Empresas de Trump pedem que Justiça dos EUA responsabilize Moraes por “censura”

Alexandre de Moraes: o presidente do TSE acusado de 'ditador' por Bolsonaro  que já foi alvo do PT - BBC News Brasil

Moraes começa a desconfiar que tem exagerado nas decisões

Juliano Galisi e Hugo Henud
Estadão

A empresa Trump Media, ligada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu à Justiça americana a responsabilização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela emissão de “ordens secretas de censura extraterritorial”.

A ação apresentada pela empresa de Trump e a plataforma de vídeos Rumble alega que Moraes violou a Constituição americana ao aplicar leis do Brasil sobre liberdade de expressão a empresas dos Estados Unidos. O STF foi procurado, mas não respondeu.

ABUSO DE AUTORIDADE – O pedido à Justiça americana cita o inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como uma evidência do “abuso de autoridade” de Moraes. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser investigado por buscar sanções de autoridades estrangeiras. ao Brasil

De acordo com os procuradores, o objetivo de Eduardo é constranger o processo penal contra seu pai, réu por golpe de Estado. Segundo o ofício da Trump Media e Rumble, Eduardo solicitou asilo político nos Estados Unidos em março, porque iria ser preso, na sequência.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, Moraes não conhece a terceira Lei de Newton, sobre ação e reação, nem a Lei de Arquimedes sobre deslocamento dos corpos. Acha (?) que pode fazer o que bem entende e até dar ordens a serem executadas por autoridades estrangeiras, em outros países, vejam a que ponto chegam a egolatria e a desfaçatez aqui debaixo do Equador. O resultado é patético. Tudo indica que Moraes jamais se interessou pelas aulas de Direito Internacional. E o pior é que os demais ministros são do mesmo tope, como se dizia antigamente. (C.N.)

Um recado importante de Sarney sobre a exploração da violência na mídia

Sarney faz 95 anos e revela segredo para chegar bem a essa idade

Sarney critica a exploração da violência pela imprensa

Vicente Limongi Netto

Cada dia pior e mais preocupante, a atual quadra brasileira de horrores. Os mais idosos, que conheceram dificuldades e venceram obstáculos, vivem momentos de pânico com a avassaladora escalada de todo tipo de violências. Famílias são destruídas pela trilha sangrenta do mal. Noticiário de televisões e redes sociais estão dominados pela destruição humana.

Notícias saudáveis e exemplares deram lugar para a divulgação de episódios ruins. Jovens estão perdendo o juízo. São levados para trágicos abismos.

RECADO DE SARNEY – Nessa linha, o ex-presidente José Sarney, poeta, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), faz apelo dramático no artigo “Um grito de socorro”, publicado pelo Correio Braziliense.  As candentes palavras do avô e bisavô Sarney merecem ser lidas com atenção, pois servem de ensinamento.

“O que venho pedir, agora, implorando a todos que administram a mídia brasileira, jornais e tevês, é que também não divulguem mais esses crimes hediondos do envenenamento com oferta de comida, pois sabe-se que a simples divulgação estimula essa prática tão desprezível”.

Nesse sentido, mais do que a  imprensa, as redes sociais também ensinam todo tipo de perversão e perversidade.

SELEÇÃO MEDONHA – A habitual e surrada desculpa para o jogo medonho entre Brasil e Equador que certamente Ancelotti dará é a falta de treinamentos. É a primeira vez que a seleção penta campeã do mundo sofre para se classificar para a copa do mundo. As dificuldades são imensas.

A agonia do hexa começou cedo. Seleções adversárias cresceram. Atletas cantam o hino com vigoroso patriotismo.   Não temem mais o Brasil. A safra de atletas chega a ser patética. Têm mais tatuagens do que futebol. Meio de campo pouco inspirado. Bisonho nos passes. O cerebral Ganso tem lugar nesta seleção.

FALTA NEYMAR – Abre o olho, Ancelotti. Jogadores se conhecem no hall do hotel. Arrebentam nos clubes, pouco ou nada produzem na seleção. Falta personalidade para alguns deles. Camisa amarelinha pesa.

Neymar é peça fundamental para o sucesso da seleção. Ancelotti sabe disso.  Precisa entrar em forma e deixar de passar recibo para polêmicas tolas.

 Ancelotti tem invejável currículo profissional. Mas não entra em campo nem coloca chuteiras.

Mendonça enfrenta Moraes e investe contra a censura na internet

Mendonça diz que na verdade Moraes recriou a  censura

Patrícia Campos Mello
Folha

Em voto enfatizando a defesa da liberdade de expressão, o ministro André Mendonça fixou teses que funcionam como uma “vacina” contra Alexandre de Moraes, durante o julgamento no STF dos dois recursos extraordinários que podem levar a mudanças no artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Mendonça defende tornar inconstitucional remover ou bloquear perfis de usuários em redes sociais, a não ser quando forem comprovadamente falsos — ou seja, quando se tratar de uma pessoa se passando por outra ou um perfil robô ou inautêntico.

MAIOR CRÍTICA – O bloqueio de perfis em redes sociais é a maior crítica de bolsonaristas ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão de inúmeras contas desde a campanha eleitoral de 2022.

Muitas das contas eram acusadas de violar a lei do Estado Democrático de Direito ao incitar golpe de Estado para reverter o resultado da eleição presidencial. Em seu voto, Mendonça encampou a tese de que “a supressão de perfis caracteriza hipótese de censura prévia”.

Uma ordem de suspensão de perfil —do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos— está no cerne da ação movida pelo Rumble e pela empresa de mídia do presidente Donald Trump contra o ministro do STF. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem usado o caso para enfatizar sua acusação de que o ministro censura vozes conservadoras na internet.

IMPOR SANÇÕES – O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que há probabilidade de o governo americano impor sanções sobre Moraes por supostas violações à liberdade de expressão.

Outra tese defendida por Mendonça também mira Alexandre de Moraes. O ministro, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma que uma decisão judicial determinando remoção de conteúdo deve “apresentar fundamentação específica” e, ainda que faça parte de processo judicial sigiloso, “deve ser acessível à plataforma responsável pelo seu cumprimento, facultada a possibilidade de impugnação”.

O X (antigo Twitter) protestou contra diversas ordens judiciais de Moraes para remoção de perfis e conteúdo, afirmando que não havia transparência sobre a motivação do pedido de retirada, além de contestar a obrigação de sigilo.

MUSK DECUMPRIU – O dono da plataforma, Elon Musk, determinou o não-cumprimento de algumas dessas ordens. Isso e o fato de a empresa não ter, à época, representante no Brasil foram as justificativas para o bloqueio da plataforma no Brasil por Moraes em agosto do ano passado.

Em janeiro, o fundador da Meta, Mark Zuckerberg, fez um vídeo em que acusava países latino-americanos de ter “tribunais secretos que determinam a empresas que, sem alarde, derrubem coisas (postagens)”.

No mesmo vídeo, Zuckerberg afirmava que iria trabalhar em conjunto com o presidente Donald Trump para reagir a governos ao redor do mundo, e citava a Europa como local onde a regulação da internet supostamente estaria institucionalizando a censura, para logo depois mencionar os tribunais latino-americanos.

DISCRIMINAÇÃO – Políticos de direita se queixam de discriminação contra conservadores, argumentando que há maior moderação desse tipo de conteúdo nas redes sociais.

Outro ponto do voto de Mendonça aborda exatamente essa questão: estabelece o “procedimento devido” em casos de remoção de conteúdo sem ordem judicial (por expressa determinação legal ou conforme previsto nos Termos e Condições de Uso das plataformas). Segundo Mendonça, é necessário que os usuários tenham acesso às motivações da decisão de remoção e possam recorrer.

Como esperado, Mendonça defendeu a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil, ao contrário de Luiz Fux e Dias Toffoli, que propuseram a derrubada do artigo para ampliar a responsabilidade das plataformas de internet.

TESES MUSICAIS – As teses de Mendonça são música para os ouvidos das big techs —o ministro faz uma recomendação ao Legislativo e ao Executivo, para que a regulação em discussão no Congresso se restrinja à autorregulação regulada, regime muito mais brando do que o proposto por Toffoli.

Parte do Ato de Serviços Digitais em vigor na UE pode ser interpretada como autorregulação regulada — em relatórios sobre risco sistêmico, as plataformas estabelecem suas obrigações para mitigar esses perigos, no chamado “dever de cuidado”, e órgãos do governo supervisionam o cumprimento dessa autorregulação.

O amor de Adalgisa Nery era tão intenso que se espalhava por todo canto

Adalgisa, retratada por Portinari

Paulo Peres
Poemas & Canções

Nesse poema, a jornalista e poeta carioca Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira (1905-1980), mais conhecida como Adalgisa Nery, por seu casamento com o pintor Ismael Nery, fala do seu amor em todos os sentidos.

EU TE AMO
Adalgisa Nery

Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.

Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.

Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.

Eu te amo
Desde a criação das águas,
desde a ideia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.

Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente.

Carla Zambelli está na Itália, livre, leve e solta, fora do alcance da Interpol

Entenda quais são as chances de Zambelli ser presa no exterior

Carla Zambelli escapou por pouco, muito pouco, mesmo

Elijonas Maia
da CNN

Integrantes da Polícia Federal, da polícia italiana e da embaixada confirmaram à CNN que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) está na Itália e desembarcou no Aeroporto de Roma Fiumicino, na manhã desta quinta-feira (dia 5).

A parlamentar saiu do Brasil para a Argentina, depois foi para os Estados Unidos e, em seguida, rumo à Europa após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

PRISÃO E BLOQUEIO – Zambelli anunciou na terça-feira (3) em suas redes sociais que estava fora do Brasil e que iria para a Europa. Na quarta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão da deputada, a suspensão de seu passaporte e a inclusão de seu nome na lista de foragidos internacionais da Interpol.

A Polícia Federal enviou o pedido à Interpol ainda na quarta-feira, e a inclusão do nome dela foi aceita às 12h45 do mesmo dia, quando a deputada já estava em solo italiano, onde tem cidadania.

Conforme apurou a CNN, a Polícia Federal, com apoio da Interpol e da polícia da Itália, chegou a organizar a prisão da deputada no aeroporto de Roma.

ESCAPOU POR POUCO – A detenção, porém, não foi cumprida porque a parlamentar desembarcou na Europa às 11h, horário em que o nome dela ainda não constava como foragida internacional na lista vermelha da Interpol.

O nome dela só foi repassado a todas as polícias do mundo como alerta às 12h45. Neste horário, não havia mais como a operação ter êxito e o plano foi desfeito, segundo fontes.

O empecilho para a prisão se explica no fato de que a deputada era foragida da Justiça apenas no Brasil naquele momento, e não poderia ser presa em outro país. Com a inclusão na Interpol, ela passou a ser uma foragida que pode ser presa por outra força policial em qualquer cidade do mundo – a depender das regras de cada país.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Carla Zambelli escapou por pouco. Mas agora está tranquila, porque a legislação italiana a protege os cidadãos, de forma praticamente absoluta. Depois, voltaremos ao assunto. (C.N.)

Crise no INSS e queda na popularidade: o governo Lula diante do maior teste

Charge do Jônatas (politicadinamica.com)

Pedro do Coutto

A recente pesquisa do Instituto Quaest revelou um dado alarmante para o governo do presidente  Lula da Silva: 57% da população desaprova sua gestão, enquanto apenas 40% a aprovam. Esse cenário é agravado pelo escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que se tornou o epicentro de uma crise de confiança no governo federal.

O escândalo do INSS, que envolve descontos indevidos em aposentadorias e pensões, gerou uma onda de indignação entre os brasileiros. Estimativas apontam que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de forma irregular entre 2019 e 2024, afetando milhões de aposentados e pensionistas. A operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelou falhas graves nos mecanismos de controle do órgão.

INFORMAÇÕES – A resposta do governo, até o momento, tem sido considerada insuficiente por grande parte da população. Apesar das promessas de ressarcimento integral aos prejudicados, muitos ainda aguardam informações claras sobre como e quando receberão os valores devidos. A falta de transparência e agilidade na resolução do problema tem alimentado a desconfiança e a insatisfação popular.

A crise no INSS também teve repercussões políticas significativas. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, renunciou ao cargo em meio às investigações, e o então chefe do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. Essas mudanças, no entanto, não foram suficientes para conter a pressão sobre o governo, que enfrenta críticas tanto da oposição quanto de aliados.

No Congresso Nacional, o escândalo motivou a apresentação de 45 projetos de lei relacionados ao tema, muitos deles visando aumentar a transparência e a fiscalização sobre os descontos em benefícios previdenciários. A movimentação legislativa reflete a gravidade da situação e a necessidade de reformas estruturais no sistema previdenciário.

DESCONTENTAMENTO – A repercussão nas redes sociais também evidencia o impacto negativo do escândalo. Segundo levantamento da Quaest, apenas 3% das menções ao caso em aplicativos de mensagens foram favoráveis ao governo, enquanto 50% expressaram críticas. Esse sentimento de insatisfação digital reflete o clima de descontentamento que se espalha pelo país.

Além dos danos à imagem do governo, a crise no INSS levanta questões sobre a eficácia dos mecanismos de controle e fiscalização dos órgãos públicos. A magnitude das fraudes descobertas indica falhas sistêmicas que precisam ser corrigidas para evitar novos escândalos e restaurar a confiança da população nas instituições.

O governo Lula enfrenta, portanto, um desafio duplo: reparar os danos causados aos beneficiários do INSS e implementar medidas efetivas para prevenir futuras irregularidades. A capacidade de resposta a essa crise será determinante para a recuperação da credibilidade do governo e para a estabilidade política do país.www1.folha.uol.com.br

COMPROMETIMENTO – Em um momento em que a população clama por justiça e transparência, é imperativo que o governo adote uma postura proativa e comprometida com a resolução dos problemas. A reconstrução da confiança pública depende de ações concretas e de uma comunicação clara e honesta com os cidadãos.

A crise no INSS é um alerta sobre a importância de sistemas de controle eficientes e da responsabilidade na gestão dos recursos públicos. O governo tem agora a oportunidade de demonstrar seu compromisso com a ética e a justiça social, respondendo de forma adequada às demandas da sociedade e corrigindo os rumos de sua administração.

STJ livra governo paulista de pagar cerca de R$ 1 bilhão em juros ilegais

STJ: Primeira turma julga tributação de crédito dado a exportadores - ICMS Alagoas

Decisão histórica da 1ª Turma livra SP de grande prejuízo

Carlos Newton

O Superior Tribunal de Justiça acaba de devolver ao Tribunal de Justiça de São Paulo o conhecido processo do precatório do Parque Villa Lobos, que já custou às finanças estaduais mais de R$ 7 bilhões, incluindo R$ 600 milhões de honorários sucumbenciais  pagos a advogados. Isso mesmo, os advogados receberam, num só processo, mais de 100 milhões de dólares, e queriam ganhar ainda mais.

Por unanimidade, a 1ª Turma do STJ deu provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda estadual contra acórdão proferido pela 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal paulista. Com isso, a Fazenda estadual livra-se de pagar cerca de R$1 bilhão de reais, incluindo juros compensatórios ilegais e os moratórios indevidos.

EM NOME DA LEI – No Tribunal paulista, o relator foi o desembargador Fernão Borba Franco. Reformando decisão do magistrado da Vara de Execuções da Fazenda, ele acolheu agravo interposto pela empresa S/A Central de Imóveis e Construções, da família Abdalla (credora do precatório), para condenar o Estado de São Paulo a pagar indevidamente mais juros moratórios e compensatórios, mesmo contrariando jurisprudência do Supremo.

No STJ, porém, tudo mudou. O recurso da Fazenda estadual foi relatado pela ministra Regina Helena Costa, cujo voto foi seguido pelos demais integrantes da 1ª Turma, ministros Benedito Gonçalves, Sérgio Kukina, Gurgel de Faria e Paulo Sérgio Domingues.

Para a relatora, o acórdão do Tribunal paulista, que teve a concordância dos desembargadores Magalhães Coelho e Eduardo Gouvêa, foi omisso “porquanto não analisados os argumentos apresentados em sede de Embargos de Declaração, os quais se acolhidos, poderiam levar o julgamento a um resultado diverso do proclamado”.

AS ALEGAÇÕES – A ministra-relatora determinou o retorno dos autos ao Tribunal paulista a fim de que seja suprida a omissão no julgado de origem, “que permaneceu silente, quando deveria ter se pronunciado especificamente a respeito das seguintes alegações:

1) violação do art. 5º., LXXIII da CF;

2) omissão sobre a incidência do art. 78 do ADCT e sua exclusão de juros moratórios e compensatórios nos termos já consolidados pelo STF e na Súmula Vinculante 17;

3) também foi pedido o saneamento de omissão sobre a modulação dos efeitos da ADI 4.357 e 4.425 sobre a correção monetária);

4) e sobre o art. 102, par. 2º. da CF, que impõe o efeito vinculante das decisões em processos de controle concentrado de constitucionalidade, bem sobre decisão do STF que reconheceu que não existe direito adquirido à manutenção de índice (RE211.304)”. 

ACÓRDÃO OMISSO – Em síntese, o acórdão proferido pelo TJSP foi omisso, ou seja, a prestação jurisdicional ficou a dever em matéria já pacificada nos Tribunais Superiores, pois no pagamento de precatórios de dívidas judiciais pelo poder público (federal, estadual e municipal) não incidem juros moratórios quando as parcelas são quitadas sem atraso.

Em São Paulo, segundo o portal do TJSP, os autos do processo desse precatório bilionário já foram recebidos pelo presidente da Seção de Direito Público, desembargador Ricardo Cintra Torres de Carvalho, que os encaminhou à mesma 7ª Câmara de Direito Público, que, para o STJ, produziu uma decisão omissa e que precisa ser reanalisada.

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P.S. 1
Primeiro, palmas à Justiça. Quando acerta, numa questão bilionária como esta, é preciso que todos aplaudam. Note-se que o agravo para evitar o pagamento excessivo à empresa Central de Imóveis, protocolado em meados de 2023, foi julgado com espantosa velocidade pela 1ª Câmara: em apenas 45 dias. Os embargos declaratórios foram apreciados em 2024 e a seguir os autos foram remetidos ao STJ.

P.S. 2 – Da leitura do acórdão anulado, deduz-se que a Câmara julgadora do TJSP, para acolher o pedido dos empresários titulares do precatório, baseou-se em um acordo firmado em 2004, entre a empresa e o Estado de São Paulo, envolvendo o pagamento de juros moratórios e compensatórios, até a quitação final da dívida. Porém, em 2000, já vigia a Emenda Constitucional 30/2000, que impedia o pagamento de juros compensatórios e admitia os moratórios somente em casos de inadimplência das parcelas.

P.S. 3  –  O que deveria prevalecer: o acordo extrajudicial celebrado em 2004, durante o governo Geraldo Alckmin, lesivo aos cofres públicos, ou a Emenda Constitucional 30/2000?

P.S. 4Fica a dúvida sobre o entendimento de que “um acordo entre um agente público legitimado e um particular não pode violar a Constituição ou a legislação infraconstitucional, pois isso seria uma forma de desrespeitar a legalidade e, consequentemente, comprometer a legitimidade da administração pública”. Assim, teria o Estado de São Paulo errado ao assinar esse acordo em 2004 e que agora alega ter sido lesivo e ilegal? Bem, vamos acompanhar o novo julgamento, sempre com absoluta exclusividade. (C.N.)

Os democratas sabem o que fazem: vem aí a censura prévia no Brasil

CENSURA PRÉVIA – Jornal Diário de Piraquara Online

Charge do Zé oliveira (Diário de Piraquara)

Mario Sabino
Metrópoles

O presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, deu uma entrevista esclarecedora aos jornalistas Raquel Landim e Helton Simões Gomes. Basicamente, ele deu a entender que a censura prévia está para ser chancelada no Brasil.

O assunto da entrevista é o julgamento que será retomado no STF, sobre a responsabilização das plataformas pelos conteúdos publicados por usuários.

SEM ORDEM JUDICIAL – Ao que tudo indica, a maioria dos ministros do tribunal votará para que as plataformas sejam obrigadas a remover determinados conteúdos sem a necessidade de ordem judicial — o contrário, portanto, que consta do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

O cardápio dos conteúdos passíveis de exclusão das redes sociais e dos motores de busca variou bem pouco, até agora, de ministro para ministro. Ele inclui “golpismo”, “antidemocracia”, “terrorismo” e “desinformação que incite a violência ou afete a integridade eleitoral”.

O STF irá, portanto, instaurar o reino da mais absoluta subjetividade no controle da liberdade de expressão política. Subjetividade marota, desonesta, censória, troglodita.

CENSURA PRÉVIA – Para evitar problemas para si próprias, no entanto, as plataformas se adiantarão aos pedidos de remoção feitos por terceiros. Teremos, então, a censura prévia.

Foi o que disse o presidente do Google na entrevista. As plataformas “vão ter que preventivamente remover qualquer conteúdo que seja potencialmente questionável para evitar uma responsabilização ou um passivo financeiro”, afirmou Fabio Coelho. “A gente vai ter que priorizar a proteção das próprias plataformas em detrimento da liberdade de expressão”.

Ele apontou que sairão prejudicados, por exemplo, o jornalismo investigativo e o humor. “Qualquer matéria de jornalismo investigativo poderia ser removida, porque algumas pessoas argumentariam que a denúncia não está comprovada e que se sentem caluniadas”, disse o presidente do Google.

CERCO AO HUMOR – Quanto ao humor, conteúdos poderão ser removidos preventivamente pelas plataformas, “porque as plataformas vão ficar com medo de aquele humor ser interpretado como verdade”.

O STF estará, assim, não apenas implantando a censura prévia, mas a terceirizando, veja só que beleza. Como os democratas sabem o que fazem, à diferença dos soldados romanos que crucificaram Cristo, está óbvio que tal é a intenção.

O decano do tribunal tem razão: o STF vai criar um paradigma para o mundo. E ainda há basbaques no jornalismo que aplaudem.

A saída para o Supremo é decretar que a honra dos políticos é intocável

Tribuna da Internet | Supremo se impõe com “Poder Moderador” e não aceita que sejam traçados limites

Charge do Jornal da Manhã

Mario Sabino
Metrópoles

O ministro Luís Roberto Barroso justifica que o STF regule as redes sociais pela inação do Poder Legislativo. Disse ele: “O Supremo esperou por muitos anos a aprovação de legislação pelo Congresso. A lei não veio, mas nós temos casos para julgar. Temos dois casos pendentes de julgamento. Portanto, não se trata do Supremo legislar ou invadir a esfera do Legislativo. Nós apenas temos que decidir os casos que chegam aqui.”

Como existe o Marco Civil da Internet, arrisco interpretar que o problema seria que a legislação atual não dá conta do veredicto que a maioria dos ministros quer proferir nos dois casos em julgamento, com a devida repercussão geral de caráter censório. Dessa forma, urgiria adequar a legislação à decisão a ser tomada. Em resumo, se a lei atual não me serve, mude-se a lei na marra. Pitoresco.

HONRA DOS POLÍTICOS – O STF também está julgando outro caso que engloba liberdade de expressão: o do aumento de pena em crime contra honra de funcionários públicos — leia-se políticos. Ou seja, está julgando se um funcionário público (um político, magistrado, militar etc.) tem mais dignidade do que outros cidadãos.

Em um dos debates profundamente filosóficos que já ocorreram na nossa Ágora Suprema, durante esse julgamento histórico, o ministro Flávio Dino interveio energicamente depois que o ministro André Mendonça defendeu o direito de um cidadão criticar um funcionário público, um político, chamando-o de “ladrão”. Para André Mendonça, seria apenas a expressão de uma opinião, não a imputação de ato criminoso.

“Ministro, para mim, é uma ofensa grave. Eu não admito que ninguém me chame de ladrão”, revoltou-se Flávio Dino. “Quero que fique consignado: eu não admito. Na minha ótica, é uma ofensa gravíssima. Não é crítica.”

E FASCISTA OU NAZISTA? – Curiosamente, Flávio Dino é o mesmo ministro que, em outro julgamento, afirmou que chamar alguém de “fascista” ou “nazista” faz parte do debate político.

“Eu considero que as palavras ‘nazista’, ‘fascista’ não possuem o caráter de ofensa pessoal ao ponto de caracterizar calúnia, injúria e difamação. É uma corrente política estruturada na sociedade, no planeta, basta examinar as eleições da Alemanha em curso em que há um partido que é formado basicamente por herdeiros dessa corrente política”, afirmou ele.

Como sempre faço quando opino sobre questões tão essenciais à nossa democracia, pus camisa social para pensar com os meus botões.

ESTÁTUAS FALANTES – Depois de refletir bastante, decidi sugerir ao STF que compense a regulação das redes sociais e o aumento de pena em crime contra a honra de funcionários públicos (políticos), permitindo a criação de estátuas falantes nas cidades brasileiras.

Explico a proposta: na Roma papal, a partir do século XVI, seis estátuas antigas, localizadas em diferentes pontos da cidade, passaram a servir como mural onde os cidadãos fixavam anônima e livremente comentários críticos e xingamentos contra autoridades, além de fofocas sobre elas. Uma dessas estátuas falantes ainda é usada como tal na Roma hodierna: a conhecida por Pasquino, que fica atrás da embaixada brasileira, aliás.

A saída para o STF é a Roma papal, portanto. Mas, atenção: ao permitir a criação de estátuas falantes nas cidades do país, o tribunal só precisaria deixar bem claro aos incautos que aquela da Justiça em frente à sede do tribunal continua intocável, sem batom.

Só um líder comprometido com valores da humanidade poderá conter a guerra

Ataque a palestinos em área de ajuda humanitária deixa 31 mortos em Gaza –  CONTEE

Israel continua bombardeando os abrigos de refugiados

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Há muito oportunismo político no uso da acusação de antissemitismo para qualquer crítica aos ataques de Israel em Gaza. Bombardeios indiscriminados, cerco total, restrição à ajuda humanitária, mortes que se aproximam —se é que já não passaram— das 100 mil. Não há antissemitismo nenhum em denunciar tudo isso e cobrar um cessar-fogo imediato.

O oportunismo da acusação só é possível, contudo, porque o problema social que ele busca explorar para fins políticos existe. O antissemitismo é real e está em crescimento pelo mundo, como mostra o ataque terrorista em Boulder, Colorado, contra uma marcha que pedia a libertação dos reféns do Hamas. Sinagogas ameaçadas, estudantes judeus acuados em universidades americanas, defesas explícitas do Hamas. Não faltam exemplos.

OCUPAR GAZA – O antissemitismo vindo de árabes e palestinos, por sua vez, apenas confirma para israelenses que a convivência é impossível. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirma abertamente que pretende reocupar Gaza. E, segundo pesquisa recente da Universidade Penn State publicada no jornal Haaretz, 82% dos israelenses apoiam a expulsão dos palestinos.

Uma pesquisa de 2024, em parceira da Universidade de Tel Aviv com entidades palestinas, revelou que 66% dos israelenses acreditam que “os palestinos querem cometer genocídio contra nós”. Entre os palestinos, 61% acreditam o mesmo dos judeus israelenses. Se seu vizinho quer te matar, o que pode ser mais lógico do que matá-lo antes?

Uma lição deve ter ficado clara: a liderança do Hamas e sua ideologia terrorista foram os piores males que já se acometeram sobre eles.

DEU PRETEXTOS – Sua ideologia terrorista e a decisão de manter os reféns presos, além de moralmente repugnante, foi também um desastre estratégico, ao dar ao governo israelense (o lado mais forte desse conflito) todos os pretextos de que ele precisa para levar adiante a destruição completa de Gaza.

Levando isso em conta, é preciso encontrar um caminho para a paz. Uma saída para a situação seria a intervenção dos EUA para impor algum limite a Israel. Neste momento, contudo, esperar de Trump algo além de apoio tácito a tudo o que Netanyahu fizer parece ilusório.

Pelo contrário: para ele, um atentado antissemita cometido por um árabe muçulmano que está irregularmente no país cai como uma luva para sua própria política anti-imigrantes.

UM RECONCILIADOR – Em situações dessas, em que o ódio se retroalimenta de lado a lado, só uma liderança comprometida com valores básicos de humanidade pode interromper a escalada ou a dizimação de um lado. Essa esperança seria totalmente ingênua se não tivesse exemplos reais no passado.

Um Mandela, um Gandhi, um Pepe Mujica. Líderes que, chegando ao poder, com a faca e o queijo na mão para perseguir a vingança, apostaram na reconciliação, mesmo que sob as acusações dos radicais de seu próprio lado. E mesmo —como no caso de um Yitzhak Rabin no próprio Israel— colocando sua vida em risco.

E isso nos traz para um dos grandes problemas globais: a pressão quase invencível para a seleção dos extremos nas democracias. Qualquer passo na direção da moderação, da conciliação ou da paz traz consigo um custo eleitoral considerável. Em Gaza, em Tel Aviv, em Washington, e também em Brasília e na Europa. Ou o mundo democrático começa a escolher líderes que não coloquem sua tribo acima de tudo e contra todos ou todos rumaremos juntos para a destruição mútua.

Trump prejudica o Brasil ao dobrar tarifas sobre aço e alumínio

O presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: Ken Cedeno/Reuters

Trump tomou a mesma medida em 2018 e Biden revogou

Diego Alejandro
Folha

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando-as de 25% para 50%. A medida entra em vigor à 1h01 (horário de Brasília) de quarta-feira (4) e afetará as exportações brasileiras, segundo maior fornecedor de aço ao mercado americano.

Segundo o texto, a decisão foi tomada após análises que indicaram que as tarifas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços baixos, o que compromete a competitividade das siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.

SAÚDE DAS EMPRESAS – O governo americano afirma que a escalada das tarifas é necessária para garantir a saúde dessas empresas e atender às necessidades de defesa nacional. O aumento inicial para 25% foi anunciado em fevereiro.

A medida vale para todos os países exportadores desses metais para os EUA, com exceção do Reino Unido, sobre o qual se mantém a tarifa de 25% devido ao acordo bilateral entre os países firmado em maio.

O Brasil, portanto, está sujeito à nova tarifa de 50%, o que pode impactar as exportações brasileiras, especialmente de aço semiacabado, um dos principais produtos enviados aos EUA. São materiais intermediários da siderurgia, que precisam ser processados para se tornarem produtos finais. Eles são utilizados como matéria-prima para a fabricação de itens como chapas, perfis, tubos e outros produtos.

SEM COMENTÁRIOS – Procurados, o governo brasileiro e o Instituto Aço Brasil, que representa a siderurgia brasileira, ainda não se manifestaram sobre a decisão.

“Tarifa de 50% é praticamente proibitiva, que vai ter que ser repassada para o preço. A grande questão é que os Estados Unidos não são autossuficientes em aço. Eles vão ter que continuar importando, inclusive, alguns tipos de aço que não são fabricados lá”, disse Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior e sócio do escritório Barral Parente Pinheiro Advogados

“Essa elevação unilateral, além de desobedecer as regras internacionais, vai ter um impacto negativo e provavelmente vai receber muita pressão da indústria americana.”

TRUMP AVISOU – A medida era esperada desde sexta-feira (29), quando Trump disse em comício em unidade da siderúrgica US Steel na Pensilvânia que dobraria a sobretaxa para proteger o setor. O anúncio também ocorre enquanto parceiros comerciais dos EUA correm para firmar acordos nos dias finais de uma trégua de 90 dias das tarifas recíprocas que vence em 9 de julho.

Segundo dados dos EUA, no ano passado o Canadá foi o maior fornecedor de aço, em volume, para os americanos, com 20,9% do total, seguido pelo Brasil (16%, com 3,88 milhões de toneladas, e o país com maior crescimento em relação às exportações de 2023) e o México (11,1%).

Quanto ao valor, o Brasil ficou só atrás do México: recebeu US$ 2,66 bilhões, ante US$ 2,79 bilhões dos mexicanos e US$ 5,89 bilhões dos canadenses. Em janeiro, o Brasil foi o maior exportador do mês em volume (499 mil toneladas), ultrapassando o Canadá (495 mil toneladas).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Trump é um fim de comédia e deu um tiro no pé. Em 2018, em seu primeiro mandato, também aplicou uma tarifa de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos. Depois reduziu a cota de importação de aço semiacabado do Brasil. Em 2022, sob Joe Biden, os norte-americanos revogaram as medidas restritivas. Sem aço e alumínio, a economia norte-americana patina, sem decolar. O mercado é sábio, diria Adam Smith, mas ainda não explicaram isso a Trump. (C.N.

Elon Musk diz que o projeto fiscal de Trump é uma ”abominação repugnante”

Um homem está em um ambiente formal, usando um boné preto com a palavra 'RAGE' em destaque. Ele tem uma expressão pensativa, olhando para cima, enquanto toca levemente o boné com a mão. Ao fundo, há cortinas coloridas e uma bandeira dos Estados Unidos.

Musk desistiu de ajudar Trump a reduzir o déficit fiscal

Joe Miller e Lauren Fedor
Financial Times

Elon Musk detonou o principal projeto de lei tributária de Donald Trump, chamando-o de “uma abominação repugnante”, em um ataque que ameaça destruir a relação entre o presidente dos EUA e seu bilionário apoiador.

Em uma série de publicações na sua rede social X nesta terça-feira (3), Musk —que saiu abruptamente do governo na semana passada— criticou o que chamou de “projeto de lei de gastos do Congresso gigantesco, ultrajante e cheio de privilégios”.

VOCÊS SABEM DISSO – “Vergonha para quem votou a favor: vocês sabem que erraram. Vocês sabem disso”, escreveu. A intervenção agressiva do bilionário ocorre em um momento crítico para o “grande e belo projeto de lei” [big, beautiful bill, ou BBB, em inglês] de Trump, que passou por pouca margem na Câmara dos Representantes no mês passado e precisa ser aprovado pelo Senado para se tornar lei.

Trump impôs um prazo de até 4 de julho para aprovar a medida, que poderia definir seu segundo mandato e estabelecer o rumo para a economia dos EUA. Ele tem pressionado senadores republicanos que estão alarmados com o pacote, que reduziria impostos, diminuiria gastos sociais e aumentaria a dívida pública.

As declarações de Musk ocorreram poucas horas depois de Trump ter criticado o senador republicano Rand Paul, um conservador fiscal ferrenho que questionou as disposições do projeto para aumentar o limite de quanto o governo federal pode se endividar em US$ 5 trilhões.

TRUMP REVIDA – “Rand Paul tem muito pouca compreensão do BBB, especialmente o tremendo CRESCIMENTO que está por vir”, disse Trump em sua plataforma de mídia social Truth Social na manhã desta terça-feira. “O BBB é um grande VENCEDOR!!!”.

Outros senadores fiscalmente conservadores —incluindo Ron Johnson, de Wisconsin, Mike Lee, de Utah, e Rick Scott ,da Flórida — pediram cortes mais profundos nos gastos do projeto.

Outro grupo de senadores republicanos —incluindo Susan Collins, do Maine, Lisa Murkowski, do Alasca, e Josh Hawley, do Missouri— criticaram os cortes propostos pelo projeto ao Medicaid, programa de saúde pública para americanos de baixa renda e com deficiência.

MAIORIA MÍNIMA – O partido de Trump controla o Senado por 53 a 47, o que significa que os republicanos só podem perder o apoio de três senadores.

Questionada sobre os comentários de Musk, porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse: “O presidente já sabe qual era a posição de Elon Musk sobre este projeto. Isso não muda a opinião do presidente. Esse é um projeto grande e bonito, e ele está mantendo sua posição.”

Mas a intervenção de Musk provavelmente encorajará os republicanos críticos do presidente. Paul concordou com Musk no X, dizendo: “Podemos e devemos fazer melhor.” Lee respondeu: “O Senado deve melhorar este projeto.”

CINCO DIAS DEPOIS – O ataque frontal de Musk ocorreu cinco dias após sua despedida no Salão Oval e intensifica sua disputa com a Casa Branca, que ele criticou por causa da política de tarifas e culpou por não apoiar totalmente seus esforços para cortar US$ 1 trilhão do orçamento dos EUA.

O governo americano buscou nesta terça apaziguar apoiadores descontentes da força-tarefa de redução de custos de Musk, o chamado Doge (Departamento de Eficiência Governamental), apresentando ao Congresso uma pequena fatia de cortes que a iniciativa identificou —incluindo contratos relacionados a programas de diversidade e mais de US$ 1 bilhão em financiamento para NPR e PBS— para serem consagrados em lei.

Embora o homem mais rico do mundo tenha evitado criticar o presidente, cuja campanha ele apoiou com mais de US$ 250 milhões no ano passado, ele se distanciou de partes da agenda de Trump.

ELEIÇÕES PARLAMENTARES – Elon Musk também indicou que interromperia seus gastos com candidatos alinhados e nesta terça-feira pareceu pedir que os republicanos fossem removidos do cargo nas eleições de meio de mandato do próximo ano.

Musk disse que seu envolvimento com a Casa Branca trouxe “retaliação” contra seus negócios, especialmente a Tesla, cujas vendas caíram na Europa.

Na semana passada, ele disse à CBS News que estava “preso em um dilema” porque não queria criticar Trump, mas também não queria “assumir a responsabilidade por tudo o que esse governo está fazendo”.

Nesta terça-feira, ele escreveu sobre o projeto de Trump: “Sinto muito, mas simplesmente não aguento mais.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Trump está errado e Musk está correto. A sólida amizade entre os dois, que estava balançada há semana, acaba de subir ao telhado e despencou lá de cima, não existe mais. (C.N.)

Carla Zambelli está bem e em segurança vivendo na Itália’, diz Paulo Figueiredo

Defendido por Kakay, neto de Figueiredo quer trancar ação por lavagem e corrupção - Crusoé

Figueiredo disse que Carla agiu certo ao escolher a Itália

Deu na Folha

O ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, disse que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) “já está bem e em segurança na Itália”. Ele publicou a informação no X.

Paulo Figueiredo conversou com a parlamentar quando ela estava no aeroporto. Procurada pela coluna, a assessoria da deputada afirmou não saber do paradeiro dela.

NÃO VOLTARÁ – Condenada a dez anos de prisão, Zambelli revelou na terça-feira (3) ter deixado o Brasil, disse que não voltará ao país e manifestou a intenção de, no exterior, ter uma atuação como a do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos, que promove uma ofensiva contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na quarta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Zambelli, além do bloqueio de seus bens e da inclusão do nome da parlamentar na lista de difusão vermelha da Interpol.

Moraes atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) enviado ao Supremo após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil, menos de um mês depois de ser condenada por unanimidade a dez anos de prisão pela Primeira Turma da corte.

APLICAÇÃO DA LEI – No pedido, a Procuradoria afirmou que não pretende antecipar o cumprimento da pena de Zambelli, mas “assegurar a devida aplicação da lei penal”.

O bloqueio determinado por Moraes atinge os passaportes da deputada; o salário pago pela Câmara; os bens, ativos e contas bancárias, inclusive para recebimento de Pix; os veículos e imóveis; e as embarcações e aeronaves que eventualmente estiverem registradas no nome dela.

Segundo o ministro, a viagem de Zambelli para fora do país representa “fuga do distrito de culpa”. E acrescenta: “A ré declarou que pretende insistir nas condutas criminosas, para tentar descredibilizar as instituições brasileiras e atacar o próprio Estado democrático de Direito, o que justifica, plenamente, a decretação de sua prisão preventiva”.

NOME NA INTERPOL – No início da tarde desta quinta-feira, dia 5, O Globo e a Folha divulgaram que a Interpol já determinou a inclusão do nome de Zambelli na difusão vermelha da Interpol. Mas ninguém sabe ao certo onde ela se encontra.

Segundo a própria deputada, seu destino final seria a Europa, por possuir cidadania italiana.

Estou escolhendo a Europa, porque ele [Eduardo Bolsonaro] já está fazendo trabalho exemplar nos Estados Unidos”, disse a parlamentar. “Vou denunciar, sim, tudo o que está acontecendo. (…) Quero expor isso para o mundo para que eles saibam quem são os ministros da Suprema Corte do Brasil.”

ESTARIA EM MIAMI – Nesta manhã, um youtuber afirmou ter localizado o local de onde a deputada teria enviado uma mensagem pelas redes sociais. Disse que o local indicado pelo aplicativo seria um supermercado em Miami, na Flórida

Em casos anteriores, como o de Allan dos Santos, o conselho da Interpol negou a inclusão do influenciador bolsonarista, sob a alegação de que o Brasil não prestou informações suficientes para o caso.

Quanto a Eduardo Bolsonaro, o deputado tem defendido, junto a autoridades do governo de Donald Trump e do Congresso dos Estados Unidos, que haja sanções contra ministros do Supremo e criticado o que classifica como perseguição do judiciário brasileiro contra bolsonaristas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Por inabilidade dos ministros do Supremo, o Brasil está cada vez mais desmoralizado no exterior. Ao invés do semipresidencialismo, os ministros entenderam errado e estão criando o semiautoritarismo, uma espécie de ditadura disfarçada. Vamos ver até onde vai essa farsa, iniciada em 2019, com a libertação ilegal de Lula da Silva. (C.N.)

Interpol já teria incluído Carla Zambelli na lista dos procurados em 196 países

Carla Zambelli tem localização revelada por Youtuber - OFuxico

Ninguém sabe ao certo para onde fugiu Carla Zambelli

Patrik Camporez
O Globo

A Interpol incluiu nesta quinta-feira (5) o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha, a pedido da Polícia Federal. A medida foi adotada após a parlamentar descumprir ordens judiciais e ser considerada foragida. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, Zambelli anunciou na terça-feira que deixou o Brasil.

Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a PF realizasse os “procedimentos necessários” para a inclusão da deputada na lista. O pedido ainda precisou ser aprovado por um conselho sediado em Lyon, na França. De acordo com o artigo 3 da Constituição da Interpol, a inclusão só pode ocorrer se a solicitação não tiver motivação “política, religiosa, racial ou militar”.

FUGIR DA LEI – Ao determinar a prisão, Moraes disse que, no caso de Carla Zambelli, a saída do Brasil “teria claro objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”.

Moraes atendeu a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após o anúncio da parlamentar de que saiu do país. Agora, a Câmara dos Deputados será notificada. Caso ela seja presa, a Constituição prevê que o plenário decida se mantém ou não a medida.

O ministro do STF observou na decisão que, após a sua condenação, Zambelli declarou que “pretende insistir nas condutas criminosas, para tentar descredibilizar as instituições brasileiras e atacar o próprio Estado Democrático de Direito, o que justifica, plenamente, a decretação de sua prisão preventiva”.

INTUITO CRIMINOSO – Na decisão, Moraes afirmou que o “intuito criminoso” da parlamentar “permanece ativo e reiterado” e apontou que Zambelli insiste, “mesmo que de modo atabalhoado e confuso”, em divulgar notícias falsas e atacar o Poder Judiciário.

Em maio, a deputada foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela chegou a ter o seu passaporte retido em 2023, mas o documento já havia sido devolvido a ela — que não tinha restrições para deixar o país.

A condenação diz respeito à acusação de falsidade ideológica e à invasão do sistema eletrônico do CNJ. Por determinação da Corte, ela também foi condenada à perda do mandato na Câmara e deverá se tornar inelegível, como consequência da Lei da Ficha Limpa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A notícia foi dada pelo O Globo no início da tarde, e logo em seguida a Folha também divulgou a inclusão de Carla Zambelli na lista vermelha da Interpol, mas nenhum dos dois jornais informou a origem da notícia. A Interpol, desde novembro passado vem sendo dirigida pelo delegado brasileiro Valdecy Urquiza, que fica baseado em Lyon, França, onde funciona o Conselho da Interpol, órgão responsável pela inclusão do nome da deputada brasileira.  (C.N.)

O amor ao mundo, sobre todas as coisas, na poesia de Adélia Prado

Amor pra mim é ser capaz de permitir... Adélia Prado - PensadorPaulo Peres
Poemas& Canções

A professora, escritora e poeta mineira Adélia Luzia Prado de Freitas , no poema “O Tesouro Escondido”, afirma seu amor ao mundo, apesar do sofrimento inerente à vida.

O TESOURO ESCONDIDO
Adélia Prado

Tanto mais perto quanto mais remoto,
o tempo burla as ciências.
Quantos milhões de anos tem o fóssil?
A mesma idade do meu sofrimento.
O amor se ri de vanglórias,
de homens insones nas calculadoras.
O inimigo invisível se atavia,
pra que eu não diga o que me faz eterna:
te amo, ó mundo, desde quando
irrebelados os querubins assistiam.
De pensamentos aos quais nada se segue,
a salvação vem de dizer: adoro-Vos,
com os joelhos em terra, adoro-Vos,
ó grão de mostarda aurífera,
coração diminuto na entranha dos minerais.
Em lama, excremento e secreção suspeitosa,
adoro-Vos, amo-Vos sobre todas as coisas.

Moraes insiste, mas a Interpol se recusa a extraditar exilados bolsonaristas

Justiça determina reativação de canais do bolsonarista Allan dos ...

Allan dos Santos é considerado como  “perseguido político”

Cézar Feitoza
Folha

Acionada a pedido do ministro Alexandre de Moraes para a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a Interpol negou nos últimos anos dois pedidos de inclusão de dois símbolos do bolsonarismo na difusão vermelha da organização internacional.

As negativas foram dadas com diferentes justificativas e ocorreram no âmbito dos procedimentos internos para conferir se os mandados de prisão do Brasil estavam de acordo com as regras estipuladas pelas regras da Interpol.

DOIS EXEMPLOS – Os bolsonaristas alvos do STF (Supremo Tribunal Federal) foram os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. Os dois alcançaram visibilidade ainda no início do governo Jair Bolsonaro (PL) com publicações e vídeos em defesa da gestão do ex-presidente.

Allan dos Santos foi para os Estados Unidos em 2020. Em outubro de 2021, Moraes decretou a prisão preventiva do influenciador bolsonarista sob acusação de lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime.

Por ordem de Moraes, a Polícia Federal requereu à Interpol a inclusão do nome de Allan na lista vermelha —mecanismo por meio do qual se difunde a identidade de um foragido da Justiça aos 196 países-membros da organização solicitando colaboração policial.

PRIMEIRA RECUSA – O organismo internacional não se satisfez com as informações iniciais enviadas pela Polícia Federal e, ainda em 2021, enviou um pedido de complementação de dados relacionados à acusação contra o influenciador.

“A Secretaria-Geral considera que a descrição das atividades criminosas de Allan Lopes dos Santos não é clara, notadamente no que diz respeito à acusação de lavagem de dinheiro. Assim, para permitir que a Secretaria-Geral conclua sua análise do caso, reiteramos nosso pedido de algumas informações adicionais”, reforçou a chefia da Interpol em e-mail encaminhado à PF.

A decisão final foi comunicada pela Interpol em dezembro de 2022. A organização internacional disse que não incluiria Allan dos Santos na difusão vermelha por falta de informações sobre o crime de lavagem.

SEGUNDO EXEMPLO – A Interpol também decidiu não incluir o nome de Oswaldo Eustáquio em sua lista vermelha. A negativa se deu a outro pedido de Moraes, de 2023. O influenciador bolsonarista teve a prisão decretada meses antes por suposta participação e incitação nos atos de vandalismo que ocorreram em Brasília em 12 de dezembro de 2022.

Naquela ocasião, bolsonaristas radicais incendiaram ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal após a corporação prender o indígena José Acácio Serere Xavante. Sócio de Eustáquio, o também influenciador Bismark Fugazza acabou preso.

Em ofício enviado ao gabinete de Moraes, o coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional da PF, Fábio Mertens, comunicou que a Interpol não inclui pessoas com pedidos de refúgio ou asilo político em outros países na lista vermelha de procurados.

ARTIGO 3º… – Uma das justificativas está no artigo 3º do regulamento da Interpol, que diz ser “estritamente proibido à organização empreender qualquer intervenção ou atividade de caráter político, militar, religioso ou racial”.

Outro revés a Moraes foi quando a Espanha negou, em abril, a extradição de Eustáquio, alvo de dois mandados de prisão por crimes contra a democracia e corrupção de menores. O tribunal espanhol determinou ainda que uma cópia da decisão fosse enviada ao Interpol “para os efeitos procedentes”.

Em reação, o ministro do Supremo suspendeu a extradição de um búlgaro condenado na Espanha sob a alegação de desrespeito ao requisito de reciprocidade pelo lado espanhol.

NOVA TENTATIVA – O novo foco sobre a Interpol vem no momento em que Moraes determinou a prisão preventiva de Carla Zambelli. Na quarta-feira (4), o ministro pediu à Polícia Federal que dê início aos procedimentos para a inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha da organização internacional.

O trâmite para a possível inclusão do nome da deputada, porém, não é automático. Os prazos da Interpol para avaliar toda a documentação recebida do lado brasileiro podem permitir que Zambelli faça viagens internacionais — ela está nos Estados Unidos, mas comunicou o interesse de se mudar para a Itália.

Zambelli foi condenada a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF por ter invadido os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com auxílio do hacker Walter Delgatti, e ter incluído mandados de prisão e de soltura para causar confusão no Judiciário.

CUMPRIMENTO DA PENA – A prisão da parlamentar foi autorizada por Moraes sob a alegação de que ela fugiu do país para evitar o cumprimento da pena.

A Polícia Federal reuniu todas as informações relacionadas à condenação de Zambelli na quarta-feira e enviou o pedido de inclusão do nome dela à Secretaria-Geral da Interpol, em Lyon, na França.

Pela primeira vez na história, a organização internacional é comandada por um brasileiro: Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal. Um conselho da Interpol será responsável por analisar a documentação e decidir se o pedido de inclusão do nome de Zambelli está de acordo com os requisitos da própria organização internacional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Moraes é daqueles que não aprendem no sistema banal de tentativa e erro. Vai continuar pagando micos, ao pedir à Interpol a prisão e extradição de bolsonaristas. Agindo assim, ele mostra ter um certo desequilíbrio emocional, demonstrando não ter medo do ridículo. Parece o então presidente João Figueiredo, ao bradar “Prendo e arrebento”. (C.N.)

A questão do IOF e os desafios do diálogo entre os três Poderes

Moraes pode esperar sentado, porque dificilmente Zambelli será extraditada

Carla Zambelli disse que 'não sobreviveria na cadeia' após ser condenada  pelo STF; relembre - Estadão

Cidadania italiana é uma proteção contra atos de Moraes

Maria Clara Matos e Teo Cury
da CNN

Em entrevista à CNN, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que anunciou estar fora do Brasil por motivos de saúde, disse ser “intocável” como cidadã italiana. A declaração acontece em meio a condenação da parlamentar a dez anos de prisão por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além da perda de mandato e de um pedido de prisão preventiva emitido pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A dúvida é saber se a parlamentar pode sim ser extraditada, mesmo com a dupla cidadania. Ela diz que, como cidadã italiana, é intocável na Itália”. O pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense, Vitelio Brustolin, explica que o tratado de extradição entre Brasil e Itália prevê que a extradição de nacionais é facultativa, ou seja, não obrigatória, mas que ela pode ser possível.

QUEM DECIDE? – A decisão depende das autoridades judiciais italianas e das considerações políticas e diplomáticas — o que acaba sendo um processo complexo.

Em 2015, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil com dupla cidadania dos dois países foi extraditado após uma decisão favorável da Corte de Cassação de Roma. Pizzolato foi condenado pela justiça brasileira no caso do Mensalão, que apurou a venda de votos do Congresso.

“Um detalhe importante é que a Constituição da Itália tem o precedente legal de proteger os seus cidadãos, só que admite extradição quando houver previsão por conversões internacionais”, atesta Brustolin, que lembra que a extradição da parlamentar brasileira depende de como a justiça italiana leia o caso.

CARLA CONTESTA – “Tenho cidadania italiana e nunca escondi, se tivesse alguma intenção de fugir eu teria escondido esse passaporte. (…) Como cidadã italiana eu sou intocável na Itália, não há o que ele possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, disse Carla Zambelli ao progrma Bastidores CNN.

Para que exista uma possibilidade de Carla Zambelli ser extraditada, é preciso, antes de tudo, que o governo brasileiro formalize o pedido.

Isso aconteceria com a seguinte sequência: a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a prisão da deputada, como já aconteceu. O ministro já Moraes autorizou, agora falta o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, formalizar o pedido de extradição pela pasta.

INTERPOL – O professor Vitelio Brustolin explica que, se a prisão internacional for emitida com a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal, a deputada pode ser presa.

Além do ex-diretor do Banco do Brasil condenado pelo Mensalão, Brustolin cita o caso do ex-banqueira Salvatore Caciola, extraditado em 2008 em Mônaco. Caciola tem cidadania italiana e foi preso após um alerta da Interpol.

Assim, autoridades policiais de outros países podem detê-la e, após a detenção, o país onde ela foi detida pode decidir sobre extradição com base em seus tratados e próprias leis nacionais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O marido de Carla Zambelli (PL-SP), coronel Antonio Aginaldo (PL), secretário de Segurança Pública da cidade de Caucaia, interior do Ceará, pediu afastamento temporário do cargo há duas semanas, em 21 de maio. A justificativa foi a doença de um parente, e Carla Zambeli alega estar em tratamento na Itália. Quanto à extradição dela, não será nada fácil. No caso de Pizzolato, ele estava envolvido em casos graves de corrupção. Caciola era banqueiro falido, fugindo com o dinheiro, e mesmo assim só foi preso porque resolveu curtir alguns dias em Mônaco, que é outro país, e acabou apanhado na Alfândega pela Interpol. O caso da deputada Carla Zambelli tem ingredientes políticos e vai ser muito difícil a Itália aceitar extraditá-la. (C.N.)

“Cabe ao Congresso regular redes sociais, e não ao Supremo”, adverte Mendonça

Julgamento havia sido suspenso por pedido de vista de André Mendonça.

Mendonça indica o caminho certo aos demais ministros

Rayssa Motta
Estadão

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizou nesta quarta-feira, 4, que vai divergir no julgamento sobre a responsabilização civil das plataformas e provedores por conteúdos publicados pelos usuários.

Ao iniciar a leitura de seu voto, que será concluído na quinta, o ministro defendeu a “autocontenção judicial” e afirmou que, em sua avaliação, o STF não deveria interferir na regulamentação das big techs.

CABE AO CONGRESSO – “Dentro da lógica da separação de poderes, o Congresso Nacional é a instituição que detém a maior capacidade para captar, tratar e elaborar um arranjo normativo a fim de externar os anseios da sociedade em relação ao tema”, defendeu.

Mendonça disse ainda que Poder Judiciário contribui para a crise de sua própria legitimidade ao “assumir mais protagonismo em questões que deveriam ser objeto de deliberação por parte do Congresso Nacional”.

“O Poder Judiciário acaba contribuindo, ainda que não intencionalmente, para a agudização da desconfiança hoje verificada em parcela significativa da nossa sociedade”, advertiu o ministro.

DIVERGÊNCIA CLARA –  O tema teve a repercussão geral reconhecida, ou seja, os ministros já definiram que o tema é relevante e que, a partir da análise de um processo, o STF precisa definir uma tese para ser aplicada nacionalmente.

Mendonça diverge e a tendência é de que apresente um voto mais alinhado aos interesses das plataformas. Ao introduzir o tema, o ministro defendeu a liberdade de expressão como um valor coletivo e afirmou que o controle das redes sociais é “a obsessão de nossa época”.

“É preciso ter cuidado para que essas preocupações legítimas não ofusquem os benefícios reais do maior acesso a arenas públicas”, alertou. “A depender do remédio e da dose administrada, a tentativa de combater o sintoma pode agravar ainda mais a doença.”

BARROSO INSISTE– Antes da retomada do julgamento, no início da sessão, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, fez um pronunciamento em que negou que o tribunal esteja invadindo competências do Congresso ao julgar o tema.

Barroso afirmou que o STF tem o dever de definir critérios claros para serem aplicados em casos concretos que chegarem ao Judiciário e que essas balizas “só prevalecerão” até que o Congresso aprove legislação sobre o assunto.

A pauta está travada no Legislativo desde o fracasso do PL das Fake News, após amplo lobby das big techs para enterrar o projeto de lei.

ARTIGO 19 – O julgamento gira em torno do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que proíbe a responsabilização das plataformas por conteúdos publicados pelos usuários, exceto se houver descumprimento de decisões judiciais para remover publicações.

O STF vai decidir se se amplia a obrigação das plataformas de fiscalizarem os conteúdos que circulam nas redes – um dos maiores pontos de inquietação das big techs. O STF também precisa definir se as empresas de tecnologia podem ser punidas por publicações mesmo quando não houver ordem judicial para tirá-las do ar, o que implicaria uma moderação de conteúdo mais rigorosa.

Até o momento, votaram os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e o próprio Barroso. Enquanto Toffoli e Fux defendem punições para as empresas de tecnologia que não removerem publicações criminosas imediatamente após a notificação dos usuários.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O assunto é polêmico no mundo inteiro. Nas ditaduras, existe censura; nas democracias, ainda não se conseguiu implantar um controle que seja eficaz sem censurar. Mas o Supremo brasileiro, cujos ministros acham (?) que sabem tudo e pensam (?) que podem tudo, diz que vai resolver sozinho o maior desafio mundial da atualidade. É muita pretensão, minha gente. (C.N.)

Bonitão quase oitentão, Lula sacou que é melhor ser infeliz em Paris…

Tribuna da Internet | Se continuar demorando, a autocrítica de Lula pode  chegar junto com autópsia

Charge do Jindelt (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

É, bonitão quase oitentão… “A coisa tá ficando preta”, diria Chico Buarque. As nuvens andam cinzentas e sinistras, para você e para o PT. Antigamente, bem lá atrás, o povo chamava você, carinhosamente, de 51, uma boa ideia. Agora o jogo mudou. A maioria dos brasileiros quer ver você pelas costas. São 57 por cento que prometem mudar de calçada quando você passar. 

Para esfriar a cabeça, você mandou dona Janja arrumar as modestas malas “Louis Vuitton” para refrescar a cachola em Paris. Lembrei da sacação do empresário amazonense Saint-Clair Mello: ‘É melhor ser infeliz em Paris”.

DRIBLE GENIAL – Como em política desgraça pouca é bobagem, a espalhafatosa e ressentida deputada Carla Zambelli passou a perna em todo mundo e se mandou para a Itália. Deu um drible de fazer inveja ao gênio Garrincha.

O suplente dela, coronel Tadeu, também do PL, avisa que vem com mala e cuia para jogar e bater duro no governo Lula.  A deputada fujona Zambelli vai juntar-se a outro fujão, Eduardo Bolsonaro, para aumentar o arsenal de maldades e o inferno astral de Lula.

Fique esperto, bonitão Lula. A oposição está com sangue nos olhos. Quer teu couro para fazer cuica.

CHÁ GOSTOSO – O presidente do Sistema Fecomércio DF- Sesc-Senac, José Aparecido Freire, satisfeito e feliz com o sucesso da Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, perto de completar 1 ano de reinauguração. Em 11 meses a Casa de Chá, recebeu 143 mil pessoas. O local estava fechado há 20 anos.

Aparecido destaca outro ponto positivo: além de fortalecer o turismo, nenhum aluno do Sesc que trabalhou na casa do chá saiu de lá desempregado.