Lula dá piti com União Europeia e não sabe o que fazer com o zumbi Mercosul

Especialista comenta sobre Lula assumir a presidência do Mercosul

Charge reproduzida de O Convergente

Vinicius Torres Freire
Folha

Há uma falação sobre o destino do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, aliás ruim, pelo que se sabe de sua última versão pública. Dá vontade de perguntar: quando vai haver um acordo de liberação comercial DENTRO do Mercosul, travadão faz 20 anos?

A pendenga com a União Europeia fica parecendo dramática, como se o grande problema fosse a assinatura de um tratado na semana que vem, embora essa história se arraste faz mais de década. O rolo se torna maior porque os vizinhos estão pensando em cuidar da vida, de fazer acordos que os interessem, que se dane o zumbi do Mercosul —vide o Uruguai.

SEM DEFINIÇÃO – A conversa fica ainda mais vulgar por causa da pinimba entre governantes de Brasil e Argentina, desta vez entre Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva. Dá-se atenção ao que Lula vai fazer da posse do presidente dos vizinhos, se vai “mandar recado”, se manda o vice-presidente para a cerimônia, ou se manda o chanceler, o estagiário ou o copeiro. Rende fofoca, “bastidores” (ninharias), espuma. Nada.

Nem os argentinos sabem o que o perturbado Milei vai fazer de seu governo. No entanto, um dos pilares do seu projeto liberal, aliás, de qualquer um, é a abertura da economia. Pode ser que não o faça, até porque qualquer novo governo argentino teria tantas mudanças duras a implementar que talvez deixasse uma abertura séria para mais adiante. Além do mais, Milei teria de comprar briga feia com muitas empresas argentinas, tão protecionistas quanto as brasileiras.

Abrir economias é complicado, até em termos econômicos, que dirá sociais e políticos. Ao menos no médio prazo, aberturas comerciais causam baixas, perdedores, empresas avariadas, desemprego setorial. É um risco social e político, ainda mais em economias tumultuadas.

CRAVO DE DEFUNTO – O Mercosul andou um pouco, aos tropeços, nos anos 1990. Os governos de Carlos Menem e Fernando Collor tinham propensão a liberalizar; “globalização” estava na moda, na prática e na conversa. Depois de Menem e também por causa da lambança deixada por ele, a Argentina viveu um tumulto horrendo, seguido pelos governos peronistas “de esquerda”, com cheiro de mofo e de cravo de defunto.

Desde 2014, o Brasil vive em colapso econômico (ainda não saímos daí); de 2019 a 2022, viveu sob trevas e tentativas de destruição do “sistema”, do Estado de direito, e de fazer do país um pária mundial, com relativo sucesso.

Que projeto comum pode haver entre países em tamanho desarranjo? Estabilidade é um requisito básico, mas insuficiente, de resto. Um projeto de integração econômica, se é que era essa mesmo a ideia, apenas começa com a integração comercial, travada faz tempo. É um plano de longo prazo, “política de Estado”, de Estados com visões comuns sobre política externa e estabilidade macroeconômica (dívida pública e inflação contidas etc.).

EMPECILHOS – Mas temos até empecilhos comezinhos à integração, países que padecem de volatilidade cambial grande ou que manipulam loucamente um monte de taxas de câmbio e têm controles de capital (Argentina).

O Mercosul foi despedaçado por protecionismos, muito incentivado por lobbies setoriais de empresas, por desenvolvimentismos equivocados, pela invasão chinesa e pelo tumulto quase permanente de Brasil ou Argentina.

Além de não saber o que fazer do bloco, o Brasil também não tem projeto pensado de integração comercial com o resto do mundo. Dada a nossa vocação conservadora e nosso apreço pela mediocridade, é bem possível que venhamos a ser apenas isso que parte da esquerda ou desenvolvimentistas chamam de dependência neocolonial da China, meio disfarçada, como o México é uma dependência dos EUA, por outros meios.

Manifestantes de esquerda ocuparam  lojas da rede Carrefour em todo o país

MLB: O que é o movimento que ocupou supermercados em 9 capitais

MLB é mais um movimento da esquerda extremista no país

Deu no Poder 360

Integrantes do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) ocuparam neste sábado (9.dez.2023) supermercados da rede Carrefour em 18 Estados e no Distrito Federal. Segundo o movimento, a campanha “Natal Sem Fome” busca “denunciar a falta de acesso à alimentação adequada das famílias pobres”. E estão invadindo supermercados nos fins de semana, com os da rede Extra, também invadidos.

Dezenas de vídeos foram compartilhados no perfil do movimento no Instagram. As imagens mostram atos registrados no Distrito Federal e nos seguintes Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grando do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

O candidato a presidente em 2022, Leonardo Péricles, fundador do partido Unidade Popular, foi ao ato em São Paulo, organizado por manifestantes usando camisetas vermelhas com o símbolo do MLB.

PALESTINA – Com megafones, caixas de som e instrumentos de percussão, manifestantes agitavam bandeiras da Palestina e faziam críticas à rede Carrefour por supostamente ter doado cestas básicas para Israel.

Também foram usados cartazes com os dizeres “estamos defendendo um direito básico”, “o lucro não pode estar acima da vida da classe trabalhadora”, “quem tem fome tem pressa” e “contra o genocídio do povo da Palestina”.

De acordo com João Coelho, coordenador nacional do MLB, após os atos, o Carrefour se comprometeu a doar cestas básicas para 7.000 famílias em situação de vulnerabilidade: “Estamos fechando com eles a quantidade total e a forma da entrega na próxima semana, mas já está certo”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enviada por Carlos Vicente, essa notícia mostra que, com apoio de baderneiros como esse pessoal do MLB, o PT está mal arranjado. Ao invés de ajudar, os vermelhinhos atrapalham. (C.N.)

Afundamento de mina da Braskem dobra o ritmo em 24 horas, avisa a Defesa Civil

Documentário mostra drama de bairros de Maceió evacuados por afundamento do  solo | Alagoas | G1

Afundamento criou os bairros-fantasmas, sem moradores

Francisco Lima Neto
Folha

A velocidade do afundamento do solo na mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió (AL), dobrou nas últimas 24 horas, de acordo com a Defesa Civil municipal. A velocidade do afundamento está em 0,54 cm por hora, apresentando um movimento de 13 cm nas últimas 24h, segundo boletim emitido pelo órgão na noite deste sábado (9). O rebaixamento já acumula 2,24 m.

No boletim divulgado na tarde de sexta-feira (8), a velocidade do afundamento estava em 0,21 cm por hora, com movimento de 5,2 cm nas 24 horas anteriores. O rebaixamento acumulado era de 2,09 m até então. Na manhã deste sábado, o afundamento informado estava em 0,35 cm por hora, com um movimento de 8,6 cm nas últimas 24h.

NA MINA 18 – O órgão mantém o aviso de alerta para o risco de colapso da mina 18 —esse é o segundo nível mais alto de alerta. Uma nota conjunta das coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil, publicada na quinta-feira (7), apontou que a área com risco de colapso tem diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18 e similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.

A região tem sido monitorada constantemente após o aviso de risco iminente de colapso da mina da Braskem no fim de novembro. O perigo obrigou a evacuação de um hospital e da população localizada na região sob risco.

Ao redor do ponto com maior risco de colapso, técnicos estabeleceram uma área de segurança que continua com a proibição do trânsito de pessoas.

TREMORES DE TERRA – Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Maceió surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.

Ao todo, cerca de 20% do território da capital alagoana foi afetado, e cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema e a exploração foi suspensa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O mais incrível foi o acordo com a Prefeitura. A Braskem paga R$ 1,7 bilhão, fica livre de punições e se torna proprietária de 20% da capital alagoana, para reconstruir e vender com altíssimo lucro. Foi um acordo tipo “Caracu”, como se dizia antigamente. A Braskem entrou com a cara e o povo de Maceió entrou com o resto. (C.N.)

No horizonte, os problemas para Lula enfrentar estão se avolumando

Charge do J. Caesar (Veja)

Pedro do Coutto

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, com a sua viagem à Rússia está procurando encontrar apoio do governo Putin para a absurda anexação que pretende fazer, de forma unilateral, de grande parte do território da Guiana. Como Eliane Cantanhêde focalizou no Estado de S. Paulo de sexta-feira, trata-se de uma forma de tentar atrair o confronto entre os Estados Unidos e Rússia para o continente sul-americano. Um absurdo.

Um outro problema para Lula ficou configurado no comportamento do presidente Javier Milei que recebeu calorosamente em Buenos Aires o ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhado por uma comitiva. Convidou Bolsonaro para a posse antes do convite formal para o presidente Lula da Silva. Problemas na área externa, mas com reflexo no nosso país, sem dúvida.

CONTROLE – Enquanto isso, o Congresso avança para controlar, como destacou a Folha de S.Paulo, na edição de ontem, uma parcela de R$ 50 bilhões para o orçamento de 2024. O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro, propôs alterações no projeto que colidem com a proposição elaborada pelo ministro Fernando Haddad.

No cenário do petróleo, o secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, segundo informa a agência Reuters, pediu aos membros da entidade que rejeitem propostas de qualquer texto na COP 28 que visem os combustíveis fósseis invés das emissões de carbono. Como se percebe, os produtores de petróleo não se dispõem a substituir a sua produção por energias alternativas, mesmo no início de um processo inevitável de despoluição do planeta.

Problemas não faltam ao presidente Lula que no início do ingresso do Brasil na OPEP pretende sensibilizar os países produtores de petróleo para problemas com o objetivo de conter a poluição. É claro que a substituição do petróleo será um projeto para muitos anos. Basta ver os números do consumo mundial. Mais uma questão a ser enfrentada pelo atual governo brasileiro.

Venezuela já está cercada de bases dos EUA, que podem atacar em várias frentes

Venezuela x Guiana: entenda o desenrolar da crise entre os dois países | GZH

Delirante, Maduro já mandou mudar o mapa do país

Roberto Nascimento

Nicolas Maduro governa a Venezuela ditatorialmente, apoiado pelas Forças Armadas. Em governos autoritários, o Legislativo e o Judiciário se tornam reféns do Executivo, que se sobrepõe soberano, pela força. Portanto, o Supremo da Venezuela é inteiramente composto por juízes nomeados por Hugo Chávez e pelo Maduro.

Aqui no Brasil, se Bolsonaro tivesse conseguisse êxito no golpe de estado, haveria intervenção no Supremo. É simples assim, no método das ditaduraS – o poder sempre acima de tudo.

COMEÇO DO FIM – A ameaça de Maduro invadir a Guiana, se concretizada, vai representar o começo de seu fim. Segundo o analista Tales Faria, do portal UOL, os militares brasileiros veem o risco de os Estados Unidos aproveitarem o conflito para instalar uma base militar na Guiana. Desde que se instalou na Venezuela a República Bolivariana, com Hugo Chávez e Nicolás Maduro, a política americana é cercar o país de bases militares.

A informação do Ministério da Defesa do Brasil é de que os Estados Unidos já têm diversas bases em torno da Venezuela, a maioria na Colômbia, prontas ou em instalação, e outras na Guiana Francesa, no Suriname e na América Central.

Se a Guiana for invadida como pretendido, os EUA enviarão tropas para defender o país e deverão instalar mais uma base militar na ex-colônia da Inglaterra.

IRAQUE E LÍBIA – Sabemos o resultado da intervenção americana, pelos exemplos recentes do Iraque e da Líbia. Saddam Hussein morreu enforcado e Muamar Kaddafi foi executado com requintes de crueldade perto da fronteira com o Sudão, na fracassada fuga, quando seu bunker na capital Tripoli foi destruído pelos ataques de bombardeios e drones dos EUA.

Na Síria, só não aconteceu a queda de Bashar Assad devido à interferência da Rússia. Se Maduro invadir a Guiana, os EUA destruir as forças armadas venezuelanas. No desespero, Maduro está viajando para a Rússia, mas não adianta apelar para Vladimir Putin, que já têm problemas em demasia, por conta da invasão e resistência da Ucrânia.

Portanto, se Maduro demonstrar um pouco de inteligência, ficará na retórica eleitoral e desistirá de anexar parte do território da Guiana.

Uma canção inspirada no sertão de Guimarães Rosa e no tempo/destino

Peres, na gravação de uma de suas músicas

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), poeta, compositor e letrista carioca, Paulo Roberto Peres, inspirou-se na obra de Guimarães Rosa para fazer a letra de “Sinhá”, música gravada por Amarildo Silva no CD Virgem Sertão Roseano, em 2003, produção independente.

SINHÁ

Amarildo Silva e Paulo Peres

Carro de boi na saudade (estradão)
Sertão memória, Roseano traz
Quem sabe o tempo destino refaz:
Sinhá, fazenda, paixão….

Deixa infância meu sonho brincar
Numa cantiga ciranda dançar
Pois o sorriso da noite teceu
Um véu de estrelas no céu

É espantosa a criatividade do Judiciário para inventar os novos “penduricalhos”

Novo 'penduricalho' no MP é 'incentivo à incompetência', diz especialista em gestão pública | ASMETRO-SI

Charge reproduzida do Arquivo Google)

José Antonio Perez

É triste esse nunca-acabar de “penduricalhos”, com os operadores da Justiça disputando quem ganha mais e consegue novos argumentos para furar o teto constitucional. Nesta segunda-feira, dia 11, o Conselho da Justiça Federal retomará o julgamento que pode ressuscitar um benefício extinto para juízes federais e render R$ 241 milhões aos magistrados. O pedido, feito pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), busca reajustar benefício que era pago ainda na década de 1990.

Está tudo errado, criou-se no Brasil uma sociedade injusta, em que a desigualdade salarial e social aumenta cada vez mais.

PROPOSTA DE FHC – O salário máximo do servidor público deveria ser de quatro mil dólares (referência), como sugeriu lá atrás o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sem qualquer mordomia ou penduricalhos. Na época, vinte mil reais.

E notem que FHC se baseou no salário da primeira-ministra da Alemanha, não foi um palpite aleatório.

Duas décadas depois, R$ 2.924,00 é hoje a renda média mensal do brasileiro. E os R$ 20 mil reais por mês de FHC no Brasil são um salário só alcançado por menos de um por cento da população. Quem ganha se sente verdadeiro milionário.

QUE TAL R$ 30 MIL? – Descontada a inflação do dólar, de lá para cá, digamos que o índice proposto por FHC chegasse agora a R$ 30 mil. E ponto final. Mas juízes, procuradores e defensores públicos são insaciáveis.

Estamos vivendo um verdadeiro teatro dos horrores por aqui. Sucessivos governos fizeram do Brasil um país do cada um por si. Infelizmente, o personalismo hoje está elevado à última potência. Todos querem ser protagonistas, mesmo tendo sido eleitos ou indicados para fazer outra coisa, como ocorre no Supremo.

O poder corrompe. Na verdade, a disputa é de todos contra todos nesse mundo generalizado. Como ensina o ditado norte americano “It’s just me, myself and I” (É somente eu, meu e eu), Exatamente o contrário do que deveria ser. E os Três Poderes não se interessam pelo assunto. Devem considerar sem importância, porque afeta a seus ocupantes.

Economia brasileira escapa da zona do rebaixamento, mas o povo continua mal

Confira a charge do Iotti desta quarta-feira | Pioneiro

Charge do Iotti (Gaúcha/Zero Hora)

Vinicius Torres Freire
Folha

Com a língua de fora, olho roxo, depois de rasteiras, amputações e sob risco de novos golpes baixos, o plano de Fernando Haddad de arrumar novas receitas de impostos teve vitórias nesta semana. Além do mais, tem havido algum alívio nas condições financeiras — grosso modo, a maneira pela qual as finanças afetam o desempenho econômico.

Dadas as expectativas reduzidas a respeito do futuro do país, comemorem-se esses golzinhos que nos afastam um tanto mais da zona do rebaixamento (como no Brasileirão de futebol).

ALGUNS AVANÇOS – Foi aprovada no Congresso a tributação sobre fundos de um rico só, ou quase isso, e sobre ativos estacionados no exterior (“offshore”). O Congresso também instalou a comissão que vai analisar a MP da tributação federal sobre recursos de isenção de ICMS (os estados fazem o favor de reduzir impostos, a lei malandra permite que se paguem menos impostos federais).

A aprovação da coisa toda, como o governo quer, é incerta, pois há lobby pesado de empresas e de estados que gostam de farra fiscal. Pelas contas do governo, renderia uns 0,3% do PIB, dinheiro essencial para evitar estouro exorbitante da meta fiscal em 2024.

A Fazenda conseguiu até tirar favores fiscais excessivos do projeto que regulamenta benefícios para o setor de hidrogênio verde. Como mostraram reportagens desta Folha, o lobby de certos malandros da produção de energia está animado para cavar mais favores do Tesouro, uma lambança e um saque.

E A CRISE FISCAL? – O problema de base permanece: uma crise fiscal ronda o país; talvez se empurre o problema com a barriga até 2027. Houve aumento exagerado de gastos em 2023 (por ora 5% em termos reais), não há revisão de despesas (afora de favores tributários), há um forte aumento programado de despesas da Previdência (por causa do aumento do salário mínimo, ao qual o piso de benefícios é vinculado), ficou para o ano que vem a solução para a vinculação da despesa de saúde e educação ao aumento da Receita Federal etc. Governo (“ala política”, quase todo mundo) e Congresso ainda têm balas de gastos na agulha. A meta fiscal pode ser revista em 2024.

No curto prazo, há um ligeiro alívio nas condições financeiras. As taxas de juros de prazo mais longo enfim chegam ao nível em que estavam no início de agosto, quando a Selic começou a cair (haviam subido por causa de juros americanos e, em parte menor, por causa de falações do presidente e da frustração de metas fiscais).

É possível que a taxa real de juros de um ano caia em breve abaixo de ainda horríveis 6% ao ano —estão acima deste nível desde dezembro de 2021. As taxas de juros americanas deram uma refrescada e não devem subir mais, afora desastres.

REAL MAIS FORTE – O real se valorizou, embora não tanto quanto necessário. O petróleo está em nível “comportado” (para nós, não pode nem subir nem cair demasiadamente). A Bolsa brasileira se recupera um pouco e tenta sair do túmulo.

A perspectiva de queda de juros americanos e a persistência da animadinha na Bolsa podem ressuscitar o mercado de venda de novas ações (IPOs) e, pois, de captação de dinheiros para possíveis expansões de negócios. Ainda é uma possibilidade para fins de 2024, apesar da propaganda que fazem bancos de investimento (que ganham com essas transações).

A economia perde ritmo, por ora. Deve crescer nada ou pouco menos do que isso no terceiro trimestre —saberemos dia 5 de dezembro. O mercado de trabalho ainda ajuda, uma surpresa boa.

Se as condições financeiras continuarem melhorzinhas e não houver pioras fiscais, deve haver uma recuperação do PIB mais relevante a partir de meados do ano que vem. É o otimismo possível às vésperas do recesso de festas da elite política e econômica —o povo continua ralando e ralado.

Haddad diverge de Gleisi, que pretende aumentar o déficit fiscal da economia

Haddad diverge do PT após críticas a “austericídio fiscal”

Haddad ouviu as críticas de Gleisi e depois respondeu

Thiago Resende
Folha

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) divergiu neste sábado (9) da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, na condução da política fiscal. Ele afirmou ainda que a vida não está fácil para o governo no Congresso por não haver base favorável à agenda defendida por ele.

As declarações foram dadas durante debate com a deputada, na conferência eleitoral do PT, em Brasília. Haddad convenceu recentemente o restante do governo a manter a meta de zerar o rombo das contas públicas em 2024, enquanto a petista pede um déficit de 1% do PIB (Produto Interno Bruto).

GLEISI DEFENDE ROMBO – Para ela, as contas públicas no vermelho em 2024 garantiriam ao país maior crescimento econômico. Haddad, porém, afirmou que um rombo maior não é sinônimo de maior atividade.

No dia anterior, um documento da maior corrente do PT, da qual fazem parte Gleisi e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o que chamam de “austericídio fiscal”.

“O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC [Banco Central] ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país”, diz a resolução.

DISSE GLEISI – “A gente não tem a política monetária, que está com Bolsonaro, e (Roberto Campos Neto) foi nomeado pelo Paulo Guedes. É um neoliberal e que atenta contra os interesses do Brasil. Nós só temos uma política para mexer na economia, que é a política fiscal. Eu sei que tem discussão da meta fiscal zero”, disse Gleisi, neste sábado. “Para mim, faria um déficit de 1%, 2% [do PIB]”, afirmou.

No debate, Haddad apresentou outra visão: “Não é verdade que déficit faz crescer”, disse. “Não existe essa correspondência. Não é assim que funciona. Depende”.

O ministro disse mais de uma vez que não há bala de prata para resolver os problemas econômicos do país e que é preciso fazer um trabalho constante de “apertar parafusos”. “A gente cria condições para exigir da autoridade monetária, do BC, a redução dos juros. Os juros precisam cair no Brasil”, disse.

DIVERGÊNCIA – Enquanto alas do PT e do governo defendem mais espaço no Orçamento para evitar cortes e estimular a economia por meio de gastos públicos (com obras, por exemplo), o BC tem reiterado a necessidade de reequilíbrio fiscal para controlar a inflação e criar mais espaço para a queda dos juros.

“A vida está fácil? Não está pelo seguinte: nós não temos uma base no Congresso progressista, nós não temos uma diretoria mais arejada no Banco Central. É uma diretoria muito ‘hawkish’, muito durona. Começaram a baixar a taxa de juros só em agosto. Por isso que estamos sofrendo um período de menor crescimento. Poderíamos estar crescendo mais”, disse Haddad.

O debate é feito em um momento de pressão sobre a equipe econômica. Índices apontam para uma desaceleração na economia —com o PIB crescendo apenas 0,1% no terceiro trimestre—, enquanto o governo corre para aprovar um pacote de medidas para elevar a arrecadação federal em 2024.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O PT tem mais fogo amigo do que as guerras da Ucrânia e da Faixa de Gaza, juntas. É impressionante como Haddad tenta se equilibrar, no meio de dirigentes luláticos e espiroquetas, como Gleisi Hoffmann, completamente analfabetas em economia e tudo o mais. (C.N.)

Reequilibrar os três Poderes é necessário, mas sempre provoca crises institucionais

Blog do Guara: Vão mudar o nome da Praça do Três Poderes - charge do Luscar

Charge do Luscar (Arquivo Google)

Carlos Pereira
Estadão

O presidente no Brasil é um dos mais poderosos do mundo, para que seja capaz de governar em ambiente multipartidário. E para que houvesse equilíbrio entre os poderes, o legislador constituinte de 1988 também delegou amplos poderes ao Judiciário para que tivesse condições de controlá-lo. Essa escolha, no entanto, vem desagradando parte importante da sociedade representada no Legislativo.

O Supremo percebeu esses sinais de insatisfação e decidiu se autoconter por meio de uma reforma de seu regimento interno, liderada pela ex-ministra Rosa Weber em dezembro do ano passado, quando estabeleceu que decisões monocráticas poderiam ser apreciadas imediatamente pelos colegiados e também impôs prazos mais rígidos para a apreciação de pedidos de vista.

NÃO FOI SUFICIENTE – Essas iniciativas, entretanto, parecem não ter atendido a preferência da maioria do Senado, que acaba de aprovar uma PEC que restringe ainda mais o Supremo, ao proibir que Ministros tomem decisões monocráticas para suspender a eficácia de leis e atos dos Presidentes da República, do Congresso, do Senado e da Câmara dos Deputados.

A PEC permite decisões monocráticas apenas do Presidente do STF em períodos de recesso e em situações de grave urgência ou perigo de dano irreparável. Se aprovada pela Câmara, diminuirá a agilidade da Corte e aumentará os custos de coordenação ex ante dos ministros do Supremo para que decisões majoritárias no colegiado possam sustar decisões de outros poderes.

Naturalmente que decisões monocráticas nem sempre seriam motivadas para controle do Executivo. Pode acontecer justamente o inverso, de decisões individuais empoderarem ainda mais o presidente da República, ou serem utilizadas de forma abusiva e extemporânea. Mas esse é o preço que o Legislativo decidiu pagar, pelo menos até o momento, para ter quem controlasse um Executivo extremamente forte.

CRIOU-SE UM DILEMA – Ajustes sempre podem ser feitos, mas deve-se ponderar as suas consequências sistêmicas. É importante perceber que não existe saída ótima nesses dilemas.

Legisladores já restringiram alguns poderes do Presidente, com a alteração do rito das MPs e com o orçamento impositivo. Mas o efeito não antecipado foi a inflação dos custos de governabilidade e uso de emendas pouco republicanas.

Outro risco da PEC aprovada pelo Senado é o de que ela seja percebida pela sociedade como um enfraquecimento da Suprema Corte, bem como seja interpretada pelos legisladores como uma brecha para que novas reformas sejam implementadas que venham a diminuir, não apenas os poderes individuais dos seus ministros, mas também diminuir de fato os poderes da própria Suprema Corte.

Lula recomenda a Maduro que tente evitar a escalada da crise com a Guiana

Sigilo total: Lula usará telefone com tecnologia antigrampo | Brasil | Pleno.News

Lula pediu calma a Maduro e citou os estatutos do Mercosul

Pedro Grigori
Correio Braziliense

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma ligação, na manhã deste sábado (9/12), de Nicolás Maduro, presidente venezuelano. Os dois líderes latinos conversaram, principalmente, sobre a tensão entre Venezuela e Guiana devido ao território de Essequibo.

Maduro ameaça tomar a região de Essequibo, que corresponde a mais da metade do território guianês e abriga enormes reservas de petróleo. Mesmo sendo simpático ao líder venezuelano, Lula transmitiu uma “crescente preocupação” em relação à situação.

REGIÃO DE PAZ – O petista lembrou Maduro dos termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile, e recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos “uma região de paz”.

O Palácio do Planalto informou que Lula fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Ralph Gonsalves, trate do tema com os governos de Venezuela e Guiana. O presidente reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas, mas ressaltou que é “importante evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação”.

O telefone entre Lula e Maduro ocorre um dia após o brasileiro demonstrar preocupação com a situação das fronteiras com Venezuela e Guiana, durante conversa com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no Palácio da Alvorada.

REFORÇO DA TROPA – A orientação definida pelo Planalto é que as Forças Armadas redobrem os cuidados dos acessos ao território brasileiro — o país faz fronteira direta com Venezuela e Guiana.

A primeira medida efetiva foi confirmada, na sexta-feira (8/12), pelo comando do Exército. O 12° Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, responsável pelos veículos blindados que atuam na fronteira norte, vai ficar três vezes maior.

A unidade, sediada em Boa Vista, está em processo de transformação para virar o 18° Regimento de Cavalaria Mecanizado, uma ampliação prevista desde 2009, mas que só seria plenamente efetivada em 2025, com recursos que constam do Plano Estratégico da Força para o triênio 2020/2023.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Até agora, nenhuma notícia sobre a viagem de Maduro à Rússia, prevista para este domingo ou segunda-feira. É claro que Lula e Maduro conversaram sobre a visita a Vladimir Putin, mas nada revelaram, até o fechamento dessa edição. (C.N.)

Se a popularidade cair, Lula pode ser derrubado igual a Dilma, diz Gleisi ao PT

Gleisi diz que destino de Bolsonaro tem de ser a cadeia e que Campos Neto sabota o Brasil | CNN Brasil

Gleisi falou claro, bem claro, na Conferência Eleitoral do PT

Mateus Salomão e Maria Eduarda Portela
Metrópoles

A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse que queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode trazer ao petista o mesmo destino da ex-chefe do Executivo Dilma Rousseff, que deixou o cargo após sofrer impeachment em 2016.

“Se a popularidade do presidente Lula cair um pouquinho, vocês não tenham dúvida do que o Congresso Nacional vai fazer. Fizeram com a Dilma, tivemos o problema com a Dilma começando na economia”, afirmou Gleisi. A declaração da parlamentar ocorreu neste sábado (9/12), durante a Conferência Eleitoral do PT.

SEM CONFIANÇA – De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, 40% dos brasileiros nunca confiam no que o presidente Lula diz, enquanto 24% sempre confiam no petista. Também no início de dezembro, levantamento do Ipec indicou que 38% dos brasileiros classificam o terceiro governo Lula como ótimo ou bom, e os que avaliam como ruim ou péssimo somam 30%.

“Se a gente baixar a popularidade do presidente, esse Congresso engole a gente. Nós não temos força ali. Então o que nós temos que fazer é isso, é melhorar a vida do povo para que a gente possa ter essa base e possa fazer a disputa política”, completou a presidente do PT.

Durante o discurso, Gleisi Hoffmann ressaltou a necessidade de pautas sociais no governo Lula e a discussão em torno de projetos fiscais, uma vez que, segundo ela, a política monetária não está nas mãos de aliados, ao se referir ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

CULPA DO BC – “A gente não tem a política monetária, que está com o Banco Central, que foi nomeado por Bolsonaro e Paulo Guedes. O presidente que tá lá é um neoliberal e que atenta contra o Brasil e contra os interesses do Brasil”, enfatizou a deputada federal.

A presidente do PT defendeu, durante a conferência, que os petistas assumam lugares normalmente ocupados por políticos conservadores. Gleisi Hoffmann destaca a necessidade de os candidatos a cargos eletivos em 2024 ampliarem as suas estratégias de comunicação.

“As eleições municipais do próximo ano serão fundamentais para fazermos o embate político contra a extrema direita e as forças do atraso, e para prepararmos as bases para a disputa de 2026”, defendeu Gleisi Hoffmann durante o discurso na Conferência Eleitoral do PT, evento com a participação de políticos, lideranças sindicais, apoiadores e possíveis candidatos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enviada por José Guilherme Schossland, a matéria mostra que a coisa está complicada no PT, e a turma está batendo cabeça, como se dizia antigamente.

Lula usa comitiva em posse de Milei para mandar recado de insatisfação

Lula conversa com ministros; situação de brasileiros em Gaza preocupa  Planalto | Mundo | Valor Econômico

Lula está ressentido e não quiz enviar Alckmin

Rafael Moraes Moura
O Globo

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de enviar o chanceler Mauro Vieira para a posse de Javier Milei neste domingo é um recado do governo brasileiro ao candidato de ultradireita, que chamou o petista de “corrupto” e o acusou de interferência no processo eleitoral argentino ao longo da campanha.

A leitura de diplomatas e auxiliares do presidente da República para as Relações Exteriores ouvidos pela equipe da coluna é que, ao enviar para o evento apenas o chanceler, sem incluir na comitiva o vice-presidente Geraldo Alckmin, Lula impôs uma espécie de rebaixamento em relação à postura de Jair Bolsonaro, que também teve de conviver com um “desafeto” governando o país vizinho – no caso, o peronista moderado Alberto Ángel Fernández, aliado de Lula.

EXEMPLO DE BOLSONARO – Em dezembro de 2019, quando Alberto Fernández ganhou a eleição, Bolsonaro, que torcia para Mauricio Macri e tinha se referido ao peronista como “bandido de esquerda”, inicialmente decidiu que não iria, e escalou então o ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Na ocasião, após idas e vindas, Bolsonaro decidiu escalar o então vice-presidente general Hamilton Mourão para a posse do esquerdista.

Depois, optou por não enviar ninguém, deixando o embaixador brasileiro na Argentina como representante do país. Ao final, sob pressão de empresários e diplomatas, recuou e decidiu enviar Mourão.

INSATISFAÇÃO – “Lula passa um sinal de insatisfação, mas sem fechar a porta para uma aproximação no futuro a depender dos próximos passos”, resume um diplomata a par das articulações nos bastidores. Lula torcia pela vitória do peronista Sergio Massa, derrotado com apenas 44,3% dos votos válidos, ante 55,7% do adversário.

Procurado pela equipe da coluna, Mourão criticou a postura de Lula de não enviar nem Alckmin para a posse de Milei. Para ele, “não foi boa diplomacia”:

– Eu acho que, depois que o Milei mandou uma carta ao presidente Lula buscando distensionar, o presidente deveria, num gesto de grandeza diplomática, comparecer ele mesmo. Caso contrário, deveria ter mandado o vice-presidente Geraldo Alckmin – afirmou o ex-vice de Bolsonaro.

BOLSONARO VAI – O ex-presidente Bolsonaro, por sua vez, não apenas vai para a Argentina, como deve levar consigo uma “comitiva” com 46 aliados, entre 16 deputados estaduais, 22 federais e oito senadores. Dois filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vão acompanhá-lo.

O ex-presidente deve se encontrar com Milei na sexta-feira pela manhã, em Buenos Aires. Conforme informou o blog, a possibilidade de Bolsonaro participar da posse de Milei já estava prevista nos informes internos do Itamaraty apresentados ao presidente Lula para um cenário de vitória do candidato da aliança A Liberdade Avança.

Em entrevista ao Globo, o embaixador do Brasil na Argentina, Júlio Bitelli, disse que o convite de Milei a Bolsonaro para a posse “não é um gesto que vá no bom sentido”.

O que diz Renan Calheiros sobre cargo que ocupou na antecessora da Braskem

Renan Calheiros pede diligências sobre caso Braskem na Petrobras e CVM | VEJA

Renan diz que provará que nunca se envolveu com a Braskem

Nicholas Shores
Veja

Prestes a ser instalada no Senado, a CPI da Braskem será palco de enfrentamentos políticos entre o autor do pedido de criação da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), e Rodrigo Cunha (Podemos-AL), aliado de Arthur Lira (PP-AL) e do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL).

Calheiros exige que JHC revogue o acordo que chama de “pífio” com a Braskem. Como reparação aos danos socioambientais e econômicos da exploração de sal-gema, a petroquímica se comprometeu a pagar 1,7 bilhão de reais à capital alagoana. Recebeu os terrenos onde haviam sido construídas habitações, a anistia pelo afundamento do solo e a garantia de que o caso contra a empresa não será reaberto no futuro.

QUESTÃO DE ORDEM – Já Rodrigo Cunha apresentou uma questão de ordem contra a criação da CPI (que acabou rejeitada), alegando que a participação do rival emedebista confundiria os papéis de “investigador e investigado”.

Afirmou que Calheiros teria uma suspeição para apurar a crise atual por ter sido presidente da Salgema S/A entre 1993 e 1994. Trata-se da antiga estatal que, depois de privatizada, originou a Braskem.

Ao falar sobre o cargo, Calheiros diz que, no governo de Itamar Franco, foi nomeado vice-presidente executivo da Petroquisa, uma antiga subsidiária da Petrobras.

DIZ CALHEIROS – “Como executivo da Petroquisa, eu representava a Petroquisa nas ações em todas as empresas petroquímicas. (E) eu não fui diretor, eu fui do conselho de administração de todas as empresas de que a Petroquisa participava (entre elas a Salgema S/A)”, afirma.

A biografia de Calheiros no site da Câmara dos Deputados lista todos os cargos ocupados no período. Eles não aparecem, contudo, em sua biografia na página do Senado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Essa CPI vai ser mais uma brigalhada dos infernos no Congresso. E isso é muito bom, porque traz à tona a podridão nos políticos. O acordo assinado pela Prefeitura com a Braskem é indecente, porque isenta a empresa de responsabilidade e a enriquece, pois ela rapidamente se tornou dona dos terrenos onde existiam cinco bairros em área nobre de Maceió e que já contam com serviços de energia, abastecimento de água e saneamento. Ou seja, depois que a mina parar de afundar, é só construir novas residências e sair vendendo. Ah, Brasil… (C.N.)

Lula critica o PT, quer apoio evangélico e avisa que 2026 “será Lula x Bolsonaro”

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Conferência Eleitoral do PT em Brasília

Lula perguntou por que o PT só tem o voto dos mais pobres

Bruno Góes
O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou nesta sexta-feira a Conferência Eleitoral do PT para as eleições municipais de 2024 para pedir uma autocrítica da legenda. Citando pesquisas de opinião, Lula afirmou que pessoas com renda acima de dois salários mínimos já não querem votar em petistas e que a legenda não consegue ouvir e dialogar com evangélicos.

Ao reforçar o ponto de vista crítico, ele disse também que um “metalúrgico que ganha R$ 8 mil” já não quer votar no partido. O presidente também afirmou que a eleição de 2026 será polarizada entre petistas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível.

PT E O POVO – Ao lado de ministros, parlamentares, governadores do PT e do vice, Geraldo Alckmin, que é filiado ao PSB, Lula discursou no primeiro dia do evento.

— Será que estamos falando aquilo que o povo quer ouvir de nós? Ou será que temos que aprender com o povo como é que fala com eles? Como é que a gente chega aos evangélicos? — questionou o petista.

Lula ressaltou que é preciso voltar a fazer o “trabalho de base” e sinalizou incômodo com a desconexão com parte da população. Segundo ele, o PT tem “problema” e o apoio eleitoral deve ser conquistado na “rua”.

TER PACIÊNCIA — “Ficou mais difícil, mas também nós aprendemos mais. É preciso conversar, é preciso ter paciência. Muitas vezes a gente cede quando não conseguiria ceder e não queria ceder. E muitas vezes conquista coisas que não pensasse ganhar”, disse.

O presidente ressaltou que a realidade pode ser evidenciada com o tamanho da bancada do PT na Câmara.

— O (ministro da Fazenda Fernando) Haddad nunca fez tanta reunião à noite como ele está fazendo agora. E, muitas vezes, reuniões difíceis. E temos que nos perguntar por que um partido como o PT elegeu só 70 deputados. Por que tão pouco, se a gente é tão bom? Temos que encontrar a resposta dentro de nós — afirmou o presidente.

POLARIZAÇÃO – Lula disse também que a próxima eleição será polarizada com os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não pode haver “medo” da militância.

— Eu sinceramente acho que essa eleição que vai acontecer, vai ser outra vez Lula x Bolsonaro disputando essas eleições nos municípios. E vocês sabem que não podem aceitar provocações, ficarem com medo, ficarem com vergonha, enfiar rabo entre as pernas. (…) A gente vai ter que mostrar que queremos exercitar democracia com eleições mais competitiva o possível, mas a gente não vai ter medo de ninguém. Único medo que a gente tem que ter é trair esperança, a expectativa que o povo brasileiro tem no PT, nos nossos aliados, nossos candidatos.

Ao fim do discurso, ele reforçou a necessidade de ir a igrejas conversar com padres e pastores.

GLEISI RADICALIZA – Durante seu discurso, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse que Lula fez “muito” em 11 meses para “resgatar o Brasil da destruição bolsonarista”. Ela citou os ataques aos Poderes do dia 8 de janeiro. “O destino de Bolsonaro não deve ser somente a inelegibilidade. Terá que ser a cadeia” — discursou Gleisi.

Em seguida, os petistas que estavam na plateia evocaram o coro “sem anistia”. A presidente do PT também disse que o Brasil só não cresceu mais por causa dos juros “escorchantes” do Banco Central (BC) de um “indicado de Bolsonaro”, Roberto Campos Neto.

Gleisi falou sobre a necessidade de combater a “extrema-direita” em 2024 e criticou o avanço do Legislativo sobre a execução do orçamento.

Conselho vai decidir se juízes federais terão penduricalho de R$ 241 milhões

Justiça Cega. Ou que enxerga “até” demais? Sobre o STF e o “fim” da prisão em 2a instância… | DISCUTINDO CONTEMPORANEIDADES

Charge do Edu (Arquivo Google)

Eduardo Barretto
Metrópoles

O Conselho da Justiça Federal (CJF) retomará na próxima segunda-feira (11/12) julgamento que pode ressuscitar um benefício extinto para juízes federais e render R$ 241 milhões aos magistrados. O pedido, feito pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), busca reajustar benefício que foi pago ainda na década de 1990.

Se o colegiado acatar a solicitação da Ajufe, 995 juízes federais receberão cerca de R$ 242 mil cada, totalizando os R$ 241 milhões. Hoje, o teto do salário do funcionalismo público é de R$ 41,6 mil, equivalente à remuneração dos ministros do STF.

INDENIZAÇÕES RETROATIVAS – Na prática, contudo, o salário de juízes costuma ser turbinado com penduricalhos, o que eleva o gasto de dinheiro público.

Nos últimos três anos, magistrados receberam R$ 3,4 bilhões em pagamentos de indenizações retroativas, como informou o repórter Marlen Couto.

A carreira pediu ao Conselho a correção monetária em relação ao auxílio-moradia pago aos juízes federais entre 1994 e 1999. Em vez da Taxa Referencial, a entidade quer a correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), além de juros.

JUÍZES INSACIÁVEIS – O julgamento começou no fim de outubro e foi suspenso em novembro. A presidente do Conselho da Justiça Federal e do Superior Tribunal de Justiça, ministra Maria Thereza de Assis Moura, atacou a proposta.

A ministra citou uma sessão semelhante do Conselho em 2018, quando seu então presidente, João Otávio de Noronha, afirmou: “Que a gente sepulte isso, não há mais tetas para serem espremidas nesse caso”.

Mas os juízes federais são insaciáveis e logo encontraram uma brecha na lei.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como diria Tom Jobim, é a lama, é a lama, é a lama. (C.N.)

Reprovação do STF cresce e atinge 38%; aprovação recua para 27%, diz Datafolha

Charge do Zé Dassilva: STF - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Igor Gielow
Folha

O ano de polêmicas e atritos com o Congresso parece ter cobrado um preço de imagem para o STF (Supremo Tribunal Federal). A desaprovação do trabalho dos juízes da corte mais alta do país subiu de 31% para 38%, enquanto a aprovação caiu de 31% para 27%. Mais queda: consideram regular o desempenho do tribunal 31%, aponta nova pesquisa do Datafolha, ante 34% da rodada anterior, em dezembro do ano passado.

Foram ouvidos pelo instituto 2.004 eleitores em 135 cidades do Brasil na última terça-feira (5). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

DESDE 2019 – O Datafolha passou a questionar entrevistados sobre a corte a partir de dezembro de 2019, quando o governo do então presidente Jair Bolsonaro (hoje no PL) já começava a fustigar os magistrados.

O resto é história: o Supremo tornou-se a principal trincheira da crescente campanha de Bolsonaro contra o sistema eleitoral, que atingiu tal nível em 2022 que o ex-presidente acabou tendo seus direitos políticos cassados neste ano até 2030.

Com o inquérito das fake news, capitaneado pelo ministro Alexandre de Moraes, foi ponta de lança na repressão aos movimentos antidemocráticos que pulularam no país nesse período, sob inspiração bolsonarista, e desaguaram nos atos do 8 de janeiro —e na forte reação institucional que sobreveio, acompanhada pelo Executivo e pelo Legislativo, cujas sedes também foram depredadas no fatídico dia.

ALVO DE CRÍTICAS – Tal protagonismo é objeto de críticas e, com a chegada de Lula (PT) ao poder, os atritos do Congresso com o Supremo passaram a se tornar mais frequentes —e ultrapassar a fronteira da defesa da democracia. Temas como o marco temporal de terras indígenas, derrubado na corte, têm forte ressonância na influente bancada ruralista, por exemplo.

Críticos do STF apontam ativismo em decisões, como na tentativa ora represada de flexibilizar a possibilidade do aborto, e alguns indicam excessos em decisões relativas a todos que se colocam contrários a métodos draconianos do tribunal no caso das fake news e no processo dos atos antidemocráticos.

Cereja do bolo, o Senado aprovou proposta de emenda constitucional que coíbe as decisões monocráticas, algo que foi lido no STF como uma tentativa de intimidação, já que a própria corte vinha tomando medidas para evitar esses despachos tomados por um só ministro e privilegiando a apreciação em plenário. O projeto agora foi para análise da Câmara dos Deputados.

AGENDA PROGRESSISTA – A polarização no país segue pautando o debate nas redes sociais, onde o ativismo bolsonarista tem Moraes como um de seus alvos prediletos. A agenda progressista do atual presidente da corte, Luís Roberto Barroso, é igualmente combatida.

Críticos não perdoam as escorregadas do ministro agora à frente do STF, que retrucou a um manifestante bolsonarista em Nova York no fim do ano passado com o já clássico bordão “perdeu, mané”, além de ter dito em 2023 que “derrotamos o bolsonarismo”. Ele buscou remediar as frases depois.

Sua gestão iniciada no fim de setembro, contudo, colocou o pé no freio de pontos polêmicos, como a questão do aborto. Ao mesmo tempo, viu aberta a possibilidade de que meios de comunicação sejam punidos por frases ditas por seus entrevistados, gerando diversas objeções de entidades de classe e especialistas.

APROVAÇÃO MAIOR – Com tudo isso, apesar de os 38% de reprovação se igualarem ao pior momento até aqui, os 39% da primeira aferição sobre o tema, feita em dezembro de 2019, os 27% de aprovação superam os 19% apontados naquela largada.

A maior aprovação ao Supremo anda colada à satisfação com o governo Lula. Entre os 38% que acham Lula ótimo ou bom, 52% dizem aprovar o trabalho da corte.

Já o ruim/péssimo é mais forte entre aqueles com mais instrução (46%) e entre segmentos usualmente associados ao voto bolsonarista nas duas últimas eleições presidenciais: a classe média baixa (2 a 5 salários mínimos mensais), com 46%, os evangélicos, com 44%, e aqueles 24% que reprovam Lula, com enormes 76%.

A dramática despedida de Augusto Frederico Schmidt, deixando o passado para trás

A Biografia de Augusto Frederico Schmidt, poeta e empresário

Um poeta empresário, jornalista e brincalhão

Paulo Peres
Poemas & Canções

O empresário e poeta carioca Augusto Frederico Schmidt (1906-1965), no poema “Despedida”, aborda sentimentos guardados desde a infância e que nem todas as pessoas podem entender.

DESPEDIDA
Augusto Frederico Schmidt

Os que seguem os trens
onde viajam moças muito doentes
com os olhos chorando
Os que se lembram da terra perdida,
acordados pelos apitos dos navios
Os que encontram a infância distante
numa criança que brinca
Estes entenderão o desespero da minha despedida.

Porque este amor que vai viajar
para a última estação da memória
foi a infância distante, foi a pátria perdida,
e a moça que não volta.

Resultado das pesquisas registra queda da popularidade e deve preocupar Lula

Lula é aprovado por 38% e reprovado por 30% em cenário estável

Pedro do Coutto

O resultado das pesquisas feitas pelo Ipec e pelo Datafolha, publicada na edição desta sexta-feira de O Globo, revelam dados que devem preocupar o presidente Lula e levá-lo às mudanças de rumo e da equipe ministerial. Um dado assinala um problema maior: 57% da opinião pública consideram que o presidente da República, nos seus primeiros 11 meses de governo, fez menos do que se esperava ser realizado.

O número revela uma tendência que Lula necessita reverter, sobretudo para cumprir os compromissos assumidos na campanha eleitoral. A aprovação de seu governo continua positiva com 38 pontos, mas examinando-se a situação anterior há uma queda de dois pontos e, ao mesmo tempo, há um aumento dos que consideram o governo ruim e péssimo.

TENDÊNCIA – O Datafolha e o Ipec coincidem e, portanto, não adianta brigar com os números ou contestá-los, mas sim estudá-los à luz das ações que o governo terá que concretizar. O declínio registrado nos números assinala uma tendência contra a qual só os fatos positivos podem resolver. As ações externas do presidente da República e suas viagens internacionais têm se multiplicado na mesma proporção dos problemas.

Agora, por exemplo, as questões aumentam com as ameaças da Venezuela à Guiana. Além disso, há o problema de comunicação do governo. A divulgação dos fatos positivos não tem sido boa. Não se trata de publicidade apenas, mas da forma convincente  da comunicação e de problemas como os avanços e recuos na área dos combustíveis. Um dado que chama atenção é que a avaliação negativa do governo cresceu cinco pontos nos últimos meses.

VIAGENS – Um aspecto a ser considerado, conforme comentado no programa “Em Pauta” da GloboNews, é o de que as viagens do presidente Lula pelo país são muito menores que suas viagens ao exterior. A impressão que isso deixa é a de que a atenção presidencial está mais voltada para o plano externo do que para as questões brasileiras existentes nos estados e nos municípios. Outro aspecto que certamente pesou bastante está na violência crescente, sobretudo no Rio e em São Paulo, como se constatou nos últimos dias.

O relacionamento do Executivo com o Legislativo está feito em bases de trocas na medida em que projetos importantes têm que ser aprovados. A articulação política do governo apresenta deficiências.

INVESTIDA – O plano internacional encontra-se cada vez mais denso, sobretudo com a investida da Venezuela contra a Guiana e as ameaças claras dos Estados Unidos apoiando a Guiana contra Maduro. Não é coincidência a presença de forças militares americanas em manobras conjuntas com aquele país.

Problemas não faltam, e soluções estão ainda por vir. O contexto interno e externo produziu reflexos negativos para o governo brasileiro. E a insatisfação aumenta com o crescimento da falta de estrutura nas áreas urbanas. O Rio de Janeiro é um espelho dos acontecimentos.  A TV Globo mostrou episódios verificados em Copacabana e a sensação transmitida é de insegurança.

Prestigiado, Bolsonaro se reúne com Milei antes da posse do presidente ultraliberal 

Imagem do encontro de Jair Bolsonaro com Javier Milei - Metrópoles

A reunião foi no hotel em que Milei está sendo hospedado

Igor Gadelha
Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o presidente eleito da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, na manhã desta sexta-feira (8/12), em Buenos Aires. O encontro aconteceu no hotel Libertador, onde Milei está hospedado durante a transição, e contou com a presença da macrista Patricia Bullrich, futura ministra da Segurança da Argentina.

Também participaram do encontro aliados do ex-presidente brasileiro que estão em Buenos Aires para a posse de Milei.

MARCANDO PRESENÇA – Estiveram na reunião: Ciro Nogueira (PP-PI), senador; Gilson Machado, ex-ministro do Turismo; Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro; e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal.

Bolsonaro chegou à capital argentina na noite de quinta-feira (7/12), acompanhado da mulher, Michelle Bolsonaro, e de uma série de parlamentares bolsonaristas.

O ex-presidente brasileiro ficará em Buenos Aires até segunda-feira (11/12), um dia após a posse de Milei. No sábado (9/12), Bolsonaro se encontrará na cidade com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, outro destaque da extrema-direita mundial.

LULA ENVIA CHANCELER – Já o presidente Lula, conforme antecipou a coluna, decidiu não ir à posse de Milei. Ele enviará o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, como seu representante.

Vieira fará um bate-volta para a posse do presidente argentino. A previsão é que o chanceler brasileiro chegue a Buenos Aires no sábado (9/12), véspera do evento, e retorne a Brasília já na segunda (11/12), afastada qualquer possibilidade de reunião com o novo presidente argentino.