presunção de culpa”, um tipo  jurídico inexistente no Direito Universal.

Os ministros do STF se vangloriam desses feitos, dizem que salvaram a democracia, evitaram o golpe militar e tudo mais. Sinceramente, eu teria vergonha de votar assim, mas cada um deve agir de acordo com sua consciência.

TERRORISTAS EM SÉRIE – Também é reprovável a fabricação de terroristas em série, transformando em bárbaros selvagens todos os manifestantes de 8 de Janeiro, quando se sabe que a grande maioria deles não quebrou uma só lâmpada. E jamais poderiam estar sendo julgados pelo Supremo, não é isso que diz a lei. Estão sendo condenados apenas pela presença no local, sem provas de vandalismo, compondo uma barbárie judicial, desculpem a franqueza, às vésperas do famoso Indulto do Natal, que solta tabto criminoso de verdade.

Por tudo isso, achei altamente democrático o encontro festivo entre os ex-juízes Flávio Dino e Sérgio Moro. São amigos há 23 anos, desde a época em que Dino foi eleito presidente da poderosa Associação Nacional dos Juízes Federais.

Por que Dino e Moro teriam de se tornar inimigos devido a divergências ideológicas? Ora, a confraternização deles é altamente democrática – são apenas adversários, não precisam ser inimigos. É uma lição de política que estão dando ao país, mas parece que ninguém quer aprender nada.

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P.S.
Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Afonso Arinos e Itamar Franco também agiam assim com os adversários, sem considerá-los inimigos e sempre procurando o diálogo. Mas quem se interessa? (C.N.)

Prêmio ideal para Dilma Rousseff não é ‘Economista do Ano’, mas a ‘Anta do Século’

frases desconexas de Dilma – Marli GonçalvesCarlos Newton

Embora constituam impagáveis Piadas do Ano, determinadas decisões não podem ser aceitas com naturalidade nem levadas apenas na brincadeira. É preciso também que sejam imediatamente repelidas pelo extrato social, para que fique claro que essas manipulações jamais serão aceitas sem reação pela sociedade. É o caso, por exemplo, da escolha de Dilma Rousseff como “Economista do Ano”, uma premiação que ela nunca fez por merecer.

Na verdade, Dilma Rousseff é um dos maiores equívocos da História Republicana, tendo chegado ao poder apenas pelo desejo de Lula da Silva, que desde sempre procura evitar o surgimento de alguma liderança no PT que possa ameaçar seu protagonismo, tendo transformado a legenda num partido de um homem só.   

FRACASSO ESTRONDOSO – Apelidada de “Poste” pela imprensa e apoiada entusiasticamente por Lula, Dilma conseguiu se eleger em 2010 e 2014, embora seu governo tenha sido um fracasso estrondoso, jamais visto antes.

A principal façanha dela como “economista” foi autorizar o trêfego Guido Mantega, ministro da Fazenda, a maquiar as contas públicas e criar a “contabilidade criativa”, com as pedaladas fiscais que encobriam o déficit público e transportavam os prejuízos para o ano seguinte.

Quando começaram as críticas às pedaladas, Dilma levou na brincadeira. Com a maior desfaçatez, mandou o Planalto comprar uma bicicleta de luxo e passar a passear nela toda manhã.  E desafiava, dizendo: “Estou pedalando, vejam!”

DEU TUDO ERRADO – O resultado todos sabem. As pedaladas criaram uma recessão brutal, com queda de 7,7% do PIB per capita em dois anos e mais 3 milhões na lista de desempregados. Constatou-se que o “Poste” de Lula era de péssima qualidade e foi facilmente derrubado, ninguém aguentava mais tanta incompetência e tamanha metidez.

Seis anos depois, o ex-presidiário Lula da Silva voltou ao poder, mas não chamou Dilma Rousseff para integrar o governo. Ela reclamou e o presidente então teve uma ideia genial. Indicou-a para ser presidente do Banco dos Brics, na China, bem longe, lá do outro lado do mundo, para se livrar dela por uns tempos, até julho de 2025.

Agora, o Conselho Nacional de Economia, uma entidade classista dominada pelo PT, decide eleger Dilma como “Economista do Ano”. Esperava-se um festival de protestos, mas os brasileiros parecem anestesiados e encaram tudo como “novo normal”, embora a decisão seja altamente ofensiva à dignidade da classe dos economistas.

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P.S,
Se Bussunda ainda estivesse conosco, ele diria: “Fala sério!”. E certamente defenderia a indicação de Dilma Rousseff para “Anta do Ano”, porém não dá mais tempo, porque a ministra do Racismo, cujo nome não consigo lembrar, passou na frente e recebeu o prêmio com meses de antecedência, pensando que Dilma fosse “hors concours” e estivesse impedida de participar. (C.N.)

Lula desapontado, porque a Bolsa e o dólar indicam que o mercado confia em Haddad

Haddad anuncia novos indicados para diretorias do Banco Central; veja quem são | CNN Brasil

Haddad comemora essa reação positiva do mercado

Carlos Newton

Como dizia o Barão de Itararé, era só o que faltava… Justamente quando Lula da Silva intensifica sua campanha para enfraquecer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ele considera seu principal adversário na eleição de 2026, o mercado dá uma resposta inteiramente contrária. Um dia depois da decisão do Copom (Conselho de Política Monetária), que cortou a Selic, taxa básica de juros, de 12,25% para 11,75% ao ano, a Bolsa de Valores bateu recorde, fechando na quinta-feira em exatos 130.842 pontos, uma alta de 1,06%. e a moeda norte-americana recuou, sendo cotada a R$ 4,91. Na sexta-feira, a Bolsa teve pequena queda, mas ficou acima dos 130 mil pontos.

São notícias auspiciosas para a política econômica, fortalecendo Haddad, pois os três integrantes do Copom nomeados por ele votaram junto com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que mais uma vez conseguiu uma decisão unânime.

ALEGRIA E TRISTEZA – Para o empresariado e o mercado financeiro, foi um presente de Natal antecipado, com inflação em baixa, de fazer inveja a muito país desenvolvido. Para o presidente Lula da Silva, porém, essas boas notícias têm um lado muito negativo.

O presidente repete o erro de Jair Bolsonaro e só pensa na reeleição, que depende de afastar os concorrentes que possam derrotá-lo. Já conseguiu se livrar de Flávio Dino, que ficará fora da política, aprisionado a uma cadeira no Supremo. Mas falta se livrar de Haddad, um político em nítida fase de ascensão.

Nesse sentido, a resposta do mercado é desanimadora,porque ninguém esquece a campanha que Lula vem fazendo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que não dá a menor confiança aos queixumes do petista.  

HADDAD EM ALTA – Ao mesmo tempo, o balão de Haddad está subindo, insuflado pelo sopro dos investidores e dos empresários, justamente quando Lula mandou o PT aumentar o fogo amigo contra o ministro, que não aceitar elevar a dívida pública para o governo fazer política eleitoral e distribuir recursos aos parlamentares aliados.

Sem saber o que significam teorema e equação, Lula tem de solucionar uma questão desafiadora e inquietante. Como prosseguir a campanha contra Haddad, se a economia estiver indo bem, como a Bolsa em alta, o dólar caindo e a inflação sob controle?

Se continua atiçando os cachorros petistas de Gleisi Hoffmann contra Haddad, LuLa pode acabar caindo no ridículo, porque Haddad decidiu enfrentá-lo, e dá sucessivas declarações a favor da austeridade fiscal, que o PT chamada de “austerícidio”, vejam o grau de irresponsabilidade e desfaçatez a que chegamos.

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P.S.
Quanto a Haddad, o tempo é seu aliado. O dólar em baixa reduz um pouco o lucro dos exportadores agrícolas, mas o mundo continua produzindo menos do que necessita para se alimentar, o que torna inevitável a alta dos preços lá fora, beneficiando o Brasil. E Lula, se continuar atacando Haddad, pode acabar sendo internado num hospital psiquiátrico que aceite cartão corporativo. (C.N.)